sexta-feira, dezembro 11, 2009

TODA MÍDIA

Fé na democracia

NELSON DE SÁ

FOLHA DE SÃO PAULO - 11/12/09


A "Economist" publicou ontem, com exclusividade, a tradicional pesquisa Latinobarômetro, realizada em 18 países da América Latina em setembro e outubro. No título, "Uma lenta maturação da democracia". No subtítulo, "Latino-americanos agora acreditam mais no governo do que no exército".
Apesar da recessão, "estão mais satisfeitos com suas democracias" e hoje "a clara maioria é democrata". Cita o apoio maior de salvadorenhos e panamenhos, estimulados por eleições. Em Honduras, da mesma maneira, "58% desaprovaram o golpe".
Já na Venezuela, "um alerta para Hugo Chávez". Seu apoio caiu de 65% para 45%.


Obama ajudou a resgatar a imagem dos EUA, vistos hoje favoravelmente por 74% dos latino-americanos, contra 58% no ano passado:
"Todavia, mais entrevistados agora veem o Brasil como o país mais influente. Mas a influência dos EUA é superior na parte Norte da região."

"WAR PRESIDENT"
Na manchete on-line do "New York Times", acima, "Ao aceitar prêmio de paz, Obama evoca "guerra justa'". Do "Wall Street Journal", "Em meio à guerra, Obama aceita prêmio de paz". Do Huffington Post, mais crítico, "Presidente de guerra, prêmio de paz"

E TOME ELOGIO
No país para receber o Nobel, "Obama elogia parceria de Noruega e Brasil para preservar Amazônia", informou a BBC. Ele se declarou "impressionado com o modelo construído" para o fundo do BNDES

ETANOL EM COPENHAGUE
O "Guardian" deu anteontem reportagem da agência IPS, sobre a defesa dos biocombustíveis pelo Brasil em Copenhague. "Embora admitam que "não é bala de prata", autoridades brasileiras insistem que é o melhor caminho para países em desenvolvimento."
E ontem o portal iG deu manchete para longa entrevista do presidente da Petrobras, com o enunciado "Trabalho escravo e desmatamento barram Petrobras no etanol". Mas agora, "vencidos os obstáculos, várias parcerias com usineiros sairão do papel".

FILTRAR...
A "Economist" questionou a importância do "rascunho" dinamarquês que abalou Copenhague, entre outros "rumores", e postou:
"O truque nessas coisas é manter o senso de proporção. Você não sabe direito quem tem informação e quem faz "hype". Filtrar o barulho já é bastante difícil; e então você tem que descobrir o que é importante o bastante, para pôr no texto final."

O BARULHO
No texto final, na versão impressa da "Economist", "Discussões sobre dinheiro amorteceram a euforia que marcou início das conversas". Os países ricos não querem pagar pelo corte de emissões nos emergentes.
A revista vê esperança no modelo REDD, do Fundo Amazônia, e afirma que o tema "quem paga" é central agora "e nos inevitáveis futuros encontros".

"LULA, L'ENFANT DU BRÉSIL"
"Le Monde" e "Libération" publicaram textos sobre o filme. No título do primeiro, "A vida de Lula, melodrama épico". Acompanha a exibição em que, na plateia, "Lula enxuga lágrima com seu lenço branco", tradução do UOL. Fala de dona Lindu como "Mãe Coragem".
No título do segundo, traduzido na coluna de Ancelmo Gois, "Avante Lula no Ano Novo". No subtítulo, "Biografia vai invadir as telas às vésperas da eleição presidencial". Cita, do produtor Luiz Carlos Barreto, que "o filme é que pega carona na popularidade de Lula".

"M..."
Do alto da home do G1 à escalada do "Jornal da Record", com vídeo e o enunciado "Presidente destaca investimento em esgoto", Lula tomou a cobertura, ontem

FIM DE UMA ERA
Com a imagem de uma capa sobre a crise na imprensa (acima), a "Editor & Publisher", que cobre o setor nos EUA desde 1884 e era parte da Nielsen, anunciou que deixa de ser publicada.
O grupo vendeu os seus títulos, entre eles "Hollywood Reporter" e "Billboard", para a e5 Global Media Holdings, mas a "E&P" não entrou no pacote e a redação foi desativada, site inclusive.

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