quarta-feira, janeiro 05, 2011

ILIMAR FRANCO

Tentando recompor a relação
ILIMAR FRANCO

O GLOBO - 05/01/11

Depois da crise gerada por causa da mudança na Secretaria de Atenção à Saúde, o ministro Alexandre Padilha (Saúde) se comprometeu a consultar o PMDB antes de nomear o novo presidente da Funasa. Já é dado como certo que o atual presidente, Faustino Barbosa Lins Filho, não ficará no cargo. Padilha se reuniu na noite de anteontem com o deputado federal eleito Danilo Forte (PMDB-CE), que é ex-presidente da fundação. O clima entre Padilha e o líder do PMDB, deputado Henrique Alves (RN), é péssimo. Hoje o ministro se reúne com diretores da Funasa, que vão apresentar a ele um plano de reestruturação.

O pessoal tem que aprender a dividir a gula” — Eliseu Padilha, deputado federal (PMDB-RS), sobre a disputa de cargos no governo entre o PMDB e o PT

Só dá petista


Os partidos aliados não gostaram da fotografia da primeira reunião de coordenação do governo Dilma Rousseff. Ela reproduz o viés político do governo Lula. Nenhum ministro de partido aliado integra a coordenação, da qual participam seis petistas. O único aliado que faz parte do núcleo central do governo é o PMDB, por razão institucional, com o vicepresidente Michel Temer.

Recado

Ao tomar posse, a ministra Ideli Salvatti (Pesca) avisou: “Por que produzir proteína de boi? Nós podemos, na Amazônia, produzir proteína de peixe, sem derrubar uma árvore”. Foi só retórica ou prenúncio de uma nova política? 

PEEMEDEBISTAS ironizam dizendo que o governo congelou as nomeações, mas não as exonerações. Foi publicada ontem a de Alberto Beltrame, do PMDB, da Secretaria de Atenção à Saúde.

SOBRE A GUERRA na base aliada, fala o presidente do PTB, Roberto Jefferson: “PT e PMDB precisam fazer terapia de grupo pra discutir a relação, e definir que tipo de aliados serão: parceiros ou inimigos íntimos”.

MUDANÇA. O novo secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente será Francisco Gaetani, que ocupava o mesmo cargo no Planejamento.

O espetáculo dos empossados


Os governadores eleitos, em todos os estados e de todos os partidos, costumam anunciar suspensão de pagamentos e revisão de contratos. O experiente deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP) diz que esses anúncios são uma pirotecnia “primitiva”. O tucano diz que eles não têm conteúdo político, mas expressa a necessidade dos eleitos de avisar aos fornecedores dos estados que “agora quem manda aqui sou eu”.

De molho


O diplomata Marcelo Baumbach entrou de férias. Ele era o porta-voz do presidente Lula e não vai permanecer na função no governo Dilma. Sua substituição será formalizada daqui a 30 dias, quando ele se reapresentar ao Itamaraty.

No forno


Novo responsável, na Secretaria de Comunicação, pelo relacionamento do governo com a imprensa internacional, o diplomata Rodrigo Baena será o novo porta-voz da Presidência da República. Ele assume a função no mês que vem.

Profecia
O governador Marcelo Déda (SE) está entre os petistas que acham que haverá, em breve, mudanças no governo Dilma Rousseff. “Vai ter necessidade de ajustes. Este Ministério exprime o momento inicial do governo”, prevê Déda.

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