quarta-feira, janeiro 27, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Deficit de eletroeletrônicos supera previsão de empresários

FOLHA DE SÃO PAULO - 27/01/10


Impactada pela crise em 2009, a balança comercial de produtos eletroeletrônicos fechou o ano com um deficit maior do que o esperado pelos empresários do setor.
As exportações atingiram US$ 7,5 bilhões e as importações, US$ 25 bilhões, o que resultou em saldo negativo de US$ 17,5 bilhões.
Os resultados foram causados pela grande dependência da indústria brasileira de eletroeletrônicos por insumos importados, segundo Humberto Barbato, presidente da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica).
"Como o Brasil retomou sua atividade econômica antes dos outros países, o setor teve que elevar as importações de componentes. E no lado das exportações não encontramos mercado com a mesma receptividade para os produtos acabados", afirma Barbato.
Em dezembro, a Abinee previa para o setor exportações de US$ 7,2 bilhões e importações de US$ 24 bilhões.
Para este ano, as expectativas ainda são negativas. "Enquanto o governo não adotar medidas no câmbio para estimular as exportações, a nossa expectativa é a de que o deficit só venha a aumentar. A previsão é que se chegue em US$ 19,5 bilhões em 2010, já que as exportações não devem crescer com os outros mercados ainda em ritmo lento", afirma Barbato.
No ano passado, a participação das exportações no faturamento do setor eletroeletrônico fechou em queda. As vendas para o exterior representaram apenas 12,8% do total faturado pelas indústrias de eletroeletrônicos, ante 14,8% em 2008. O número já minguou cerca de 45% desde 2002.

NEGÓCIOS À VISTA

O TozziniFreire Advogados, que em 2009 atuou em operações como a compra das Casas Bahia pelo Pão de Açúcar e a da Aracruz pela VCP, projeta agora crescimento de 15% para 2010. Darcy Teixeira Junior, sócio do escritório na área de fusões, aquisições e societário, afirma que além do aquecimento natural da economia pós-crise, a Copa, a Olimpíada, o PAC e o pré-sal serão os responsáveis pelo aumento dos negócios. No ano passado, o TozziniFreire também atuou na aquisição da Fazenda Turmalina e na reestruturação societária do Grupo Santander. No total, a banca assessorou no ano passado fusões e aquisições que superam R$ 50 bilhões.
"Em 2010, as áreas para onde olhar são diversificadas. Grandes negócios podem surgir no varejo. O aumento da renda de modo geral vai provocar transações relacionadas com esse tipo de serviço. Hoje, fala-se muito em operações no setor farmacêutico", afirma Junior.

ALTA COSTURA

A C&A está sondando um estilista homem para assinar uma coleção masculina da rede. A empresa já fechou contratos anteriormente com nomes como Reinaldo Lourenço, Amir Slama e Isabela Capeto para desenhar linhas femininas. Um dos nomes cotados é o do empresário e estilista Sergio K.. A rede e o empresário ainda não confirmam.

NOVO BALANÇO

A publicação do nono balanço do PAC está prevista para 4 de fevereiro. Trata-se do balanço de três anos.

PRESSÃO DA INDÚSTRIA

A primeira reunião do Copom no ano acontece hoje com pressão, de uma lado, da indústria, para que os atuais 8,75% ao ano sejam mantidos, e de outro de uma corrente no BC, defendendo que os alertas de alta sejam dados de forma enfática. Fiesp e Ciesp dizem que não há necessidade de elevar os juros pois a inflação ao consumidor está localizada em preços definidos pelo governo e em itens dependentes de safra, que caracterizam movimento sazonal. Para a Fiesp, a alta do IPCA-15 deste mês teve impacto da tarifa de ônibus urbano. "Esse item é definido pelo poder público e sobe de vez em quando", diz a Fiesp.

APOSENTADORIA

Com a chegada de novas empresas, o IHPrev, fundo de pensão multipatrocinado, alcançou neste mês R$ 1 bilhão em patrimônio. Há cinco anos, o fundo contava com R$ 53 milhões. O IHPrev administra o plano de previdência de 51 empresas, como Grupo Icatu Hartford, Grupo Martins, Continental do Brasil e Ajinomoto, com 28 mil participantes.

PUBLICIDADE

O mercado publicitário deve ficar aquecido em 2010. Os sindicatos de agências de propaganda do país apontam perspectiva de incremento no volume de negócios acima de 10%, segundo levantamento da Fenapro (federação das agências). Já foram observados a retomada da contratação e o aumento das solicitações para ações de marketing.

com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK

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