segunda-feira, janeiro 18, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Empresas têm dificuldade em ajudar Haiti

FOLHA DE SÃO PAULO - 18/01/10



Para evitar doações em dinheiro ao governo do Haiti, empresas que decidiram mandar ajuda às vítimas do terremoto enviam funcionários, equipamentos e alteram processos de fabricação para encaminhar produtos ao país. Maior construtora que opera na República Dominica, a Odebrecht só ontem conseguiu colocar em operação as dez máquinas que enviou ao Haiti com dez operadores. A meta é tirar escombros e corpos. Há pouca esperança de achar sobreviventes tanto tempo depois. "Estamos com dificuldade de logística e distribuição para fazer chegar as doações. Só se consegue com apoio do Exército", diz Marcos Machado, diretor da Odebrecht na República Dominicana. A empresa não tem obras no Haiti. "Tem muita empresa daqui tentando ajudar, mas só a partir da noite de sábado começou a fluir. Teve confusão na fronteira, mas agora está começando a controlar." A Odebrecht comprou todas as barracas de acampamento que havia no mercado dominicano, segundo Machado. A OAS, que atua na construção de uma rodovia no país, conseguiu colocar engenheiros e equipamentos à disposição do Exército brasileiro no Haiti na semana passada, mas sofreu com a escassez de combustível. Outra que contribuiu com funcionários foi a Telefônica. Dez profissionais embarcaram sábado em aviões da FAB. Começaram o mapeamento para ajudar a instalar o sistema emergencial e restabelecer o sistema de telecomunicações. Só podem trabalhar com acompanhamento do Exército, pois os canais subterrâneos estão destruídos. A empresa disponibilizou quatro aparelhos que funcionam em localidades remotas e vai se reunir hoje com as duas operadoras locais. O presidente da Telefônica, Antonio Carlos Valente, ainda não sabe quanto será investido, pois a empresa só poderá fazer o cálculo depois que mapear o tamanho do estrago. A AmBev doou 140 mil litros de água potável. Esta foi a primeira vez que a fábrica da empresa na República Dominicana engarrafou o equivalente a dez carretas de água. A Pepsi também mandou 140 mil litros. A população começou a receber os produtos no sábado.

Cartão BNDES passa a financiar também design

O cartão BNDES, que financia a compra de itens como máquinas, equipamentos e matérias-primas a micro, pequenas e médias empresas, vai passar a financiar também serviços de design. "Verificamos que as empresas que investem em design no Brasil são, na maioria, grandes e médias. A ideia é permitir que micro e pequenas também possam agregar valor a seus produtos com design", afirma Vitor Hugo Ribeiro, gerente de fomento do cartão do banco. Com o cartão do BNDES, o empresário não recebe dinheiro, e sim um limite de crédito que pode ser usado para a aquisição de 200 mil itens disponíveis no portal de internet do banco. A partir deste mês, empresas e empresários individuais prestadores de serviços de design podem se credenciar no site para vender seus serviços. Para se habilitar, devem ter pelo menos dois anos de constituição, registro junto à Receita Federal e um site próprio na internet que apresente clientes. Qualquer empresa que tenha o cartão do BNDES pode contratar os serviços disponíveis. "Há diversos setores que podem se beneficiar e ganhar competitividade, principalmente perante os importados. Fabricantes de móveis, empresas de confecção, calçados e outros podem agora, por meio do cartão, contratar uma empresa de design para elaborar seus produtos e embalagens, incluindo ergonomia", diz Ribeiro. O cartão BNDES oferece limite de até R$ 1 milhão por banco emissor, com prazo de 3 a 48 meses e juros de 1% ao mês, em janeiro.

PARA CARIOCA VER A Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar, empresa privada que administra há 97 anos os bondinhos do Pão de Açúcar, cartão-postal do Rio, irá finalizar até o início de fevereiro um novo espaço multiuso, com gastronomia e lojas. O projeto fica no Morro da Urca -o primeiro estágio de subida do bondinho. O objetivo é incentivar a visitação dos próprios cariocas. "Queremos atrair os cariocas para a happy hour, para aproveitarem o final do dia", diz Maria Ercilia Leite de Castro, 55, diretora da companhia, desde 1993. Segundo Castro, mais de 50% dos cariocas não conhecem os principais pontos turísticos da cidade. Já os paulistas representam 28% do público de visitantes nacionais do Pão de Açúcar anualmente, seguidos por mineiros e gaúchos. O investimento do novo empreendimento, chamado de Espaço Baía de Guanabara, somou R$ 4,6 milhões.

ENERGIA José Antônio Muniz (Eletrobrás), Maurício Tolmasquim (EPE), Nelson Hubner, diretor-geral da Aneel, e os ex-ministros Rodolpho Tourinho e Eliezer Batista confirmaram presença no primeiro Fórum de Novas Energias, que discutirá soluções para diversificação da matriz energética brasileira, em São Paulo, em fevereiro.

PROTESTOS Em dezembro, foram protestados 58.889 títulos, segundo pesquisa do Instituto de Protesto de Títulos da Seção São Paulo com os dez tabeliães da capital. O número representa uma redução de 10% em relação a novembro. Dos títulos protestados, 17,9% foram cheques.

PANO O segmento de cama, mesa e banho vendeu 2,8% a mais na primeira quinzena de janeiro, ante igual período de 2009, segundo pesquisa do Sindicato do Comércio Atacadista de Tecidos de São Paulo. Em relação a dezembro, houve redução de 20%, devido à sazonalidade.

FEMININO Sônia Hess de Souza, presidente da camisaria Dudalina, será a nova comandante do Lidem (Grupo de Líderes Empresariais). Substituirá Sylvia Coutinho, do HSBC, que está de malas prontas para Nova York, onde assume novo posto no HSBC. Nadir Moreno, presidente da UPS, será vice-presidente da entidade.

GÔNDOLA O Grupo Pão de Açúcar faturou 18% mais que o Carrefour no Brasil no quarto trimestre de 2009. Foram R$ 8,4 bilhões contra R$ 7,1 bilhões. A alta das vendas brutas totais do Carrefour foi de 13%, ante crescimento de 41% do Pão de Açúcar. Desconsiderando a operação do Ponto Frio, a alta do Pão de Açúcar teria sido de 14%.

INTERNAUTA Desde que a Arisp (Associação dos Registradores Imobiliários de São Paulo) passou a disponibilizar em seu site um sistema para visualizar matrículas de imóveis on-line, há cerca de dois meses, mais de 800 acessos foram registrados pela entidade. A visualização pela internet tem custo 70% mais baixo que o de uma certidão.

SEDE PRÓPRIA Com a expansão do mercado de seguros, a demanda por cursos da área está cada vez maior. Em 2009, a Escola Nacional de Seguros (Funenseg) registrou alta de 7% no número de inscrições para cursos de habilitação de corretores. Para este ano, espera crescer 11%. Para atender a essa demanda, a escola está fechando a compra de um prédio de dez andares na rua Augusta, a um quarteirão da av. Paulista, para abrigar as turmas de graduação, pós-graduação, cursos técnicos e habilitação de corretores. O imóvel tem capacidade para 1.300 alunos por turno.

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