domingo, maio 01, 2011

ILIMAR FRANCO - Fala o povo


Fala o povo 
ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 01/05/11

Os adversários da adoção do voto em lista querem que os eleitores sejam ouvidos sobre a mudança no sistema eleitoral. Apostam que a população dirá não, como disse no plebiscito sobre o desarmamento. O primeiro passo foi dado, no Senado, com a aprovação de um referendo. “O povo não nos deu delegação para mudar o processo no qual ele escolhe seus representantes na Câmara”, sustenta o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ).

Voto em lista e voto indireto
A mobilização contra a adoção do voto em lista está recebendo o apoio da Fecomércio de São Paulo. Seu presidente, Yves Gandra Martins, após consultar juristas, concluiu pela inconstitucionalidade da adoção da lista, alegando que ela fere cláusula pétrea da Constituição. A comissão de reforma política do Senado aprovou o voto em lista, mas seu presidente, Francisco Dornelles (PP-RJ), foi
voto vencido. Ele afirma: “O artigo 60 da Constituição, em seu parágrafo quarto, inciso segundo, diz que não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: o voto direto, secreto, universal e periódico”.

"O governo brasileiro deveria criar um Plano de Aceleração do Desenvolvimento Sustentável, com foco na economia verde de baixa emissão de carbono e alta inclusão social” — Jorge Viana, senador (PT-AC)

QUEDA DE BRAÇO. O movimento de mulheres e a Secretaria de Políticas para as Mulheres estão em pé de guerra por causa da Rede Cegonha, programa de atenção a grávidas. Trata-se de promessa de campanha da presidente Dilma. As feministas acham que essa bandeira do governo perpetua a imagem da mulher como “reprodutora”. A ministra Iriny Lopes (foto) rebate dizendo que não é aceitável que mulheres morram de parto no século XXI. 

Polvorosa
Os parlamentares da base aliada e até da oposição estão chiando pelos cantos. Estão incomodados com as substituições dos comandantes da Polícia Rodoviária Federal nos estados. Está sendo feita uma faxina ampla, geral e irrestrita.

De quem é?
O machucado PMDB diz que é o pai da criança. Mas o verdadeiro padrinho do novo diretor jurídico da Itaipu Binacional, Nildo Lubke, é o deputado Ratinho Junior (PSC-PR). Nildo foi secretário de Ciência e Tecnologia do Paraná.

Surpresas
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) se recusou a assinar requerimento de sua colega de bancada, Marta Suplicy (PT-SP), para desarquivar o projeto que torna crime a homofobia. Gleisi alegou que tem muito voto evangélico. Preparada para ouvir um “não”, Marta abordou o senador Roberto Requião (PMDB-PR). Para sua surpresa, ele topou: “Eu sou da comunidade. Só não sou sócio-atleta”, disse ele, em um raro bom humor.

Clima ruim
Senadores do PT alertaram o Palácio do Planalto quanto ao risco de uma rebelião da base aliada, sobretudo no PMDB, nas próximas votações. A insatisfação é, principalmente, com as nomeações para os cargos de segundo escalão.

Bloquinho

O PSB e o PCdoB terão posição comum na reforma política. Por enquanto, há consenso a favor do financiamento público e contra o voto distrital. O PCdoB não quer o fim das coligações proporcionais e o PSB é contra o voto em lista.


 O ITAMARATY apoia o projeto que acaba com o sigilo eterno de documentos oficiais. 
 IGUALDADE. A prioridade da ministra Luiza Bairros (Igualdade Racial) é combater a alta taxa de mortes violentas entre jovens negros. A estratégia é investir em inserção na educação e na redução da pobreza.
● A SENADORA Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) reclamou com o ministro Pedro Novais (Turismo) que o aeroporto de Parintins está fechado a dois meses da festa folclórica que recebe cem mil turistas.

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