terça-feira, janeiro 05, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Brasil terá a menor "taxa de desconforto social" em 2010

FOLHA DE SÃO PAULO - 05/01/10



"Em 2010, teremos o menor desconforto social da história brasileira", diz Octavio de Barros, diretor do Depec (Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos) do Bradesco.
Barros baseia-se no indicador Misery Index, criado por Arthur Okun em 1968, que mede a taxa de desconforto no Brasil. O índice é obtido com a simples soma aritmética da taxa de inflação e da taxa de desemprego.
O Depec reduziu a sua projeção da taxa média anual de desemprego para este ano, de 7,5% para 7,3%.
Por outro lado, o Brasil irá registrar no ano que vem o terceiro maior deficit em conta-corrente do mundo. Ficará atrás apenas dos Estados Unidos e da Espanha.
Com relação à necessidade de recursos externos, o Brasil vai precisar de US$ 91 bilhões para 2010 (conta-corrente e amortizações de dívida), segundo cálculos de Barros. "É muito, mas não assusta. Por enquanto", diz ele.
"O financiamento será abundante a ponto de permitir acúmulo de reservas em 2010."
Na opinião de Barros, o país deve rolar, no mínimo, 120% do que vence de dívida. "Investimento direto, ações e renda fixa sobrefinanciarão os R$ 91 bilhões", afirma.
O diretor do Depec estima que 3,1% do PIB (Produto Interno Bruto) não é muito para um país credor líquido como o Brasil, com R$ 230 bilhões de reservas e grau de investimento, em um mundo com penúria de oportunidades.
Para o câmbio, porém, mais do que o tamanho do deficit, três fatores serão decisivos, em 2010, segundo Barros: o que ocorrerá com o dólar no mundo e com o câmbio chinês; com os termos de troca; e qual será a percepção do mercado em relação às eleições brasileiras. A taxa deverá ficar em R$ 1,70 nos próximos trimestres, de acordo com projeções do banco.
"Com menor espaço para seguir deteriorando indicadores externos, a apreciação sistemática do câmbio pode estar perto do fim", afirma Barros.

CADEIRAS
Paulo Kakinoff, presidente da Audi do Brasil, passa a integrar o conselho da Gol. Kaki, como é conhecido, já foi diretor de vendas e marketing da Volkswagen do Brasil e diretor-executivo para a América do Sul na matriz da Volks na Alemanha. Com a chegada de Kakinoff, o conselho da Gol passa a ter cinco membros independentes. Além dele, a empresa conta com Álvaro de Souza, Antonio Kandir, Richard Lark Jr. e Luiz Kaufmann.

BAGAGEM DE MÃO
O mercado de turismo de negócios de São Paulo se aqueceu em 2009. A ICCA (International Congress and Convention Association) elevou a cidade do 23º lugar para o 12º entre os melhores destinos para eventos. São Paulo passou metrópoles como Madri, Sydney, Atenas e Vancouver, firmando-se como o grande centro de diálogo empresarial e financeiro do continente americano. A arrecadação de impostos do setor deve fechar 2009 em R$ 127 milhões, um recorde. "Antes, o homem de negócios só participava dos eventos e logo ia embora. Isso mudou. Graças a uma agenda cultural rica, os profissionais que ficaram em São Paulo em média 2,6 dias em 2006 gastaram 3,8 dias em 2009, o que significa mais dinheiro para a nossa economia", diz Caio Luiz de Carvalho, presidente da São Paulo Turismo, órgão municipal.

PROPOSIÇÕES DE NOVO ANO
de Fábio Barbosa

Como presidente da Febraban

Metas cumpridas em 2009
Os impactos da crise no mercado internacional foram sentidos no Brasil, mas os bancos daqui estavam sólidos e foram parte da solução

Crescimento nos volumes

Redução nas taxas e "spreads"

Metas para 2010
Alongar os prazos dos empréstimos

Levar o serviço bancário a uma parcela cada vez maior da população

Como presidente do Santander Brasil

Metas cumpridas em 2009
Integração entre Santander e Banco Real, consagrada com a realização do maior IPO do Brasil e o maior do mundo no ano

Valorizar o melhor das culturas dos dois bancos para formar uma nova, mais completa, que contemple sustentabilidade, inovação e relacionamento

Metas para 2010
Completar a integração dos dois bancos

Consolidar os resultados

Dar mais um passo para ser o melhor prestador de serviços financeiros do país

com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e DENYSE GODOY

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