FOLHA DE SP - 23//03
Há que se ter uma certa grandeza, mesmo no pecado, e o PT não foi elegante nem nisso
Temos que reconhecer: chegamos ao fim de uma era. O PT vive seu outono. Melhor voltar para o pátio da fábrica onde nasceu e de onde nunca deveria ter saído.
Há que se ter uma certa grandeza, mesmo no pecado (o desejo de poder é o pecado máximo de toda a política), e o PT se revelou incapaz até de pecar com elegância.
Este outono do PT não se deve apenas às manifestações contra seu governo. Essas manifestações, diferentes das patrocinadas pelo "PT e Associados", manifestações com todos os tiques de política de cabresto e mazelas sindicalistas (passeata chapa branca), trazem algo de novo para o cenário, que deixa o "PT e Associados" em pânico. A tendência é a elevação da violência por parte da militância.
O Brasil perdeu o medo do PT e da esquerdinha pseudo. As pessoas descobriram que o mal-estar com essa turminha não é coisa de "gente do mal" (não é coisa de gente do mal, é coisa de gente bem informada), como a turminha pseudo diz, mas sim que somaram 2 + 2 e deu 4: o PT é incompetente para governar. Afundou quase tudo em que tocou, seja municipal, estadual ou federal (e a Petrobras). Mas essa morte do PT significa mais do que o fim de um partido que será esquecido em cem anos.
O fim do PT significa que o ciclo pós-ditadura se fechou. No momento pós-ditadura, a esquerda detinha a reserva de virtude política e moral, assim como de toda a crítica política e social. Ainda que a história já tivesse provado que todos os regimes de esquerda quebram a economia (como o PT quebrou a nossa) ou destroem a democracia (como os setores mais militantes do partido gostariam de fazê-lo).
Vide o caso mais recente e mais próximo, a Venezuela: economia destruída (e com petróleo!) e democracia encerrada de uma vez por todas. Como será que nossa diplomacia, ridícula como quase tudo que o governo do PT toca, reagirá ao fato de ele, Maduro, ter se dado plenos poderes para matar e torturar em nome do socialismo?
Resta pouco espaço para o governo. A tendência é que a presidente fale apenas a portas fechadas para plateias seletas por medo de tomar mais uma panelada. Com a economia em frangalhos, fica difícil para a presidente enterrar o petrolão em consumo, como seu antecessor o fez durante o escândalo do mensalão.
Quando as pessoas estão felizes comprando é fácil fazer vista grossa à corrupção. Quando o bolso esvazia, o saco fica cheio.
Dizer que a corrupção da Petrobras nada tem a ver com o partido no poder é piada. A ganância do novo rico (o PT) aqui mostra seus dentes: querendo enriquecer rápido, meteu os pés pelas mãos e com isso sacrificou a imagem de redentor que o partido tinha para grande parte da classe média. Ele ainda detém o controle de parte da população mais pobre (como a Arena no final da ditadura), mas logo perderá esse trunfo.
É verdade que ainda muitos professores, estudantes, artistas, jornalistas e intelectuais permanecem sob a esfera de influência da "estrela mentirosa". Mas isso também vai passar na hora em que muitos deles perderem o medo de serem chamados de "reacionários". Reacionário hoje é quem se fecha ao fato de que a história andou e as pessoas já não têm mais medo do PT e da sua turminha.
Infelizmente, o governo, diante da história que arromba a porta, parece um grupo de náufragos num barquinho, fugindo da traição que perpetrou, xingando a água, dizendo que as ondas são fascistas e que a tempestade é mal-intencionada.
Não, quem discorda hoje do governo federal não é gente "fascista", é gente que viu que o projeto do PT para o Brasil acabou. É gente educada, bem preparada, autônoma e que está de saco cheio do tatibitate do PT. Sem líderes significativos, sem propostas que criem a credibilidade necessária para sair da lama, a melhor coisa que o PT pode fazer é pedir licença e sair de cena.
Não acho que haja justificativa (ainda) para o impeachment, e devemos preservar as instituições. Mas a água passa debaixo da ponte. Quatro anos é tempo bastante para se afogar na vergonha. E, aí, a humildade será mesmo essencial, não? Sim, mas o PT é pura empáfia.
segunda-feira, março 23, 2015
O PT e a imprensa 'simpática' - EDITORIAL O ESTADÃO
O ESTADO DE S.PAULO 23/03
É sabido que a proposta do PT para "regulamentar a mídia" nada mais é do que a intenção de submeter a imprensa ao governo petista e ao próprio partido. Os petistas douram a pílula para convencer a opinião pública de que não se trata de uma forma de censura e, eventualmente, podem confundir os incautos. No entanto, quem ainda tiver alguma dúvida sobre qual é realmente o espírito que preside esse projeto do partido basta prestar atenção ao que disse o presidente da agremiação, Rui Falcão, em recente reunião com parlamentares do PT na Câmara: o caminho, sugeriu ele, é asfixiar os veículos de comunicação que ousarem portar-se com independência e espírito crítico em relação ao governo petista.
Segundo relatos de participantes do encontro, Falcão defendeu que o governo corte a verba de publicidade destinada a veículos de comunicação que, no seu entender, "apoiaram" e "convocaram" as manifestações populares do último dia 15. Para o presidente do PT, é necessária "uma nova política de anúncios para os veículos da grande mídia". Pode-se depreender que essa "nova política" seja, simplesmente, colocar anúncios do governo somente em jornais e emissoras de TV que sejam camaradas.
Para demonstrar a urgência de uma nova política de distribuição das verbas publicitárias, Falcão argumentou que o clima beligerante contra Dilma e o PT levou até mesmo a TV Record, segundo ele um veículo "simpático" ao governo, a participar da suposta mobilização nacional por parte da imprensa para incitar os protestos de rua - mas isso, disse Falcão, ocorreu somente em razão da "briga por audiência". O importante a se observar é que, ao mencionar a suposta existência de veículos "simpáticos", Falcão demarca o território em que o PT julga disputar a guerra da comunicação: há os amigos e os inimigos. Aos primeiros, tudo; aos segundos, a danação.
Falcão sugeriu que a estratégia usada até agora para enfrentar o que julga ser uma campanha orquestrada pela grande imprensa para desacreditar o partido e o governo não tem dado resultado. "Não se enganem. O monopólio da mídia não será quebrado apenas nas redes sociais. Isso é uma ilusão", disse o presidente petista, referindo-se à comunidade de blogueiros e ativistas digitais montada para defender o PT e agredir sistematicamente a imprensa livre.
Por um momento, os estrategistas do partido julgaram que a guerra da comunicação seria ganha no ambiente virtual. No entanto, como reconheceu um documento da Secretaria de Comunicação Social que criticou a política oficial de comunicação, "o governo e o PT passaram a só falar para si mesmos".
Mas o PT não perdeu espaço apenas nas redes sociais; parece ter perdido também as ruas, lugar onde reinava. Isso explica a aflição de Falcão e de seus companheiros. Como sempre acontece com aqueles que interpretam o mundo exclusivamente por meio da ideologia, e não da razão, os petistas atribuem esses reveses não aos erros que o partido e a presidente Dilma Rousseff cometeram, mas a uma grande conspiração das "elites" para derrubar o "governo popular".
Em flagrante estado de negação, Falcão atribuiu o enorme sucesso das manifestações do dia 15 "exclusivamente" ao suposto trabalho da "grande mídia" - responsável, segundo ele, por tirar as pessoas de casa e por inflar o número de participantes.
Com isso, o presidente do PT, bem como a maioria de seus pares, parece ter se convencido de que nada há de errado no País, que tudo vai às mil maravilhas e que, se não fosse a imprensa "golpista" a conclamar os brasileiros a se manifestar, a população não teria ido às ruas.
A receita petista para resolver esse problema é simples: tratar as verbas de publicidade do governo como se fossem do PT. O princípio da impessoalidade, que deve nortear qualquer administração pública - e está explicitamente inscrito na Constituição -, é estranho a um partido que se acredita proprietário do poder. Por enquanto, Dilma tem resistido aos insistentes apelos do PT para que submeta a imprensa aos desígnios autoritários do partido. Espera-se que seu enfraquecimento político não a faça capitular.
É sabido que a proposta do PT para "regulamentar a mídia" nada mais é do que a intenção de submeter a imprensa ao governo petista e ao próprio partido. Os petistas douram a pílula para convencer a opinião pública de que não se trata de uma forma de censura e, eventualmente, podem confundir os incautos. No entanto, quem ainda tiver alguma dúvida sobre qual é realmente o espírito que preside esse projeto do partido basta prestar atenção ao que disse o presidente da agremiação, Rui Falcão, em recente reunião com parlamentares do PT na Câmara: o caminho, sugeriu ele, é asfixiar os veículos de comunicação que ousarem portar-se com independência e espírito crítico em relação ao governo petista.
Segundo relatos de participantes do encontro, Falcão defendeu que o governo corte a verba de publicidade destinada a veículos de comunicação que, no seu entender, "apoiaram" e "convocaram" as manifestações populares do último dia 15. Para o presidente do PT, é necessária "uma nova política de anúncios para os veículos da grande mídia". Pode-se depreender que essa "nova política" seja, simplesmente, colocar anúncios do governo somente em jornais e emissoras de TV que sejam camaradas.
Para demonstrar a urgência de uma nova política de distribuição das verbas publicitárias, Falcão argumentou que o clima beligerante contra Dilma e o PT levou até mesmo a TV Record, segundo ele um veículo "simpático" ao governo, a participar da suposta mobilização nacional por parte da imprensa para incitar os protestos de rua - mas isso, disse Falcão, ocorreu somente em razão da "briga por audiência". O importante a se observar é que, ao mencionar a suposta existência de veículos "simpáticos", Falcão demarca o território em que o PT julga disputar a guerra da comunicação: há os amigos e os inimigos. Aos primeiros, tudo; aos segundos, a danação.
Falcão sugeriu que a estratégia usada até agora para enfrentar o que julga ser uma campanha orquestrada pela grande imprensa para desacreditar o partido e o governo não tem dado resultado. "Não se enganem. O monopólio da mídia não será quebrado apenas nas redes sociais. Isso é uma ilusão", disse o presidente petista, referindo-se à comunidade de blogueiros e ativistas digitais montada para defender o PT e agredir sistematicamente a imprensa livre.
Por um momento, os estrategistas do partido julgaram que a guerra da comunicação seria ganha no ambiente virtual. No entanto, como reconheceu um documento da Secretaria de Comunicação Social que criticou a política oficial de comunicação, "o governo e o PT passaram a só falar para si mesmos".
Mas o PT não perdeu espaço apenas nas redes sociais; parece ter perdido também as ruas, lugar onde reinava. Isso explica a aflição de Falcão e de seus companheiros. Como sempre acontece com aqueles que interpretam o mundo exclusivamente por meio da ideologia, e não da razão, os petistas atribuem esses reveses não aos erros que o partido e a presidente Dilma Rousseff cometeram, mas a uma grande conspiração das "elites" para derrubar o "governo popular".
Em flagrante estado de negação, Falcão atribuiu o enorme sucesso das manifestações do dia 15 "exclusivamente" ao suposto trabalho da "grande mídia" - responsável, segundo ele, por tirar as pessoas de casa e por inflar o número de participantes.
Com isso, o presidente do PT, bem como a maioria de seus pares, parece ter se convencido de que nada há de errado no País, que tudo vai às mil maravilhas e que, se não fosse a imprensa "golpista" a conclamar os brasileiros a se manifestar, a população não teria ido às ruas.
A receita petista para resolver esse problema é simples: tratar as verbas de publicidade do governo como se fossem do PT. O princípio da impessoalidade, que deve nortear qualquer administração pública - e está explicitamente inscrito na Constituição -, é estranho a um partido que se acredita proprietário do poder. Por enquanto, Dilma tem resistido aos insistentes apelos do PT para que submeta a imprensa aos desígnios autoritários do partido. Espera-se que seu enfraquecimento político não a faça capitular.
No osso - VALDO CRUZ
FOLHA DE SP - 23/03
BRASÍLIA - Cid Gomes, o breve, mandou os achacadores largarem o osso. Pois esta turma se agarra até a osso, porque, neste momento, está tudo no osso, a carne já foi embora, subtraída pelos corruptos ou consumida pelas cigarras palacianas que gastaram o que não tinham.
Resultado, falta dinheiro nos cofres do governo Dilma, a Petrobras está sem grana para investir, a economia encolhe, os empresários demitem e tem muita gente boa do empresariado atrás das grades. Ou seja, todos estão literalmente no osso.
A tal ponto que um empreiteiro, dos grandes, andou desabafando com amigos que "chega, basta", não fará mais doações para políticos. Ano que vem, de eleição municipal, diz, sua empresa não vai doar um tostão para quem quer que seja.
Primeiro, porque, neste momento, sua empresa precisa se preparar para pagar pesadas multas e ressarcir os cofres públicos pelos desvios feitos na Petrobras. Garante que foi extorquido, mas sabe que, na Justiça, não vai escapar de pagar do seu bolso para salvar sua empresa.
Segundo, antes mesmo disto, a situação está muito ruim. O país está parando, as obras, também, ninguém fala em contratar mais serviços, a saída, de fato, tem sido demitir, cortar gastos. Daí que não vai sobrar grana, mesmo que desejasse, para fazer doações eleitorais.
Terceiro, agora criminalizaram até o caixa um, as doações legais. O inquérito da Lava Jato está cheio de confissões de empresários revelando que pagaram propina na forma de doação legal, registrada e tudo.
Por sinal, aí está um grande desafio para Justiça. Como punir tais casos, dinheiro ilícito que virou doação legal. Por mais que os partidos beneficiados neguem, está mais do que provado que isto aconteceu. A turma que deu reconhece o fato. Enfim, o tempo é de penúria. Tomara que o empreiteiro, de fato, seque a fonte. E seja seguido por seus colegas. Ano que vem a gente descobre se era apenas um "desabafo".
BRASÍLIA - Cid Gomes, o breve, mandou os achacadores largarem o osso. Pois esta turma se agarra até a osso, porque, neste momento, está tudo no osso, a carne já foi embora, subtraída pelos corruptos ou consumida pelas cigarras palacianas que gastaram o que não tinham.
Resultado, falta dinheiro nos cofres do governo Dilma, a Petrobras está sem grana para investir, a economia encolhe, os empresários demitem e tem muita gente boa do empresariado atrás das grades. Ou seja, todos estão literalmente no osso.
A tal ponto que um empreiteiro, dos grandes, andou desabafando com amigos que "chega, basta", não fará mais doações para políticos. Ano que vem, de eleição municipal, diz, sua empresa não vai doar um tostão para quem quer que seja.
Primeiro, porque, neste momento, sua empresa precisa se preparar para pagar pesadas multas e ressarcir os cofres públicos pelos desvios feitos na Petrobras. Garante que foi extorquido, mas sabe que, na Justiça, não vai escapar de pagar do seu bolso para salvar sua empresa.
Segundo, antes mesmo disto, a situação está muito ruim. O país está parando, as obras, também, ninguém fala em contratar mais serviços, a saída, de fato, tem sido demitir, cortar gastos. Daí que não vai sobrar grana, mesmo que desejasse, para fazer doações eleitorais.
Terceiro, agora criminalizaram até o caixa um, as doações legais. O inquérito da Lava Jato está cheio de confissões de empresários revelando que pagaram propina na forma de doação legal, registrada e tudo.
Por sinal, aí está um grande desafio para Justiça. Como punir tais casos, dinheiro ilícito que virou doação legal. Por mais que os partidos beneficiados neguem, está mais do que provado que isto aconteceu. A turma que deu reconhece o fato. Enfim, o tempo é de penúria. Tomara que o empreiteiro, de fato, seque a fonte. E seja seguido por seus colegas. Ano que vem a gente descobre se era apenas um "desabafo".
Dilma não é Collor - RICARDO NOBLAT
O GLOBO - 23/03
Imagine que a presidente Dilma Rousseff tivesse uma irmã, responsável por estrepitosa entrevista concedida à "Veja", acusando Dilma de roubar e de deixar que seu tesoureiro de campanha roubasse. E que a presidente respondesse dizendo que ela era doente mental. E que um exame feito na irmã comprovasse que não, que ela era sã. Você acha que Dilma seria impedida de governar, acabando deposta pelo Congresso?
"Eu me surpreendi em 2005, na denúncia do mensalão. Agora, não temos mais o direito de estar surpresos." Marina Silva
Imagine que a presidente Dilma Rousseff tivesse uma irmã, responsável por estrepitosa entrevista concedida à "Veja", acusando Dilma de roubar e de deixar que seu tesoureiro de campanha roubasse. E que a presidente respondesse dizendo que ela era doente mental. E que um exame feito na irmã comprovasse que não, que ela era sã. Você acha que Dilma seria impedida de governar, acabando deposta pelo Congresso?
NÃO. ISSO NÃO bastaria para que fosse bem sucedido um pedido de impeachment de Dilma. Pelo menos a se levar em conta o que ocorreu com Fernando Collor em 1992 - o primeiro e até aqui único presidente da República brasileiro derrubado pelo Congresso. Pedro Collor, irmão dele, disse que Collor roubava em sociedade com o empresário PC Farias, tesoureiro de sua campanha. Foi aberta então uma CPI no Congresso.
QUANDO ESTAVA próxima de ser encerrada, a CPI ainda não dispunha do chamado "batom na cueca" para recomendar a saída de Collor. Sim, àquela altura o país já se escandalizara com a beleza indecente da fonte luminosa dos nababescos jardins da Casa da Dinda, habitada por Collor e sua família. A casa fora reformada com dinheiro do esquema de PC Farias, que movimentara algo como R$ 8 milhões.
TAMBÉM ÀQUELA altura causara espanto a confissão do motorista Eriberto França, portador de contas pessoais de Collor, todas pagas por empresas de fachada de PC. Para completar, Collor pedira às pessoas que fossem às ruas vestidas de verde e amarelo para mostrar que apoiavam o governo. Milhares de pessoas foram às ruas vestidas de preto, pedindo a cabeça do presidente.
AINDA ASSIM não era suficiente, relembram, hoje, ex-integrantes da CPI. De fato, Collor só começou a cair quando apareceu o comprovante da compra de um Fiat Elba posto à disposição dele na Casa da Dinda. Descobriu-se que o Fiat havia sido comprado por PC. Estabeleceu-se em definitivo, e acima de qualquer dúvida razoável, a ligação entre Collor e sobras de dinheiro sujo de campanha.
COLLOR FOI UM aventureiro que se elegeu presidente quando a maioria dos brasileiros perdera a esperança nos líderes tradicionais. Venceu sozinho, dividindo com Lula os votos dos mais pobres. A Constituição não fala em impeachment - mas em crime de responsabilidade. Lista oito tipos deles - nenhum cometido por Dilma. Os oito se desdobram em 65. Dilma não se enquadra em nenhum. Por ora.
COLLOR NÃO TINHA partido - Dilma tem. Os chamados movimentos sociais se opuseram a Collor. A serviço do PT desde a chegada de Lula ao poder, e bem pagos por isso, os movimentos sociais estão com Dilma. O Congresso abandonou Collor, sentindo-se pressionado pelo povo. Nunca um presidente teve uma aprovação tão baixa quanto tem Dilma neste momento. Mas isso não serve para apeá-la do cargo. A do Congresso é menor.
O REGIME BRASILEIRO é presidencialista. Se fosse parlamentarista, o governo poderia ser trocado ao perder a confiança popular e a dos partidos. O descrédito de Dilma é gigantesco. Mas os partidos que fazem parte do governo não pensam em sair. Querem entrar mais. No caso de Collor, os partidos lhe deram as costas. Nem dinheiro em espécie deteve a enxurrada de votos em favor da sua deposição.
COBRAR NAS RUAS a saída de Dilma não é crime. Nem configura golpe, como diz o PT. Apenas não a derrubará necessariamente. Melhor infernizar a vida de Dilma, fazendo-a pagar caro pelos erros que cometeu - entre eles o de mentir para se reeleger.
QUANDO ESTAVA próxima de ser encerrada, a CPI ainda não dispunha do chamado "batom na cueca" para recomendar a saída de Collor. Sim, àquela altura o país já se escandalizara com a beleza indecente da fonte luminosa dos nababescos jardins da Casa da Dinda, habitada por Collor e sua família. A casa fora reformada com dinheiro do esquema de PC Farias, que movimentara algo como R$ 8 milhões.
TAMBÉM ÀQUELA altura causara espanto a confissão do motorista Eriberto França, portador de contas pessoais de Collor, todas pagas por empresas de fachada de PC. Para completar, Collor pedira às pessoas que fossem às ruas vestidas de verde e amarelo para mostrar que apoiavam o governo. Milhares de pessoas foram às ruas vestidas de preto, pedindo a cabeça do presidente.
AINDA ASSIM não era suficiente, relembram, hoje, ex-integrantes da CPI. De fato, Collor só começou a cair quando apareceu o comprovante da compra de um Fiat Elba posto à disposição dele na Casa da Dinda. Descobriu-se que o Fiat havia sido comprado por PC. Estabeleceu-se em definitivo, e acima de qualquer dúvida razoável, a ligação entre Collor e sobras de dinheiro sujo de campanha.
COLLOR FOI UM aventureiro que se elegeu presidente quando a maioria dos brasileiros perdera a esperança nos líderes tradicionais. Venceu sozinho, dividindo com Lula os votos dos mais pobres. A Constituição não fala em impeachment - mas em crime de responsabilidade. Lista oito tipos deles - nenhum cometido por Dilma. Os oito se desdobram em 65. Dilma não se enquadra em nenhum. Por ora.
COLLOR NÃO TINHA partido - Dilma tem. Os chamados movimentos sociais se opuseram a Collor. A serviço do PT desde a chegada de Lula ao poder, e bem pagos por isso, os movimentos sociais estão com Dilma. O Congresso abandonou Collor, sentindo-se pressionado pelo povo. Nunca um presidente teve uma aprovação tão baixa quanto tem Dilma neste momento. Mas isso não serve para apeá-la do cargo. A do Congresso é menor.
O REGIME BRASILEIRO é presidencialista. Se fosse parlamentarista, o governo poderia ser trocado ao perder a confiança popular e a dos partidos. O descrédito de Dilma é gigantesco. Mas os partidos que fazem parte do governo não pensam em sair. Querem entrar mais. No caso de Collor, os partidos lhe deram as costas. Nem dinheiro em espécie deteve a enxurrada de votos em favor da sua deposição.
COBRAR NAS RUAS a saída de Dilma não é crime. Nem configura golpe, como diz o PT. Apenas não a derrubará necessariamente. Melhor infernizar a vida de Dilma, fazendo-a pagar caro pelos erros que cometeu - entre eles o de mentir para se reeleger.
COLUNA DE CLAUDIO HUMBERTO
TCU MULTA PRESIDENTE DO BNDES POR OMITIR DADOS
O Tribunal de Contas da União decidiu multar o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, por tentar manter indevassável a “caixa preta” dos negócios do banco. Alegou “sigilo bancário” para não detalhar o aporte bilionário de dinheiro do Tesouro, via BNDES, no grupo JBS Friboi. O TCU não pediu detalhes da movimentação bancária da empresa, só valores e resultados do investimento, mas foi ignorado por Coutinho.
MULTA PESSOAL
A recusa ao TCU valeu a Luciano Coutinho a multa de R$ 10 mil. O pedido foi reiterado, e com nova recusa a multa passará a R$ 30 mil.
JUBILAMENTO
Uma terceira desobediência poderá tornar o presidente do BNDES proibido de exercer função pública. E pode perder o emprego.
SEM PAPO
Luciano Coutinho tentou “explicar” a desobediência a ministros do TCU. Foi ignorado. Por sua assessoria, diz não ter sido notificado da multa.
QUEDA DE BRAÇO
É antiga a aversão de órgãos como Petrobras e BNDES ao TCU. Seus gestores sempre acham que não devem explicações dos seus atos.
IGNORÂNCIA FAZ O GOVERNO HOSTILIZAR CINGAPURA
Por inveja, preconceito e ignorância, o governo brasileiro coloca Cingapura na lista de “paraísos fiscais”, porque considera assim qualquer país de carga tributária inferior a 20%. Tributos em Cingapura somam 17%, mas, ao contrário do Brasil, é um país austero, sério, de gestão pública eficiente... e livre de corrupção. Cingapura mantém comércio anual superior a US$ 4 bilhões com o Brasil. Mas, de tanto ser hostilizado, vai acabar desistindo de investir no nosso país.
IGNORÂNCIA
Tecnocratas incompetentes não entendem como Cingapura pode cobrar menos impostos e ter qualidade de vida de primeiro mundo.
OUTRA FORMA DE PARAÍSO
Em Cingapura, não há burocracia cara, ineficiente e corrupta como a brasileira, e o imposto é revertido em benefício da população.
UM PAÍS LIMPO
Há pleno emprego em Cingapura, 9º melhor IDH do mundo, onde tudo funciona, é limpo e exemplar. E 90% da população tem casa própria.
DANDO O TROCO
Dois requerimentos aguardam deliberação para intimar a mulher de Renato Duque, Maria Auxiliadora Duque, à CPI da Petrobras. Duque fechou o bico na CPI e irritou os deputados. Sobrou para a esposa.
CONVOCAÇÃO
O tucano Carlos Sampaio (SP), que é procurador, pediu a convocação para depor na CPI da Petrobras do ex-ministro José Dirceu e do tesoureiro do PT, João Vaccari, figuras centrais do petrolão.
HAJA TEMPO
A CPI da Petrobras já soma 536 requerimentos de todos os tipos, de convocações para depor, à criação de subrelatorias e requisição de documentos e do compartilhamento de depoimentos à Lava Jato.
PAULINHO SEM FORÇA
A petição para o impeachment de Dilma, organizada pelo deputado Paulinho da Força (SD-SP) não tem prosperado na internet. Menos de 4 mil pessoas assinaram o documento até agora.
LÍDER TUCANO
O tucano Aécio Neves (MG) ainda parece encantado com os 51 milhões de votos de 2014, e às vezes esquece de fazer oposição no Senado. Quem tem feito isso é José Serra (SP), seu rival no PSDB.
INCHAÇO
O senador Reguffe (PDT-DF) comparou o cabidão de empregos do serviço público do Brasil com os Estados Unidos. Lembrou que enquanto aqui os comissionados beiram os 25 mil, nos EUA são 8 mil.
VAI DANÇAR
O superintendente do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul, Francisco Signor, não conseguiu o apoio do PMDB para permanecer no cargo, por isso deverá dançar rapidinho.
EPIDEMIA NO DF
Na primeira semana de volta às aulas, a Secretaria de Educação do DF contabilizou 905 atestados médicos apresentados por professores para não comparecer ao trabalho. Isso depois de férias seguidas de greve.
PERGUNTA NO XILINDRÓ
Se “passarinho na gaiola pia mais depressa”, como dizem policiais, quanto tempo de cadeia será suficiente para que o ex-diretor petista Renato Duque faça delação premiada?
MULTA PESSOAL
A recusa ao TCU valeu a Luciano Coutinho a multa de R$ 10 mil. O pedido foi reiterado, e com nova recusa a multa passará a R$ 30 mil.
JUBILAMENTO
Uma terceira desobediência poderá tornar o presidente do BNDES proibido de exercer função pública. E pode perder o emprego.
SEM PAPO
Luciano Coutinho tentou “explicar” a desobediência a ministros do TCU. Foi ignorado. Por sua assessoria, diz não ter sido notificado da multa.
QUEDA DE BRAÇO
É antiga a aversão de órgãos como Petrobras e BNDES ao TCU. Seus gestores sempre acham que não devem explicações dos seus atos.
IGNORÂNCIA FAZ O GOVERNO HOSTILIZAR CINGAPURA
Por inveja, preconceito e ignorância, o governo brasileiro coloca Cingapura na lista de “paraísos fiscais”, porque considera assim qualquer país de carga tributária inferior a 20%. Tributos em Cingapura somam 17%, mas, ao contrário do Brasil, é um país austero, sério, de gestão pública eficiente... e livre de corrupção. Cingapura mantém comércio anual superior a US$ 4 bilhões com o Brasil. Mas, de tanto ser hostilizado, vai acabar desistindo de investir no nosso país.
IGNORÂNCIA
Tecnocratas incompetentes não entendem como Cingapura pode cobrar menos impostos e ter qualidade de vida de primeiro mundo.
OUTRA FORMA DE PARAÍSO
Em Cingapura, não há burocracia cara, ineficiente e corrupta como a brasileira, e o imposto é revertido em benefício da população.
UM PAÍS LIMPO
Há pleno emprego em Cingapura, 9º melhor IDH do mundo, onde tudo funciona, é limpo e exemplar. E 90% da população tem casa própria.
DANDO O TROCO
Dois requerimentos aguardam deliberação para intimar a mulher de Renato Duque, Maria Auxiliadora Duque, à CPI da Petrobras. Duque fechou o bico na CPI e irritou os deputados. Sobrou para a esposa.
CONVOCAÇÃO
O tucano Carlos Sampaio (SP), que é procurador, pediu a convocação para depor na CPI da Petrobras do ex-ministro José Dirceu e do tesoureiro do PT, João Vaccari, figuras centrais do petrolão.
HAJA TEMPO
A CPI da Petrobras já soma 536 requerimentos de todos os tipos, de convocações para depor, à criação de subrelatorias e requisição de documentos e do compartilhamento de depoimentos à Lava Jato.
PAULINHO SEM FORÇA
A petição para o impeachment de Dilma, organizada pelo deputado Paulinho da Força (SD-SP) não tem prosperado na internet. Menos de 4 mil pessoas assinaram o documento até agora.
LÍDER TUCANO
O tucano Aécio Neves (MG) ainda parece encantado com os 51 milhões de votos de 2014, e às vezes esquece de fazer oposição no Senado. Quem tem feito isso é José Serra (SP), seu rival no PSDB.
INCHAÇO
O senador Reguffe (PDT-DF) comparou o cabidão de empregos do serviço público do Brasil com os Estados Unidos. Lembrou que enquanto aqui os comissionados beiram os 25 mil, nos EUA são 8 mil.
VAI DANÇAR
O superintendente do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul, Francisco Signor, não conseguiu o apoio do PMDB para permanecer no cargo, por isso deverá dançar rapidinho.
EPIDEMIA NO DF
Na primeira semana de volta às aulas, a Secretaria de Educação do DF contabilizou 905 atestados médicos apresentados por professores para não comparecer ao trabalho. Isso depois de férias seguidas de greve.
PERGUNTA NO XILINDRÓ
Se “passarinho na gaiola pia mais depressa”, como dizem policiais, quanto tempo de cadeia será suficiente para que o ex-diretor petista Renato Duque faça delação premiada?