terça-feira, outubro 23, 2018
Um passeio pelo Vale do Silício - CORA RÓNAI
Um passeio pelo Vale do Silício - CORA RÓNAI
O GLOBO - 23/10
Hoje escrevo de Palo Alto, uma pequena cidade a cerca de meia hora de São Francisco, na Califórnia. Cheguei no domingo à tarde, fiz check-in no hotel e abri o Google Maps para me localizar. Já estive algumas vezes aqui, mas há bastante tempo, nos áureos tempos da primeira bolha da tecnologia, nos anos 90, quando o Vale do Silício fervia; era uma cidade pequena, sossegada e bonitinha, com casinhas de classe média simpáticas que me despertavam uma vaga nostalgia de gramados e quintais.
Palo Alto continua pequena, continua sossegada e continua bonitinha; mas hoje é um ninho de milionários. A classe média mora longe daqui. As casinhas continuam mais ou menos as mesmas, mas seu preço médio disparou e está em torno de US$ 2,5 milhões. Com menos de quatro ou cinco milhões não se compra uma com tamanho razoável para uma família e mais de um banheiro. O custo de vida é estratosférico.
A cidade é uma das mais importantes do Vale e dezenas de empresas de tecnologia nasceram aqui, entre elas Google, Facebook, o próprio Waze, Pinterest, Tesla, Skype, PayPal, Logitech. Há centenas de empresinhas menores e de start-ups na área. É possível que agora mesmo, enquanto escrevo, alguém esteja tendo uma ideia brilhante que vai mudar o mundo.
A cinco quarteirões do hotel, seguindo pela Emerson, chega-se a uma rua chamada Addison; virando à esquerda e andando mais dois quarteirões, encontra-se o número 367. É uma área residencial bem arborizada, com lindos jardins e, nessa época do ano, muitas folhas secas no chão.
Aparentemente, o número 367 não tem nada demais. É uma casa parecida com todas as outras da rua; o terreno é pequeno, e ela ocupa quase toda a sua largura. É de madeira, tem colunas verdes e janelas envidraçadas, uma sebe florida. Não há nada que chame a atenção na sua construção – mas, em frente, uma placa alerta aos passantes (que não são muitos) que ali nasceu o Vale do Silício.
Foi na garagem dessa casa, um singelo galpão de madeira, pequeno pelos padrões atuais, que os jovens William Hewlett e David Packard, recém-saídos da vizinha Universidade de Stanford, começaram a trabalhar num equipamento de áudio. Eles formalizaram a parceria em 1939, jogando uma moeda no ar para saber se a companhia que estavam fundando se chamaria Hewlett-Packard ou Packard-Hewlett. Alguns anos depois, a HP entrou no ramo dos semicondutores, e o resto, como dizem por aí, é história.
O termo “Vale do Silício” foi usado pela primeira vez em 1971. A expressão vai além de uma simples definição geográfica, e hoje é praticamente sinônimo da poderosa indústria de tecnologia dos Estados Unidos.
É impossível andar pelas ruas de Palo Alto sem pensar em toda a revolução que brotou a partir dessa região. Também é impossível para mim não pensar em como o Brasil está distante do front da tecnologia, e em como essa distância tende a aumentar num país que dá tão pouco valor ao ensino.
Deveríamos estar todos na rua brigando, não por candidatos, mas por uma política de educação real, que resgate o nosso futuro.
Geraldo Azevedo pede desculpas ao General Mourão
Geraldo Azevedo pede desculpas ao General Mourão
O general da reserva Hamilton Mourão, vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), disse que vai processar o cantor e compositor que o acusou de torturá-lo durante o regime militar
O general da reserva Hamilton Mourão, vice na chapa do candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, disse que vai processar o cantor e compositor Geraldo Azevedo que o acusou em um show no fim de semana de torturá-lo durante o regime militar. Ao Estado, Mourão afirmou que em 1969, ano em que o artista esteve preso pela primeira vez, ainda não tinha ingressado no Exército. Procurado pela reportagem na manhã desta terça-feira, Azevedo negou que o candidato a vice na chapa de Bolsonaro estivesse entre os militares que o torturaram quando ele foi preso, em 1969 e em 1974.
“É uma coisa tão mentirosa”, disse Mourão. “Ele me acusa de tê-lo torturado em 1969. Eu era aluno do Colégio Militar em Porto Alegre e tinha 16 anos”, afirmou o general da reserva. “Cabe processo.” Hamilton Mourão entrou em 1972 na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) e se formou em 1975. É filho do general de divisão Antonio Hamilton Mourão e Wanda Coronel Martins Mourão.
As declarações de Geraldo Azevedo, dadas em show no final de semana na Bahia, foram citadas pelo candidato a presidente pelo PT, Fernando Haddad, em sabatina, nesta terça-feira pela manhã, no jornal “O Globo”.
Em nota, o artista pediu desculpa “pelo transtorno causado pelo equívoco e reafirmou sua opinião de que não há espaço no Brasil de hoje para a volta de um regime que tem a tortura como política de Estado e cerceia a liberdade de imprensa”.
Mourão diz que vai processar compositor por fala sobre tortura; Azevedo pede desculpas
O Estado de S.Paulo -23 Outubro 2018 | 13h10
O general da reserva Hamilton Mourão, vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), disse que vai processar o cantor e compositor que o acusou de torturá-lo durante o regime militar
O general da reserva Hamilton Mourão, vice na chapa do candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, disse que vai processar o cantor e compositor Geraldo Azevedo que o acusou em um show no fim de semana de torturá-lo durante o regime militar. Ao Estado, Mourão afirmou que em 1969, ano em que o artista esteve preso pela primeira vez, ainda não tinha ingressado no Exército. Procurado pela reportagem na manhã desta terça-feira, Azevedo negou que o candidato a vice na chapa de Bolsonaro estivesse entre os militares que o torturaram quando ele foi preso, em 1969 e em 1974.
“É uma coisa tão mentirosa”, disse Mourão. “Ele me acusa de tê-lo torturado em 1969. Eu era aluno do Colégio Militar em Porto Alegre e tinha 16 anos”, afirmou o general da reserva. “Cabe processo.” Hamilton Mourão entrou em 1972 na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) e se formou em 1975. É filho do general de divisão Antonio Hamilton Mourão e Wanda Coronel Martins Mourão.
As declarações de Geraldo Azevedo, dadas em show no final de semana na Bahia, foram citadas pelo candidato a presidente pelo PT, Fernando Haddad, em sabatina, nesta terça-feira pela manhã, no jornal “O Globo”.
Em nota, o artista pediu desculpa “pelo transtorno causado pelo equívoco e reafirmou sua opinião de que não há espaço no Brasil de hoje para a volta de um regime que tem a tortura como política de Estado e cerceia a liberdade de imprensa”.