sexta-feira, junho 12, 2009

AUGUSTO NUNES

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A Ordem dos Pecadores da Pátria já ganhou o selo verde do PAC

12 de junho de 2009

Deposto da Presidência da República por ter desonrado o cargo, Fernando Collor foi absolvido pelo Supremo Tribunal Federal (”por falta de provas”), eleito senador, indicado para o comando da comissão que supostamente supervisiona o PAC, promovido a amigo de infância do adversário que insultou na campanha de 1989 e acaba de ser incoporado à tropa de choque governista na CPI da Petrobras.

Deposto da Presidência do Senado por ter ter ido longe demais até para os padrões do Congresso, Renan Calheiros foi poupado da cassação pela cumplicidade suprapartidária, eleito líder da bancada do PMDB, convidado a entrar sem bater no gabinete de Lula e acaba de ser premiado com a chefia do grupo de extermínio incumbido de assassinar a verdade nas sessões da CPI da Petrobras.

Deposto do Ministério da Fazenda por ter sido o mandante do estupro da conta bancária do caseiro Francenildo Costa, Antônio Palocci foi eleito deputado federal, contemplado com o comando da comissão que promete cuidar da reforma tributária e, como será absolvido pelo STF (”por falta de provas”), acaba de ser empurrado para a frente da fila de candidatos do PT ao governo de São Paulo.

Deposto da presidência do PT porque até a sala ocupada por José Dirceu ficou ruborizada com o que fez no escândalo do mensalão a nada santa trindade que compôs ao lado de Delúbio Soares e Marcos Valério, José Genoíno foi eleito deputado federal e, por decisão da base alugada, acaba de ser nomeado relator da emenda que institui a rerreeleição.

Que a maioria do eleitorado perdoa e o STF absolve delinquentes cinco estrelas, disso se sabe há muito tempo. Que na Praça dos Três Poderes o critério do mérito foi substituído pelo peso do prontuário, disso se sabe faz algum tempo. A novidade é que a turma que sempre garantiu a impunidade dos fora-da-lei de estimação agora deu de homenageá-los.

Já com o selo verde do PAC, só falta a discurseira de Dilma Rousseff para o reconhecimento oficial da paternidade (e da maternidade) da grande obra política da Era Lula. É a Ordem dos Pecadores da Pátria.

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