terça-feira, março 09, 2010

NELSON DE SÁ - TODA MÍDIA


"Bullying"

FOLHA DE SÃO PAULO - 09/03/10


O site do "Financial Times" noticiou a primeira rodada de retaliações aos EUA com o enunciado "Brasil arrisca guerra comercial". O jornal ouviu, do representante comercial de Washington, "estamos desapontados". Já "o Brasil deixou claro que está aberto a um acordo antes de efetivar as tarifas". Para um consultor, "a única forma de evitar a trombada é os EUA oferecerem algo significativo ao Brasil".
Ecoou também no "Wall Street Journal" e no topo das buscas pelo Yahoo News, com AP.
E o "Financial Times" já postou ontem mesmo uma primeira opinião sobre o episódio, na tradicional seção Lex. Avalia que a medida pouco afeta o comércio, tanto americano como brasileiro, mas:
"Muitos anos atrás, um delegado de comércio dos Estados Unidos "negociando" com representantes da Austrália se debruçou sobre a mesa e disse: "Nós comemos países como o seu no café da manhã". Mais e mais, agora, os parceiros comerciais dos EUA estão enfrentando o bullying", a intimidação.
O MAIOR MEDO
Segundo a Bloomberg, "o maior medo" nos EUA não está nas retaliações anunciadas, mas na segunda rodada, quando "o Brasil começaria a quebrar patentes", copyright, com apoio da Organização Mundial do Comércio.
O site do Departamento de Comércio dos EUA destacou que o secretário embarcou ontem para Brasília.
O PAÍS DOS IMPOSTOS
Em contraste com outros portais e telejornais brasileiros, na manchete do G1 e depois do "Jornal Nacional", a retaliação ao protecionismo americano foi noticiada pela Globo como um "aumento de impostos" determinado pelo governo do Brasil.
Relacionou-se a notícia, na cobertura, ao aumento no preço dos remédios.

MAIS GUERRA?
O Irã abriu conflito entre as revistas "Foreign Affairs" e "Foreign Policy". A primeira publicou artigo defendendo manter "todas as opções na mesa", guerra inclusive. A segunda atacou o texto, em seu site, num longo artigo com o enunciado "É hora de esfriar a cabeça sobre o Irã"
SANÇÕES, NÃO
Por "Financial Times" e outros, a advogada iraniana Shirin Ebadi defendeu a "mudança de foco, dos embargos para os direitos humanos", na estratégia ocidental sobre o Irã. Nobel da Paz em 2003, ela diz que "sanções econômicas seriam em detrimento do povo do Irã". Semanas atrás, via agências, Ebadi pediu que Lula se reúna com a oposição quando visitar seu país.
Por outro lado, ela defendeu sanções "contra empresas que estão apoiando ativamente a censura e a repressão da oposição". Citou Nokia-Siemens (Finlândia/Alemanha), que atua em internet, e Eutelsat (França), de comunicação por satélite. O jornal sublinha que seus comentários "vêm no momento em que os EUA buscam apoio para uma quarta rodada de sanções".

LULA & OPOSIÇÃO
O portal Terra ouviu líderes da oposição sobre um posto para Lula no exterior, como secretário-geral da ONU ou presidente do Banco Mundial, e destacou que José Agripino Maia (DEM) "surpreendeu", dizendo:
"Uma posição como essa, que venha a ser exercida por um brasileiro e possa trazer benefício, não pode deixar de contar com meu apoio. [Mas,] por critério de ordem técnica, me custa crer que venha a acontecer."
MEIRELLES LÁ
No alto da home page do "Valor", a escolha de Henrique Meirelles para chefiar o banco central dos bancos centrais nas Américas, EUA inclusive. Foi notícia no site do "WSJ", ontem, entre outros, sublinhando que o presidente do BC comandou antes o americano BankBoston -e que estuda sair candidato no Brasil
LULA VS. IMPRENSA
Ontem na manchete de papel do jornal "O Globo", "Dilma inaugura hospital construído sem verbas federais". Depois, no site, "Lula ataca "O Globo" e defende Dilma em inauguração". Foi em entrevista à rádio Melodia, ontem, em mais um dia de inauguração no Rio, com Lula e Dilma Rousseff na favela da Rocinha.
O ataque à imprensa e às "elites" correu mundo, da Folha Online à AP, esta com o enunciado "Presidente do Brasil ataca críticos da Olimpíada"

ARI CUNHA


Mulheres enganadas


Correio Braziliense - 09/03/2010
 
O Dia Internacional da Mulher ainda é enganação dos espertos. No Brasil, meninas são levadas à prostituição até por juízes e autoridades policiais. Mesmo atestando as barbáries da pedofilia, muito pouco foi feito. A violência doméstica atinge na América Latina e no Caribe até 50% das mulheres. Elas ganham menos mesmo trabalhando tanto quanto os homens. Continuam dizendo que o Dia Internacional da Mulher é homenagem à dona de casa. Como bem colocou William Ross Wallace, “a mão que embala o berço governa o mundo”. Bem cedo, dá banho nos pequenos, prepara a roupa para o colégio. Serve o café da manhã, dá instruções, educa. Para as que têm outra jornada de trabalho, nova lei lhe dá o direito de ficar com o filho seis meses depois do nascimento. As coisas mudam, novos rumos são tomados nesse tempo. Na China ainda há o aborto seletivo, quando as meninas são descartadas. Na Índia, quase 5 mil mulheres são assassinadas por ano por disputa da família por dotes de noivas. A informação é da Anistia Internacional. Na África o direito de o marido bater na mulher é amparado por lei. No Oriente Médio, na África e no Sudeste Asiático ainda há incidência de mutilação feminina. O Dia Internacional é da mulher que conquistou direitos e da que ainda não tem voz.


A frase que não foi pronunciada
“Assim como na arquitetura, a prova de alta cultura é escrever as coisas mais profundas do modo mais simples.”
» Oscar Niemeyer, enquanto pensa na vida
Economia

» 
Henrique Meirelles segura os juros para o dinheiro não cair no ralo. Lula gasta e se socorre no Banco Central. Quando não, vai ao cofre da Petrobras. Despesas aumentam e outros ministérios cobrem. Um dia a coisa pode estourar.
Cuba

» 
Ainda hoje a ilha recebe carinhos do mundo. Desde o início da revolução, gente morre no paredón. Hoje, de fome. Passa de 70 anos e o povo continua sem o direito fundamental de ir e vir. Fidel está doente. O mano o substitui. O mesmo ritmo de tratar as coisas dentro de casa. Guilhermo Farñas sentencia: “Se a morte de Zapata não foi uma vingança política planejada, ordene a libertação imediata dos réus”.
Petróleo

» 
Sair da área da Grã Bretanha e voar até as ilhas Malvinas (para os argentinos) é sinal de atenção. Alguma coisa a Corte de Saint James está procurando longe do seu território. O assunto agora é petróleo. Os argentinos também querem o combustível do arquipélago. Explorar perto do seu quintal é melhor.
Boato

» 
Espalharam que o presidente Lula ia se licenciar da Presidência para fazer a campanha de dona Dilma Rousseff. Não entra na cabeça de ninguém. O presidente não faz porque não é de suas obrigações no cargo onde está abandonar a cadeira de presidente.
Plásticos

» 
Carrefour começou a campanha pela França. A experiência tem sido boa. O projeto é diversificar por todas as suas lojas no mundo. São bilhões de sacos plásticos dos quais o povo ficará livre.
Embalagem

» 
Sempre o saco de mercado é o vilão na comissão de frente. Basta olhar no carrinho de compras quantas embalagens de plástico mais resistentes que os saquinhos vão para o lixo. De arroz, açúcar, café, macarrão, sal. E as que são compradas sem refil: xampu, alguns produtos de limpeza, alimentos em lata.
Hora de as indústrias repensarem a venda.
Afaga e afoga

» 
Em plenário todos ficaram admirados com os votos de felicidades do senador Heráclito Fortes ao governador do Piauí. Os desejos sinceros pelo transcurso do aniversário de Wellington Dias saíram realmente do coração. Depois dos parabéns, o senador começou a lista de críticas pelas obras inacabadas e o prejuízo que isso traz para o estado. Ah, bom!
Legado

» 
José Mindlin lutou nos últimos oito anos de vida para doar sua biblioteca particular à Universidade de S. Paulo. Só que a legislação brasileira é recheada de burocracia e ele morreu sem conseguir ver seu sonho realizado. Em compensação, mais de mil volumes de seu acervo podem ser consultados no endereço www.brasiliana.usp.br.
Gilda

» 
Mario da Costa Ramos, do Iate, está em busca de fotos do barco Gilda, usado por JK. Quem puder levar uma cópia da fotografia ao clube é só marcar um horário para bater um papo descontraído com o comodoro.
História de Brasília

O supermercado do Ipase já está com a construção pronta. Mãos à obra, dr. Randal, e vamos entregá-lo logo aos que moram no “subúrbio”, que não têm, até agora, uma única unidade de vizinhança pronta. Dar uma mãozinha aos que moram do lado de lá do Eixo custa pouco.(Publicado em 26/2/1961)

FLÁVIA OLIVEIRA - NEGÓCIOS e Cia

Bom para o investimento


O GLOBO - 09/03/10


Na AL, Brasil vive o melhor momento em expectativa para o capital fixo, diz FGV

Nem no auge do ciclo de expansão observado em 2007 e 2008 (até a crise), o horizonte do investimento produtivo no país foi tão positivo quanto hoje. Numa comparação com outras dez economias que integram a Sondagem da América Latina, a Fundação Getúlio Vargas descobriu que o Brasil vive seu melhor momento tanto em relação à média histórica de uma década quanto em relação pico do otimismo no biênio 2007-2008. “O Brasil tem o segundo melhor Indicador de Investimento do grupo. Só perde para o Peru, país que ainda está 0,6 ponto percentual abaixo do ponto máximo de 20072008”, diz o economista Aloisio Campelo, responsável pelo estudo. Num índice que combina as notas dadas por especialistas locais às expectativas de investimento em capital fixo no presente e seis meses à frente, o Brasil terminou janeiro com nota 6,8 (veja o gráfico). Qualquer resultado acima de cinco está na linha do otimismo.

A média histórica do país é de 5,4 pontos; no período 2007-2008, o melhor resultado foi 6,5. O levantamento da FGV mostra Chile e Uruguai, além do Peru, na zona favorável. Já a Venezuela de Hugo Chávez vive maus momentos. O indicador de janeiro está dois pontos percentuais abaixo do pico de 2007-2008 e praticamente um ponto abaixo da média histórica.
Guerra logística na mineração

Responsável pela subsidiária de mineração da ArcelorMittal no Brasil, José Francisco Viveiros fala da briga para viabilizar os negócios das mineradoras de Serra Azul, em Minas Gerais. Em 2008, a região foi alvo de aquisições protagonizadas por Usiminas, MMX, Ferrous e a própria ArcelorMittal, que pagou US$ 810 milhões por sua mina. Esbarram até hoje na dificuldade de escoamento do minério de ferro. Reunidas na Associação dos Mineradores de Serra Azul (Amisa), presidida por Viveiros, as empresas brigam junto à ANTT por direito de passagem em ferrovias como a MRS. Já a logística portuária depende da licitação de um terminal em Itaguaí (RJ), aguardada desde 2006. Até lá, a Amisa permanecerá dependente dos portos de Vale e CSN, que Viveiros classifica como oligopólio. A ArcelorMittal desistiu de vez do acordo com a canadense Adriana Resources, para construção de porto próprio no Rio, após o veto da Secretaria estadual de Desenvolvimento.
PORTO PÚBLICO: “O terminal público para granéis sólidos no porto de Itaguaí foi aprovado há muito tempo pelo conselho da autoridade portuária. Temos a promessa do presidente da Cia Docas do Rio, Jorge Mello, que a licitação para construção e operação ocorrerá no 1° semestre de 2010. A formação de um consórcio com operadores logísticos para disputar a concessão desse porto é uma possibilidade. Estamos conversando”.
PLANO B: “É continuar usando os terminais de Vale e CSN. É o ‘mercado’ que existe. Fica evidente que se trata de um oligopólio”.
PORTO PRÓPRIO: “A ArcelorMittal não renovou o contrato de opção para o porto da Brazore (da Adriana Resources), em novembro passado”.
FERROVIAS: “A privatização não dinamizou o transporte ferroviário. No caso do minério do SE, as concessões (FCA, EFVM e MRS) ficaram nas mãos de grupos interesse nas cargas transportadas. E passaram a usar as ferrovias como extensão de seus negócios, inclusive para prejudicar concorrentes.
A ANTT tem buscado soluções. O direito de passagem, em estudo pela agência é prioridade para nós. A distorção das tarifas é tão grande que nosso investimento em composições ferroviárias próprias (de US$ 50 milhões) retornaria em um ano”.
Custou caro

A crise com a noiva Joana doeu também no bolso de Adriano. Uma empresa de combustíveis contratara o craque como garotopropaganda de uma campanha de varejo. A sessão de fotos seria sexta passada, mas Adriano não apareceu. A empresa desistiu da ação, quando soube da confusão na Chatuba. Adriano deixou de ganhar R$ 400 mil.
Fla pirat

O Flamengo está sendo pressionado a agir contra a Fla Boutique. É que a rede de oito lojas, que se intitula loja oficial, não paga royalties ao rubro-negro. Já o contrato da Olympikus, prevê repasse anual mínimo de 10% sobre vendas líquidas. Calcula-se que a perda do clube seja de R$ 2,5 milhões por ano
Contra-ataque

Nos bastidores, comenta-se que Patricia Amorim, atual presidente, desistiu de ir à Justiça, como planejava a antiga administração. O Flamengo nega ter aberto mão dos royalties. Diz que negocia com a Fla Boutique e promete solução em dez dias.
Melhorou

A indústria mineira deu salto em janeiro. Faturou 19,98% sobre o 1omês de 2009, revelam os Indicadores Industriais, que a Fiemg divulga hoje. Sobre dezembro de 2009, houve alta de 2,13%.

A confiança do empresariado também cresceu. Robson de Andrade, presidente da Fiemg, festeja: “A indústria terá um grande ano em 2010”.
Ajuda ao Chile

A Endesa Brasil, controladora de Ampla (RJ) e Coelce (CE), enviou 60 eletricistas brasileiros ao Chile. Eles viajaram no fim de semana num avião da FAB.

São todos funcionários de empreiteiras que prestam serviço às distribuidoras. Vão atuar na reconstrução da rede de energia chilena, que foi destruída pelo terremoto
Sinal verde

Quatro empresas fluminenses e quatro cearenses atenderam ao pedido da holding. Do Rio, Compel, Medral, Soter e Gemon enviaram equipes; do Ceará, Cosampa, Creative, Loprese e Lumen.

A Aneel foi avisada e deu sinal verde à operação.
Tudo igual

A Ampla garante que o envio de eletricistas para o Chile não afetará os serviços no Rio. Os profissionais cedidos não estavam trabalhando para a empresa.

A Coelce diz o mesmo
Aliança no Sul

Subsidiárias da espanhola Endesa em Argentina, Colômbia e Peru também enviaram equipes ao Chile. De cada país, saíram 20 técnicos.
Quem vai

Leonam dos Santos Guimarães, assistente da presidência da Eletronuclear, servirá também à Agência Internacional de Energia Nuclear, até 2012. Vai integrar o Sagne, time de especialistas que assessora o diretor-geral da agência, Yukiya Amano.
A REDE de choperias Na Pressão abre mês que vem sua 1afranquia.

Ficará no Shopping Independência, em Juiz de Fora (MG). Com 450 m2, a filial custou R$ 700 mil. A rede tem seis lojas próprias, todas no Rio.
Compensação

O Inea nega que as compensações ambientais da siderúrgica ThyssenKrupp CSA incluam obras em sua sede. O deputado Marcelo Freixo (PSOL) cobrou explicações do órgão, com base em informações apresentadas ao Parlamento alemão. O Inea responderá que todos os recursos da CSA vão para parques e unidades de conservação estaduais.
Calorão

O calor escaldante da primavera-verão fez a Spirit bater recorde na venda de ventiladores de teto. De outubro de 2009 a fevereiro deste ano, a demanda saltou 300%. Somente da linha 202, a mais procurada, foram comercializadas 400 mil unidades. O otimismo persiste este mês. A previsão é vender o dobro de março de 2009.

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


Estados Unidos não deram escolha ao Brasil, diz Ricupero

FOLHA DE SÃO PAULO - 09/03/10

A decisão tomada pelo governo brasileiro de retaliar os EUA está correta, afirma Rubens Ricupero. "Não deixaram ao Brasil outra escolha. O país teve muita paciência no caso, mas os EUA não tiveram o mesmo empenho para chegar a uma solução", diz o diretor da Faculdade de Economia da Faap e ex-ministro da Fazenda.
Ontem, o governo divulgou a lista com os 102 itens que serão objeto de retaliação aos subsídios ilegais americanos aos produtores de algodão do país. "Pode ser que agora os EUA comecem a negociar", diz.
Segundo o ex-ministro, a retaliação não é o fim da estrada. "É uma maneira de levar a outra parte à negociação." Por outro lado, Ricupero afirma que, como resposta, os EUA podem tirar o Brasil do SGP (Sistema Geral de Preferências) -programa de isenção tarifária que beneficia as exportações brasileiras. "Mas seria errôneo, aprofundaria o problema."
Para Roberto Giannetti da Fonseca, diretor do departamento de relações internacionais e comércio exterior da Fiesp, a escolha brasileira foi dura, mas correta. "A medida do Brasil é dura, mas é pragmática. Todos os países da OMC precisam cumprir as decisões."
Fonseca, que se reuniu ontem com a iniciativa privada, diz que os setores envolvidos estão descontentes e que ainda estão em busca de uma negociação. Ele não acredita que os EUA estejam dispostos a contrarretaliar o Brasil. "Isso não seria bom para as relações entre os países e só azedaria mais uma situação que já está tensa."
MAIS CARTÕES 
A CSU, que distribui e desenvolve tecnologia em cartões, divulga crescimento com o produto e anuncia a criação de mais cinco produtos. A base de cartões da CSU, que era da ordem de 20,1 milhões em dezembro de 2008, passou para 24,3 milhões no mesmo mês do ano passado, segundo o presidente da companhia, Marcos Ribeiro Leite. A CSU já tem fechados novos acordos com varejistas e uma empresa na área de saúde. Os outros produtos ainda não podem ser divulgados, de acordo com Leite. O montante de cartões híbridos, que são os do varejo, como os cartões da marca de uma seguradora ou de um supermercado, era de 1,4 milhão há 12 meses, saltou para 3,16 milhões no período. O crescimento foi de 21,2% da base de cartões da CSU ante 11,9% do mercado. A expansão nos híbridos, por sua vez, foi de 125,7%. "Foi resultado de uma série de projetos nas áreas financeira e de varejo", diz Leite. "Há um espaço muito grande; está [apenas] começando esse crescimento." Leite diz que há um duplo valor na adoção pelo lojista do sistema de emissão de cartões, "ele torna fiel o comprador e é bom para o próprio cliente".
Produtos da Páscoa têm tributação alta 

A carga tributária que incide nos produtos usados ou consumidos na Páscoa continua elevada neste ano.
O vinho e o bacalhau são os campeões, com 54,7% e 43,8%, respectivamente, segundo estudo do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário).
Neste ano, o bombom teve leve aumento, passando de 37,6% no ano passado para 38%, igualando-se à tributação dos ovos de Páscoa.
A carga tributária sobre o papel celofane, usado para embrulhar os chocolates, também subiu, dos 34,5% para os atuais 35,2%.
Para o presidente do IBPT, João Eloi Olenike, a elevada carga tributária embutida nos produtos da Páscoa faz com que cada vez mais o consumo de chocolate seja seletivo, o que afasta a população de baixa renda desses produtos, em virtude dos altos preços praticados.
PAREM AS MÁQUINAS 
A antiga Redação do "New York Times", na rua 43, irá se transformar em um salão de boliche. O terceiro e o quarto andares do prédio, onde o "Times" foi escrito até 2007, receberão 50 pistas de boliche, além de restaurante, teatro e clube noturno. O jornal hoje funciona entre as ruas 40 e 41, num prédio assinado pelo renomado arquiteto italiano Renzo Piano.
CHURRASCO 
A partir de abril, os vinhos brasileiros poderão ser degustados em 40 das cerca de 200 churrascarias brasileiras existentes nos EUA. O potencial de comercialização é de US$ 1 milhão, diz Andreia Milan, do Wines From Brazil. "Essas churrascarias somam volume de compras médio anual de US$ 11,5 milhões. Se adquirirem 10% do volume, teremos mais de US$ 1 milhão."
SOMBRA
A ilha caribenha de Aruba recebeu 10.594 turistas brasileiros no ano passado, quantidade 21,1% superior à registrada em 2008, segundo o Aruba Tourism Authority, órgão local responsável pela promoção do turismo na ilha. Os dados colocam o Brasil na 8ª posição em número de visitantes, sendo os EUA líderes em emissão de turistas, com 528.104. Nos últimos cinco anos, a presença de brasileiros subiu de 6.000 para 10 mil.
SEGURO 
O deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) retomará hoje no Congresso Nacional a discussão sobre o projeto de lei nº 3.555/04, que prevê a primeira regulamentação do contrato de seguros no Brasil. O anteprojeto foi iniciativa do Instituto Brasileiro de Direito do Seguro, presidido pelo advogado Ernesto Tzirulnik.
com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK

FERNANDO DE BARROS E SILVA


Tremor e temor no Chile

FOLHA DE SÃO PAULO - 09/03/2010



Vitimado por uma das piores catástrofes de sua história, o Chile se viu nos últimos dias diante de turbulências sociais graves e inesperadas. O terremoto desencadeou saques em massa ao comércio, assaltos a residências, incêndios premeditados. "Todos roubaram de todos, não foi uma questão de classe social, todos protagonizaram o vandalismo", disse, num desabafo, a prefeita de Concepción, onde a devastação foi brutal.
Ontem, Michelle Bachelet estimava em cerca de US$ 2 milhões o valor dos produtos recuperados dos saqueadores. A presidente chilena se deixou filmar num ginásio tomado por TVs e máquinas de lavar, descarregadas ali por 35 caminhões cheios de mercadorias que a população devolveu "espontaneamente", depois da ameaça policial.
Com armas e paus, famílias ricas de Concepción improvisam barricadas e fazem vigília em condomínios para enfrentar eventuais intrusos. Na área rural, pessoas andam com espingardas na mão.
São cenas e relatos muito chocantes. Sobre eles, intelectuais e jornalistas chilenos têm feito reflexões bastante desiludidas, muitas das quais com boa dose de autoflagelo. A "coesão social" do país se revelou bem menos sólida do que se imaginava e a autoestima dos chilenos está profundamente abalada.
Ao mesmo tempo, Bachelet, criticada por não ter mobilizado o Exército desde o primeiro momento, relacionou os saques a "uma deterioração moral profunda", procurando separar anomia de carência social.
É difícil tirar conclusões no curso de um momento tão traumático e tumultuado, mas o apelo por ordem e autoridade cresceu no Chile.
O conservador Sebastián Piñera, eleito presidente após 20 anos da Concertação no poder, toma posse depois de amanhã. O país que vai assumir é diferente daquele que o elegeu. Tem suas perspectivas rebaixadas, mas, ao mesmo tempo, as demandas exacerbadas. Vejamos como a direita democrática vai lidar com a ferida social que herdou.

BENJAMIN STEINBRUCH


Tapas e beijos

FOLHA DE SÃO PAULO -  09/03/2010


Neste momento, o diálogo com os EUA sobre subsídios e retaliação será mais inteligente e produtivo que os safanões

OTEMA principal da visita ao Brasil da secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, na semana passada, foi a questão do Irã. O assunto é um dos mais complexos e delicados do atual momento da política internacional.
Prefiro observar que a visita também serviu para reacender o debate sobre as relações comerciais entre Brasil e EUA, que atravessam um péssimo momento.
Hillary defendeu a retomada do diálogo sobre as sanções comerciais que o Brasil foi autorizado a adotar contra os EUA pela Organização Mundial do Comércio. Esse contencioso surgiu em 2002, quando o Brasil fez queixa na OMC contra os subsídios americanos aos produtores de algodão, que prejudicavam e ainda prejudicam as exportações brasileiras. Depois de longa tramitação, a OMC deu ganho de causa ao Brasil e autorizou o país a retaliar os EUA com sanções de até US$ 800 milhões. O governo já preparou a lista dos bens sujeitos a sanções, mas deu um prazo de 30 dias para colocar as medidas em vigor. Foi uma boa iniciativa. O comportamento amigável que tem marcado os encontros públicos dos presidentes Lula e Barack Obama também pode pautar o comércio entre os dois países.
É preocupante observar a decadência do intercâmbio comercial bilateral, marcado não por superavit ou deficit, mas pelas seguidas reduções no valor total da corrente de comércio nos dois sentidos. Em 1989, esse valor representava 23% do comércio exterior brasileiro. Em 2009, passados 20 anos, caiu quase pela metade, para 12%. Parte dessa queda tem a ver com a crise global, mas, mesmo antes da crise, em 2007, o índice já havia baixado para 15%.
No ano passado, pela primeira vez desde que se contabilizam as exportações e as importações, os chineses superaram os americanos na corrente de comércio com o Brasil: o intercâmbio Brasil-China somou US$ 36,1 bilhões, e o Brasil-EUA, US$ 35,6 bilhões.
A ascendência dos chineses como grandes compradores de produtos brasileiros, principalmente commodities, é bem-vinda. Esse relacionamento foi muito importante na atual crise global para compensar as perdas que o país teve com a recessão euroamericana. De 2008 para 2009, a exportações para os EUA caíram 43%, enquanto as vendas para a China subiam 22%, praticamente ignorando a crise.
Mas o mercado americano, com ou sem crise, não pode ser negligenciado. Em 2009, ano de recessão, as importações dos EUA ainda atingiram quase US$ 2 trilhões. O Brasil precisa estar preparado para o momento em que o gigante consumidor se levantar e tudo indica que esse movimento já começou.
Em sua visita a Brasília, Hillary prometeu enviar ao país nos próximos dias uma missão para tratar de compensações comerciais para que o Brasil desista das retaliações decorrentes do contencioso do algodão. É uma boa hora para negociar. Os prejuízos do subsídio americano ao algodão continuam a sangrar o produtor brasileiro. Amparado pela OMC, o Brasil tem cartas na manga para cobrar compensações que o governo americano pode fazer sem autorização do Congresso. Por exemplo, a criação de um fundo para ajudar o produtor brasileiro a investir e combater pragas do algodão.
O país precisa buscar cada vez mais novos parceiros -a China é um deles. Mas não pode considerar secundária a manutenção de vigorosas relações comerciais com os EUA. Para isso, neste momento, o diálogo será mais inteligente e produtivo que os safanões.

PAUL KRUGMAN


Um espelho irlandês


O Estado de S. Paulo - 09/03/2010
Todo mundo tem uma teoria sobre a crise financeira. Teorias que vão das absurdas às plausíveis - alegação que os democratas liberais de alguma maneira forçaram os bancos a emprestar para pessoas sem condições (mesmo com os republicanos no controle do Congresso) até a crença de que instrumentos financeiros exóticos é que fomentaram a confusão e a fraude. Mas o que sabemos de fato? Bem, de certa maneira, só a dimensão da crise foi útil, no mínimo, para a pesquisa. Podemos analisar aqueles países que evitaram o pior, como o Canadá, indagando o que eles fizeram certo - como limitar o endividamento, proteger os consumidores e, sobretudo, não se deixar levar por uma ideologia que nega qualquer necessidade de regulamentação. Podemos também estudar aqueles países cujas políticas e instituições financeiras pareciam muito diferentes das dos Estados Unidos, mas também foram atingidos, e tentar encontrar as causas comuns. Então, vamos falar da Irlanda.


Como destacaram os economistas irlandeses Gregory Connor, Thomas Flavin e Brian O" Kelly , num estudo por eles elaborado, "quase todos os aparentes fatores que provocaram a crise nos EUA estão ausentes no caso da Irlanda", e vice-versa. Mesmo assim, a maneira como a crise se formou na Irlanda foi muito semelhante: uma enorme bolha imobiliária - os preços subiram mais em Dublin do que em Los Angeles ou Miami - seguida de uma grande quebra de bancos, só contida por meio de um enorme pacote de socorro financeiro.


Então, o que temos em comum? Os autores do estudo sugerem quatro "causas profundas". Em primeiro lugar, houve uma exuberância irracional: em ambos os países os que compraram e os que financiaram estavam convencidos que os preços dos imóveis, embora nas alturas pelos padrões históricos, continuariam a subir.


Em segundo lugar, houve uma enorme entrada de dinheiro barato. No caso dos EUA, grande parte desse dinheiro barato veio da China; no caso da Irlanda, veio principalmente da zona do euro.


Em terceiro, os principais envolvidos tinham um incentivo para assumir riscos enormes porque, se fosse "cara" eles ganhariam, "coroa" seriam os outros que perderiam. Na Irlanda, o risco moral foi muito pessoal: "diretores de bancos sem caráter se aposentaram com suas grandes fortunas intactas". O que ocorreu também nos EUA.


Mas a semelhança mais surpreendente entre Irlanda e EUA foi a "imprudência regulatória": as pessoas encarregadas de manter os bancos seguros não fizeram seu trabalho. Na Irlanda, os órgãos reguladores fizeram vista grossa


Aqui isso também ocorreu, mas o maior problema foi a ideologia. Na verdade, os autores do estudo interpretaram esse aspecto erroneamente, dando ênfase à maneira como os políticos dos EUA celebravam o ideal da casa própria; de fato, eles fizeram muitos discursos nesse sentido, mas isso não surtiu muito efeito sobre os incentivos oferecidos pelas instituições de empréstimo.


O que realmente teve importância foi o fundamentalismo do livre mercado. Foi o que levou Ronald Reagan a declarar que a desregulamentação do mercado resolveria os problemas das instituições de poupança e Alan Greenspan a insistir que a proliferação dos derivativos tinham, sim, fortalecido o sistema financeiro. Foi graças a essa ideologia que os órgãos reguladores ignoraram os riscos que iam se avolumando.


Assim, o que podemos aprender com a maneira como a Irlanda, com instituições tão diferentes, foi afetada por uma crise financeira similar à dos EUA? Sobretudo, que temos de nos concentrar tanto nos reguladores como nos regulamentos. Por todos os meios, precisamos limitar não só o endividamento como o uso da securitização. Mas essas medidas não valerão nada se não forem aplicadas e supervisionadas por pessoas que sabem que é seu dever dizer não a banqueiros poderosos. É por isso que precisamos de uma agência independente de proteção dos consumidores de serviços financeiros.


E, além disso, precisamos mudar totalmente nossa atitude, reconhecendo que permitir que os banqueiros façam o que quiserem é receita para o desastre. Se isso não ocorrer, significa que não conseguimos aprender com a história recente - e estaremos condenados a repeti-la.

MÍRIAM LEITÃO


Meninas, eu vi
O GLOBO - 09/03/10

Cem pontos nos afastam da nossa vizinha Argentina em termos de representação de mulheres no parlamento. No ranking mundial, ela é o 11opaís no mundo, com 36% do Congresso ocupado por mulheres; o Brasil perde de goleada: é o 111o, com apenas 9%. Esse é um dos vários lados desse vasto assunto, no qual cabe metade do mundo e interessa à outra metade.

Esse ângulo da questão da mulher é o que o professor José Eustáquio Diniz Alves chama de “déficit democrático”.

José Eustáquio, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas, a Ence do IBGE, me mandou esse impressionante ranking com o qual preparei uma pequena lista para a ilustração abaixo.

O Brasil está entre os piores. Ganha dos dez países que empataram no 141olugar, com 0% de mulheres no parlamento, entre eles, a Arábia Saudita.

Há várias outras questões dentro dessa inquietante questão. O IBGE registrou uma pequena queda da diferença salarial entre homens e mulheres, agora as mulheres ganham 72% do que os homens ganham. Há uma tese de que o que explica a diferença de salário entre homens e mulheres é que elas têm carga horária menor. Os dados do IBGE mostram, sim, que essa diferença é de 4,6 horas semanais, mas evidentemente não é isso que explica a desigualdade.

O professor José Eustáquio acha que é preciso levar em consideração os dados da menor carga horária, na hora de calcular a desigualdade salarial, para não acusar o mercado de trabalho de produzir mais desigualdade do que normalmente produz. Mas ele acha que as mulheres muitas vezes são levadas ao trabalho com uma carga horária menor porque o trabalho doméstico e o cuidado com os filhos estão quase inteiramente sobre seus ombros: — Está sendo feita uma revolução no mercado de trabalho, mas não está ocorrendo uma revolução nos lares. Está havendo uma feminilização da economia, mas não está havendo uma masculinização do serviço doméstico.

O estranho no Brasil é que quanto maior é a escolaridade, maior é a diferença salarial entre homens e mulheres. No grupo com curso superior completo, as mulheres ganham 62% do que os homens ganham.

Quando o percentual é para toda a sociedade, é de 72%. E isso acontece apesar de ser menor a diferença de carga horária exatamente nessa faixa com mais escolaridade.

Na faixa de trabalhadores com 11 anos ou mais de estudo, há mais mulheres do que homens. Isso deixa mais evidente a discriminação que impede a mulher de chegar no topo das suas carreiras, tanto no setor público, quanto no setor privado.

— O acesso ao emprego público se dá por concurso, e isso neutraliza qualquer discriminação, mas quando se analisa os empregos com DAS (cargos em comissão), o percentual de mulheres vai caindo na proporção que o DAS vai subindo — diz o professor.

A revista “Economist” publica uma capa assustadora sobre a morte de meninas, ou aborto de meninas, em vários países do mundo, causados pela mistura perigosa do preconceito e da redução do tamanho das famílias. Na Índia e na China, as estatísticas mostram 120 meninos nascidos por 100 meninas.

Normalmente, a natureza equilibra, e o percentual de meninos e meninas é praticamente o mesmo. Na China, na geração que nasceu em 1980, era 108 por 100. E agora já é 124 por 100. Em algumas províncias chinesas, chega a ser 130 por 100. Não estão deixando as meninas nascerem e esse desequilíbrio na população é crescente e tem provocado problemas sociais graves, segundo a “Economist”. “A destruição é pior na China, mas tem se espalhado muito mais além. Há distorções de proporção entre homens e mulheres em outros países do leste da Ásia, incluindo Taiwan e Cingapura, países ex-comunistas, nos Bálcãs ocidentais e no Cáucaso, e até em algumas partes da população americana, como as de origem chinesa e japonesa.” A revista criou a expressão “gendercide”, para definir esse extermínio de um gênero, que ela acha que pode chegar a 100 milhões. “O gendercídio existe em quase todos os continentes.” Meninas, eu vi. Vi muito avanço das mulheres nos últimos anos. Na minha vida profissional, elas foram de 18% para 44% do mercado de trabalho brasileiro.

Mudaram valores. Conquistaram tanto. Ganharam até o Oscar de direção.

Fizeram uma guerra ao terror da discriminação. Mas, meninas, ainda há muita briga pela frente.

PEDRO LEITÃO DA CUNHA


Política externa coletiva

O GLOBO - 09/03/2010



A recém-divulgada ideia do PT de que um conselho deveria ser criado para orientar o Itamaraty na política externa brasileira deixou a maioria dos observadores atônitos. Primeiro, quanto ao objetivo de tal iniciativa; segundo, quanto aos aspectos práticos decorrentes desta original ideia.

Como hipótese inicial, presumimos que tal providência retiraria do presidente da República sua prerrogativa na determinação da política externa brasileira.

Não sendo esta a intenção, o proposto conselho supervisionaria a execução da política externa brasileira, a real função do Itamaraty.

A ser verdadeira a primeira opção, nada impede que o presidente se aconselhe com quem bem entender, e no momento, senão um conselho, Luiz Inácio Lula da Silva se aconselha com Marco Aurélio Garcia. Ainda que mal (vide Chávez, o incontrolável; vide Zelaya o descartável).

Optando-se pela segunda hipótese, resta saber qual a composição de tal conselho, e qual a relação hierárquica deste em relação ao ministro das Relações Exteriores. Se criado, presume-se que seria formado por pessoas de substancial conhecimento, mas em que áreas? Em geopolítica, em comércio internacional, em assuntos militares, em estratégia, em história, em direito internacional, em economia? Ou teremos sindicalistas, próceres políticos, teólogos socialistas, cabos eleitorais, “coronéis” regionalistas e ex-guerrilheiros? Solucionadas tais questões, prudente tornar-se-ia a análise de nossa política externa, tanto quanto sua eficiência quanto a respeito de sua eficácia, para que fique clara a necessidade de criar-se tal órgão.

Tanto num quesito quanto no outro, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro tem se destacado ao longo das décadas de sua existência.

A eficiência da máquina ministerial tem sido objeto de admiração internacional, ainda que recentes alterações, tanto no currículo dos novos diplomatas como na expansão exagerada de novas contratações e representações no exterior, tenham minado a tradicional qualidade de seu quadro. Mesmo assim, comparando-se com os quadros de países desenvolvidos, o diplomata brasileiro exibe, por norma, admirável atuação. Sua eficácia se revela no domínio das complexidades que envolvem as relações entre os mais diversos países, que garantem à nação uma cobertura internacional, bem como uma infraestrutura interna de suporte.

Quanto à eficácia da política externa, esta depende, em grande parte, dos objetivos determinados pela Presidência e seus assessores, com sua execução a cargo do chanceler. Sem dúvida tais objetivos oscilam de acordo com as preferências do presidente em exercício, as quais tornarão possível ou impossível a consecução dos objetivos estabelecidos. Por exemplo, a busca do assento do Conselho de Segurança impõe uma convergência mais acentuada, indesejada pelo presidente, com a política externa americana.

Sem voto americano não há espaço para o Brasil no Conselho de Segurança. Existe, pois, uma contradição de objetivos, imposta de cima para baixo, que não seria remediada pela existência do propalado conselho.

Observa-se, sob exame destas realidades, que para o sucesso da diplomacia brasileira é necessária uma cristalina cadeia de comando, onde o presidente, assessorado pelos conselheiros que possa convocar, desenvolva a política externa, concedendo ao chanceler a missão de executá-la sem interferência espúria. A intromissão de outras instâncias de poder e influência entre o chefe do Executivo e o Itamaraty apenas servirá para diluir a clareza dos objetivos e a eficácia de sua implementação.

DEMÉTRIO MAGNOLI


O jornalismo delinquente
FOLHA DE SÃO PAULO - 09/03/10

Demóstenes disse o que está nos registros históricos. Os repórteres a serviço de uma doutrina tentam fazer da história um escândalo


AS PESSOAS , inclusive os jornalistas, podem ser contrárias ou favoráveis à introdução de leis raciais no ordenamento constitucional brasileiro. Não é necessário, contudo, falsear deliberadamente a história como faz o panfleto disfarçado de reportagem publicado nesta Folha sob as assinaturas de Laura Capriglione e Lucas Ferraz ("DEM corresponsabiliza negros pela escravidão", Cotidiano, 4/3).
A invectiva dos repórteres engajados contra o pronunciamento do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) na audiência do STF sobre cotas raciais inscreve no título a chave operacional da peça manipuladora.
O senador referiu-se aos reinos africanos, mas os militantes fantasiados de repórteres substituíram "africanos" por "negros", convertendo uma explanação factual sobre história política numa leitura racializada da história.
Não: ninguém disse que a "raça negra" carrega responsabilidades pela escravidão. Mas se entende o impulso que fabrica a mentira: os arautos mais inescrupulosos das políticas de raça atribuem à "raça branca" a responsabilidade pela escravidão.
Num passado recente, ainda se narrava essa história sem embrulhá-la na imaginação racial. Dizia-se o seguinte: o tráfico atlântico articulou os interesses de traficantes europeus e americanos aos dos reinos negreiros africanos. Isso não era segredo ou novidade antes da deflagração do empreendimento de uma revisão racial da história humana com a finalidade bem atual de sustentar leis de divisão das pessoas em grupos raciais oficiais.
Demóstenes Torres disse o que está nos registros históricos. Os repórteres a serviço de uma doutrina tentam fazer da história um escândalo.
O jornalismo que abomina os fatos precisa de ajuda. O instituto da escravidão existia na África (como em tantos outros lugares) bem antes do início do tráfico atlântico. Inimigos derrotados, pessoas endividadas e condenados por crimes diversos eram escravizados. A inexistência de um interdito moral à escravidão propiciou a aliança entre reinos africanos e os traficantes que faziam a rota do Atlântico. Os empórios do tráfico, implantados no litoral da África, eram fortalezas de propriedade dos reinos africanos, alugadas aos traficantes.
O historiador Luiz Felipe de Alencastro, convocado para envernizar a delinquência histórica dos repórteres ("África não organizou tráfico, diz historiador"), conhece a participação logística crucial dos reinos africanos no negócio do tráfico. Mas sofreu de uma forma aguda e providencial de amnésia ideológica ao afirmar, referindo-se ao tráfico, que "toda a logística e o mercado eram uma operação dos ocidentais".
Os grandes reinos negreiros africanos controlavam redes escravistas extensas, capilarizadas, que se ramificavam para o interior do continente e abrangiam parceiros comerciais estatais e mercadores autônomos. No mais das vezes, a captura e a escravização dos infelizes que passaram pelas fortalezas litorâneas eram realizadas por africanos.
Num livro publicado em Londres, que está entre os documentos essenciais da história do tráfico, o antigo escravo Quobna Cugoano relatou sua experiência na fortaleza de Cape Coast: "Devo admitir que, para a vergonha dos homens de meu próprio país, fui raptado e traído por alguém de minha própria cor". Laura e Lucas, na linha da delinquência, já têm o título para uma nova reportagem: "Negros corresponsabilizam negros pela escravidão".
O tráfico e a escravidão interna articulavam-se estreitamente. No reino do Ndongo, estabelecido na atual Angola no século 16, o poder do rei e da aristocracia apoiava-se no domínio sobre uma ampla classe de escravos.
No Congo, a população escrava chegou a representar cerca de metade do total. O reino Ashanti, que dominou a Costa do Ouro por três séculos, tinha na exportação de escravos sua maior fonte de renda. Os chefes do Daomé tentaram incorporar seu reino ao império do Brasil para vender escravos sob a proteção de d. Pedro 1º.
Em 1840, o rei Gezo, do Daomé, declarou que "o tráfico de escravos tem sido a fonte da nossa glória e riqueza".
Em 1872, bem depois da abolição do tráfico, o rei ashanti dirigiu uma carta ao monarca britânico solicitando a retomada do comércio de gente.
O providencial esquecimento de Alencastro é um fenômeno disseminado na África. "Não discutimos a escravidão", afirma Barima Nkye 12, chefe supremo do povoado ganês de Assin Mauso, cuja elite descende da aristocracia escravista ashanti. Yaw Bedwa, da Universidade de Gana, diagnostica uma "amnésia geral sobre a escravidão".
Amnésia lá, falsificação, manipulação e mentira aqui. Sempre em nome de poderosos interesses atuais.
DEMÉTRIO MAGNOLI, sociólogo, é autor de "Uma Gota de Sangue - História do Pensamento Racial" (SP, Contexto, 2009).

ELIANE CANTANHÊDE


Redescobrindo o Brasil
FOLHA DE SÃO PAULO - 09/03/10


ESTOCOLMO - O mundo demorou, mas finalmente descobriu o Brasil, país com 8,5 milhões de quilômetros quadrados, 190 milhões de habitantes, economia pujante e emergente e que passou por FHC ("Mr. Cardoso"), com sua visão estratégica e charme intelectual, e chegou a Lula, com sua impactante biografia e desenvoltura política.
Essas condições, já muito boas, estão sendo potencializadas por três circunstâncias:
1) Itália, Alemanha e Suécia são bons exemplos de como o resto da Europa corre atrás do prejuízo, depois que a tal "aliança estratégica" já rendeu negócios de R$ 22 bi para a França e pode render ainda mais uns R$ 10 bi na área de defesa;
2) Japão e Coreia do Sul trazem caravanas de empresários, tentando convencer governo e correspondentes brasileiros de que a Ásia vai além da China, que está por toda a parte, agressivamente;
3) E todos, França, Itália, Alemanha, Espanha, Suécia, Japão, China, Coreia e EUA, miram a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016. Serão bilhões em estádios, indústria hoteleira, comunicações, ônibus, metrôs, trens, segurança, limpeza.
Nessa corrida, intensificam-se o marketing e o foco na tradição de relações comerciais e culturais. O ministro do Exterior da Alemanha, Guido Westerwelle, está hoje em Brasília com o trunfo de que o maior comércio do Brasil na Europa é com os alemães. O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, que está enrolado com a política interna e já adiou duas vezes a sua viagem, invoca a fortíssima colônia italiana em São Paulo e no Sul. Os reis da Suécia, Carl Gustaf e Sílvia, chegam no dia 21 lembrando a origem brasileira dela e as mais de 200 grandes empresas suecas que já investem no Brasil há décadas.
É a lei do mercado: quanto mais disputam o Brasil, mais o Brasil pode barganhar preços, condições e contrapartidas. Se conseguir superar a corrupção e a miséria, melhor ainda. Mas isso vai demorar...

LUIZ GARCIA


Até o retrato some
O GLOBO - 09/03/10

O presidente Lula desmentiu, outro dia, a notícia de que estaria disposto a se licenciar do mandato para cuidar exclusivamente da campanha de Dilma Rousseff à sua sucessão.

Desmentido inevitável, obrigatório.

Caso Lula reconhecesse abertamente que a candidata não parece ir longe com suas próprias pernas estaria confessando dois fracassos: o dela e o seu. Principalmente o seu. Raras vezes na história recente do país viu-se uma candidatura tão intimamente associada à vontade do presidente em exercício e tão distante, na origem, dos quadros e das cabeças importantes do partido no poder. Na carreira política, Dilma nasceu no PDT, partido aliado, mas de forma alguma irmão do PT. Não há grande exagero em dizer que foi escolhida herdeira do mandato de Lula simplesmente porque ele quis.

O que não se sabe é se o presidente ungiu a possível sucessora unicamente devido a qualidades pessoais que descobriu nela, ou porque não encontrou nome desejável — ou simplesmente digerível — nos quadros de seu próprio partido, debilitado por escândalos diversos. Principalmente, mas não unicamente, o do mensalão, que jogou na lata de lixo as ambições do candidato a príncipe herdeiro José Dirceu. Se o sucessor não pode ser PT, que diferença faz que seja mulher? De fato, a principal virtude de Dilma parece ser mesmo o fato de que até agora não teve seu nome associado a qualquer das estripulias praticadas por nomes históricos do PT. Como também não faz parte da história do sindicalismo brasileiro, em qualquer capítulo que mencione as lutas do partido.

Se for eleita, será uma vitória política quase que pessoal de Lula.

Principalmente se ninguém puder dizer que ele precisou largar o Planalto para carregar sua escolhida no colo, meses e meses, pelo país a fora.

Fora isso, independentemente de quanto pesar nas urnas a participação do presidente na campanha, ninguém pode prever como evoluirão as relações entre Lula e Dilma. Os mais cínicos da plateia — e apenas eles, naturalmente — talvez imaginem que é sempre assim: a cada dia que passa a criatura se distancia um pouco do criador, até que dele reste apenas o retrato na parede.

PAINEL DA FOLHA

De mulher pra mulher 


Renata Lo Prete 


Folha de S.Paulo - 09/03/2010
A Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, subordinada diretamente à Presidência da República e chefiada pela petista Nilcéa Freire, fará licitação de R$ 1 milhão para contratar instituto ou fundação que realize pesquisas durante a campanha eleitoral. Segundo o edital, trata-se de acompanhar os movimentos do eleitorado feminino. Além de pesquisas, o pacote inclui análise de materiais de campanha ("inclusive sites e blogs dos candidatos").

A secretaria diz ter decidido bancar as pesquisas por se tratar de um "processo eleitoral único, no qual há candidatas mulheres com boa margem de intenção de voto" -em especial a do governo, Dilma Rousseff.

Ferramenta
O edital prevê ainda que o instituto monitore o comportamento da mídia durante a campanha e analise debates entre os candidatos.

Escalação 1
O núcleo da campanha de Dilma terá o reforço de Clara Ant, uma das mais próximas assessoras de Lula. Ela ajudará a candidata a se preparar para debates, reuniões e entrevistas.

Escalação 2
Outro que se despedirá do Executivo para se engajar na campanha é Giles Carriconde Azevedo, secretário-adjunto da Casa Civil. Fiel escudeiro da ministra, ele cuidará de sua agenda.

Pelas beiradas
Já o PT "não-palaciano" tenta emplacar o secretário de Organização do partido, Paulo Frateschi, no núcleo da campanha. Outro nome cogitado é o do deputado José Eduardo Cardozo, secretário-geral petista, caso ele concretize a intenção de não buscar novo mandato.

Efeito Vaccari
No entorno da ministra, há quem sonhe em encontrar um empresário formalmente desvinculado do PT para assumir a tesouraria da campanha. Lula tentou a mesma manobra em 2006, mas ninguém com tal perfil aceitou a tarefa.

Costura
Tudo caminha para que o ex-tucano Fabio Feldman seja o candidato do PV ao governo de São Paulo, garantindo a Marina Silva um palanque no maior colégio eleitoral do país.

Sacudido
Em pleno calvário do DEM, o ex-governador de Sergipe João Alves alcançou 37,6% das intenções de voto, contra 42,6% do atual ocupante do cargo, Marcelo Déda (PT), em pesquisa encomendada pelo jornal "Cinform" e realizada entre 23 e 25 de fevereiro.

Conclave
Os ministros do Supremo Tribunal Federal elegem amanhã seu próximo presidente. Pelo sistema vigente na Corte, o substituto de Gilmar Mendes será Cezar Peluso, e o vice, Carlos Ayres Britto. A transmissão de cargo acontecerá em 23 de abril.

Entre nós 1
Na tentativa de resolver "na base do diálogo" a questão do veto imposto pelo TSE às chamadas doações ocultas de campanha, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), pretende agendar visita ao tribunal.

Entre nós 2
Um grupo de deputados articula entrar com ação coletiva no Supremo contestando as novas regras. Eles alegam dificuldades para tentar restabelecer as doações "no escuro" por meio de projeto de lei, pois o prazo para mudanças, segundo o tribunal eleitoral, já se encerrou.

Com escolta
Preso por suspeita de tentativa de suborno no DF, o suplente de deputado distrital Geraldo Naves propôs ir de camburão à Câmara Legislativa para tomar posse da cadeira herdada de Júnior Brunelli (PSC).

Agenda
Será na próxima terça-feira, dia 16, a partir das 19h, na Cultura do Conjunto Nacional, o lançamento paulistano do livro "Diário de Bordo - A Viagem Presidencial de Tancredo", do ex-ministro Rubens Ricúpero.

Tiroteio 
"É como se a Dilma assinasse um samba-enredo sem ter contribuído nem com a música nem com a letra."

Contraponto

Audiência explosiva 

Samuel Pinheiro Guimarães, secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência, esteve na quarta-feira passada no Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara para falar sobre os programas espacial e nuclear.

Ele explicava aos deputados que o Brasil tem tecnologia para enriquecer urânio, e detalhava:

-A 4%, para produção de energia, a 20%, de fármacos...

Alguém no auditório se interessou pela bomba atômica:

-A 90%- respondeu Guimarães.

Outro quis saber se o Irã já poderia produzi-la:

-Isso eu não sei...

E Paulo Teixeira (PT-SP) emendou, brincando:

-Foi a Hillary que nos pediu para fazer essa pergunta...

MÔNICA BERGAMO

Sem fim  


Folha de S.Paulo - 09/03/2010
Confusão à vista na Valepar, que controla a Vale: um tribunal arbitral reconheceu o direito de um dos sócios, a Eletron, do grupo Opportunity, de receber ações da holding que hoje estão nas mãos dos fundos de pensão e da Bradespar (leia-se Bradesco). Isso significa que a participação do grupo de Daniel Dantas na Valepar pode passar de cerca de 0,03% para 2% da empresa.

CALCULADORA
O juízo arbitral ainda não definiu a quantidade de ações que o Opportunity deveria receber nem o valor que precisaria desembolsar por elas. O grupo calcula ter o direito de comprar 37 milhões de ações por R$ 100 milhões. Os sócios dele na Valepar já demonstram insatisfação com a decisão (entre outras coisas, acreditam que as ações valham cerca de R$ 2 bilhões). E podem recorrer à Justiça pedindo que ela decrete a nulidade do que foi decidido pelo juízo arbitral.

LEI DO SILÊNCIO
A ação que contrapõe o Opportunity aos fundos e à Bradespar tramita sob sigilo de justiça numa câmara arbitral presidida por Francisco Rezek, ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), e integrada por Gustavo Tepedino e Mario Sergio Duarte Garcia. Por causa do sigilo, os advogados das partes não se manifestam.

COMO SEMPRE
Antônia Gonçalves, a dona Antônia, célebre secretária do ex-presidente Tancredo Neves e tida como uma das mulheres mais influentes daquele período, deu um raro depoimento sobre ele para o cineasta Silvio Tendler, que dirige o documentário "Tancredo - A Travessia". Manteve, no entanto, a discrição de sempre.

Só falou de aspectos públicos de seu trabalho com o ex-presidente e se referiu a ele o tempo todo como "doutor Tancredo".

VIAGEM COM BISTURI
São Paulo vai abrigar, em agosto, um encontro para desenvolver o "turismo médico" no Brasil. A indústria é sustentada por pessoas que viajam para se tratar fora do país em que vivem e estima-se que movimente US$ 60 bilhões no mundo. O evento, batizado de Medical Travel Meeting Brazil, vai apresentar os hospitais brasileiros com certificações internacionais para planos de saúde e de seguros estrangeiros.

LEITO VAZIO
Segundo dados do Ministério do Turismo, 180 mil estrangeiros vieram ao Brasil buscando tratamento médico nos últimos três anos.

VIVA O CAPÃO
De Netinho de Paula, pré-candidato ao Senado paulista pelo PC do B, sobre o filme "Bróder", que mostra a vida no Capão Redondo: "Finalmente, São Paulo tem o seu "Cidade de Deus'". O vereador assistiu a uma pré-estreia do longa de Jeferson De ao lado do ministro do Esporte, Orlando Silva, em uma produtora de São Paulo no final de semana.

EX-GGG
Do publicitário Nizan Guanaes ao se encontrar com o apresentador Fausto Silva há alguns dias: "Você está um gato!" Faustão, que emagreceu 32 quilos graças a uma cirurgia de redução de estômago, respondeu: "Há seis meses, você me chamaria de elefante".

O publicitário, que também fez a cirurgia, emendou: "Nós dois éramos uma manada".

EM PRIMEIRO LUGAR
Vanessa da Mata faz show no dia 30 de abril, no Via Funchal, com participação de Maria Gadú e Mallu Magalhães. A apresentação faz parte do projeto Mulheres Brasileiras.

COM A MÃO NO BOLSO
A prisão do governador José Roberto Arruda, do DF, estimulou a criatividade de quem espalha vírus pela internet. Circula na rede e-mail "informando" que ele está detido em uma "suíte presidencial com mulheres" e convidando o internauta a assistir a um vídeo, "feito com câmera escondida", das cenas. "Repare aonde [sic] está a mão dele", adverte o falsário, antes de passar a mão nas senhas e dados de quem acreditar na mensagem fajuta.

A MELHOR E A PIOR
Vencedora, ao mesmo tempo, do Oscar de melhor atriz, por "Um Sonho Possível", e do prêmio Framboesa de Ouro de pior intérprete, por "Maluca Paixão", Sandra Bullock diz que vai guardar as duas estatuetas juntas. "Nada me deixa ficar muito convencida, e eu gosto disso porque mantém as coisas estáveis. As duas vão ficar lado a lado numa prateleira. Ou, talvez, a Framboesa fique numa outra prateleira, mais embaixo", disse a atriz à revista americana "OK!".

CURTO-CIRCUITO
O FILME "Histórias de Amor Duram 90 Minutos", de Paulo Halm, tem pré-estreia hoje, às 21h30, no Unibanco Artplex.

A GALERIA Luisa Strina inaugura exposição hoje, às 19h, com obras dos artistas Matias Duville e Jorge Pedro Núñez.

O CANTOR Lucas Santtana e a banda Seleção Natural fazem show gratuito na quinta, às 19h30, no Sesc Consolação. Livre.

A GRIFE feminina Pelu realiza o lançamento da coleção de inverno hoje, a partir das 10h, na loja da alameda Lorena.

A BANDA Lotus se apresenta hoje, às 23h30, no clube Na Mata Café, no Itaim Bibi. Classificação etária: 18 anos.

ANETTE E MARCEL RIVKIND lançam o terceiro número da revista "Vida & Estilo" hoje, às 10h, na loja Breton Actual.