terça-feira, maio 25, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Decisão de taxa de juros fica mais difícil BC 
Maria Cristina Frias

Folha de S.Paulo - 25/05/2010

Com a piora na crise europeia, analistas começam a questionar se o Banco Central tomará decisão tão rigorosa quanto se esperava.

O mercado já trabalhava com a perspectiva de elevação da taxa básica de juros, a Selic, entre 0,75 ponto percentual e um ponto percentual na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, no dia 15 de junho.

Com as incertezas acerca do impacto das turbulências sobre a atividade no Brasil, a decisão do BC torna-se mais delicada. A crise, porém, não terá o peso do caso Lehman Brothers, pelo menos pelo que se deslumbra até agora, segundo analistas.

Não há sinal de ruptura do fluxo interbancário, como ocorreu em 2008.

"A situação de Portugal e Espanha não parece tão grave quanto a da Grécia", afirma Francisco Pessoa, da LCA Consultores.

No cenário doméstico, permanecem sinais de pressão inflacionária. Para Pessoa, que já estimava aumento de 0,75 ponto percentual, a decisão da autoridade monetária deverá ser nesse patamar.

Alexandre Schwartsman, economista-chefe do banco Santander, diz que o BC não irá mudar a sua trajetória.

"Há uma clara piora do cenário inflacionário, para 2010 e 2011. O BC elevará os juros em 0,75 ponto percentual e continuará em passos contínuos e em muitos passos."
No meio
Após mais de 20 anos na Ernst & Young -12 anos como sócio-, Carlos Miranda deixa a empresa para abrir seu próprio negócio, a BR Opportunities, uma gestora de fundos de "venture capital".

O primeiro fundo nasce com capital de R$ 100 milhões e será focado no setor de alimentos e varejo.

Miranda diz que a meta será atuar numa faixa intermediária, que ele chama de "growth capital", um estágio entre o "private equity" e o "venture capital". "Há uma faixa de empresas já com porte razoável e outra muito perto do estágio inicial. Quero estar no meio, nas empresas que já têm taxa de crescimento agressiva, mas ainda estão na gestão do empreendedor", diz.

Miranda está formando um conselho consultivo que já tem Nizan Guanaes, Rodrigo Teles (Instituto Endeavor) e Jacques Gelman, da FGV.
Curativo
A Abimo (associação das indústrias médico-hospitalares e odontológicas) e a Apex-Brasil assinam nesta semana um convênio para estimular as exportações e reduzir o deficit da balança do setor, atualmente estimado em US$ 2,7 bilhões.
RemédioA expectativa é que as exportações do setor alcancem US$ 650 milhões em 2010, alta de 17% ante o ano passado, segundo a Abimo. Estão previstas a participação em feiras e missões empresariais, além de rodadas de negócios para recepcionar potenciais compradores no Brasil.
De verde e amareloMarcos Quintela, da Y&R, Sérgio Amado, da Ogilvy Brasil, e Eduardo Bicudo, da Wunderman, irão participar do seminário "Brasil 2014-2016. Potencial de Marketing", organizado por Martin Sorrel, da WPP. O evento, que acontece hoje no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, irá debater os desafios e oportunidades do marketing sobre a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016.
MarcaAs 60 fábricas de embalagens do Grupo Saint-Gobain no mundo passam a ter o mesmo nome, inclusive no Brasil, que responde por 8% do resultado global.
FemininoNa última semana, subiu para mil o número de mulheres trabalhando no canteiro de obras da hidrelétrica Santo Antônio, no rio Madeira (RO). Como pedreiras, carpinteiras, soldadeiras e dinamiteiras, as mulheres agora representam mais de 9% do número de funcionários.
AntecipadoApós novos estudos, uma segunda antecipação para o início da geração de energia da Santo Antônio foi calculada e o início da operação pode ser ainda em dezembro de 2011. A primeira antecipação reduziu o prazo de dezembro de 2012 para maio de 2012.

TAJ MAHAL
A brasileira TCI, de tecnologia da informação, fechou contrato neste mês com a consultoria indiana The Jai Group.

A companhia quer entrar no mercado indiano de BPO (Business Process Outsourcing), que é a terceirização dos processos alheios ao negócio principal de uma empresa.

"A Índia já é um celeiro de TI, mas o diferencial é a tecnologia, que no Brasil é mais avançada na área de bancos", diz Roberto Marinho, presidente da TCI.

A meta é encontrar empresas de menor porte na Índia para fazer aquisições, ou de grande porte para joint ventures. O faturamento estimado para este ano é de R$ 300 milhões. Em 2009, a empresa faturou R$ 171 milhões.

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