sábado, junho 13, 2009

BRASÍLIA - DF

Meirelles ri à toa

LUIZ CARLOS AZEDO

CORREIO BRAZILIENSE - 13/06/09

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ganhou mais uma parada. Foram para o espaço as críticas à política cambial. Luciano Coutinho, presidente do BNDES, por exemplo, defendia uma desvalorização do Real sem acabar com o câmbio flutuante. Como? Baixando a taxa de juros. Os juros foram reduzidos a um dígito pelo Banco Central (9,25%) e o Real continua se valorizando. O dólar, ontem, caiu mais 1,23% . Fechou em R$ 1,927. A moeda americana acumula queda de 17,4% no ano e, em plena crise, faz a alegria de quem gosta de viajar para o exterior, comprar produtos importados e exportar commodities (soja, milho, minérios de ferro, petróleo). Mas deixa no sufoco nossa indústria tradicional.

É a outra face do comportamento anticíclico da economia brasileira . Quando o preço das commodities sobe, o Real valoriza. Ou seja, o dólar cai em relação ao Real. É parte de um fenômeno mundial. O dólar australiano e o dólar neozelandês também variam de acordo com o preço das commodities. A valorização do real também resulta da queda da aversão ao risco. Os investidores correm para Brasil em busca de oportunidades de negócios.

Em maio, ingressaram US$ 2,570 bilhões em recursos externos no Brasil para aplicação na Bolsa de Valores. Os investimentos diretos atingiram US$ 2,750 bilhões. Os recursos estrangeiros aplicados em títulos públicos (renda fixa), atraídos pelo juro, ficaram em US$ 937 milhões. Os recursos externos no mês passado para aplicação em renda fixa não atingiram 15% do total que entrou. E Banco Central comprou U$ 3,63 bilhões dos U$ 3,7% que entraram líquidos no país. Ou seja, quase tudo.

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu não gostou da indicação do presidente da BR Distribuidora, José Eduardo Dutra, como candidato do Campo Majoritário (hoje denominado Construindo o Novo Brasil) a presidente do PT. Avalia que o grupo paulista da antiga Articulação ficará à margem do centro de decisões da campanha de Dilma Rousseff (PT). Dutra foi uma indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Vacilou

O prestígio do presidente da Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, nunca esteve tão baixo no Palácio do Planalto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acha que ele amarelou na crise mundial. A forma como a Vale enxugou os gastos da empresa e sustou investimentos, para o governo, ajudou a puxar a economia para baixo. Atrapalhou mais do que ajudou a enfrentar a crise. Além disso, fortaleceu os ministros que defendem a retomada do controle da empresa pelo governo, via fundos de pensão.

Sai daí

Amigos aconselham o diretor-geral do Senado José Alexandre Lima Gazineu a pedir demissão do cargo e botar a boca no trombone. Virou o bode expiatório dos atos secretos e outras coisas erradas da Casa. Além disso, o primeiro-secretário Heráclito Fortes, que ontem fez uma cirurgia bariátrica no Hospital Sírio e Libanês (SP) e passa bem, já tem um nome na manga do paletó para o seu lugar.

Fica

Na conversa que teve com o deputado Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), o presidente Lula elogiou Ciro Gomes. Ressaltou sua competência e fidelidade, e disse que ele deve manter a candidatura a presidente da República. Prefere o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci (PT-SP) como candidato ao Palácio dos Bandeirantes.

No cafezinho

Azebudsman/ República encaminhada ao presidente Lula não foi eleita pela PGR, mas pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). Com 482 votos, o subprocurador-geral Roberto Monteiro Gurgel Santos foi o mais votado. Em segundo, ficou o subprocurador-geral Wagner Gonçalves, com 429 votos, mais cotado para o cargo. A subprocuradora-geral Wiecko Volkmer de Castilho teve 314 votos.

Rouanet/ O deputado federal Geraldo Magela (PT-DF), será o novo presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Cultura, que defende a aprovação da PEC 150, que destina 2% dos recursos federais, 1,5% dos recursos dos estados e 1% dos recursos municipais para a cultura. As mudanças na Lei Rouanet também estão nos planos de Magela.

Refugiados/ O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), a Agência Espanhola de Cooperação Internacional(AECI) e o Instituto Cervantes promoverão de 18 a 21 de junho, em Brasíliaa I Mostra de Cinema sobre Refúgio e Migração "Cinema sem Fronteiras". Diretores latino-americanos e espanhóis abordam o refúgio e a migração no mundo.

Sobrou/ O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) entrou em risco eleitoral. Para ter o apoio dos petistas, o governador Sérgio Cabral (PMDB) articula uma chapa ao Senado com o presidente da Assembléia, Jorge Picciani (PMDB), e o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT).

Desabafo/ Pedro Simon, desconsolado senador do PMDB gaúcho, diante do noticiário policial sobre o Congresso: "O Parlamento era o poder mais transparente, até descobrir que existem 500 atos secretos no Senado."

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