quarta-feira, novembro 10, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Impacto de alta do algodão pode não cair até 2011, diz setor têxtil 
Maria Cristina Frias 
 Folha de S.Paulo - 10/11/2010

A alta histórica do algodão tem impacto de 30% a 50% sobre os custos dos jeans e brins, segundo a Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção).
"É a maior alta dos últimos 140 anos", diz Aguinaldo Diniz Filho, presidente da entidade. "Só neste ano a alta foi de 60,70%."
Essa situação não deve se resolver no curto prazo porque os estoques estão baixos e o consumo segue em alta, segundo a Abit. "Quanto mais no início da cadeia, como na produção de fios de algodão, maior o impacto."
China e Índia que são grandes produtores e consumidores sofrem um impacto ainda maior que o Brasil, segundo Rafael Cervoni, presidente do Sinditêxtil-SP. "Na China, o aumento de preço já chegou na tecelagem. Nos EUA, já alcançou o segmento do vestuário."
A produção de artigos de algodão já foi feita, a maior parte com preços menores da matéria-prima.
Mesmo assim, neste ano, a indústria de toalhas subiu os preços em cerca de 15%, segundo Rolf Buddemeyer, diretor da indústria têxtil que leva seu nome.
A Abit solicitou ao governo a liberação da importação de 250 mil toneladas de algodão com alíquota zero para repor estoques.
"No Brasil, não há espaço para aumento de preços de todos os segmentos. Com o real valorizado, se fomentou a importação e devemos ter um deficit histórico na balança comercial do setor de US$ 3,5 bilhões", diz Cervoni.
As indústrias de confecção que estão produzindo roupas de verão agora são as que devem sentir mais os efeitos da alta do preço internacional do algodão, segundo Ronald Masijah, presidente do Sindivestuário (da confecção).

OLHO NO OLHO
A presidente eleita, Dilma Rousseff, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, terão tido 30 horas juntos no voo até Seul, com escala em Frankfurt, na Alemanha.
Dilma e Mantega vão acompanhar o presidente Lula em viagem à Coreia do Sul, onde vão participar das reuniões do G20, amanhã e sexta-feira.
Será tempo de sobra para discutir o futuro do Ministério da Fazenda, à frente do qual Mantega gostaria de permanecer.
E melhor, sem a presença de nenhum dos "três porquinhos": Antonio Palocci, José Eduardo Dutra e Eduardo Cardozo.

MARATONA
A Fila, marca esportiva italiana, amplia os investimentos na América Latina. A empresa escolheu o Brasil para abrir a sua primeira loja própria na região.
No final de janeiro, será inaugurada a loja-conceito na rua Oscar Freire, em São Paulo. Os investimentos somam US$ 2,5 milhões (cerca de R$ 4,3 milhões).
"A unidade faz parte da estratégia da Fila internacional de abrir lojas-conceito em várias cidades do mundo", diz Marcelo Amarante, diretor da marca no Brasil.
O novo espaço terá confecção, tênis e acessórios, além de peças exclusivas e de coleções da Europa.
O próximo passo da empresa na América Latina será o mercado argentino, em Buenos Aires, em 2011.
O segmento da marca que mais cresce no Brasil é o de "running". "E é o que mais tem potencial para crescer. Hoje, a corrida já é o segundo esporte mais praticado no país", diz Amarante.
Para ganhar mercado e enfrentar os concorrentes, a companhia investe no desenvolvimento de tecnologia para os tênis e no estudo de novas matérias-primas para as confecções.
A empresa prevê crescimento de 30% no faturamento do mercado brasileiro neste ano.

Empresa prefere contratar no destino da expansão, diz pesquisa

Ao efetivarem os planos de expansão, quase 70% das empresas procuram contratar no local de destino, em vez de mudar o domicílio de seus executivos.
É o que revela levantamento da Amcham (Câmara Americana de Comércio) entre as empresas associadas.
A capacitação de novos colaboradores é apontada como a principal dificuldade por 47% dos entrevistados.
Para treinar os novos funcionários, mais de 70% dos entrevistados preferem deslocar os orientadores para o local do treinamento. Outros 20% usam videoconferência, segundo a pesquisa.
Quando é necessário deslocar funcionários da sede, as estratégias das empresas envolvem benefícios. Cerca de 40% oferecem promoção de cargo ao executivo.

"Minha Casa 2" permitirá terreno não regularizado

O projeto de lei que o governo enviará ao Congresso regulamentando o programa Minha Casa, Minha Vida 2 (MCMV-2) permitirá a construção de imóveis em áreas que ainda estão em fase de desapropriação e, portanto, em terrenos que não estão totalmente regularizados.
Esse era um empecilho no MCMV-1 para construir imóveis em favelas, onde se concentra boa parte da população mais carente que o programa quer atender.
No MCMV-2 a meta para construção de imóveis para famílias de baixíssima renda (até R$ 1.395), que terão direito a subsídio integral do governo, é de 1,2 milhão contra 400 mil unidades na primeira versão do programa.
Havia também uma demanda para a indexação dos valores ao salário mínimo. Hoje, apesar de usar como referência o mínimo, os subtetos são fixados em reais e não têm correção automática quando o mínimo sobe.
A ideia é que o Executivo corrija esses valores sem indexar os valores aos reajustes do mínimo.
O MCMV-2 pretende construir 2 milhões de unidades até 2014.

CENÁRIO AÉREO
O índice de eficiência operacional, que avalia pontualidade e regularidade, do setor aéreo brasileiro melhorou um pouco em 2009, segundo dados do mais recente Anuário do Transporte Aéreo publicado pela Anac.
As cinco maiores companhias TAM, Gol/Varig, Azul, Webjet e Avianca passaram dos 90% de regularidade no ano passado. Em 2007, o índice entre as maiores empresas variava de 65% a 85%. Com relação à pontualidade, a média ficava entre 45% e 65% em 2007 e subiu para o nível de 80% a 90% em 2009.
O total de pilotos por aeronave na Gol foi de 11,28, enquanto a TAM registrou 14,97. A Webjet, que protagonizou uma onda de cancelamentos de voos recentemente, tinha 11,1 pilotos por aeronave em 2009. A Azul registrou 13,5 e a OceanAir, 8,68.

Selo de... Produtores de café do Cerrado Mineiro (MG) vão hoje à sede do Inpi (Instituto Nacional da Propriedade Industrial), no Rio, solicitar a conversão do seu selo de Indicação de Procedência para o de Denominação de Origem.

...garantia Essa é a variação "mais complexa e valorizada" da Indicação Geográfica. Com o novo pedido, o Inpi alcança o recorde de 11 solicitações de Indicação Geográfica no ano, todas de brasileiros.

Luso O presidente da EDP no Brasil, António Pita de Abreu, há três anos à frente da empresa, foi nomeado personalidade do ano pela Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil, em SP. O prêmio se deve à visibilidade alcançada pela EDP em sua gestão.

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