terça-feira, setembro 15, 2009

TODA MÍDIA

Discurso afinado?

NELSON DE SÁ

FOLHA DE SÃO PAULO - 15/09/09



Na Folha Online, "Serra e Aécio demonstram união e desconversam sobre chapa pura". No site de "O Estado de S. Paulo", "afinam discurso e criticam Lula". Mais precisamente, atacam a "volúpia arrecadatória" ou a "volúpia centralizadora", em "referência ao apetite da União na arrecadação de impostos". FHC "fez coro aos dois".

Por outro lado, o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, que defende a "redução da carga tributária empresarial" e sempre questionou Lula, divulgou estudo com números diversos, desta vez. Com maior destaque nos dois sites, manchete inclusive, "Carga tributária cai e fica em 36% do PIB".
E diz o presidente do IBPT que "houve crescimento nominal da arrecadação porque só a União promoveu medidas de desoneração. Os Estados nada fizeram para auxiliar a sociedade no combate à crise".

EM ALTA
No alto das buscas de Brasil o dia todo, com Bloomberg, "PIB vai crescer este ano e saltar 5% em 2010, diz Credit Suisse". Antes, o banco previa contração. No segundo destaque das buscas, o mercado "aposta que crescimento não vai estimular inflação".

EM ALTA DE 100%
Nas manchetes de UOL, Valor Online etc. no fim do dia, "Bolsa fecha em alta e já sobe mais de 100% em menos de um ano". No site do "Wall Street Journal", o avanço da Bovespa e do real era creditado ao aumento no "fluxo de fundos estrangeiros".

DOS EMPREGOS À POUPANÇA
Lula falou às rádios de Roraima e foi parar nas manchetes da Folha Online ao Terra no final da tarde, "Brasil gerou 150 mil novos empregos em agosto".
Mas veio o "Jornal Nacional" e encerrou as boas notícias todas, com a manchete "Investidores aumentam os depósitos nas cadernetas de poupança e o governo propõe taxar as aplicações acima de R$ 50 mil".

DEU NA "FOLHA DE BOA VISTA"
Segundo o Blog do Planalto, Lula deu 187 entrevistas em 2009, até sexta, contra o total de 182 em 2008.
E ontem ele falou com exclusividade à "Folha de Boa Vista", que o questionou sobre a Venezuela no Mercosul. Ecoou mundo afora, por agências, a resposta de que o Senado vai aprovar a entrada de Hugo Chávez.

FORA DA ONU
Em destaque nos sites brasileiros e pelas agências, "Brasil pressiona e embaixador de Honduras é expulso de sessão da ONU". Na Reuters, "Enviado de Honduras diz ter sido expulso de órgão da ONU", sob acusação de representar um governo "ilegal".

E DA EUROPA
Na manchete global do "El País", "Espanha proíbe a entrada no país de representantes do governo "de facto" hondurenho". Acrescenta depois que "a União Europeia aprovará [hoje] uma declaração em defesa da ordem constitucional em Honduras".

"CLARÍN" DERRUBA TELES
No alto da home do argentino "Clarín", "Cristina volta atrás na permissão para telefônicas na TV a cabo", no projeto de Lei dos Meios de Comunicação. Era a principal medida de "desconcentração" do setor no país, que tem no "Clarín" seu "principal grupo de mídia".

GOOGLE DOMINA BRASIL
Ontem em enunciado do "New York Times", "Onde o Google é realmente grande: Índia e Brasil", apresentados como "dois dos mercados de maior crescimento" mundial. E no "press release" da empresa de medição ComScore, postado por Yahoo e Reuters, "Google domina a paisagem de internet na Índia e no Brasil".
Segundo o levantamento, nos dois países, para cada hora que os internautas gastam on-line, 18 minutos são voltados a sites do Google. Entre eles, o Orkut, a principal rede social em ambos -e apenas neles.
"Mas o Orkut é só parte da história", sublinha o "NYT". O Google responde, por exemplo, por 90% das buscas no Brasil, 88% na Índia. YouTube, Google Maps, Blogger e Gmail são dominantes, em suas faixas.

SEM CONFIANÇA
Ontem o "NYT" e o "Washington Post", entre outros jornais, noticiaram que nos EUA a "confiança na mídia noticiosa caiu para novo recorde de baixa". A pesquisa Pew mostrou que, para 74%, as organizações jornalísticas favorecem um lado ou outro na cobertura política.

DESNECESSÁRIA
Para o colunista de mídia do "WP", Howard Kurtz, o episódio em que um âncora da Fox News, o popularesco Glenn Beck, abriu campanha e derrubou um assessor de Obama mostra que a "mídia estabelecida" não é mais necessária como "intermediária" nas intervenções políticas.

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