segunda-feira, setembro 27, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Cooperativas de varejo se unem para ganhar escala 
Maria Cristina Frias 

Folha de S.Paulo - 27/09/2010

Cooperativas de consumo, que atuam em sistema de supermercados, assinaram acordo para constituir uma central de negócios.
Com a união, a ideia é ganhar musculatura para ter poder de barganha com fornecedores e negociar preços mais baratos, assim como as grandes cadeias de supermercados conseguem fazer.
A central também quer ganhar escala para alcançar o mercado externo, que as cooperativas de pequeno porte não são capazes de acessar, segundo Marcio do Valle, vice-presidente da maior cooperativa de consumo, a Coop -que ocupa o 12ª lugar no ranking de supermercados da Abras (Associação Brasileira dos Supermercados).
"Também teremos que oferecer contrapartidas, talvez de logística, aos fornecedores. Mas só de ter escala maior já encontraremos melhores oportunidades de negócios", afirma Valle.
A central, que deve começar a operar no início de 2011, já abrange cooperativas de São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina, que registraram juntas R$ 2 bilhões de faturamento anual em 2009.
Outra meta é a integração de projetos de marketing e tecnologia, segundo Edivaldo Del Grande, presidente da Ocesp (Organização das cooperativas de São Paulo).
"A primeira ideia é reduzir o custo operacional das cooperativas. Mas também podem ser desenvolvidos projetos de tecnologia, marketing, padronização de identidade visual e marca", diz Grande.

SOCIEDADES NOS MERCADOS

128 são as cooperativas de consumo no Brasil

R$ 2,4 bilhões foi o faturamento de 2009

2,3 milhões é número de associados às cooperativas de consumo

Fonte: OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras)

SOM NA CAIXA
Com US$ 100 milhões investidos no Brasil desde junho, a multinacional do setor de áudio Harman faz neste mês no país seu maior lançamento no mundo.
Serão mais de cem produtos profissionais e automotivos. Entre eles, a primeira linha de alto-falantes da marca americana JBL que começam a ser fabricados no Brasil.
O grupo quer transformar as fábricas da empresa no Brasil em centro tecnológico para desenvolver produtos em conjunto com a Harman americana e exportar.
A grande proporção de lançamentos que ocorre agora se deve à compra, há alguns meses, da brasileira Selenium, por US$ 75 milhões, segundo Rodrigo Kniest, presidente da Harman do Brasil.
"Como o portfólio deles tem mais de 4.000 produtos, selecionamos alguns agora e traremos outros em breve", afirma.

TECNOLOGIA NO CELULAR
O mercado de telefonia móvel está aquecido. A receita líquida do setor deve crescer 7% no final do ano, para R$ 54 bilhões, segundo projeções da consultoria Lafis.
O aumento das vendas de produtos de tecnologia avançada e de serviços de maior valor agregado, além da elevação da renda do consumidor, deve alavancar a receita das empresas.
"Para 2011 e 2012, a banda larga 3G continuará a ser o serviço mais promissor para as operadoras e a grande aposta para continuar crescendo, sobretudo, apoiadas nas vendas de smartphones", afirma Bruno Sávio Nogueira, analista da Lafis.
A cada 100 habitantes, 98 têm um número de celular no país, segundo dados da Anatel, de agosto.
Foram habilitadas 2,4 milhões de linhas no mês passado, totalizando 189,4 milhões de celulares.

Risco... Mais de 90% dos pedidos de patentes feitos por brasileiros no Inpi podem ter tecnologia copiada no exterior. A patente tem validade nacional e depositantes esquecem de solicitar a proteção no exterior.

...de cópia O Inpi e o Escritório dos EUA de Marcas e Patentes farão apresentações para mostrar a brasileiros como solicitar patentes e marcas. O evento ocorrerá em Brasília, Belo Horizonte e SP, de 6 a 8 de outubro.

Blitz... A Infraero contratará empresa para coletar dados de vendas e serviços nas lojas dos aeroportos de Congonhas e Guarulhos (SP). O objetivo é levantar o faturamento dos concessionários. Propostas serão recebidas até quarta.

...no faturamento O levantamento subsidiará as negociações dos contratos e identificará os motivos das vendas perdidas, segundo o edital. A fiscalização ocorrerá em uma loja de cada aeroporto por mês, durante três meses.

DOS DOIS LADOS
Além das grandes negociações, o país tem visto um grande volume de transações de empresas médias, foco da firma de investimento Hunter Wise Financial Group LLC, com sede na California. O diretor-executivo Anthony Hussain, veio ao Brasil ver de perto o "middle market" local (com faturamento entre US$ 50 milhões e US$ 500 milhões).
Hussain observou o interesse não apenas das companhias americanas no Brasil, como das brasileiras em se internacionalizarem.
O executivo participou de um seminário do escritório Azevedo Sette, que abordou diversas formas de acesso a capital nos EUA, como fundos específicos para aquisição de empresas, emissão de dívida e mecanismos financeiros sofisticados.
"Tenho dito [a americanos] que não verão oportunidades como as do país novamente em suas vidas", afirma. "Mas há muito o que aprender dos dois lados, lá e aqui, em relação à estrutura de governança corporativa. Quando avaliarem uma empresa no Brasil, isso deve ser levado em conta."

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