segunda-feira, maio 03, 2010

PAINEL DA FOLHA

Cabe mais um?
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 03/05/10

Políticos do governo e da oposição aguardam ansiosos a resposta do TSE a três consultas sobre a possibilidade de incluir candidatos a senador numa chapa sem necessidade de coligação nacional entre os partidos que a integram. Na prática, trata-se de decidir se um candidato a governador pode "carregar" mais de dois candidatos ao Senado. Em busca de argumentação jurídica que sustente o voto dos ministros, técnicos do tribunal apelidaram sua obra de "emenda Rio". Nesse Estado, se a resposta do TSE for favorável, Sérgio Cabral (PMDB) -e por tabela Dilma Rousseff (PT)- poderá contar com a trinca Lindberg Farias (PT), Jorge Picciani (PMDB) e Marcelo Crivella (PRB) -este último hoje sem lugar na chapa.


Puxadinho 1. No campo adversário, a brecha permitiria a Fernando Gabeira (PV), que terá um tucano como vice, compor a chapa para o Senado com Cesar Maia (DEM), um nome do PPS e mais a "verde" Aspásia Camargo.
Puxadinho 2. Os efeitos da eventual licença do TSE vão além do Rio. Em São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que já tem como candidatos ao Senado Orestes Quércia (PMDB) e um tucano a ser definido, finalmente encontraria um lugarzinho para acomodar Romeu Tuma (PTB).
Bufando. Lula não tem escondido dos auxiliares a irritação diante da corte do PSDB ao PP, dono de cerca de um minuto e meio de tempo de televisão. O ministro da sigla, Márcio Fortes (Cidades), faz o que pode para levar boas notícias ao presidente, mas sua ascendência sobre os correligionários é bastante limitada, em especial diante da especulação sobre a possível chapa José Serra-Francisco Dornelles.
Preto no branco. De um cardeal do PT, confiante no sucesso da operação para abortar a ida do seminanico PSC -e de quase um minuto de tempo de televisão- para o moinho de Serra: "O PSDB já apresentou a eles todos os seus argumentos. E muita gente não ficou convencida".
Tricô. Dois dias depois de aparecer de mãos dadas com Marisa Letícia no palanque do 1º de Maio em São Paulo, Dilma Rousseff se fará acompanhar da primeira-dama hoje em Uberaba, durante visita à Expozebu. A coordenação da campanha petista aposta na proximidade com a mulher do presidente para melhorar o desempenho da candidata com o eleitorado feminino, hoje expressivamente abaixo de sua média geral.
Menino da Vila. Em campanha para o governo, Aloizio Mercadante (PT) não perde oportunidade de frisar sua condição de santista, dizendo inclusive que ajudou a eleger o presidente do agora campeão paulista. Em tempo: Geraldo Alckmin, líder disparado nas pesquisas, também é torcedor, porém mais discreto, do time da Vila Belmiro.
Shopping. O presidente do PDT, Carlos Lupi tenta emplacar Eunice Cabral, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores de Vestuário e vereadora do município paulista de Piracaia, como vice de Mercadante. Entre as opções pedetistas, porém, o candidato prefere Manoel Antunes, ex-prefeito de São José do Rio Preto.
Equidistante. Candidata ao Senado por São Paulo, Marta Suplicy (PT) nega ter preferência por Netinho de Paula (PC do B) como companheiro de chapa -posto também cobiçado por Gabriel Chalita (PSB). "Me dou bem com os dois", diz a ex-prefeita. "Vamos ver o que é melhor para a aliança como um todo."
Só pensa naquilo. Até o PMDB do Senado se surpreende com o apetite de Fernando Collor (PTB) para nomear. "O que está vago ele quer", resume um colega. Presidente da comissão de Infraestrutura, Collor dispõe do conhecido instrumento do pedido de vista de projetos do interesse do governo.

com SILVIO NAVARRO e ANDREZA MATAIS
Tiroteio
Se ele quer votar, é melhor fazer acordo. Se for para o pau, não vota mais nada, como nunca antes na história deste país. 

Do senador ACM JR. (DEM-BA), em resposta ao líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), que anunciou a decisão de votar "de qualquer jeito" os quatro projetos do pré-sal. 
Contraponto 
Manual de sobrevivência Durante palestra de Marina Silva na quinta-feira passada em Curitiba, alguém perguntou como a candidata do PV à Presidência se desembaraça dos debochados entrevistadores dos programas humorísticos de televisão.
-Ah, eu tenho um manual para lidar com o "CQC" e com o "Pânico"- respondeu a senadora licenciada.
A plateia pediu detalhes, e Marina explicou:
-Para o "CQC", quando a pergunta é difícil eu digo: "Cê que sabe...". Para o "Pânico", eu tenho outra fórmula: "Você está me deixando em pânico!".
Diante do riso geral, Marina concluiu:
-Aí é possível que você consiga sobreviver...

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