segunda-feira, maio 15, 2017

O país no bolso e a bandeira na mão - GUILHERME FIUZA

REVISTA ÉPOCA


José Mujica, o ex-presidente fofo do Uruguai, está com Lula. Assim como o papa, fofura ainda mais exuberante

Os arautos da bondade no planeta Terra nunca trabalharam tanto. José Mujica, o ex-presidente fofo do Uruguai, disse que seu coração está com Lula. A solidariedade emocionante foi prestada na festa pela libertação de José Dirceu, outra alma boa do mesmo planeta. Umas 48 horas depois, Renato Duque confirmou a Sergio Moro que Lula é o chefe do petrolão. Ou seja: o coração solidário de Mujica e o dinheiro roubado do contribuinte estão juntos, sob a mesma guarda. O Brasil e parte do mundo hoje são súditos dessa lenda idiota.

O papa Francisco, uma fofura ainda mais exuberante que Mujica, também deu seu jeitinho de hipotecar o coração a Lula, o filho do Brasil. Quando foi aprovado o impeachment da presidente delinquente, o sumo pontífice declarou que o momento era “muito triste” e cancelou sua visita ao país. Já sobre a Venezuela, enquanto o sangue corre nas ruas e o companheiro Maduro fecha o Congresso, Francisco declara que a solução da crise fica difícil com “a oposição dividida”. Vamos repetir, porque você achou que não ouviu direito: o papa bonzinho encontrou um jeito sutil como um elefante de culpar a oposição venezuelana pela ditadura sanguinária do filhote de Hugo Chávez.

Este texto poderia terminar aqui, porque é incrível que ainda seja preciso dizer algo mais sobre uma lenda progressista vagabunda que virou crime perfeito, graças a uma opinião pública demente que engole e propaga a fraude – contando até com astros de Hollywood para isso. Já mostramos que Mujica é um canastrão, o papa é um covarde e a casta cultural e acadêmica que apoia essa malandragem para ficar bem na foto é um flagelo. Mas vamos prosseguir em homenagem a Lula, o democrata que prometeu voltar à Presidência e mandar prender todos os jornalistas que mentiram sobre ele.

Parêntese: é muita ingratidão você passar mais de década alugando gente para exaltar sua honestidade e depois ameaçar prender quem mentiu.

Lula desembarcou em Curitiba para o depoimento a Sergio Moro de jatinho particular, cercado por uma comitiva de petistas sorridentes e gordos. Eles levam um vidão, nem precisam mais fingir que governam. Dilma faz palestras pelo mundo numa língua só dela viajando de primeira classe. A tropa da alegria reservou dois andares de um dos melhores hotéis de Curitiba, de onde foram se encontrar com seus advogados milionários. A Justiça Federal acabara de interditar o Instituto Lula, identificando-o como centro de articulações criminosas e distribuição de propina. Bumlai, um dos articuladores, foi solto pelo STF a tempo de declarar que a ideia do instituto foi de Marisa Letícia. Não seria preciso dizer mais nada.

Mas é, porque essa quadrilha ou, pior, sua narrativa inacreditável continua viva e bem, obrigado. Não estivesse, seria impossível montar uma greve geral de fachada, empurrando uma militância pífia e fisiológica para sabotar um dia na vida do país. Ruas, estradas, lojas e aeroportos invadidos e depredados por supostos manifestantes trabalhistas insuflados e/ou pagos pelos heróis da lenda para posar de revolucionários – num momento em que a única revolução possível a favor do povo é consertar o estrago que os heróis deixaram após 13 anos de sucção.

O mais chocante não é o show de violência dos parasitas – defendido envergonhada e dissimuladamente por essa elite cultural e acadêmica como “direito à livre manifestação”, entre outros disfarces retóricos para o teatro ideológico. O mais impressionante é a leniência, a catatonia, a frouxidão do país e de suas autoridades diante do escárnio. Saiu barato, quase de graça, para os pimpolhos selvagens e seus mentores intelectuais esculhambarem a vida nacional e ainda saírem reclamando da violência policial. O Brasil é uma mãe.

É por tudo isso que Lula pode ainda ser apresentado como protagonista de um duelo com Sergio Moro, como se o juiz fosse um carrasco de Os dias eram assim – e não alguém que está julgando um réu, acusado de uma série de crimes contra o povo que finge defender. A imagem da chegada do ex-presidente à audiência da Lava Jato carregando uma bandeira do Brasil é um emblema, com uma única legenda possível: “Vou continuar enganando, até que eles se cansem de ser enganados”.


Os intelectuais não aprendem com a 'experiência histórica'? - LUIZ FELIPE PONDÉ

FOLHA DE SP - 15/05

A atividade intelectual é um tanto solitária. Por isso, muitos parecem gente estranha, com hábitos pouco comuns. Muita leitura e silêncio podem deixar você um tanto distante do mundo. Lugares mais quietos e recolhidos são bons para a atividade intelectual. Pensar horas a fio também é uma constante nesse ramo.

Como tudo, tem "seu lado mais e seu lado menos". Um "lado menos" dos intelectuais já é conhecido desde o século 18, com o advento do Iluminismo: intelectuais facilmente viajam na maionese e falam de mundos que não existem. O homem não é o ser racional que pensavam os iluministas, nem revoluções em nome do povo se saem muito bem. Normalmente, há que matar muita gente para se chegar ao povo que muitos intelectuais têm na cabeça.

A pergunta que me faço é: os intelectuais não aprendem com a "experiência histórica", essa mesma que tanto falam por aí? Por que, muitos insistem no mesmo erro? Qual erro?

Antes de tudo, que fique claro que não creio que o capitalismo seja o paraíso na Terra nem que sua majestade, o mercado, resolva tudo. Mas, sim, creio que o Estado, quando grande e gastador, destrói a economia e a vida as pessoas, fingindo que as ajuda.

Acredito também que posições liberais (em economia, política e moral) costumam ser melhores, no meu entendimento, para formar pessoas mais maduras na lida com a realidade do que posições mais dadas ao controle da vida das pessoas, em nome do "bem" delas.

O resto é contingência e experiência de lida com esta contingência.

Dito isso, voltemos ao erro acima. O erro é o seguinte: muitos intelectuais parecem beirar a idiotia no que se refere à capacidade de dizer frases que pareçam fazer sentido, mas que, se analisadas no contexto da realidade, se revelam estúpidas.

Imagine alguém que diz o seguinte: "o modo de divisão do trabalho deve mudar no mundo". Uma frase dessas, que parece responder aos problemas mundiais relativos à vida das pessoas e seu trabalho, peca de várias formas. Quer ver?

Quem faria essa mudança? Você? Eu? Ele? Um ser iluminado? Uma comissão? Como seria escolhida essa comissão? Qual método? Quantas pessoas? Quantas reuniões ela deveria ter pra decidir? Quem decidiria quantas reuniões? Como seria feita essa reunião? Teria hierarquia dentro da comissão? Como seria essa hierarquia? Quem decidiria como seria? Qual seria essa mudança?

Uma vez "decidido" por um tipo de mudança (sem entrar no mérito de qual mudança seria nem quem disse que ela seria melhor), como seria posta em prática? Se alguém discordasse dela, como se resolveriam as discordâncias? Como se identificaria esse "modo de divisão de trabalho" exatamente?

Basta um livro "dizendo" que é assim que se dá esse "modo de divisão de trabalho" ou muitos livros? Quantos exatamente? Alguma instituição seria utilizada como credenciada para "dizer" isso? Quem credenciaria a credencial dessa instituição credenciada pra dizer qual é o "modo de divisão de trabalho" a ser mudado? Todas as forma de trabalho existentes? Ou haveria algum tipo de ajuste a formas especificas de trabalho?

Como se decidiria o quão especifica é uma forma de trabalho? Como resolver o fato de que muitas funções acabam com o tempo e outras são criadas por conta, por exemplo, de mudanças tecnológicas? Como se ajustaria essa mudança ao fator tempo? Por quanto tempo essa mudança valeria?

Cansei de fazer essa lista de perguntas que parece escapar à mente brilhante de alguns intelectuais. Soltam pérolas que, na verdade, seriam identificadas como falas de um idiota caso o agente da fala no caso não fosse visto como um cara inteligente ou um dos caras mais importantes no pensamento contemporâneo.

Outro exemplo? "O povo deveria decidir diretamente tudo na democracia." Brilhante! O povo já provou que escolhe qualquer coisa a qualquer momento. Agora, na Turquia, acabou de dar poder a um islamita autoritário que quer ser sultão.

O povo escolhe de acordo com a melhor propaganda ou a melhor retórica que atenda aos seus "pequenos" interesses cotidianos. Seriam os intelectuais idiotas?

Se fôssemos espertos - RUY CASTRO

FOLHA DE SP - 15/05

RIO DE JANEIRO - Comecei a suspeitar de algo errado com a educação no Brasil quando uma de minhas filhas, matriculada num colégio "experimental" do Rio em fins dos anos 70, chegou aos oito anos sem ser alfabetizada. Em troca, subia e descia de árvores com uma destreza de Jane do Tarzan. Seu colégio dava grande importância a essa disciplina e, não por acaso, o pátio parecia uma miniatura da Mata Atlântica.

Desde então, nosso sistema de ensino vem procurando novas fórmulas com as quais preparar os garotos. Uma delas propôs –e conseguiu– extinguir do currículo o latim, talvez por ele não figurar entre as línguas oficiais da Disney World. Outra postulou o desaparecimento da geografia, sob a alegação de que era inútil saber, digamos, os afluentes do rio Amazonas –para que decorar a resposta a uma pergunta que jamais lhes seria feita?

Mas isso foi então. Nos últimos 15 anos, voltamos aos conteúdos, só que para tentar inverter o polo da história –diminuindo a presença do opressor europeu e enfatizando a dos nossos indígenas e africanos. Com isso, menos Estácio de Sá e d. Pedro 1º, por exemplo, e mais Zumbi dos Palmares e o cacique Araribóia. Muito justo –mas o que faremos com o Aleijadinho, Chiquinha Gonzaga, Machado de Assis, Lima Barreto, Di Cavalcanti, Mario de Andrade, Elizeth Cardoso, Ademir da Guia, Taís Araújo e a torcida do Flamengo, todos com algum branco descascado na composição?

Enquanto no Brasil discutimos ideologia, Portugal há anos começou a privilegiar o ensino de português e matemática em suas escolas. Sem ler ou escrever direito, ninguém chegará à história e à filosofia. E sem uma forte base matemática, ninguém dará para a saída no mundo cibernético. Os portugueses começam a colher os frutos dessa política.

Sombra sobre Dilma - EDITORIAL FOLHA DE SP

FOLHA DE SP - 15/05

Deposta da Presidência sob acusações de fraudes na gestão do Orçamento, a petista Dilma Rousseff tinha à sua disposição o expediente retórico de apontar que, ao contrário de boa parte de seus algozes no Congresso, não era suspeita de envolvimento com o esquema investigado pela Lava Jato.

Tal recurso de defesa política foi demolido, no entanto, com os depoimentos do marqueteiro João Santana e de sua mulher, a empresária Mônica Moura —em especial, com o espantoso relato desta sobre mensagens eletrônicas que recebia da ex-presidente.

"O seu grande amigo está muito doente. Os médicos consideram que o risco é máximo. E o pior é que a esposa, que sempre tratou dele, agora também está doente, com o mesmo risco. Os médicos acompanham dia e noite."

Essas as palavras com que Dilma, então no Planalto, teria transmitido informação de que o casal estava prestes a ser preso.

Por ora, trata-se tão somente de delação premiada. O que se tem são indicações para uma apuração mais aprofundada, a partir da qual se verificará judicialmente a oportunidade de uma denúncia criminal propriamente dita.

São gravíssimas, no entanto, as implicações do relato da empresária —cujo marido estava, notoriamente, entre os conselheiros de maior confiança da petista.

A sequência de escândalos envolvendo licitações públicas, propinas e verbas de campanha não tinha posto em evidência, até agora, tamanho grau de participação direta de um presidente da República.

Com acesso privilegiado a informações sobre o andamento da Lava Jato, Dilma teria informado diretamente dois investigados de sua iminente prisão. Um ato desse tipo abre a seus beneficiários a possibilidade de destruir provas ou mesmo de escapar da Justiça. Apura-se aqui, portanto, o crime de obstrução da Justiça.

Preocupada com a revelação da origem ilícita de suas verbas de campanha, a ex-presidente teria, ademais, perguntado a Mônica Moura se não seria conveniente mudar, da Suíça para outro pais, a sede das contas secretas em poder de João Santana.

As delações do casal também atingem Luiz Inácio Lula da Silva e outros expoentes petistas, em particular o ex-ministro Antonio Palocci, também a caminho da delação. Nesses casos, porém, pouco se acrescenta de essencial ao conteúdo de outros depoimentos.

É a imagem da ex-presidente, portanto, que sofre o maior abalo com as novas informações. Este não é o momento de condenar, mas de esclarecer suspeitas, que estão entre as mais graves do vasto histórico de escândalos do petismo.

Reformar o quê, como, para quê? - BOLÍVAR LAMOUNIER

REVISTA ISTO É

O Brasil vive uma crise séria e há reformas políticas em debate. A questão a examinar é o que tais reformas têm a ver com a crise. São uma tentativa de resolvê-la, ou estamos mais uma vez nos engajando nessa importante discussão sem a necessária clareza quanto aos objetivos que pretendemos alcançar?

A superação da crise requer a aprovação de medidas duras pelo Congresso Nacional. Esse, porém, foi colhido em cheio pela crise política, devido notadamente aos inquéritos relacionados à corrupção. Ou seja, temos não uma, mas duas crises entrelaçadas, ambas complexas, cada uma alimentando-se da outra.

No aspecto político, que remédios têm sido aventados? Descartemos de início a antecipação das eleições de 2018, tese desprovida de sentido prático, que as esquerdas defendem por mero oportunismo, tentando “abutrizar” as dificuldades com as quais o atual governo se depara, causadas justamente pelo desastre da precedente gestão petista.

Num diapasão mais sério, duas outras ideias têm sido ventiladas. Primeiro, acoplar à eleição de 2018 um plebiscito mediante o qual os eleitores aprovariam (ou não) a convocação de uma Constituinte exclusiva, independente do Congresso, para refazer todo o ordenamento constitucional.

Esta proposta foi lançada em manifesto à Nação pelos juristas Modesto Carvalhosa, José Carlos Dias e Flávio Bierrembach. Segundo, apressar a reforma política, para que a cláusula de barreira e o fim das coligações em eleições legislativas sejam aplicados já em 2018. Conquanto tenham méritos, essas duas ideias envolvem um evidente problema de timing: os resultados almejados só seriam alcançados em 2019, ou mais tarde.

São dois, a meu juízo, os componentes reais da crise que o Brasil já está vivendo: a resistência irracional do Legislativo e de parcelas da sociedade a reformas imprescindíveis à recuperação econômica e expectativas negativas a respeito da eleição presidencial de 2018. No momento atual, não há como descartar a hipótese de uma recidiva populista com Lula ou Ciro Gomes, cenário em que a retomada dos investimentos obviamente não se concretizará. Enquanto esses dois componentes permanecerem ativos, o País ficará patinando, com escassas chances de superar a estagnação econômica.

São dois os componentes reais da crise: a resistência irracional do Legislativo a reformas imprescindíveis e as expectativas negativas quanto a 2018

Entre ajustes e acertos - MAURO CEZAR PEREIRA

O Estado de S. Paulo - 15/05

Estreia da coluna faz um balanço da primeira rodada do Campeonato Brasileiro

Transformações, evolução em meio à temporada, com o Campeonato Brasileiro em andamento. Ponto em comum entre os times da Série A. É o caso até do campeão, Palmeiras, que já trocou de técnico e neste domingo não foi o de 2016, dos laterais cobrados na área, pressão, briga pela bola, defesa sólida e muita entrega.

Como tentava Eduardo Baptista, teve bola no chão, jogadas trabalhadas, e um lado direito, decisivo. Cuca voltou e foi feliz quando mandou Tchê Tchê para a lateral, puxando Jean para formar como volante. O Vasco teve volume no primeiro tempo, criou, mas sua defesa, fragilíssima, não foi perdoada em duelo resolvido rapidamente.

A desatenção de Maicon numa cobrança de lateral abriu caminho para o gol de Ábila. Ele definiu a vitória do Cruzeiro sobre um São Paulo sem a intensidade do encontro pela Copa do Brasil, quando precisava vencer por dois gols. Time em busca do equilíbrio, confuso na definição das jogadas e que pagou caro pela desconcentração.

Em 2017 o Santos já foi derrotado por todos os adversários de primeira divisão, agora pelo Fluminense. A jogada do terceiro gol tricolor, de Sornoza, foi antecedida por longa troca de passes, ante a passividade do time santista, que fez apenas oito desarmes certos em 90 minutos. Que é preciso melhorar já está claro desde o Paulista.

Flamengo e Atlético fizeram ótima abertura, ante mais de 50 mil pessoas, embora também careçam de ajustes. Os rubro-negros mantêm a dificuldade para transformar chances em gols, e o Galo já não é mais “doido”, com boa consistência defensiva. Contudo, possui atletas importantes acima dos 30 anos, o que poderá pesar.

Logo após o apito final no Maracanã, 33 mil corintianos viram o time ter mais posse de bola, algo raro, e só finalizar cinco vezes, contra 15 da Chapecoense, que somou quatro finalizações certas, o dobro do campeão paulista. Foram 548 passes certos contra 226 dos visitantes, e ainda assim o time catarinense ameaçou mais.

A Chape buscou o empate e poderia vencer. Ter a bola por mais tempo, agir ao invés de reagir, abrir os espaços na defesa rival, perceber que não basta fechar a sua. Criar e finalizar. Assim serão muitos jogos do Corinthians em seus domínios. Urge a ampliação do repertório de um time que não acertou o alvo uma vez sequer a segunda etapa.

Pelo material humano e recursos financeiros, é claro que o Palmeiras tem mais possibilidades. Maiores dúvidas envolvem São Paulo e Corinthians. Rogério Ceni surgiu cheio de convicções, mas se vê obrigado a repensá-las. Fábio Carille sabe bem, o que lhe bastou para ser campeão paulista é pouco para o Brasileiro.

Com quase quatro meses de temporada, times seguem se formando, se transformando, agora num campeonato que não dá tantas chances de recuperação.

MAIO LEVE PARA ALGUNS...

Calendário suave. Do 1 a 1 com a Chapecoense à visita ao Vitória, (dia 21), até o Atlético em Goiânia (28), serão mais três jogos do Corinthians no mês. Um a cada cinco dias, todos pelo Brasileiro, como serão os do São Paulo, com intervalo médio de 4,3 dias. Neste domingo o Cruzeiro fora, dias 21 Avaí e 27 Palmeiras, ambos no Morumbi.

...PESADO PARA OUTROS

Maratona intensa. O clássico vai fechar o mês alviverde, com cinco pelejas, uma a cada 2,6 dias, por três competições! Contudo, só viajará uma vez, a Chapecó. O Santos terá o mesmo número de compromissos por dois certames – 2,8 dias entre eles. Mas já foi a Belém, domingo jogou no Rio de Janeiro e já arruma malas para voar à Bolívia. Extremos!

A HISTÓRIA O CONDENARÁ - DORA KRAMER

REVISTA VEJA

Diante de Moro, Lula foi mais Lula do que nunca, um fingidor

O RÉU CLAMA por provas, se diz vitima de uma "caçada jurídica", mas não dá mostras de que seja capaz de fornecer ao juiz elementos suficientes para que firme convicção sobre sua inocência. Cobra dos investigadores assertividade, mas na condição de investigado oferece apenas evasivas. Acusa os meios de comunicação de produzir contra ele notícias negativas baseadas em "ilações", embora tenha tido sempre todo o espaço disponível e nunca se disposto a ocupá-lo com entrevistas de perguntas livres e participação de profissionais não alinhados, independentes.

Luiz Inácio da Silva, o réu em tela, acha que a história o absolverá e por isso busca escrever uma versão que lhe seja favorável nesse presumido julgamento futuro. O problema, contudo, são os fatos, e neles se baseiam os historiadores. Noticia disso dá a trajetória do inspirador dessa pretendida absolvição histórica, Fidel Castro. As próximas gerações conhecerão o herói de Sierra Maestra, mas saberão também de seu legado ditatorial e opressor de um povo sem liberdade nem condições minimamente confortáveis de sobrevivência.

A história de Lula é diferente. Fruto da redemocratização do Brasil, cresceu na política justamente porque a nova ordem institucional garantia direitos coletivos e individuais fundamentais, entre os quais a liberdade de expressão, reunião, manifestação, votação etc. Conceitos absorvidos de maneira completa da sociedade, que passou a defendê-los com uma convicção tal que as investidas autoritárias do PT em geral, de Lula em particular, não prosperaram.

Aos esquecidos, dois exemplos: a tentativa de criar um conselho para regular e fiscalizar a atividade da imprensa e o arroubo ditatorial de Lula de ordenar a suspensão do visto do correspondente do The New York Times, Larry Rother, porque o jornalista discorrera sobre a amizade do presidente com as bebidas alcoólicas. A sociedade já devidamente consciente rejeitou as duas ideias, obrigando o petismo de resultados autocráticos a recuar. A tendência ao despotismo, no entanto, estaria presente sempre: na ojeriza à existência de oposição, no regozijo com a popularidade quase unânime e agora na tentativa de transformar seus investigadores em inimigos da pátria.

Diante do juiz Sergio Moro, interlocutor frio, lógico e imune às iniciativas canhestras de estabelecer identificação artificial, Lula foi mais Lula do que nunca. Mentiu, tergiversou, fez o que sabe fazer melhor: exercitar suas características de fingidor. Fingindo tão completamente que finge sentir que é dor a dor que deveras sente. Fernando Pessoa criou seu fingidor no espelho.

E a dor, aquela do medo de atravessar o espelho, vai ser estancada pelo receio de recair, outra vez sentir o que jamais gostaria de sentir. Por outra, me mantenho sóbria e chamo outros a fazer o mesmo. A fim de que possamos vigiar, fiscalizar, analisar e, enfim, concluir que a vida é a vida. Absoluta e maravilhosa. A despeito da roubalheira que nos assola.

Política e crime - DENIS LERRER ROSENFIELD

ESTADÃO - 15/05

O hoje rico aliado das empreiteiras teima em se apresentar como alguém perseguido


Durante o longo reinado lulopetista, o País sofreu um processo de intervenção estatal progressiva na seara econômica, sobretudo a partir do segundo mandato do presidente Lula. Mas foi no período da presidente Dilma Rousseff que esse processo se aprofundou.

Foi então o Estado apresentado como poder demiurgo capaz de qualquer realização, como se seus recursos fossem ilimitados. A coisa pública poderia ser vilipendiada, pois sempre haveria uma reparação financeira estatal. A Constituição e as leis seriam meros detalhes, a ser considerados ou não conforme as conveniências políticas e os interesses particulares. Na perspectiva da encenação, as aparências democráticas seriam mantidas.

De forma decidida, o Brasil acentuou os traços de seu capitalismo de compadrio, evoluindo, podendo-se assim dizer, para um capitalismo de comparsas. O País foi bloqueado e só agora começa a mudar, graças às reformas conduzidas pelo governo Temer.

As distinções entre esquerda e direita perderam o sentido, na medida em que a política se criminalizou, com os atores tornando-se agentes de apropriação de recursos públicos e, igualmente, de desmonte progressivo das instituições. A política criminosa desconhece limites, principalmente se sua retórica for a de uma esquerda que estaria operando uma grande transformação para os trabalhadores. As leis não são respeitadas, embora se guarde a aparência sob uma cobertura ideológica.

O PT emergiu como quadrilha com hierarquia de mando e foi acompanhado por setores de outros partidos, que, por sua vez, armaram quadrilhas secundárias e até mesmo coordenadas entre si. A noção de coisa pública desapareceu. A classe política, em sentido genérico, passou a ser vista como composta de criminosos e aproveitadores dos mais diferentes calibres. Assim, a imagem do Legislativo foi muito enfraquecida. Se uma questão se apresenta a respeito desse Poder, é a de que não mais exerce a função de representação política que deveria ser a sua.

O outro lado da política que se criminaliza é o do crime que se politiza. Uma vez os crimes perpetrados, vem o problema do seu ocultamento. Se os crimes aparecessem por seu valor de face, a política simplesmente se evaporaria, tornando-se caso de polícia. Isso seria o equivalente a um partido e a sua liderança política cometerem um ato de suicídio.

Considerando que está fora de questão o PT fazer uma autocrítica, uma avaliação séria de seus crimes, o que significaria o afastamento de seus criminosos, o partido optou por se colar aos que lideraram esse processo de destruição do País e, também, dele mesmo.

O comparecimento do ex-presidente Lula perante a Justiça, em Curitiba, foi emblemático. A estratégia do réu e de seu partido foi precisamente a de politizar o crime. Com total desfaçatez em relação aos fatos e, principalmente, em relação ao Brasil, os responsáveis por crimes e pelo descalabro nacional apresentaram-se como “vítimas de uma perseguição política”.

Não se tratou, na visão deles, de um simples ato de um indivíduo devendo prestar contas à Justiça, mas do ato político de um combatente dos pobres. O aliado das empreiteiras, tendo-se tornado um homem rico, teima em se apresentar como alguém perseguido.

O Lula aguerrido das lutas públicas, contudo, apareceu no tribunal acanhando, nervoso e não sabendo bem o que dizer, dada a abundância de provas. Naquele recinto, perdera o viço do líder populista de esquerda.

Sobrou-lhe apenas atribuir a responsabilidade de seus crime à sua falecida mulher. Não teve nenhum pudor, tal como não tivera no mensalão, jogando José Dirceu às feras e, agora, fazendo a mesma coisa com João Vaccari. A moral é completamente descartada em sua concepção da política.

Acontece, porém, que a sociedade brasileira colocou os princípios de moralidade pública na agenda política. Não mais admite tergiversações a esse respeito. O mestre da enganação apresentou-se diante do juiz Sergio Moro totalmente desguarnecido. Como se a máscara tivesse caído.

Restou-lhe como ato derradeiro o comparecimento a um comício para os adeptos da fé petista e os convertidos. O comparecimento destes foi pífio, em torno de 10% do anunciado, apesar da ampla mobilização dos convictos de sempre, respaldados por suas fontes de financiamento.

A encenação, necessária tendo em vista a ocultação dos atos ilícitos que estão verdadeiramente em questão, pareceu nada mais ser do que uma reunião de militantes, dos que compartilham essa politização do crime.

A condição nacional tornou-se inusitada em termos conceituais. Lula e comparsas atuam numa linha precisa, segundo uma organização claramente hierarquizada, dotada de uma ideologia, que tem como função velar os crimes cometidos.

Quando mais implicados estão na Justiça, mais acentuam o que poderia ser denominado uma atitude insurrecional, procurando abolir as instituições representativas. Não bastasse o já feito no sentido da corrosão dessas instituições, é como se tentassem agora o golpe de graça, que seria o instrumento de uma nova conquista do poder.

Seu projeto não deixa de ser paradoxal. Procuram fazer com que o ex-presidente concorra à Presidência da República, mesmo sub judice, com o possível apoio de um ministro companheiro do STF, por meio de uma liminar. Muito provavelmente, será Lula condenado em primeira e segunda instâncias; não se conformando, então, à lei, recorreria a esse subterfúgio “legal”.

Seria a utilização da lei para suprimir a lei propriamente dita. A “lei” protegeria criminosos disputando o cargo máximo do País. Com efeito, como pode a sociedade espelhar-se em tais atores? Que exemplos eles oferecem à Nação? Como poderia a sociedade estar satisfeita com a democracia, se esta, em certo sentido, se mostra não democrática?

*Professor de Filosofia na UFRGS

Transição incompleta - PAULO GUEDES

O Globo - 15/05

Uma casta privilegiada e inútil provocou o desprezo e a fúria de um povo fustigado pelo excesso de impostos e humilhado pelo luxo da corte


O país amadurece. Lula fez um contido manifesto político, enquanto Moro colheu seu depoimento. Manifestações sem violência em Curitiba. O enredo foi compreendido. As colaborações premiadas desnudam a engrenagem da corrupção a cada dia. Definem também os papéis principais. É um triste espetáculo constatar a perda de dignidade dos mais eminentes atores. A simples admissão de que nossas práticas políticas se degeneraram pouparia importantes biografias do patético e do trágico.

Mas não há grandeza, apenas a busca da sobrevivência onde antes havia a disputa pelo poder. A cumplicidade e a mentira no topo aumentaram o prêmio das delações embaixo. E agora o fogo das investigações está subindo morro acima. A marqueteira Monica Moura exibiu com descontração a banalidade dos malfeitos e desmascarou a proclamada inocência de Dilma. Atribuiu a Palocci a denúncia do “chefe” Lula como responsável pela aprovação do preço e garantidor do pagamento do serviço. Confirmou a parceria da Odebrecht nos malfeitos. A colaboração premiada do ex-ministro Palocci seria a pá de cal na morte da Velha Política.

Argumentava Tocqueville que, sob a aparência 
de ruptura, a Revolução Francesa teria de ser compreendida como continuidade histórica do Antigo Regime. A concentração do poder político e financeiro no governo central da monarquia absoluta esvaziou as funções da aristocracia, que desfrutava ainda seus privilégios. Uma nobreza privilegiada e inútil provocou o desprezo e a fúria de um povo fustigado pelo excesso de impostos e humilhado pelo luxo da corte. Prisioneiros da turbulência política e da crise econômica causadas por disfuncional engrenagem de poder centralizado, os franceses sofreram a degeneração dos nobres ideais iluministas no Terror jacobino e nas guerras napoleônicas.

No Brasil, também o regime militar de 1964 a 1985 centralizou poderes políticos e recursos financeiros, desidratando as atribuições da classe política no uso dos recursos públicos. A redemocratização ocorreu há mais de três décadas. Já era tempo de percebermos a associação entre o dirigismo na economia e a corrupção na política. Mas o despreparo de políticos e economistas inebriados pelo poder segue responsável pela turbulenta transição rumo à Grande Sociedade Aberta.

As patranhas de Lula - EDITORIAL O ESTADÃO

ESTADÃO - 15/05

Para Lula, o PT e a esquerda sem votos, só importa que a crise política, econômica, social e moral se agrave porque, para eles, quanto pior, melhor


A reforma da Previdência, sozinha, não resolve o problema do grave desequilíbrio fiscal que compromete a retomada do desenvolvimento, mas será responsável por parte substancial da solução, razão pela qual tem grande importância prática e simbólica. É por essa razão que a reforma é considerada prioritária pelo governo e, por outro lado, se tornou alvo preferencial das mentiras da oposição. Para o lulopetismo e aliados, mais do que “impedir que um governo ilegítimo acabe com a aposentadoria dos trabalhadores”, é importante impor-lhe, a qualquer custo, uma derrota política, com o duplo objetivo de se vingar do impeachment de Dilma Rousseff e abrir espaço para o discurso “progressista” voltar ao poder. Em outras palavras, para Lula, o PT e a esquerda sem votos, só importa que a crise política, econômica, social e moral se agrave porque, para eles, quanto pior, melhor.

Bom era nos tempos de Lula. É a ideia que pretende vender a propaganda do PT veiculada há dias na TV. A peça conta mentiras como a de que no governo Lula “sobrava dinheiro na Previdência” e que agora “o trabalhador terá que contribuir 49 anos para receber 100% da aposentadoria”, escamoteando o fato de que o governo já concordou em baixar o tempo de contribuição para 40 anos. Em seguida, o réu em cinco processos da Lava Jato dá uma lição de populismo: “Nós fizemos um país em que cabia todo mundo. Eles deram um golpe para fazer um país em que só eles cabem. Nesse governo ilegítimo, o estudante não cabe na faculdade. O trabalhador não cabe na folha de pagamento. E o aposentado não cabe nas contas da Previdência”.

Não é verdade que no governo do PT “cabia todo mundo”. Lula dividiu o País entre “nós” e “eles”. Entre estes últimos estavam “as elites”, com a óbvia exceção dos grandes empresários-amigos, principalmente empreiteiros e donos de grandes conglomerados industriais e financeiros. Nunca certos negócios faturaram tanto no Brasil como nos governos do PT. “Eles”, portanto, são só os que não apoiaram ou fizeram negócios com Lula e a tigrada.

Exatamente porque não é de hoje que “o aposentado não cabe nas contas da Previdência” que Lula e Dilma tentaram promover reformas para corrigir essa anomalia. Na última tentativa frustrada para aprovar seu projeto de reforma, a então presidente Dilma declarou a jornalistas, em janeiro do ano passado: “Vamos ter que encarar a reforma da Previdência. Não é possível que a idade média de aposentadoria no Brasil seja 55 anos”. Por sua vez, Lula, que já conhecia a dificuldade de aprovar qualquer alteração no sistema previdenciário, declarou na mesma ocasião, em defesa de sua pupila: “A Previdência, de vez em quando, deve ser reformada. Quando a lei foi criada, se morria com 50 anos. Hoje, a expectativa de vida é de 75 anos”.

Em oito anos na Presidência, Fernando Henrique Cardoso só conseguiu aprovar parcialmente a reforma que propôs. O Congresso concordou apenas com pequenas alterações relativas ao sistema previdenciário privado, recusando em bloco a mexida no setor público. Esta última aconteceu, também apenas parcialmente, no início do governo Lula, em dezembro de 2003, e foi anunciada na ocasião como a “primeira grande vitória” do governo petista no Congresso. O monumental déficit que hoje condena a Previdência à insolvência iminente demonstra irrefutavelmente que desde a aprovação da Constituição, em 1988, nenhum governo conseguiu aprovar uma reforma digna do nome, capaz de garantir um sistema sólido de aposentadoria e pensões.

O tempo passa e a situação do sistema previdenciário se torna a cada dia mais precária. Essa reforma não pode, portanto, ser reduzida a uma questão político-partidária ou a interesses corporativos. É uma questão de Estado e por isso não se trata de apoiar ou não apoiar o governo, mas de garantir o interesse público.

Lula, porém, entende que o certo é sabotar a reforma agora, porque depois ele conserta tudo. Mas não foi por tudo saber e tudo poder que o demiurgo de Garanhuns deixou o País na triste situação em que se encontra?

Almas honestas - RICARDO NOBLAT

O Globo - 15/05

“Saibam que estão julgando uma mulher honesta, uma lutadora de causas justas.” Dilma Rousseff, ao se defender do impeachment


De que adiantou a Dilma não roubar? Sabia que dinheiro público era desviado da Petrobras e pouco fez para estancar a sangria. Aceitou que dinheiro sujo pagasse despesas de sua campanha. Sugeriu ao casal João Santana e Mônica Moura que protegesse sua fortuna transferindo-a da Suíça para Cingapura. E criou um e-mail secreto para informá-lo sobre os avanços da Lava-Jato. Se não roubou, foi conivente ou cúmplice.

POR QUE, NO PRIMEIRO MANDATO, devolveu aos mesmos partidos os ministérios dos cinco ministros que demitira por suspeita de roubo? Porque foi convencida por Lula de que precisaria do apoio deles para se reeleger. A “faxineira ética” teve vida curta... Por que, logo no início do segundo mandato, aceitou o pedido de demissão de Graça Foster depois de tê-la nomeado três anos antes para presidir e higienizar a Petrobras?

PORQUE FOSTER TROCARA DIRETORES, admitira vultosos prejuízos e proibira 23 empresas investigadas pela Lava-Jato de fazerem novos negócios com a Petrobras. Lula mandara sucessivos recados para Dilma sobre o empenho de Foster em “fechar as torneiras” que irrigavam o pagamento de propinas aos partidos. Apontada antes por ele como “a melhor gestora”, Dilma simplesmente puxou o tapete de sua melhor amiga.

SEGUNDO MÔNICA MOURA, MULHER de Santana, o empresário Marcelo Odebrecht pediu que seu marido procurasse Dilma para anular as provas da Operação Lava-Jato remetidas ao Brasil pela Suíça. O marqueteiro recusou-se. Mônica levou o pedido até ela. “Eu não posso fazer nada disso, eles são loucos, eles acham que eu posso fazer o quê? Não posso me meter nisso”, respondeu a presidente, irritada. Resposta errada!

FOSSE HONESTA COMO DIZ, Dilma deveria ter chamado o ministro da Justiça e ordenado que tomasse providências judiciais contra Mônica e Marcelo. Mas, não. Combinou com Mônica a criação de um e-mail secreto para que se comunicassem a salvo de bisbilhoteiros. E mais tarde, por telefone “seguro” à prova de grampo, avisou a João Santana na República Dominicana que o casal seria preso ao desembarcar de volta ao Brasil.

UM DIA AINDA SABEREMOS o que Dilma disse a Lula para barrar sua pretensão de ser candidato em 2014. Lula contava com o apoio do PT e da “organização criminosa” que roubara muito enquanto ele governou. A Operação Lava-Jato já estava nos seus calcanhares. Por aqui, presidente da República não pode ser processado por atos que praticou antes de empossado. Lula carecia de imunidade. Carece cada vez mais e desesperadamente.

SÓ O DESESPERO PODE EXPLICAR, por exemplo, seu encontro no final de 2014 em um hangar do aeroporto de Congonhas com o ex-diretor da Petrobras Renato Duque. Por que um ex-presidente se reuniria às escondidas com uma pessoa encrencada com a Lava-jato? Para perguntar se Duque tinha dinheiro no exterior, contou Lula ao juiz Sergio Moro. Para mandar que destruísse provas de que tinha dinheiro escondido, afirmou Duque.

O USO DE CAIXA DOIS EM campanhas corrompe o princípio constitucional da igualdade de condições entre os candidatos. Lula e Dilma não só se valeram do caixa dois para se eleger como governaram sob um mar de lama. Roubo é roubo, não é apenas “mal feito”, como Dilma preferia chamar. “Roubalheira” não é tão somente “esculhambação”, como ela chamou em conversa com Mônica Moura.

POR PENSAMENTOS, PALAVRAS e obras, Lula e Dilma pecaram gravemente contra a democracia. Que paguem por isso, ou não haverá Justiça neste país.