quinta-feira, dezembro 09, 2010

ILIMAR FRANCO

O derrotado 
Ilimar Franco 

O Globo - 09/12/2010 

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, foi o grande derrotado com a decisão do presidente do DEM, Rodrigo Maia, de convocar uma convenção para eleger seu sucessor em março. De malas prontas para ingressar no PMDB, Kassab queria, antes da mudança, realizar as convenções municipal e estadual, para assegurar seu controle sobre o partido. Seu cronograma foi para o espaço.

Se escalando para o Ministério

Para discutir a baixa representação do Nordeste no futuro Ministério, sentaram- se à mesa o ministro Antonio Palocci (Casa Civil), o presidente do PT, José Eduardo Dutra, o senador eleito Wellington Dias (PT-PI) e os governadores Jaques Wagner (BA) e Marcelo Déda (SE). Conversa vai, conversa vem, foram feitas citações de pastas e nomes de políticos nordestinos petistas que poderiam ser nomeados. Em algumas das indicações ministeriais, Wellington Dias fazia questão de dar um aparte, acrescentando um novo nome: “E tem eu!”. A crise petista está deixando os aliados, ainda sem cargos definidos, muito tensos.

Meu ministro
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), quer a permanência de Orlando Silva (PCdoB) no Ministério do Esporte. “Nós temos ótima relação”, diz Paes, que não quer ser apontado como responsável por sua eventual substituição.

Cacife
O governador Jaques Wagner (BA) desistiu de fazer um petista baiano ministro. E adotou como sua a indicação do deputado Mário Negromonte (PP-BA) para a pasta das Cidades. Mas o ministro Márcio Fortes continua no jogo.

Dutra distribui raquetadas
Numa reunião com deputados do PT, anteontem, o presidente do partido, José Eduardo Dutra, perdeu a paciência. Ao responder às críticas de Jilmar Tato (PTSP), Dutra atalhou com um “espera aí, a presidente Dilma é do PT”. Quando foi questionado sobre quem respaldava a permanência da ministra Izabella Teixeira no Meio Ambiente, Dutra foi jocoso: “Leiam os jornais, que vocês saberão quem sustenta a Izabella.”

Inconformados miram o segundo escalão

Uma parte da bancada do PMDB na Câmara chegou a entregar ontem de manhã um manifesto para o líder Henrique Alves (RN) dizendo que não aceitava os ministérios destinados ao partido. Mas os integrantes do grupo descontente recuaram depois que Alves disse que as indicações eram um fato consumado, e o único caminho então seria romper com o governo. Eles agora entraram na briga pelos cargos de segundo escalão, como presidência e diretorias de estatais.

O GOVERNADOR eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, está irritado com a pressão dos serristas pela manutenção dos secretários do governo anterior.

A BANCADA do PT na Câmara está de olho no Ministério das Cidades. Seus líderes reclamam que uma pasta com tal capilaridade não poderia ficar com um partido, o PP, que não participou da coligação que elegeu Dilma Rousseff.

PASSANDO O BASTÃO. Próximo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB) almoçou ontem com o atual, Márcio Zimmermann.

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