segunda-feira, abril 05, 2010

PAINEL DA FOLHA

Circuito mineiro
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 05/04/10

Com a candidatura de José Serra ao Planalto colocada na praça, a prioridade do PSDB é tentar fazer com que Aécio Neves, mesmo mantendo a decisão de não ser vice na chapa, se envolva de fato na campanha. O recado mais recente foi registrado ontem em artigo de Fernando Henrique Cardoso. "A aliança entre Minas e São Paulo -que se pode dar de forma variada- salvou-nos do autoritarismo no passado", escreveu o ex-presidente. O PSDB pretende organizar um roteiro para que, em maio, Serra faça uma imersão no segundo colégio eleitoral do país ao lado de Aécio e de seu candidato ao governo, Antonio Anastasia. Uma das paradas será no Vale do Jequitinhonha, onde Lula levou Dilma Rousseff (PT) recentemente.


Água fria 1. O Datafolha sobre a sucessão gaúcha desanimou o PSDB, que, com base em pesquisas próprias, apostava na recuperação de Yeda Crusius. Com 8%, contra 31% de Tarso Genro (PT) e 30% de José Fogaça (PMDB), ela está muito longe dos "quase 20%" que vinham lhe atribuindo.
Água fria 2. A perspectiva de Yeda ir ao segundo turno voltou a parecer remota. De todo modo, os tucanos acreditam que a polarização com o PT obrigará Fogaça, cujo PMDB participa do governo estadual, a dar palanque a José Serra, mesmo que apenas na fase final da campanha.
Veja bem. Para justificar o fraco desempenho, aliados de Yeda afirmam que PTB e DEM teriam acertado que apoiarão sua reeleição. Luis Augusto Lara (PTB) tem 3%, e Paulo Feijó (DEM), 2%.
Ondas 1. A área de comunicação da campanha de Dilma prepara ofensiva focalizada nas rádios. A ideia é produzir conteúdo para distribuir no interior, além de aumentar o número de entrevistas concedidas pela candidata a emissoras dos grandes centros.
Ondas 2. A preocupação em elevar a exposição de Dilma coincide com o diagnóstico da coordenação da campanha de que o Datafolha no qual Serra ampliou a vantagem sobre a petista captou um momento em que ela teve exposição mais modesta na mídia. Quando da morte do dissidente cubano e do estouro do caso Bancoop, Dilma fora aconselhada a evitar polêmicas, e portanto entrevistas.
Sem marola. Cotado para vice na chapa de Dilma, Michel Temer tem dito que será comedido nas opiniões sobre o programa de governo do PMDB. Quer palpitar apenas no capítulo da segurança pública, área na qual já atuou.
Missão... Os mediadores mais otimistas avaliam que ainda é possível resolver o impasse oposicionista no Rio, onde o PV do candidato ao governo Fernando Gabeira se recusa a aceitar Cesar Maia (DEM) ao Senado na chapa.
... de paz. Para tanto, seria necessário conter os mais inflamados: de um lado, o filho de Cesar, deputado Rodrigo Maia; de outro, Alfredo Sirkis, cuja rejeição ao ex-prefeito é menos ideológica do que fruto de desavença pessoal.
Mais um. O prefeito de Belém, Duciomar Costa, trabalha para introduzir um candidato do seu PTB na disputa pelo governo do Pará. Trata-se do empresário Fernando Yamada. A articulação preocupa o PT, que não consegue se acertar com o PMDB de Jarder Barbalho e contabilizava o PTB no arco de apoios à reeleição de Ana Júlia Carepa.
De presente. Com a saída de dez governadores para disputar as eleições, na maioria dos casos ao Senado, ocorreram seis trocas de partidos à frente das máquinas estaduais. O nanico PMN passou a administrar o Amazonas, o PPS herdou Rondônia e o PSB ficou com o Piauí. Dos partidos de maior porte, o PMDB assumiu em Mato Grosso, o PSDB em Santa Catarina e o PP ganhou o Amapá.
Fazer o quê? A reação ao veto do Tribunal Superior Eleitoral às chamadas doações ocultas de campanha esfriou na Câmara depois que deputados foram convencidos de que a aprovação de um decreto legislativo anulando a decisão seria facilmente derrubada no Supremo. Diante do impasse, deputados avaliam a possibilidade de contestar judicialmente as novas regras impostas pelo tribunal. 

com SILVIO NAVARRO e LETÍCIA SANDER
Tiroteio 
Resta saber de qual petista graúdo esses aloprados estão a serviço desta vez. 
De JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA), sobre a fazenda na Bahia, avaliada em R$ 1,5 mi, comprada pelo petista Hamilton Lacerda, carregador da mala de dinheiro para comprar o dossiê antitucanos em 2006.
Contraponto 
Em treinamento
Dias atrás, quando ainda era secretário de Desenvolvimento, o agora desincompatibilizado Geraldo Alckmin, líder disparado nas pesquisas sobre a sucessão paulista, chegou muito atrasado à cerimônia de assinatura de um convênio para a construção de escola técnica de mídia eletrônica na zona sul da capital.
No que Alckmin saltou do carro, o deputado estadual tucano Orlando Morando conferiu o relógio e observou:
-Ele já está se preparando para suceder o Serra...

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