terça-feira, fevereiro 09, 2010

AUGUSTO NUNES

VEJA ON-LINE

FHC merece adversários menos boçais e aliados mais corajosos

9 de fevereiro de 2010

“Para ganhar sua guerra imaginária, o presidente distorce o ocorrido no governo do antecessor, autoglorifica-se na comparação e sugere que se a oposição ganhar será o caos”, constata Fernando Henrique Cardoso já no primeiro parágrafo do artigo publicado no domingo. O que faz o governo Lula para “desconstruir o inimigo”?, pergunta-se linhas adiante. A resposta resume a tática que o pastor ensinou ao rebanho: “Negando o que de bom foi feito e apossando-se de tudo que dele herdaram como se deles sempre tivesse sido”.

Surpreendida pela contundência do ex-presidente, que desmontou com menos de mil palavras vigarices reiteradas há sete anos, a matilha companheira foi à luta, desta vez sem o comandante. Como faz sempre que sabe com quem está falando, Lula achou melhor perder a voz. Enquanto ensaia o que dizer, falarão por ele os sarneys e os dirceus, os jucás e os berzoinis, os renans e os vaccarezzas, as dilmas e as idelis, os tarsos e os mercadantes, os destaques e os figurantes do elenco de filme de terror.

Não falarão por Fernando Henrique os aliados, incapazes sequer de compreender que, mais que um artigo-manifesto, acabam de ganhar a segunda parte do roteiro para a montagem do discurso que, segundo Lula, a oposição não tem. A primeira foi publicadoa há três meses, no artigo com o título “Para onde vamos?”. O texto demonstra que o autoritarismo popular instituído por Lula pode desembocar, num Brasil presidido por Dilma Rousseff, no que qualificou de “subperonismo”.

A previsão foi confirmada em dezembro pela aparição do Programa Nacional de Direitos Humanos. Nenhum tucano associou o artigo ao documento, que pretende chegar ao futuro pela estrada que termina no século 19. Se o horizonte próximo o inquieta, Fernando Henrique se mostra sem medo do passado, título do segundo artigo. Discurso, portanto, a oposição já tem. Falta agora descobrir que tem. Falta criar coragem para pronunciá-lo. Falta o candidato que tem jeito de candidato, modos de candidato, cara de candidato e vontade de ser candidato dizer que é candidato.

Tolerante, bem-humorado, substantivamente democrata, Fernando Henrique merecia adversários menos boçais e aliados mais corajosos. Há algo de muito errado com os partidos de oposição quando um grande governante tem de recordar ele próprio o muito que fez. Há algo de muito estranho quando FHC tenta impedir, sem a solidariedade ativa dos militantes, que se consume outra morte da verdade, sucessivamente assassinada desde janeiro de 2003.

Há mais de sete anos, patrulhas federais se valem da meia verdade ou da mentira grosseira para transformarem em herança maldita um legado de estadista. A cada avanço dos vendedores de fumaça corresponde uma rendição sem luta do PSDB, do DEM e do PPS. A oposição vive comprando como verdades milenares as mentiras que o governo vende. Lula, que precisou do segundo turno até para vencer Geraldo Alckmin, virou um imbatível campeão de votos. FHC, que o surrou duas vezes no primeiro turno, é apresentado como má companhia eleitoral.

Depois da vaia no Maracanã, Lula só testa a popularidade em institutos de pesquisa. Mas ficou estabelecido que ninguém foi tão amado desde Tomé de Sousa. Fernando Henrique anda pelas ruas sozinho entre cumprimentos e saudações da gente anônima,, foi mais de uma vez aplaudido no Viaduto do Chá. O Planalto espalhou que o país inteiro gostaria de vê-lo na guilhotina. A oposição acredita. É o Brasil.

As reações ao artigo escancararam o abismo existente entre a tibieza da oposição oficial e o ânimo combatente dos incontáveis brasileiros inconformados com a Era Lula que se movem e se agrupam na internet. Centenas de milhares de adversários do governo transformaram o artigo em bandeira e se juntaram à ofensiva de FHC. Sabem que não se ganha uma eleição sem confrontos nem se chega ao poder com mesuras. Sabem que disputa presidencial não é concurso de biografias, e que não é possível ser tão gentil com seitas primitivas.

Por tudo isso, aceitaram com entusiasmo o repto do Planalto. Lula quer uma disputa plebiscitária, certo? Por que não começar com um debate público entre Lula e Fernando Henrique? Pelo falatório governista, seria o duelo entre o pai dos pobres e o grande satã neo-liberal. É uma simplificação perigosa. Uma coisa é discursar num palanque, cercado de amigos que agem como meninas de auditório, sob os olhos de plateias amestradas. Outra é expor-se ao contraditório, à réplica, ao aparte. Lula foge de entrevistas com jornalistas independentes como o vampiro do crucifixo. Vai precisar de coragem para enfrentar um adversário que tem razão

CELSO MING

Chega pra lá


O Estado de S. Paulo - 09/02/2010

Ontem, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Tim Geithner, desautorizou uma das mais importantes agências de classificação de risco, a Moody"s, ao afirmar, em entrevista à rede de TV norte-americana ABC, que jamais os títulos de dívida do Tesouro do país (T-bonds, também conhecidos por treasuries) perderão o rating AAA (cotação máxima).

Até aí já havia rolado uma longa história. Quinta-feira, em relatório, a Moody"s avisou que os T-bonds corriam o risco de serem desclassificados em consequência da forte deterioração fiscal dos Estados Unidos.

A Moody"s é uma dessas agências que se encarregam de examinar a qualidade de um título. Seu objetivo é avaliar as condições que tem uma dívida de ser paga pelo devedor no dia do vencimento, de acordo com os termos de contrato.

É perfeitamente compreensível que a mais importante condição que um devedor tem de honrar seus compromissos de dívida seja a saúde de suas finanças. No caso de um país, essa condição é determinada pela robustez fiscal. De acordo com a Moody"s, a relação entre a dívida do Tesouro norte-americano e a receita do governo federal recuará de 429% no ano fiscal de 2010 para 394% em 2020, nível excessivamente elevado que não dá mostras de melhora confiável.

As principais agências de classificação de risco, entre as quais está a Moody"s, têm sido fortemente criticadas por graves vícios de procedimento e por uma série de avaliações desastrosas.

O vício de procedimento é o de que as avaliações dessas agências são pagas por quem as encomenda, ou seja, os próprios interessados na qualidade dos títulos. As coisas são assim desde que esse serviço começou a ser feito e não se vê nenhuma iniciativa para mudá-las.

As avaliações desastrosas ficaram escancaradas a partir de setembro de 2008, quando as autoridades e os próprios bancos passaram a dar tratamento de ativos podres a títulos de dívida cuja excelência havia sido reconhecida até dias antes por essas agências.

Quando vem a público e afirma com todas as letras que o rating dos T-bonds, títulos que o mercado considera como referência (benchmark), pode ser rebaixado por causa das dúvidas sobre a capacidade de solvência dos Estados Unidos, a Moody"s parece empenhada em recuperar a credibilidade que ficou abalada. Rebaixar o T-bond significa reconhecer que centenas de outros títulos públicos e privados, como os da dívida da Alemanha, da Suíça, do Canadá ou da Microsoft (cuja confiança não foi até agora questionada), podem ter qualidade melhor do que a atual referência global.

Mas, se o secretário do Tesouro norte-americano avisa que o alerta da Moody"s é descabido e que jamais os treasuries perderão o selo AAA, mais uma vez as avaliações da Moody"s são duramente questionadas.

E Geithner não deixa de ter a lógica a seu lado porque, apesar da dívida gigantesca e do rombo orçamentário colossal, os Estados Unidos detêm a prerrogativa de emitir a quase única moeda internacional de reserva.

Quer dizer, se houver uma rejeição dos treasuries pelos credores, em última instância os Estados Unidos os resgatarão com emissão de dólares.


Confira

Não se metam - Os representantes de países da União Europeia dentro do G-7 rejeitaram os financiamentos e as regras do Fundo Monetário Internacional (FMI) para resolver o problema da Grécia.

O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäeuble, foi claro: "Esse não é assunto para o FMI."

É uma atitude que parece demonstrar que uma solução está a caminho do interior da União Europeia - apesar das proibições de transferência interna de recursos determinadas pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC). Falta saber o que virá agora.

NAS ENTRELINHAS

Na hora e no lugar certos

Alon Feuerwerker
Correio Braziliense - 09/02/2010



Com uma parte da elite desconfiada de que o PSDB vai enfiar os pés pelas mãos, as antenas começam a rastrear. Onde encontrar guarida para as demandas não propriamente petistas? Onde buscar proteção contra o jacobinismo? No PMDB, ora

Existe abundante material de análise sobre dois atributos do PMDB, pelo ângulo do desejo petista de continuar no poder. Nada a acrescentar sobre a importância do tempo de TV para a campanha, nem sobre o papel estabilizador na formação e manutenção da base parlamentar. Mas, da maneira como o quadro se desenha, talvez tão importante quanto venha a ser o PMDB no equilíbrio social e político (extraparlamentar) de um eventual governo Dilma Rousseff.

O desastrado — ainda que sincero — Programa Nacional de Direitos Humanos, por exemplo, reacendeu em segmentos da sociedade (Igreja, imprensa, Forças Armadas, agricultura) dúvidas sobre as convicções democráticas do PT. Vejam que não discuto aqui se o PT as tem. Discuto as percepções.

Com o PNDH, o PT marcou um ponto na base fiel e espiritualmente radicalizada. Reendossou, no plano ritual, uma certa utopia basista. Foi como se o Copom, de pé, cantasse a “Internacional” antes de se reunir para, seguindo o hábito, proteger a rentabilidade dos bancos. O problema é que o PNDH abriu larga frente de contenciosos e desconfianças. Talvez na contabilidade eleitoral faça sentido, mas uma coisa é eleger-se, outra é governar. Quem elege é o povo, mas quem pode impedir de governar é a elite.

Daí por que o PMDB talvez esteja diante da maior oportunidade histórica desde quando elegeu Tancredo Neves, no colégio eleitoral em 1985. Vai a caminho de consolidar-se como força política decisiva, e não apenas no parlamento. Se o PT (o PT, não Luiz Inácio Lula da Silva) é incapaz de construir uma hegemonia político-ideológica que deixe confortável o conjunto da sociedade, e se o PSDB não consegue apresentar ao país um líder, um ideário ou um discurso, o nacionalismo diluído e a história antiditatorial do PMDB podem colocar-se como o seguro necessário para a democracia representativa, a economia de mercado e o estado de direito.

Uma certa opinião pública, nascida na segunda metade dos anos 1980 e cultivada nas campanhas “pela ética na política”, movimentos que viram a ascensão do PSDB e do PT como paradigmas de modernidade e pureza, acostumou-se a desprezar o PMDB, desde sempre apresentado como a personificação do atraso. Mas tucanos e petistas chegaram ao poder, os escândalos se espalharam por todo o espectro e o lacerdismo tardio deixou de ter força material. Ainda que, como toda construção ideológica, resista no plano imaginário ou no do simples entretenimento intelectual.

O jogo hoje em dia é outro. Com uma parte da elite desconfiada de que o PSDB vai mesmo enfiar os pés pelas mãos, as antenas começam a rastrear possíveis caminhos para a relação com o poder a partir de 2011. E onde encontrar guarida para as demandas não propriamente petistas? Onde, sem Luiz Inácio Lula da Silva em palácio, buscar proteção contra o jacobinismo? Obviamente que no PMDB, o fiel da balança.

Para os peemedebistas, é o “estar no lugar certo, na hora certa”.

Nunca antes na história deste país viu-se o PMDB tão unido. Não é sem motivo.

Claro que Dilma poderia embaralhar o script, sendo ela própria o pós-Lula. Mas esse é um capítulo ainda por escrever. E é preciso saber se o PT vai deixar.

Piada de francês
O agente secreto de certo país europeu (não digo qual é, para não ser politicamente incorreto) desembarca no Tom Jobim, recolhe a bagagem, entra no táxi. E fica em silêncio. Até que o profissional ao volante finalmente faz a pergunta de praxe:

— Para onde vamos, senhor?

A resposta vem na hora:

— Você não acha que está fazendo perguntas demais?

A piada é velha, eu não tenho talento para contar piadas, mas ela serve para ilustrar o comportamento dos governos brasileiro e francês quando questionados por que os negócios militares entre ambos são tão caros, tão mais caros do que o habitual.

A expressão da moda é “interesse estratégico”. Que pode significar qualquer coisa, até mesmo coisa nenhuma. Adequado seria se o país ficasse sabendo de quem é o interesse estratégico e qual o tamanho dele. Mas anda muito difícil hoje em dia em Brasília achar um político que esteja disposto a colocar a mão nessa cumbuca, a destampar o caldeirão. Talvez o patriotismo esteja mesmo em alta na capital. Ou talvez haja muitos interesses estratégicos contemplados.

BENJAMIN STEINBRUCH

Um pouco mais ousado

Folha de S. Paulo - 09/02/2010


Nem o ritmo da economia está tão acelerado nem existe uma pressão inflacionária tão ameaçadora

O BRASIL vai crescer entre 5% e 6% neste ano? Sempre acreditei nisso, mas começo a ter dúvidas. A pressão do mercado e o viés conservador da política monetária indicam que vem aí uma nova rodada de alta dos juros.
Quando sobreveio a crise global, com a quebra do Lehman Brothers, em setembro de 2008, o BC procurou agir com cautela. Levou três meses para se convencer da gravidade da crise. Só em janeiro de 2009 começou a baixar os juros, num momento em que os demais bancos centrais já adotavam taxas reais negativas. Naquela época, a demora do estímulo monetário teve de ser compensada por medidas de política fiscal, principalmente o corte de impostos sobre bens duráveis e a redução do superavit primário do governo. Foram essas medidas que estimularam o consumo e iniciaram o processo de restabelecimento da confiança e a retomada econômica. Se fosse esperar pelo efeito da redução tardia dos juros, o país teria amargado uma recessão.
O viés conservador se manifesta agora novamente. A economia terminou 2009 com crescimento zero, embora a recuperação da atividade fosse nítida no último trimestre. Os estímulos fiscais já estão sendo retirados e serão zerados até o fim de março. Seria o caso, portanto, em benefício da cautela, de manter os juros inalterados até que se tenha maior segurança sobre o ritmo da recuperação. Na verdade, haveria até espaço para uma redução da taxa, hoje a mais alta do mundo em termos reais.
Desta vez, porém, parece que não haverá prudência. A ata da reunião do Comitê de Política Monetária, divulgada na semana passada, mostra que a elevação dos juros pode começar já na próxima reunião do Copom, em 16 de março. Justificativa: haveria uma retomada muito forte da atividade econômica, com riscos inflacionários, que estaria evidenciada no aumento da utilização da capacidade instalada da indústria.
A capacidade instalada poderia ser, de fato, um fator preocupante, se ela desequilibrasse a oferta e a demanda de bens, porque nesse caso haveria pressão inflacionária. Mas tudo indica que a indústria está ainda muito longe desse ponto. Os níveis de utilização de capacidade tiveram queda no início do ano passado, chegando a 78%. Depois, houve aumentos desse índice para até 81% no último trimestre, nível ainda inferior ao do primeiro semestre de 2008.
Além desse fator, no segundo semestre do ano passado prevaleceu uma clara tendência de retomada dos investimentos. Isso vai aumentar a capacidade instalada da indústria no médio prazo, tendência revelada pelo consumo de máquinas e equipamentos no último trimestre, que cresceu 18% em relação ao penúltimo.
Há, portanto, duas constatações: nem o ritmo da economia está tão acelerado quanto prega o mercado amante dos juros altos nem existe uma pressão inflacionária tão ameaçadora provocada pela escassez de oferta. O mercado para exportações continua fraco, e vêm da Europa notícias inquietantes sobre recaídas da crise na Espanha, na Itália, na Irlanda, em Portugal e na Grécia. Ou seja, a tempestade passou, mas ainda não há céu de brigadeiro.
A imposição de freios ao crescimento, portanto, é precipitada. Ainda que houvesse algum risco de a inflação ultrapassar um pouco o centro da meta -vale lembrar que o limite máximo é 6,5% em 2010-, seria recomendável apostar no crescimento. O momento vivido pelo país, de grande prestígio externo e confiança interna, permite um pouco mais de ousadia.

BENJAMIN STEINBRUCH, 56, empresário, é diretor-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional, presidente do conselho de administração da empresa e primeiro vice-presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

ARI CUNHA

Movimento católico


Correio Braziliense - 09/02/2010



Uma televisão fazia estudo geral sobre o nascimento do movimento de 1964. Pelo que a história conta, o discurso de Jango na Central do Brasil fez nascer a atuação das senhoras católicas que deu início à luta pela liberdade do povo. O almirante Aragão escolheu data errada para se refugiar no Uruguai. Estávamos numa roda e fomos fazer reportagem sobre como viviam os exilados. O almirante Aragão chegou animado. Fomos almoçar uma parrilhada. Todos os exilados estavam exaustos. No almoço, o almirante Aragão disse: “O que está lá nós derrubaremos com um sopro”. Darcy Ribeiro contou toda história antes de se refugiar no país vizinho. Não queria ouvir patacoadas. E falou em português claro: “Por que o senhor não soprou?” A roda se desfez como corda de caranguejo. Não saiu ninguém atrás do outro. Fomos nos encontrar no Café Sorocaba, onde se reuniam os brasileiros e estavam com o peito feliz.


A frase que não foi pronunciada

“As unhas que o gato usa para pegar o rato ficam escondidas.”
» Manual do araponga.



Paranoá

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Uma mancha branca na parte norte do Lago chamou a atenção no domingo. Carlos Eduardo Pereira, superintendente de Operações da ETE, explica. O sistema adotado pela Caesb para o tratamento do esgoto é o aerado. Como estava em manutenção, a pouca quantidade de ar para o processamento do esgoto foi compensada pelo aumento do uso de sulfato de alumínio. Formou-se daí a espuma que não causa danos.

Depredação

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Enquanto os olhos se voltam para a Amazônia, continuam as instalações de empresas químicas nas serras catarinenses. Algumas em áreas de proteção permanente. Órgãos ambientais têm facilitado o acesso das indústrias. Exploração de jazida de fosfato, fábrica de fertilizantes e até produção de ácido sulfúrico. A região montanhosa é o que sobrou da Mata Atlântica na região, onde os rios do estado têm suas nascentes. A natureza não perdoa.

Por amor

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Trabalhadores do carnaval brasileiro vão receber capacitação. O projeto nasceu no Ministério do Trabalho. Do luthier a costureiras, o projeto é dar mais atenção profissional. A notícia foi muito bem recebida pela população, que até hoje trabalhou como amadora do carnaval e pode trabalhar durante o resto do ano.

Baralho

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Dilma Rousseff faz esforço para contar com Ciro Gomes no palanque. Passado na casca do alho, o paulista “cearencês” manteve a mesma postura. A resposta foi seca e limpa. “Há chances, mas no segundo turno.”

Padre Cícero

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Padim padre Cícero participa da Igreja Católica pela primeira vez depois da proibição papal. Foi introduzido na Catedral do Crato. Homenageado por romeiros católicos, nada houve contra a decisão do povo, que se sentiu feliz. A sua presença está restrita à Catedral do Crato.

Lagash

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Aniversário do primeiro restaurante com pratos árabes, o Lagash criou para os amigos e frequentadores a maior variedade de iguarias. Trata-se de coleção dos cardápios desde a fundação. Os festejos são em homenagem aos frequentadores.

Combate

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A maneira mais sóbria de conter a propagação do tóxico não deve ser trabalho para a polícia armada. A infiltração está grande. Cargas altas chegam ao Brasil por várias direções. Serviço de inteligência é que deveria estar à frente. As prisões seriam mais fáceis e sem grandes alaridos.

Missão

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Quando o Congresso se mudou para Brasília, criou a Comissão do Distrito Federal. Não havia apadrinhamento, nem as obras custavam mais do que o Brasil dispunha. A Comissão era controlada pelo Senado. Todas as decisões eram em favor da cidade, que recebia os mais novos moradores. Os legisladores desejavam que sumisse do mapa a bandalheira das outras unidades da Federação.

Haiti

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Na crise do desespero, o Brasil colocou num avião da FAB o que era mais necessário à população do Haiti. Assim chegaram as primeiras 13 toneladas, recebidas com choro e alegria pelos necessitados. A tropa do Brasil, que lá representa a ONU, sentiu a amizade que eles sempre dispensaram ao contingente brasileiro.

História de Brasília
Pela primeira vez, presto, na vida, um serviço ao governo. Sou integrante da Comissão de Incentivo à Iniciativa Privada em Brasília e aceitei a missão com muito gosto. Quando rejeitei o cargo de tesoureiro, para que fui nomeado no governo passado, fi-lo na certeza de que estava cumprindo um ditame da minha consciência. Hoje, passo a prestar serviço à minha cidade, com satisfação e orgulho, que poucos sabem medir, e a independência de políticos, que todos conhecem. (Publicado em 24/2/1961)

FERNANDO CALAZANS

Alta temperatura

O GLOBO - 09/02/10


Nada mais do que 30 e poucos segundos de jogo, e o Resende meteu um gol no Botafogo, o único time grande que ainda brigava pela classificação na rodada de domingo, última da Taça GB. Susto no Engenhão, vaias da torcida em cima daqueles jogadores de sempre, susto até em quem (como eu) já tinha dado como certa a presença dos quatro nas semifinais. Mas foi apenas isto, um susto.
Logo o Botafogo se recompôs, e a cabeça do Loco Abreu pairou no estádio com três gols em bolas altas, como é o seu forte. Aí já estava resolvida a parada, ainda mais que o Resende teve um jogador expulso logo no primeiro tempo, facilitando mais ainda a tarefa nada difícil do Botafogo. Marcelo Cordeiro e Wellington Júnior fizeram os outros na goleada de 5 a 2.
Então o Botafogo já está preparado? Com Joel Santana, o Botafogo já ganhou, é claro, uma arrumação melhor, já dá ideia de um time de futebol, pelo menos na distribuição em campo. Até onde vai essa melhora, não sei, porque o adversário, como seus pares de menor porte, não permite fazer maiores avaliações.
No fim das contas, estão aí os quatro grandes clubes classificadíssimos para as semifinais da Taça GB, sábado de carnaval e Quarta-Feira de Cinzas, com a folia no meio para não deixar cair a temperatura.
Com um time misto e já classificado, não prestei muita atenção no jogo do Flamengo – nem no jogo do Fluminense –, mas deu para perceber que jogadores lá da Gávea, como Leonardo Moura e Juan por exemplo, continuam levando cartões a torto e a direito, por causa de faltas e atitudes bobas, infantis. Como há também companheiros com privilégios no Flamengo, não sei se a diretoria pode repreender esses jogadores de cabeça pequenina.
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O clássico paulista apresentou a vitória de 2 a 1 do Santos sobre o São Paulo, conquistada no gol feio de Neymar, com o recurso vulgar da paradona na cobrança de pênalti, e com o gol bonito de Robinho. Rogério Ceni acertou depois do jogo, ao dizer que Neymar aproveitasse bastante, porque uma paradona como aquela só pode no Brasil.
Estou lendo aqui uma grande celebração ao Corinthians pela goleada de 4 a 0 sobre o Sertãozinho, que é nada mais do que o 20º colocado no Campeonato Paulista, ou seja, o último, o lanterninha. O Corinthians é um dos líderes de torcida no Brasil, logo depois do Flamengo, como vocês sabem, e times de grandes torcidas, como Flamengo e Corinthians, merecem sempre grandes celebrações da mídia, mesmo quando vencem o último colocado.
Alguma implicância com o Corinthians? Nenhuma. O Corinthians foi, dos times brasileiros, o último que me agradou, no primeiro semestre do ano passado, campeão da Copa do Brasil. Agradou mais ainda do que o Flamengo em sua vitoriosa arrancada para o título brasileiro, quem sabe perdendo apenas para a saga da salvação do Fluminense.
Hoje, o Corinthians não me agrada tanto, mas me agrada, cada vez mais, seu jogador Jorge Henrique. Longe de ser o virtuose dos meus sonhos, Jorge Henrique é um baita jogador, na armação, na marcação, na criação e agora até na finalização. Desta vez, por mais incrível que isso possa parecer, Roberto Carlos também disse uma coisa certa: “Jorge Henrique é um grande jogador, pensa no time”. Joga pelo time, diria eu. Joga no campo todo. E vale, ele próprio, por uma boa exibição do Corinthians, mesmo sem adversário.

REGINA ALVAREZ

Cenário municipal

O GLOBO - 09/02/10


O crescimento forte da economia este ano, em tese, reforçará os cofres públicos em todas as esferas de poder, mas no âmbito municipal não se vê o mesmo otimismo do governo federal em relação ao cenário de 2010. A Confederação Nacional dos Municípios fez projeções já com base na arrecadação do Fundo de Participação de Municípios (FPM) em janeiro. E concluiu que a recuperação não é líquida e certa

No mês passado, como já divulgado, o FPM teve uma queda de 14,4% em relação a janeiro de 2009. Paulo Zuilkoski, presidente da CNM, explica que o resultado surpreendeu porque ficou bem abaixo da média histórica.

A arrecadação do primeiro mês do ano costuma ser forte, a terceira maior do exercício. A devolução recorde do IRPF — dividido com estados e municípios — contribuiu para derrubar o Fundo. As desonerações de IPI e IR, que sustentam os incentivos ao consumo, continuam no primeiro trimestre, o que também compromete a arrecadação.

Pelos cálculos da CNM, o FPM teria que crescer 11,7% em 2010 para fechar em R$ 56,5 bilhões, como prevê o Orçamento. Zuilkoski acha difícil e aponta as pressões pelo lado da despesa que podem complicar a situação dos municípios. O reajuste do salário mínimo, antecipado para janeiro, terá impacto estimado em R$ 384 milhões nas folhas de pagamento das prefeituras.

O Piso Nacional do Magistério é outra preocupação dos prefeitos. Terá que ser pago integralmente este ano, segundo a lei, e o valor indicado pelo MEC é de R$ 1.024. Tem ainda o piso dos Agentes Comunitários de Saúde, de R$ 930, em fase final de votação no Congresso, cujo impacto anual nas contas municipais é estimado em R$ 858,5 milhões.

Zuilkoski está pessimista.

Lembra que existe um hiato entre a recuperação da economia e a entrada efetiva dos recursos nos cofres públicos.

Diz que o governo federal continua fazendo “cortesia como o chapéu dos outros”, pois acaba de anunciar a redução da Cide, outro imposto partilhado, e o ano eleitoral só vai complicar ainda mais a situação das finanças municipais. É que dificilmente o Congresso conseguirá aprovar a regulamentação da emenda 29, que garantiria cerca de R$ 5 bilhões a mais por ano para os gastos com saúde dos municípios, permitindo uma folga de caixa para cobrir outras despesas. A regulamentação da emenda emperrou no Congresso no ano passado, mesmo com o lobby fortíssimo da bancada da saúde, porque embutia a criação da polêmica Contribuição Social para a Saúde, uma espécie de CPMF disfarçada. No ano eleitoral, a aprovação de mais um imposto tem mesmo poucos chances.

Fora do jogo

Em carta encaminhada à Petrobras, o TCU reitera que houve recusa da estatal no envio de documentos e sonegação de informações sobre as obras sob suspeita, liberadas pelo presidente Lula. O Tribunal diz que não participará de grupo de trabalho para discutir os problemas, como quer a estatal. “As providências necessárias ao saneamento das irregularidades dependem essencialmente de gestões e iniciativas da Petrobras”, diz a carta, que acaba com um alerta: o pedido de auditoria nos sistemas de custos da estatal, encaminhado ao TCU pelo Congresso, só poderá ser atendido se o Tribunal tiver acesso às informações, o que não acontece hoje.

À espera

O gráfico abaixo mostra a evolução dos preços do barril do petróleo e ilustra bem a dúvida dos investidores em relação a 2010. No primeiro semestre de 2009, houve forte recuperação nos preços, pautada pela melhora das expectativas, na medida em que o pior da crise ficava para trás. Isso fez o barril sair da casa dos US$ 30 e voltar para a casa dos US$ 70.

Desde outubro, porém, os preços estão relativamente estáveis, oscilando entre US$ 70 e US$ 83. De acordo com Luiz Otávio Broad, analista da Ágora Corretora, essa estabilidade indica que o mercado está em stand by. Ou seja, não consegue ter confiança para apostar num crescimento forte da economia mundial, que jogaria os preços para cima, mas também não quer cravar que haverá um novo ciclo de recessão.

— O mercado está sem direção — conclui Broad.

RUBENS BARBOSA

Falta vontade

O GLOBO - 09/02/10


Nunca houve na história deste país um momento em que a politização das decisões nas negociações comerciais externas tenha sido tão intensa, influenciada pelo Itamaraty e a reboque da política externa brasileira.

A politização das decisões nas negociações comerciais, contudo, não é uma excentricidade brasileira.

Até o começo dos anos 60, por mais de uma década, o Departamento de Estado, o equivalente do Itamaraty nos EUA, era responsável pela condução das negociações relacionadas com comércio exterior e investimentos, e pelo acompanhamento dos acordos comerciais.

Em 1962, por razões de política externa, o presidente Kennedy pediu ao Congresso a redução das barreiras tarifárias no comércio com a Europa, em rápido processo de integração econômica.

Como era de esperar, houve forte reação não só do setor produtivo e exportador, como também do Congresso, em vista da prevalência de considerações de natureza de política e não do estrito interesse comercial.

Nos EUA, ao contrário de outros países, inclusive o Brasil, a competência para legislar sobre comércio exterior é do Congresso, e não do Executivo.

Dessa forma, contra a vontade do Executivo, na época, presidido por John Kennedy, o Congresso aprovou o “Trade Expansion Act”, de 1962, que determinava que o presidente nomeasse um representante especial que conduzisse as negociações comerciais, de modo não politizado e sem a influência do Departamento de Estado.

Em 1963, esse representante comercial ganhou mais peso e acabou vinculado à presidência da república, com status ministerial, com a criação do USTR. Sucessivas modificações, ao longo dos últimos 40 anos, definiram a competência do órgão, que conta hoje com cerca de 200 funcionários e coordena 17 Ministérios e agências governamentais.

Legislação mais recente, de 1984, atribuiu ao USTR responsabilidades adicionais para formular e coordenar a execução de políticas relacionadas com o comércio de serviços, a coordenação de políticas comerciais com outros ministérios e para atuar como o principal porta-voz para a política de comércio internacional. É ainda o principal assessor do presidente para a coordenação dos interesses de outras áreas do governo nas negociações internacionais de comércio e de investimentos.

O exemplo dos EUA é relevante quando se examina essa questão no Brasil.

A queda de mais de 20% no comércio exterior brasileiro em 2009 não pode ser atribuída apenas à recessão internacional e à desaceleração do consumo de produtos brasileiros nos mercados. A falta de uma política voltada para o comércio exterior talvez seja a causa principal.

Ao contrário de muitos países, no Brasil, não há um ponto focal para a defesa dos interesses do setor exportador, que se ressente da falta de um comando unificado e de um processo de coordenação mais efetivo entre os diferentes ministérios.

A Camex, que seria o órgão competente para discutir e aprovar recomendação ao presidente para uma política que envolva todo o governo e seja executada de forma coordenada, não tem força política para propor, muito me nos para administrar ações concretas de apoio ao setor. Não se trata de falta de competência ou de capacitação do órgão para a tarefa, mas sim de inexistência de vontade política do Executivo para reformar o processo decisório, como foi feito nos EUA.

Será importante que o setor de comércio exterior se manifeste publicamente a favor de mudanças profundas no processo decisório, para fortalecer a Camex. A existência de um comando unificado com efetivo poder de coordenação pela criação da presidência da Camex, em nível ministerial, separada do MIDC e subordinada diretamente ao presidente da república, poderia ser uma alternativa.

A campanha presidencial oferece uma ampla possibilidade para o engajamento direto dos candidatos em relação a essa questão. Tendo em vista os interesses burocráticos envolvidos, somente a participação direta e a vontade política do presidente eleito poderão, em inicio de mandato, ter a força e a liderança necessárias para uma reforma dessa natureza.

RUBENS BARBOSA é presidente do Conselho de Comércio Exterior da Fiesp.

PAINEL DA FOLHA

Brigada de incêndio

Renata Lo Prete

Folha de S.Paulo - 09/02/2010

Programada em sua agenda oficial, a ida de Dilma Rousseff a Belo Horizonte ontem para a cerimônia na qual José Alencar (PRB) recebeu o título de "militante honorário" do PT foi cancelada de última hora, sem maiores explicações, na tentativa de acalmar o PMDB, desgostoso com a manobra do Palácio do Planalto que visa emplacar o vice-presidente como candidato ao governo de Minas em detrimento do peemedebista Hélio Costa, ministro das Comunicações e líder nas pesquisas. Além de permanecer em Brasília, a ministra tentou por telefone conversar com Michel Temer, cotado para ser seu vice. Os dois se desencontraram. Enquanto isso, Lula recebia Hélio Costa.

Não e não
Na contramão do agito, a família de Alencar, preocupada com sua saúde, não quer nem ouvir falar em candidatura ao governo.

Emissário
Presidente do PDT, o ministro Carlos Lupi (Trabalho) visitou anteontem o ex-correligionário Anthony Garotinho (PR) para tratar de possível aliança no Rio: o partido indicaria um dos nomes ao Senado na chapa do ex-governador. Segundo Lupi, a própria Dilma lhe pediu que conversasse com Garotinho.

Fico 1
Em encontro ontem com Lula, o ministro Paulo Bernardo (Planejamento) acertou sua permanência até o final do governo, abdicando de concorrer à Câmara.

Fico 2
O desejo do presidente, manifestado em conversas com auxiliares, é manter nos cargos toda a equipe econômica. Como o PMDB descarta dar ao neofiliado Henrique Meirelles (BC) o posto de vice na chapa de Dilma, o plano de Lula tem boas chances de se concretizar.

Melhor...
Enquanto o PSDB reza pela desistência de Yeda Crusius, o que permitiria ao partido apoiar José Fogaça (PMDB) logo de saída, o prefeito de Porto Alegre torce para que a governadora gaúcha leve até o fim a disposição de se submeter às urnas.

...com ela
Como a desgastada Yeda não deverá sobreviver ao primeiro turno, e sendo Fogaça o herdeiro natural de seus votos, o prefeito prefere passar sem o constrangimento de tê-la no palanque.

Fermento 1
Para entregar até o final do ano as 214 novas escolas técnicas anunciadas ontem durante o programa de rádio "Café com o Presidente", o governo terá de empregar um ritmo de obras inédito. Isso porque, desde 2003, Lula inaugurou 141 unidades.

Fermento 2
Segundo o Ministério da Educação, há outras 99 escolas técnicas em construção. A ideia é que o presidente "corte as faixas" em conjunto, como ocorreu no início do mês quando lançou 78 numa tacada só.

Figurino
O PT enviou circular para que suas deputadas usem trajes vermelhos, e os deputados, gravatas da mesma cor, na sessão de amanhã. De saída da presidência do partido, Ricardo Berzoini (SP) fará um discurso pelos 30 anos da sigla no plenário.

A postos
Após a polêmica sobre o terceiro Programa Nacional de Direitos Humanos, a bancada do PT indicou como umas das prioridades a presidência da comissão que trata do tema. O rodízio nas comissões começa hoje. Pleiteiam o cargo Janete Pietá (SP) e Pedro Wilson (GO).

Cadeiras
O PT também deverá optar por manter duas comissões que considera estratégicas em ano eleitoral: Educação e Finanças. Uma delas ficará com Berzoini.

Pente fino
Na primeira reunião do ano da CPI do MST, amanhã, a oposição tentará aprovar a transferência dos sigilos fiscal e bancário de quatro entidades ligadas ao MST, entre elas a Concrab (Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária do Brasil). Os dados estão na agonizante CPI das ONGs.

Tiroteio
Se o Alencar é tão boa solução para Minas, como sugere o Planalto, por que não o lançam à Presidência? Seria melhor do que a Dilma.

Contraponto

Reciclagem profissional
Em seu recém-lançado livro "Raposa/Serra do Sol, o Índio e a Questão Nacional", o ex-presidente da Câmara Aldo Rebelo (PC do B-SP) discorre sobre o movimento migratório que desidratou tribos na região Norte, com o deslocamento de parte de seus integrantes para áreas metropolitanas de outras regiões. A título de exemplo, o deputado conta que, durante uma viagem pelo interior, entabulou conversa com uma pataxó que vendia artesanato.

-E seu marido, onde está?- perguntou ele.

-Voltou para a roça.

Aldo continuou a prestar atenção, e ela completou:

-Cansou dessa profissão de índio...

MERVAL PEREIRA

Cartas na mesa

O GLOBO - 09/02/10


O presidente Lula já conseguiu uma primeira vitória na campanha presidencial, estabelecendo o enfrentamento direto entre o seu governo e o do ex-presidente Fernando Henrique. Ficou inescapável o plebiscito, a não ser que a campanha da senadora Marina Silva, ou uma eventual participação de Ciro Gomes, quebrem essa lógica que está colocada nas pesquisas de opinião

Não dá mais para separar os dois principais candidatos dos governos a que pertenceram.

Resta ao PSDB a tarefa de desconstruir certas afirmações de Lula, mostrando que são ou mentirosas ou fantasiosas. Há um vasto campo a explorar contra o autoritarismo do governo Lula, a esquerdização de certos setores do governo, que tende a aumentar num eventual mandato de Dilma Rousseff o aparelhamento do Estado, trazendo-lhe ineficiência.

E também convencer o eleitorado de que o seu candidato é mais bem preparado do que a candidata oficial para levar adiante um projeto de país que vem dando certo até agora.

Nesse ponto, entrará a parte boa da campanha, na opinião dos tucanos, isto é, a comparação não entre Lula e FH, mas entre Serra e Dilma.

O currículo do governador de São Paulo é forte o suficiente para levar vantagem contra o da candidata oficial.

E as comparações entre os dois períodos de governo não são tão favoráveis a Lula que impeçam uma disputa.

Alguns exemplos: no governo Lula, a redução da pobreza foi de 43% de 2003 a 2008, enquanto, no governo Fernando Henrique, ela foi de 18% com o Plano Real. E o aumento real do salário mínimo foi praticamente igual nos dois governos.

A média de crescimento do PIB dos oito anos do governo Fernando Henrique foi de 2,5%, enquanto a do governo Lula, em seu sétimo ano, está em torno de 3,5%, dependendo do número de 2009, que deve ser zero ou negativo.

E deve ficar nesse patamar, sempre abaixo da média do crescimento mundial, com o agravante de que os primeiros anos do governo Lula, antes da crise internacional, foram os mais prósperos do mundo nos últimos tempos.

Não é difícil uma boa campanha de propaganda mostrar a importância dos números na era FH, quando o mundo passou por diversas crises internacionais enquanto o Brasil tentava sair da hiperinflação e organizar sua economia.

O único político da oposição que tem coragem de enfrentar Lula é o ex-presidente Fernando Henrique, talvez porque já derrotou Lula duas vezes no primeiro turno, ou porque não tenha que disputar votos agora.

E certamente porque é o alvo preferencial de Lula nesses seus sete anos e pouco de governo. Toda vez que fala, Fernando Henrique provoca uma reação intensa do governo, e esse debate é bom para a democracia.

O PSDB tem que assumir esse debate sem vergonha de defender um governo que foi um marco importante no desenvolvimento do país.

Se, ao final das contas, o eleitorado achar que a ministra Dilma Rousseff é a melhor candidata para dar continuidade a esse processo de desenvolvimento que o país vem experimentando há 15, 20 anos, então ela será eleita.

O que o PSDB tem que lutar é para convencer o eleitorado de que os avanços de Lula, ao contrário do que ele bravateia, fazem parte de um processo que ele não interrompeu, ao contrário, aprofundou e aperfeiçoou em alguns aspectos.

O que o PSDB não pode é repetir 2002 e 2006, quando os candidatos, tanto Serra quanto Geraldo Alckmin, tentaram se distanciar do governo de Fernando Henrique Cardoso. Desse jeito não há como ganhar a eleição.

De um lado teremos uma candidata que tem orgulho do governo ao qual pertence, e de outro poderemos ter um candidato que tem medo de defender o governo a que pertenceu, e que foi um governo importantíssimo para o país.

Tem razão a ministra Dilma Rousseff quando diz que comparar os dois governos é importante para mostrar qual o caminho que cada candidato pretende seguir no futuro.

Mesmo que não pretendesse, o PSDB vai ter que entrar na campanha disposto a defender o governo Fernando Henrique, mesmo porque o ex-presidente já demonstrou que estará a postos para defender seu legado, mesmo que essa atitude seja considerada desaconselhável como estratégia política.

O ex-presidente Fernando Henrique está disposto a defender sua biografia, mesmo que o partido possa ser prejudicado eleitoralmente.

O que ele pode fazer para não prejudicar ele faz, como, por exemplo, aceitar que o documentário sobre sua cruzada a favor da descriminalização do uso de drogas leves, como a maconha, seja adiado para o próximo ano, para evitar eventuais utilizações eleitorais pelos adversários.

O polêmico assunto, que Fernando Henrique abraçou convencido de que o mundo está no caminho errado ao tentar combater o tráfico de drogas com a repressão policial, como na Lei Seca contra as bebidas alcoólicas nos anos 1930 nos Estados Unidos, já lhe valeu o reconhecimento como um dos cem mais influentes pensadores do mundo atual pela revista Foreign Policy.

Transformar Dilma na marionete de Lula, como fez ontem Fernando Henrique, pode ser um bom começo para mostrar que ela não tem condições de substituir o presidente mais popular do país nos últimos tempos.

Apesar do empenho de Lula, haverá sempre, no decorrer da campanha, espaço para que os candidatos meçam seus conhecimentos e demonstrem sua capacidade de liderança, seja nos debates televisivos, seja em aparecimentos isolados.

A candidata oficial será colocada em exposição pública e ficará claro para o eleitorado se ela é ou não uma simples boneca do ventríloquo Lula.

Se assim for identificada, como parece pretender o PSDB, dificilmente passará a confiança necessária para ser a presidente.

A não ser, é claro, que o que o eleitorado queira seja justamente isso, um terceiro mandato para Lula através de Dilma.

NELSON DE SÁ - TODA MÍDIA

Sem medo do passado

FOLHA DE SÃO PULO - 09/02/10


Sob o título acima, domingo dos jornais "O Globo" e "O Estado de S. Paulo", o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso escreveu que, "se o lulismo quiser comparar, a briga é boa. Nada a temer".
Ontem, manchete do "Estado", "Governo sai em bloco para responder a FHC". Depois, manchete no G1, no UOL e em outros portais, "Dilma não é líder, é reflexo de um líder, afirma FHC".

Sob o título "Um artigo certo no momento errado", o blog de Reinaldo Azevedo na Veja.com comentou: "Seu legado tem que ser defendido? Eu acho que tem. Mas há o momento certo para saltar para o primeiro plano". Por outro lado, sob o título "FHC-Serra, uma relação delicada", o blog de Luis Nassif no portal iG comentou: "Goste-se ou não, FHC é a única voz da oposição. Ocupou o espaço porque há um vácuo no PSDB que não foi preenchido".


À ÁFRICA

O "Financial Times" publica hoje "Brasil entra na briga pelos recursos da África", em que Richard Lapper relata as visitas de Lula e a multiplicação das exportações de alimentos e das importações de petróleo de Nigéria e Angola (quadro acima). Além da ligação histórica e cultural, o "modelo" de redução da pobreza aproximou o Brasil da África.
O jornal cita a posição da Odebrecht como maior empregador em Angola e a recente entrada da CSN em Moçambique, seguida nos próximos dias pela Vale na cidade de Tete, que vive uma "corrida do ouro". Roger Agnelli, da Vale, afirma que "a África é o futuro dos recursos naturais do mundo, junto com a América do Sul".

A RECONQUISTA DO IRAQUE

Em destaque no site de notícias internacionais Global Post, o correspondente Seth Kugel escreve que as "Exportações do Brasil para o Iraque explodiram no último ano e o frango lidera o ataque". Também entram na conta carne, açúcar, tratores e escavadoras

DE VOLTA A LOBATO
A Bloomberg destacou ontem que a Petrobras "está acelerando um programa de exploração no Recôncavo, onde o Brasil encontrou seu primeiro petróleo, em 1939".


ATAQUE AO EURO
Na manchete on-line do "FT", ontem, "Especuladores fazem aposta de 8 bilhões de euros contra o euro", sobre a movimentação com a moeda europeia.
Em entrevista ao site Exame, o economista-chefe do banco Goldman Sachs, Jim O'Neill, que criou o acrônimo Bric, aconselhou os investidores brasileiros a tomarem consciência dos "problemas da Europa e dos Estados Unidos", mas não espera "default" ou moratória de nenhum dos países do que chama de "Club Med" (Portugal, Itália, Grécia e Espanha). Aliás, afirma que "é muito inapropriado chamar esses países de Pigs".


ECONOMIA SE MOVE
Mohamed El Erian, que dirige o fundo Pimco, voltou a ocupar o alto das buscas de Brasil, em entrevista à TV Bloomberg, detalhando por que ele "prefere títulos do Brasil e moeda da China", destaque da agência. A razão principal é a "expectativa de que vão sobrepujar as economias desenvolvidas em riqueza". Do Brasil, ele gosta em especial da postura de "falcão" do Banco Central.
Já o "China Daily" destacou que Howard Davies, diretor da London School of Economics, declarou que a economia mundial "está se movendo para a Ásia muito rapidamente" e saudou a criação do G20, porque países como China, Índia e Brasil "agora formam uma parte imensamente importante da economia global".

AINDA NÃO
O colunista do "New York Times" Paul Krugman, Nobel de economia, escreveu sobre o "fim do reino da América como maior nação do mundo", ironizando: "Imaginávamos que, quando viesse, seria grandioso e trágico". E não como agora, com a paralisação do Congresso por interesses locais. "A América ainda não está perdida. Mas o Senado está se esforçando".

MENSAGEM
Na manchete do mesmo "NYT", grandes bancos americanos, "em mensagem aos democratas, enviam dinheiro aos republicanos". Em reação ao projeto de maior controle do sistema, apoiado por Obama, o mais democrata dos bancos, JP Morgan Chase, recusou apelos do partido e só deu dinheiro aos republicanos, para as eleições parlamentares deste ano.

ARNALDO JABOR

Durma-se com um pagode desses...

O GLOBO - 09/02/10

No início dos anos 60, como a política real era chata e dava muito trabalho (porta de fábrica, panfletos e, depois, coragem para morrer), nós, artistas "revolucionários", transferimos para a "Cultura" - com "c" maiúsculo - nosso sonho de mudança histórica. Iludíamo-nos com isso; o Brasil ia ser "salvo" por nós, em uma espécie de amanhecer iluminista. O presente era duro, mas o subdesenvolvimento nos santificava; nossa pobreza era uma forma de "superioridade" franciscana, mais autêntica do que os "falsos" problemas europeus, tais como a angústia do pós-guerra.

Dizíamos: "a angústia diante do absurdo é frescura de rico". A estética da fome nos enobrecia; a fome dos outros, claro.

O subdesenvolvimento era nossa única riqueza. O mundo era dividido em "centro" versus "periferia", numa espécie de bem e mal geográficos. Sentíamo-nos como mártires enfrentando o leão da Metro.

Usávamos essa divisão entre "colônia" e "metrópole" como pretexto para nos absolver e camuflar as doenças hereditárias de nossa formação, tais como: a cordialidade corrupta, o escravismo na alma, a falsa democracia. Todos os vícios de uma formação patrimonialista ficavam perdoados por nossa condição de "vítimas dos norte-americanos".

Achávamos até "bonitinha" nossa incompetência - um charme mestiço; achávamos a "doce" esculhambação brasileira quase uma forma de "originalidade" - uma poética da precariedade. O desrespeito à coisa pública era visto como atos da nossa simpática tribo de macunaímas, contra a caretice "organizada" dos países desenvolvidos - "os grandes culpados".

Falava-se de "revolução" como de Papai Noel. Não havia futuro algum para aquele janguismo mágico, coroado por frases bombásticas de Darcy Ribeiro, mas, mesmo assim, achávamos que ia rolar um socialismo dançante sem sangue, sem esforço, uma revolução doce e fácil "feita pelo governo" (até para a subversão dependíamos do Estado...). Poucos nomes nos foram tão apropriados como "esquerda festiva".

A ditadura veio como uma inevitável porrada histórica. Mas, mesmo durante a ditadura, os mais burros persistiram em seu destino de "vítimas santificadas" do imperialismo, agora confirmado pela "realidade objetiva". Falo de artistas e "nerds" porque na luta direta houve vários heróis suicidas.

Outros artistas e intelectuais aprenderam com a desgraça de 64, descobriram que o buraco é mais em cima e que não estávamos preparados para a tal "revolução".

Já tínhamos tido, é verdade, várias cepas de cultura: a antropofagia de Oswald, tínhamos tido o concretismo e seu fecundo formalismo, influenciando uma estética mais ambígua no Cinema Novo e no tropicalismo. Esses movimentos relativizaram as certezas nacional-populistas. Glauber, Caetano e Gil previram a globalização da economia. Mas, mesmo com esquematismos de um lado e complexidades de outro, a cultura brasileira continuou com um forte élan finalista, com um porto ao longe, um paraíso ao fim da linha.

Ou seja, de "esquemáticos" e "complexos", "dependentes" à Cebrap ou "onipotentes" à Iseb, continuávamos a cultivar um projeto de país, com um sebastianismo denegado. "Nova esquerda" ou "velha esquerda", tínhamos um encontro marcado com o futuro para nosso Estado-nação. Cultura precisa de esperança, mesmo se vã.

Agora, o trauma da globalização foi mais terrível para artistas e intelectuais esperançosos do que a ditadura de 64.

A ilusão de "futuro cultural" compensava nossa impotência política; agora, nem mais isso. Tiraram-nos a doce ilusão de "controle" da história e da "evolução dialética".

Estamos passando por um túnel de lixo, talvez a parte suja de uma "destruição criadora". A dor para minha geração é imensa, pois queríamos construir a utopia luxuosa de um país maravilhoso.

De repente, nos vimos como uma nação sem futuro claro e com um enorme presente de trilhões de informações banais. Começou a grande tempestade de conceitos sem rumo nos twitters e facebooks. A transcendência bateu as asas; ficamos apenas com o dia a dia; ficamos "vazios" como os norte-americanos que trabalham como formigas e cuja única utopia são o mercado e a aposentadoria. A "macdonaldização" do mundo nos tirou o charme de atores de um processo, mesmo como vítimas "exploradas". Hoje viramos fregueses de um mercado. E com a massificação geral do audiovisual, com a invasão de bagulhos culturais, com o acesso da ignorância aos "media", estamos assistindo à vitória da verdadeira cultura brasileira: o triunfo do analfabetismo democrático.

A sordidez nacional que a democracia exibe (na política e na cultura), ao mesmo tempo, nos anestesia e nos desperta (oh, contradição...). O Brasil está mais louco, mais vulgar, mais nu, mas também muito mais interessante do que há 40 anos, até porque, mesmo ignorantes, estamos mais conscientes de nossa própria chanchada. Mergulhamos nas irrelevâncias em busca de alguma resposta.

No entanto, tive um estalo: há uma nova transcendência sob essa bandalheira, uma totalidade feita de irrelevâncias.

A democracia nos trouxe uma revolução de rica vulgaridade. Temos a democratização de uma cultura de baixo consumo, um feio Carnaval que não sabemos ainda como criticar, a não ser como "brega", de nariz torcido. E temos de dormir com um pagode desses...

A verdade irônica é que nunca tivemos tanta produção cultural, de baixa extração (hélas!...), com uma euforia cretina, brutal, mas autêntica. Há uma grande "vitalidade" nesse cafajestismo cultural. Não sei em que isso vai dar, mas o futuro chegou: sujo, grosso, mas chegou. O povo se expressa, sem dirigismo nem utopias, no pleno exercício de sua sagrada ignorância. Apesar de eu estar com os cabelos em pé, no meu horror de "utópico deprimido", estamos vivendo uma verdadeira revolução cultural.

Como Orwell escreveu na ultima frase de "1984": "Finalmente, ele amava o Big Brother...". Eu também.

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SONIA RACY - DIRETO DA FONTE

O dono da dívida

O ESTADO DE SÃO PAULO - 09/02Q10


Governo e concessionárias de serviços públicos não tiram o olho de processo que vai chegando aos finalmentes no STJ: o que define o repasse do PIS e da COFINS aos consumidores.
Iniciado por um usuário no Sul, o caso tende a tornar-se paradigmático, com a decisão valendo também para casos semelhantes em telefonia fixa, energia, gás e água. O que geraria um buraco, no Tesouro, de R$ 33 bilhões.
A votação no STJ está 4 a 1 desonerando... o consumidor.


Dia de Madonna


Será amanhã, às 4h da tarde, o encontro entre Serra e Madonna, conforme antecipado sábado pelo Estado.
A conversa foi pedida pela cantora. E sua segurança, formada por israelenses, já fez visita de reconhecimento ao Bandeirantes.

Eletricidade

Indagado pela coluna ontem, sobre a repercussão de seu artigo no Estado, domingo, FHC mostrou-se algo cândido:

"Não consigo entender por que eles ficam tão nervosos com qualquer coisa que eu diga."


UM NO CRAVO...

Walter de Almeida Guilherme começou bem sua presidência no TRE paulista.

Abriu o discurso de posse, sexta, com parabéns a Serra, por ele chegar na hora. Após as gargalhadas, terminou cantando A Felicidade, de Tom e Vinícius.


...OUTRO NA ROSEIRA

Mas, nada como uma cerimônia depois da outra. Ontem, durante a inauguração da Biblioteca de São Paulo, o governador voltou à rotina - atrasou duas horas.
FHC não aguentou esperar. Foi embora antes.


REI DO BEM


Será dia 23 a avant-première de O Rei e Eu, promovida por Anna Schvartzman, do Centro Israelita de Apoio Multidisciplinar, e Ana Feffer, da Acredite - Amigos da Criança com Reumatismo.
Pela Takla Produções.

Top of the tops

Hoje certamente vai ter confusão no Hotel Fasano do Rio. Quem é que vai dormir na suíte presidencial?
Estarão lá "apenas" Beyoncé, Madonna, Alicia Keys e Gerard Butler.


Data vênia

Enfim, casa nova para o TJ paulista. Dia 22, desembargadores e juízes substitutos se instalam no antigo Hilton.

O aluguel, em torno de R$ 750 mil, é menor que o que pagavam na Paulista.


Ar limpo

Vai ser lançado hoje o livro Liderança em Tempos Difíceis, que narra a história de Décio Novaes.

O empresário da indústria química que lutou pela sustentabilidade de Cubatão.

Duas pedras

Roberto Tardelli, promotor do caso Suzane Richthofen, tem outra pedreira pelo caminho. Deve assumir o caso do assassinato do empresário Dácio Souza Junior na padaria Dona Deôla, em Higienópolis.

O Ministério Público vai recorrer contra a liberdade provisória do segurança Eduardo Soares Pompeu.

Diva, ventilador e estádio lotado

A exemplo de Madonna, Beyoncé, que está em turnê pelo Brasil e se apresentou sábado no Morumbi, adota esquema de segurança inspirado na linha esconde-esconde.

Como assim? Na sexta, mandou um carro estacionar em frente ao Hyatt sinalizando ser ela dentro do veículo. Engano, a diva já havia entrado. O fato se repetiu quando entrou no Morumbi, sábado, para o show. E depois, no backstage, a volta do mistério. Cadê a nova diva do pop? Está ali, não, não está... e eis que ela surge de ponto inesperado, com algum atraso.

Beyoncé entrou no palco às 22h15 com a pompa e a circunstância desenhadas por Thierry Mugler. Show extremamente bem acabado, a cantora deu demonstrações do que é aliar profissionalismo, técnica e tudo o mais que Deus lhe deu.

Alma? Com toda a parafernália, para que, se fez um show-espetáculo que levou o público à loucura? Em especial, a turma gay. Performática, a cantora chega à perfeição: linda, figurino impecável, fôlego impressionante, voz em plena forma e um telão de alta definição que a faz ainda melhor. Para ninguém do próximo século botar defeito, Beyoncé mostrou por que vendeu 6 milhões de cópias de seu último disco e ganhou 28 prêmios Grammy em sua carreira. Também soma 28 a idade da estrela - que, definitivamente, chegou para ficar nesta nova era dos astros multifuncionais pré-fabricados.

Antes do espetáculo, porém, na pista Vip (ingressos a R$ 600 na bilheteria e R$ 900 nos cambistas) a banda e os dançarinos fizeram questão de assistir ao show de Ivete Sangalo. Além de registrarem o momento com fotos, apontavam para o braço - mostrando como estavam arrepiados com a vibração do público.

No melhor estilo "low-profile", de havaianas, a equipe se esbaldou no rebolado axé. Ashley Everett, uma das dançarinas de cabelo black power, que não sai do lado de Beyoncé durante o show, perguntou à coluna: "Como faço para dançar igual a ela?"

Já a cantora baiana, irônica, tirou fita-crepe da marcação do show do Beyoncé e soltou: "Vou vender isso aqui no Twitter, vai valer uma fortuna..."

Ainda na pista vip, Simoninha furou fila para comprar cerveja. Na sequência, uma moça tentou fazer o mesmo e foi retirada pelos policiais.

Houve quem preferisse ficar longe dos privilégios. Raí - que tem camarote próprio no estádio - optou por assistir ao show na pista comum. E, depois do espetáculo, a dona da noite não se encontrou com ninguém.

Pergunta que não quer calar: o que seria de Beyoncé sem os fortes ventiladores que movimentaram sua cabeleira durante todo o show?

Na Frente

Quem tentava ontem costurar encontro com Beyoncé, no Rio, era Sergio Cabral.

Maria Alice Milliet abre a mostra Lothar Charoux, Entre Vida e Obra. Dia 11, na Galeria Vitrine Paulista.

Renata Carvalho, promoter da Brahma, encontrou-se em Los Angeles com Jessica Alba, Eva Mendes e Chris North - e tem mais visitas pelo caminho. Tarefa? Encher de celebridades o camarote da Sapucaí.

A Vai-Vai baterá bumbo contra exploração sexual infantil. Amanhã sai em passeata a partir da Praça do Patriarca.

Jorge Caldeira lança o livro História do Brasil com Empreendedores. Hoje, no Bar Balcão.

Comentário de um petista sobre as chuvas que tanto atormentam Kassab: "Há males que vem para o... DEM".