ZERO HORA - 04/12
Quando me convidaram para assistir a uma nova modalidade de stand-up que está sendo implantada no Brasil (e que já funciona com sucesso nos Estados Unidos), fiquei curiosa. A ideia é levar pessoas comuns para compartilharem, no palco de um bar, a sua trajetória de vida. Em 12 minutos, a pessoa, sem ajuda de anotações, espontaneamente, conta sua história real, que pode ter a ver com superação, sorte, risco ou qualquer coisa que não seja trivial. Cômica ou trágica, pouco importa.
Na noite do projeto-piloto, eu estava na plateia. Foram cinco convidados a falar. Um diretor de teatro contou o que ele e seu companheiro passaram para adotar duas crianças. Um músico contou sobre o momento em que descobriu que tinha um câncer no estômago e do acidente de carro que sofreu um dia antes da cirurgia. Uma garota contou sua experiência vivendo num país estrangeiro, quando fez uma besteira e acabou presa. Um personal trainer contou sobre como deixou de ser um adolescente obeso, perdendo cerca de 40 quilos e tornando-se um amante dos esportes. E, por fim, uma mulher viciada em limpeza e arrumação contou como controla o TOC – transtorno obsessivo-compulsivo.
Nós cruzamos por eles todos os dias nas ruas. São exatamente como você e eu. Comem pizza, vão ao cinema, namoram, correm no parque. Olhando assim, nem diríamos que já viveram um roteiro pronto para um filme. A questão é: quem, com pelo menos uns 30 anos de idade, não teria algo significativo para contar? Todos, ou quase todos nós, já passamos por um turning point, uma perda, uma dificuldade, uma experiência surreal. Não há vida que seja irrelevante.
Em 12 minutos, uma pessoa comum, ao vivo, pode oferecer um reality show muito mais interessante do que três meses de episódios diários de Big Brother, pois ela está ali, na frente de estranhos, meio nervosa, constrangida, relembrando algo muito particular, como se estivesse numa sessão de terapia em grupo. Não há figurino, nem texto decorado, nem direção de cena. É simplesmente alguém falando algo que nunca postará no Facebook.
Para que serve isso?
Para quem fala, sinceramente, não sei. Se quiser, você pode se inscrever (www.historiasverdadeiras.com.br) e descobrir como é a sensação, caso seja escolhido – haverá uma apresentação por mês em Porto Alegre, a partir de janeiro.
Para quem ouve, é uma oportunidade de cair na real neste mundo onde tudo nos é apresentado com alguma maquiagem. É a chance de dar uma colher de chá ao que é estritamente humano. É uma possibilidade de se emocionar sem uma tela separando você de quem conta a história. É ser plateia de um striptease inusitado: ver alguém despindo a alma. É perceber que nem sempre a arte e o talento são necessários para uma narrativa – a realidade crua também tem seus encantos. É sentir-se lisonjeado pela confiança de quem não teme ser julgado. É testemunhar o humor, o jogo de cintura, a capacidade de relativizar e as saídas encontradas por desconhecidos.
Numa época em que muitos se exibem, mas poucos se revelam, está aí uma novidade.
quarta-feira, dezembro 04, 2013
Medalhões presos? - ROBERTO DAMATTA
O Estado de S.Paulo - 04/12
Uma carta do meu amigo Richard Moneygrand, o emérito brasilianista da Universidade de New Caledonia, reafirma o que, para ele, seria a maior meditação sobre o personalismo elitista brasileiro: a Teoria do Medalhão escrita por Machado da Assis para a Gazeta de Notícias em 1881.
De fato, ela foi fundamental quando escrevi sobre o "Você sabe como está falando?" como um "rito de autoridade" e, nesta reflexão - publicada como uma capítulo central do meu suplantado Carnavais, Malandros e Heróis: Para uma Sociologia do Dilema Brasileiro, em 1979 - eu afirmava que a questão central do nosso sistema era uma ambiguidade que tomava ora a hierarquia, ora a igualdade como elemento englobador de nossos conflitos sociais, levando o sistema ao que seus intérpretes antigos e modernos viam como instabilidade, infantilidade ou erro.
Embora a igualdade seja um valor formal e legal, a desigualdade advinda da velha aristocratização continuava a ser um ideal pouco politizado entre nós. Ora, é justamente isso que Machado nos apresenta na sua na Teoria do Medalhão. No fundo, o medalhão como a "grande figura" (o "gente boa", o "número um", etc...) é o tipo ideal que congrega na sua ambiguidade o nosso cinismo ideológico tão difícil de politizar e legalizar. O medalhão é, pois, o sintoma de nossa alergia ao "homem comum" com o qual nenhum de nós quer ser ou ser confundido.
Mas eu não estou aqui para falar das minhas superficiais teorias do Brasil. Eis a carta de Moneygrand, um professor estrangeiro que, por definição, sabe muito mais que eu:
"Caro Roberto,
Eis que vocês revivem novamente mais um drama promovido pelo vosso sistema de privilégios ou distinções (como diria o bom Bourdieu) com o prisão dos mensaleiros mais distinguidos, todos atores centrais deste governo lulo-petista que prometia tornar o Brasil menos injusto. Como - eis a questão - prender deputados, tesoureiro, presidente e chefe da Casa Civil da Presidência, o cabeça do esquema - o qual, ademais, incluía como operadores pilantras igualmente medalhões -, se todos foram cabalmente condenados? Um esquema, digo de passagem, testado também com o PSDB em Minas Gerais. Prender gentinha e pessoas comuns é banal. Mas como prender superiores, trancafiar 'os homens' e enjaular mandões apadrinhados ao governo?
Não tenho tempo para mencionar nomes e detalhes porque em meia hora devo me apresentar à corte do meu condado para finalizar o divórcio com a minha quarta esposa, a queridíssima Susan, já que caí de amor por Ellen (três anos mais jovem e com um doutorado em antropologia ontológica) neste último verão.
Mas revisitei o 'velho' Machado e o encontrei mais novo do que nunca. Como você há de lembrar, a 'teoria' se faz em plena passagem de um dia para o outro e como um presente de aniversário para um filho rico e idiota, no momento em que um pai sábio e realista assinala que ser 'medalhão' é o papel social mais importante da cena brasileira. Entre todas as carreiras, diz a portas fechadas, o ideal no Brasil é ser um medalhão. E quais são as características dos medalhões?
A primeira, é a atitude ou a forma. A gravidade: esse mistério do corpo, mas que, neste seu Brasil, manifesta-se pela seriedade rabugenta e pela ausência de riso. Encontrei muitos brasileiros assim: sérios e sempre prontos a dar uma bronca nos fracos e a beijarem o rabo dos fortes.
A segunda é não ter ideias. Sobretudo, ideias novas. Até hoje, os medalhões continuam falando em defender o povo pobre, em combater a violência e proteger os vulneráveis (esse novo conceito para os fracos e os subordinados), mas sem apresentar nenhuma novidade porque não arriscam ter uma opinião individualizada e fazem parte de uma turma ou partido. Seguem a mediocridade geral.
A terceira é trivial e vossos administradores públicos são pródigos em exibi-la. Refiro-me a usar as locuções convencionais, as fórmulas consagradas e incrustadas na memória coletiva. Seguir a inércia geral com frases feitas é básico na construção do medalhão.
A quarta é a publicidade. Oferecer jantares e obséquios, distribuir comendas e diplomas, produz a propaganda e engendra a imagem da 'boa gente' do sujeito relacional e 'boa praça'. Essa é a marca da vida pública brasileira feita mais de fortunas pessoais roubadas ao povo por meio de 'irmandades' confundidas com partidos políticos, do que de políticas públicas efetivamente transformadoras.
A quinta é não ter opinião. Ou seja: mesmo pertencendo a um partido ideologicamente cheio de opinião, jamais infringir as regras e as obrigações estabelecidas como o dar para receber.
A sexta, taxativa, é ser vulgar. Declares, como fez Maduro outro dia, que os comunistas roubam tanto quanto os capitalistas. Ou, como os medalhões mensaleiros, que você é um 'preso politico' e não uma exceção que confirma a regra: políticos que estão (mesmo contra a vontade) tentando prender!
A vulgaridade que impede embate de ideias e as decisões que resgatam a virtude formam o centro dos governos de coalização que vocês tanto admiram e que nós, nesses Estados Unidos (?) não conseguimos realizar. Essa cisão e essa conjunção entre ser ideologicamente preciso e pessoalmente impreciso é base no medalhão.
Como medalhão, você tem que ser igualitário no discurso público, mas desigual na vida caseira. Há muito mais em Machado, mas um divórcio, um juiz que não ri e uma mulher zangada me esperam. O certo, porém, é que, seguindo essa teoria, vai ser um problemão prendê-lo no Brasil.
Calorosas lembranças,
Dick"
Uma carta do meu amigo Richard Moneygrand, o emérito brasilianista da Universidade de New Caledonia, reafirma o que, para ele, seria a maior meditação sobre o personalismo elitista brasileiro: a Teoria do Medalhão escrita por Machado da Assis para a Gazeta de Notícias em 1881.
De fato, ela foi fundamental quando escrevi sobre o "Você sabe como está falando?" como um "rito de autoridade" e, nesta reflexão - publicada como uma capítulo central do meu suplantado Carnavais, Malandros e Heróis: Para uma Sociologia do Dilema Brasileiro, em 1979 - eu afirmava que a questão central do nosso sistema era uma ambiguidade que tomava ora a hierarquia, ora a igualdade como elemento englobador de nossos conflitos sociais, levando o sistema ao que seus intérpretes antigos e modernos viam como instabilidade, infantilidade ou erro.
Embora a igualdade seja um valor formal e legal, a desigualdade advinda da velha aristocratização continuava a ser um ideal pouco politizado entre nós. Ora, é justamente isso que Machado nos apresenta na sua na Teoria do Medalhão. No fundo, o medalhão como a "grande figura" (o "gente boa", o "número um", etc...) é o tipo ideal que congrega na sua ambiguidade o nosso cinismo ideológico tão difícil de politizar e legalizar. O medalhão é, pois, o sintoma de nossa alergia ao "homem comum" com o qual nenhum de nós quer ser ou ser confundido.
Mas eu não estou aqui para falar das minhas superficiais teorias do Brasil. Eis a carta de Moneygrand, um professor estrangeiro que, por definição, sabe muito mais que eu:
"Caro Roberto,
Eis que vocês revivem novamente mais um drama promovido pelo vosso sistema de privilégios ou distinções (como diria o bom Bourdieu) com o prisão dos mensaleiros mais distinguidos, todos atores centrais deste governo lulo-petista que prometia tornar o Brasil menos injusto. Como - eis a questão - prender deputados, tesoureiro, presidente e chefe da Casa Civil da Presidência, o cabeça do esquema - o qual, ademais, incluía como operadores pilantras igualmente medalhões -, se todos foram cabalmente condenados? Um esquema, digo de passagem, testado também com o PSDB em Minas Gerais. Prender gentinha e pessoas comuns é banal. Mas como prender superiores, trancafiar 'os homens' e enjaular mandões apadrinhados ao governo?
Não tenho tempo para mencionar nomes e detalhes porque em meia hora devo me apresentar à corte do meu condado para finalizar o divórcio com a minha quarta esposa, a queridíssima Susan, já que caí de amor por Ellen (três anos mais jovem e com um doutorado em antropologia ontológica) neste último verão.
Mas revisitei o 'velho' Machado e o encontrei mais novo do que nunca. Como você há de lembrar, a 'teoria' se faz em plena passagem de um dia para o outro e como um presente de aniversário para um filho rico e idiota, no momento em que um pai sábio e realista assinala que ser 'medalhão' é o papel social mais importante da cena brasileira. Entre todas as carreiras, diz a portas fechadas, o ideal no Brasil é ser um medalhão. E quais são as características dos medalhões?
A primeira, é a atitude ou a forma. A gravidade: esse mistério do corpo, mas que, neste seu Brasil, manifesta-se pela seriedade rabugenta e pela ausência de riso. Encontrei muitos brasileiros assim: sérios e sempre prontos a dar uma bronca nos fracos e a beijarem o rabo dos fortes.
A segunda é não ter ideias. Sobretudo, ideias novas. Até hoje, os medalhões continuam falando em defender o povo pobre, em combater a violência e proteger os vulneráveis (esse novo conceito para os fracos e os subordinados), mas sem apresentar nenhuma novidade porque não arriscam ter uma opinião individualizada e fazem parte de uma turma ou partido. Seguem a mediocridade geral.
A terceira é trivial e vossos administradores públicos são pródigos em exibi-la. Refiro-me a usar as locuções convencionais, as fórmulas consagradas e incrustadas na memória coletiva. Seguir a inércia geral com frases feitas é básico na construção do medalhão.
A quarta é a publicidade. Oferecer jantares e obséquios, distribuir comendas e diplomas, produz a propaganda e engendra a imagem da 'boa gente' do sujeito relacional e 'boa praça'. Essa é a marca da vida pública brasileira feita mais de fortunas pessoais roubadas ao povo por meio de 'irmandades' confundidas com partidos políticos, do que de políticas públicas efetivamente transformadoras.
A quinta é não ter opinião. Ou seja: mesmo pertencendo a um partido ideologicamente cheio de opinião, jamais infringir as regras e as obrigações estabelecidas como o dar para receber.
A sexta, taxativa, é ser vulgar. Declares, como fez Maduro outro dia, que os comunistas roubam tanto quanto os capitalistas. Ou, como os medalhões mensaleiros, que você é um 'preso politico' e não uma exceção que confirma a regra: políticos que estão (mesmo contra a vontade) tentando prender!
A vulgaridade que impede embate de ideias e as decisões que resgatam a virtude formam o centro dos governos de coalização que vocês tanto admiram e que nós, nesses Estados Unidos (?) não conseguimos realizar. Essa cisão e essa conjunção entre ser ideologicamente preciso e pessoalmente impreciso é base no medalhão.
Como medalhão, você tem que ser igualitário no discurso público, mas desigual na vida caseira. Há muito mais em Machado, mas um divórcio, um juiz que não ri e uma mulher zangada me esperam. O certo, porém, é que, seguindo essa teoria, vai ser um problemão prendê-lo no Brasil.
Calorosas lembranças,
Dick"
O mesmo e grande papel - RUY CASTRO
FOLHA DE SP - 04/12
RIO DE JANEIRO - Não faz muito, escrevi sobre um novo seriado de TV, "O show de Michael J. Fox", em que o ator interpreta um âncora de televisão acometido do mal de Parkinson. Como se sabe, Fox era um astro de Hollywood quando, aos 30 anos, se viu com a doença. Com o tempo, trocou o cinema pela militância no parkinson. Criou uma fundação para apoiar pesquisas, passa o ano viajando e dando palestras, e servindo de exemplo às pessoas na sua condição. Há pouco, decidiu retomar a carreira e, aos que se surpreenderam, explicou: "Posso interpretar qualquer personagem --desde que ele tenha parkinson".
Outro ator, este brasileiro, com um currículo muito maior e também portador da doença, Paulo José, também pode interpretar qualquer personagem --mesmo que ele não tenha parkinson. Na verdade, Paulo José, 76, não faz outra coisa desde que teve seu caso diagnosticado, há 20 anos.
Seu impressionante currículo nesse período inclui filmes, peças de teatro, novelas e minisséries, como ator ou diretor --às vezes, as duas coisas ao mesmo tempo--, e cursos como professor dessas especialidades, além das dezenas de comerciais que dirigiu. Nos intervalos, toca piano em casa, para exercitar a mão direita, e segue o Flamengo pela TV. Ele não se submeteu.
Paulo José não se vê como um super-homem. É apenas um homem que aceitou a doença e aprendeu a tratá-la com respeito, mas sem reverência. Ele continua no comando. "Na hora de trabalhar, não tenho parkinson", diz em entrevistas. Outros com o mesmo problema poderiam fazer como ele, se soubessem que não é impossível.
Agora chegou a vez de Paulo José demonstrar isso aos olhos de milhões. Na próxima novela de Manoel Carlos, "Em Família", a estrear em janeiro, ele fará um personagem com parkinson. Viverá na tela o mesmo e grande papel que interpreta na vida.
RIO DE JANEIRO - Não faz muito, escrevi sobre um novo seriado de TV, "O show de Michael J. Fox", em que o ator interpreta um âncora de televisão acometido do mal de Parkinson. Como se sabe, Fox era um astro de Hollywood quando, aos 30 anos, se viu com a doença. Com o tempo, trocou o cinema pela militância no parkinson. Criou uma fundação para apoiar pesquisas, passa o ano viajando e dando palestras, e servindo de exemplo às pessoas na sua condição. Há pouco, decidiu retomar a carreira e, aos que se surpreenderam, explicou: "Posso interpretar qualquer personagem --desde que ele tenha parkinson".
Outro ator, este brasileiro, com um currículo muito maior e também portador da doença, Paulo José, também pode interpretar qualquer personagem --mesmo que ele não tenha parkinson. Na verdade, Paulo José, 76, não faz outra coisa desde que teve seu caso diagnosticado, há 20 anos.
Seu impressionante currículo nesse período inclui filmes, peças de teatro, novelas e minisséries, como ator ou diretor --às vezes, as duas coisas ao mesmo tempo--, e cursos como professor dessas especialidades, além das dezenas de comerciais que dirigiu. Nos intervalos, toca piano em casa, para exercitar a mão direita, e segue o Flamengo pela TV. Ele não se submeteu.
Paulo José não se vê como um super-homem. É apenas um homem que aceitou a doença e aprendeu a tratá-la com respeito, mas sem reverência. Ele continua no comando. "Na hora de trabalhar, não tenho parkinson", diz em entrevistas. Outros com o mesmo problema poderiam fazer como ele, se soubessem que não é impossível.
Agora chegou a vez de Paulo José demonstrar isso aos olhos de milhões. Na próxima novela de Manoel Carlos, "Em Família", a estrear em janeiro, ele fará um personagem com parkinson. Viverá na tela o mesmo e grande papel que interpreta na vida.
Carnívoros renitentes - HÉLIO SCHWARTSMAN
FOLHA DE SP - 04/12
SÃO PAULO - Veganos ficaram bravos com Josimar Melo por causa do relato pouco enaltecedor que ele fez de sua experiência de passar uma semana sem consumir proteínas de origem animal. É claro que todo mundo é livre para reclamar do que bem entender. O que eu me pergunto é quais são as perspectivas do vegetarianismo e suas variantes.
Quem coloca bem a questão é o psicólogo evolucionista Steven Pinker em "Melhores Anjos": "Será que nossos descendentes do século 22 vão ficar tão horrorizados com o fato de nós comermos carne como nós ficamos com o fato de nossos ancestrais terem escravizado pessoas?".
Para Pinker, a resposta é "provavelmente não". Embora a analogia entre libertação animal e escravidão seja retoricamente poderosa, ela não é exata. Para começar, no aspecto prático, humanos têm fome de carne. A obtenção de proteínas animais foi essencial para a evolução de nossos cérebros e moldou nossos relacionamentos sociais. As marcas dessa história aparecem no desejo por vezes irrefreável de devorar um filé.
Apesar dos avanços do vegetarianismo, esse movimento parece ter um teto. Mesmo na Índia, onde algumas das principais religiões e a pobreza o incentivam, a proporção de praticantes fica entre 24% e 42% da população. Em países ocidentais, raramente chega aos dois dígitos.
No plano teórico, uma boa justificativa para não consumir animais exigiria que resolvêssemos o problema da consciência --o que nem a ciência nem a filosofia parecem prestes a conseguir. Bichos vêm num amplo gradiente que inclui desde protozoários e insetos que precisamos destruir para assegurar nossa saúde até os simpáticos macacos. Enquanto não formos capazes de distinguir os que estão na zona cinzenta com base numa teoria mais ou menos completa da consciência, haverá espaço para ambiguidades que vão garantir se não o filé pelo menos o "escargot" e o camarão dos carnívoros renitentes.
SÃO PAULO - Veganos ficaram bravos com Josimar Melo por causa do relato pouco enaltecedor que ele fez de sua experiência de passar uma semana sem consumir proteínas de origem animal. É claro que todo mundo é livre para reclamar do que bem entender. O que eu me pergunto é quais são as perspectivas do vegetarianismo e suas variantes.
Quem coloca bem a questão é o psicólogo evolucionista Steven Pinker em "Melhores Anjos": "Será que nossos descendentes do século 22 vão ficar tão horrorizados com o fato de nós comermos carne como nós ficamos com o fato de nossos ancestrais terem escravizado pessoas?".
Para Pinker, a resposta é "provavelmente não". Embora a analogia entre libertação animal e escravidão seja retoricamente poderosa, ela não é exata. Para começar, no aspecto prático, humanos têm fome de carne. A obtenção de proteínas animais foi essencial para a evolução de nossos cérebros e moldou nossos relacionamentos sociais. As marcas dessa história aparecem no desejo por vezes irrefreável de devorar um filé.
Apesar dos avanços do vegetarianismo, esse movimento parece ter um teto. Mesmo na Índia, onde algumas das principais religiões e a pobreza o incentivam, a proporção de praticantes fica entre 24% e 42% da população. Em países ocidentais, raramente chega aos dois dígitos.
No plano teórico, uma boa justificativa para não consumir animais exigiria que resolvêssemos o problema da consciência --o que nem a ciência nem a filosofia parecem prestes a conseguir. Bichos vêm num amplo gradiente que inclui desde protozoários e insetos que precisamos destruir para assegurar nossa saúde até os simpáticos macacos. Enquanto não formos capazes de distinguir os que estão na zona cinzenta com base numa teoria mais ou menos completa da consciência, haverá espaço para ambiguidades que vão garantir se não o filé pelo menos o "escargot" e o camarão dos carnívoros renitentes.
Espiritualidade - FRANCISCO BOSCO
O GLOBO - 04/12
Lá vou eu tentar mostrar que zen-budismo não é a mesma coisa que zé bundismo
Guimarães Rosa escreveu, em “Tutaméia”: “não confunda sorvete com Nirvana”. Essa frase (cito-a de memória) me vem à mente toda vez que ouço alguém se declarar “espiritualizado”, com um orgulho mal contido pela própria espiritualidade. Os espiritualizados estão por toda parte. É um verdadeiro suplício. Ligo a televisão e está lá a celebridade se dizendo espiritualizada, em plena vulgaridade de programa de auditório, com roupas de grife, a profundidade intelectual de uma poça e um verniz de penitência no rostinho ao pronunciar a palavra-fetiche. Não tenho prazer em botar água no incenso de ninguém, mas tenho um compromisso com a interpretação da realidade, então lá vou eu tentar mostrar que zen-budismo não é a mesma coisa que zé bundismo.
A declaração de “espiritualidade” manifesta antes um traço revelador de classe do que uma prática existencial autêntica. Explico. É que, para os “espiritualizados”, quem tem religião são as camadas populares. Religião é “coisa de pobre”. Esses evangélicos que votam no Crivella e no Feliciano, esses católicos que vêm de ônibus para a Jornada Mundial da Juventude. Religião é “coisa de alienado”, esses pobres coitados que acreditam num Deus de monoteísmo, são explorados pelo dízimo e perseguem gays. As camadas médias e os ricos não querem se confundir com essa gente. Eles não têm preconceitos de sexualidade (o calo aperta é na hora da produção de igualdades sociais). Eles votam na Marina, em cujas sofisticação intelectual e engajamento ambiental veem uma espécie de purificação ou autenticação da religiosidade (e estão certos quanto a Marina, mas não têm, eles mesmos, nem a sua força intelectual nem a seriedade do engajamento).
A espiritualidade recusa a religião, mas acaba reproduzindo a alienação da religiosidade meramente formal, agora sob a forma de atitude existencial fake. Pois espiritualidade, aí, não designa cultivo moral e intelectual (a “vida do espírito”), mas um valor difuso, uma fetichização do vago, de inspiração oriental, cujo significado é mais sociológico que existencial, e tão inautêntico quanto os yuppies budistas que pretendem conciliar o Nirvana ao mercado financeiro. É precisamente a isso que se referiu Zizek tantas vezes, ao interpretar esse espiritualismo new age (sobretudo o alto valor do budismo na Europa e nos EUA, os grandes centros do capitalismo no Ocidente) como uma válvula de escape que permite às pessoas, em vez de transformar suas vidas e a da coletividade, repetir e até intensificar as suas práticas, só que esvaziadas de culpa. A espiritualidade cumpre, assim, as funções de álibi para o materialismo superficial da vida contemporânea, e de obstáculo para que o sujeito e o mundo se coloquem em crise radical. É por isso que Zizek a chamou de “mais perfeito suplemento ideológico” do capitalismo, em vez de atuar como sua contraideologia. Em outras palavras, ao invés de abraçarem o budismo para se oporem à realidade, transformando-a, os ocidentais utilizam o budismo como uma espécie de válvula de escape moral e existencial, que lhes permite melhor conviver com a experiência capitalista.
Zizek propõe ainda uma diferença entre o conceito clássico de sintoma e a noção de objeto-fetiche. Como se sabe, o sintoma é o resultado de um recalque, é a manifestação indireta de algo que, insuportável, foi suprimido da consciência, a fim de tornar a realidade tolerável. Já o fetiche não é caracterizado por essa negatividade (a supressão constitutiva do recalque), mas sim por um princípio positivo: elege-se um objeto que viabilize a realidade, que ajude a viver com as dificuldades impostas por ela, sem precisar encará-las como tais, isto é, como realidades. O budismo tibetano — referência maior da “espiritualidade” contemporânea — seria esse objeto-fetiche para o Ocidente.
A espiritualidade é, assim, apenas a versão classe média da religiosidade alienada. Nada tem da autêntica vida do espírito dos intelectuais, nem tampouco da autêntica experiência religiosa, com suas exigências drásticas de renúncia ao mundano, seus caminhos de crises e conversões, suas radicais práticas ascéticas (que na versão espiritualizada sobrevive na “semana da dieta do Detox”, em que a purificação fisiológica não deixa de ser investida ideologicamente por um sentido maior, “espiritual”). Essas formas de espiritualidade oriental instantânea são feitas sob medida para uma época de subjetividades preguiçosas, época sem épica existencial, mais para psicotrópicos do que para psicanálise, mais para ansiedade do que para angústia, mais para autoajuda que para alta ajuda.
Lá vou eu tentar mostrar que zen-budismo não é a mesma coisa que zé bundismo
Guimarães Rosa escreveu, em “Tutaméia”: “não confunda sorvete com Nirvana”. Essa frase (cito-a de memória) me vem à mente toda vez que ouço alguém se declarar “espiritualizado”, com um orgulho mal contido pela própria espiritualidade. Os espiritualizados estão por toda parte. É um verdadeiro suplício. Ligo a televisão e está lá a celebridade se dizendo espiritualizada, em plena vulgaridade de programa de auditório, com roupas de grife, a profundidade intelectual de uma poça e um verniz de penitência no rostinho ao pronunciar a palavra-fetiche. Não tenho prazer em botar água no incenso de ninguém, mas tenho um compromisso com a interpretação da realidade, então lá vou eu tentar mostrar que zen-budismo não é a mesma coisa que zé bundismo.
A declaração de “espiritualidade” manifesta antes um traço revelador de classe do que uma prática existencial autêntica. Explico. É que, para os “espiritualizados”, quem tem religião são as camadas populares. Religião é “coisa de pobre”. Esses evangélicos que votam no Crivella e no Feliciano, esses católicos que vêm de ônibus para a Jornada Mundial da Juventude. Religião é “coisa de alienado”, esses pobres coitados que acreditam num Deus de monoteísmo, são explorados pelo dízimo e perseguem gays. As camadas médias e os ricos não querem se confundir com essa gente. Eles não têm preconceitos de sexualidade (o calo aperta é na hora da produção de igualdades sociais). Eles votam na Marina, em cujas sofisticação intelectual e engajamento ambiental veem uma espécie de purificação ou autenticação da religiosidade (e estão certos quanto a Marina, mas não têm, eles mesmos, nem a sua força intelectual nem a seriedade do engajamento).
A espiritualidade recusa a religião, mas acaba reproduzindo a alienação da religiosidade meramente formal, agora sob a forma de atitude existencial fake. Pois espiritualidade, aí, não designa cultivo moral e intelectual (a “vida do espírito”), mas um valor difuso, uma fetichização do vago, de inspiração oriental, cujo significado é mais sociológico que existencial, e tão inautêntico quanto os yuppies budistas que pretendem conciliar o Nirvana ao mercado financeiro. É precisamente a isso que se referiu Zizek tantas vezes, ao interpretar esse espiritualismo new age (sobretudo o alto valor do budismo na Europa e nos EUA, os grandes centros do capitalismo no Ocidente) como uma válvula de escape que permite às pessoas, em vez de transformar suas vidas e a da coletividade, repetir e até intensificar as suas práticas, só que esvaziadas de culpa. A espiritualidade cumpre, assim, as funções de álibi para o materialismo superficial da vida contemporânea, e de obstáculo para que o sujeito e o mundo se coloquem em crise radical. É por isso que Zizek a chamou de “mais perfeito suplemento ideológico” do capitalismo, em vez de atuar como sua contraideologia. Em outras palavras, ao invés de abraçarem o budismo para se oporem à realidade, transformando-a, os ocidentais utilizam o budismo como uma espécie de válvula de escape moral e existencial, que lhes permite melhor conviver com a experiência capitalista.
Zizek propõe ainda uma diferença entre o conceito clássico de sintoma e a noção de objeto-fetiche. Como se sabe, o sintoma é o resultado de um recalque, é a manifestação indireta de algo que, insuportável, foi suprimido da consciência, a fim de tornar a realidade tolerável. Já o fetiche não é caracterizado por essa negatividade (a supressão constitutiva do recalque), mas sim por um princípio positivo: elege-se um objeto que viabilize a realidade, que ajude a viver com as dificuldades impostas por ela, sem precisar encará-las como tais, isto é, como realidades. O budismo tibetano — referência maior da “espiritualidade” contemporânea — seria esse objeto-fetiche para o Ocidente.
A espiritualidade é, assim, apenas a versão classe média da religiosidade alienada. Nada tem da autêntica vida do espírito dos intelectuais, nem tampouco da autêntica experiência religiosa, com suas exigências drásticas de renúncia ao mundano, seus caminhos de crises e conversões, suas radicais práticas ascéticas (que na versão espiritualizada sobrevive na “semana da dieta do Detox”, em que a purificação fisiológica não deixa de ser investida ideologicamente por um sentido maior, “espiritual”). Essas formas de espiritualidade oriental instantânea são feitas sob medida para uma época de subjetividades preguiçosas, época sem épica existencial, mais para psicotrópicos do que para psicanálise, mais para ansiedade do que para angústia, mais para autoajuda que para alta ajuda.
Ueba! O Ceni fica até 2049! - JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SP - 04/12
Um lojista tá tão em crise que só conseguiu contratar um Papai Noel magro, fumante e com a cara do Serra! Rarará!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Peguei a gripe Ceni: é chata e não vai embora! Ceni diz que fica! Fica, Ceni! Vai ter frango! Rarará.
O Dia do Fico do Ceni! "Se é para o meu bem-estar e para a felicidade geral dos corintianos, diga aos bambis que eu fico!". Rarará!
O Ceni é dono do São Paulo? É! Por usucapião! Ops, usocapitão!
E eu já disse que o Ceni participou da fundação do São Paulo! Defendeu o primeiro arremesso de tijolo! O segundo ele engoliu! Rarará!
E o Ceni dá pitaco em tudo no São Paulo. Inclusive na maquiagem! Rarará! Só falta ele se arrepender, se aposentar e acabar com a minha coluna de hoje! Rarará!
E o Haddad? E a manchete do Piauí Herald: "Rejeição de Haddad é similar a Celso Pitta, Félix, Fausto Silva e Hulk". E mais: diz que o Haddad não tem alvará para administrar cidade!
E o RedatorBiPolar: "1 Ano de Gestão Haddad: esburacada, 8%. Engarrafada, 26%. Pior que o Pitta: 58%. Mãe e familiares não responderam". Rarará! Resumo: o Haddad subiu o IPTU e a casa caiu! Rarará!
IPTU quer dizer Impossível Pagar TUdo! E com essas chuvas vai virar Imposto Para Teto Úmido! E repito que o Haddad devia ser prefeito de Bollywood! Com aquela cara de galã indiano. E um leitor me disse que o Haddad encheu a cidade de "haddares". Rarará!
E adorei essa: "Maduro antecipa o Natal na Venezuela". Os shoppings também! Em qualquer shopping do Brasil já é Natal!
E um amigo meu lojista tá tão em crise que só conseguiu contratar um Papai Noel magro, fumante e com a cara do Serra! Rarará!
E foi só Maduro antecipar o Natal que deu apagão! Rarará!
E olha o e-mail que recebi: "Como mineiro, peço desculpas por todos os mineiros que elegeram o Perrellinha". E eu, como paulista, peço desculpas pelo Maluf, Kassab, Serra, Alckmin e Haddad! Et caterva! Rarará!
É mole? É mole, mas sobe!
O Brasil é Lúdico! Olha essa placa do preparado pra Copa: "Ingles não é meu forte, mas portugues eu DISTRÓIO". E essa outra num buteco: "Sogra devia ter dois dentes: um pra doer e outro pra abrir garrafa". Rarará. Essa foi das piores que eu já vi sobre sogra. Rarará.
Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje, só amanhã!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
Um lojista tá tão em crise que só conseguiu contratar um Papai Noel magro, fumante e com a cara do Serra! Rarará!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Peguei a gripe Ceni: é chata e não vai embora! Ceni diz que fica! Fica, Ceni! Vai ter frango! Rarará.
O Dia do Fico do Ceni! "Se é para o meu bem-estar e para a felicidade geral dos corintianos, diga aos bambis que eu fico!". Rarará!
O Ceni é dono do São Paulo? É! Por usucapião! Ops, usocapitão!
E eu já disse que o Ceni participou da fundação do São Paulo! Defendeu o primeiro arremesso de tijolo! O segundo ele engoliu! Rarará!
E o Ceni dá pitaco em tudo no São Paulo. Inclusive na maquiagem! Rarará! Só falta ele se arrepender, se aposentar e acabar com a minha coluna de hoje! Rarará!
E o Haddad? E a manchete do Piauí Herald: "Rejeição de Haddad é similar a Celso Pitta, Félix, Fausto Silva e Hulk". E mais: diz que o Haddad não tem alvará para administrar cidade!
E o RedatorBiPolar: "1 Ano de Gestão Haddad: esburacada, 8%. Engarrafada, 26%. Pior que o Pitta: 58%. Mãe e familiares não responderam". Rarará! Resumo: o Haddad subiu o IPTU e a casa caiu! Rarará!
IPTU quer dizer Impossível Pagar TUdo! E com essas chuvas vai virar Imposto Para Teto Úmido! E repito que o Haddad devia ser prefeito de Bollywood! Com aquela cara de galã indiano. E um leitor me disse que o Haddad encheu a cidade de "haddares". Rarará!
E adorei essa: "Maduro antecipa o Natal na Venezuela". Os shoppings também! Em qualquer shopping do Brasil já é Natal!
E um amigo meu lojista tá tão em crise que só conseguiu contratar um Papai Noel magro, fumante e com a cara do Serra! Rarará!
E foi só Maduro antecipar o Natal que deu apagão! Rarará!
E olha o e-mail que recebi: "Como mineiro, peço desculpas por todos os mineiros que elegeram o Perrellinha". E eu, como paulista, peço desculpas pelo Maluf, Kassab, Serra, Alckmin e Haddad! Et caterva! Rarará!
É mole? É mole, mas sobe!
O Brasil é Lúdico! Olha essa placa do preparado pra Copa: "Ingles não é meu forte, mas portugues eu DISTRÓIO". E essa outra num buteco: "Sogra devia ter dois dentes: um pra doer e outro pra abrir garrafa". Rarará. Essa foi das piores que eu já vi sobre sogra. Rarará.
Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje, só amanhã!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
Filho de negro - ANCELMO GOIS
O GLOBO - 04/12
O pastor Marco Feliciano avocou para si a relatoria, hoje, na Comissão de Direitos Humanos, da proposta de Dilma que reserva 20% das vagas em concursos públicos para negros.
Em campanha para mostrar que não é tão atrasado assim, o deputado avisou que seu parecer será favorável:
— Sou filho de negro e sei da importância da política de cotas.
Preconceito é crime...
Aliás, hoje também, o Senado vota projeto que pune crimes resultantes de discriminação de raça, cor, orientação sexual e religião.
Chico Buarque, Leonardo Boff, Alcione, entre outros, assinaram um manifesto a favor da lei. Eu apoio.
Caso Jango
Um laboratório espanhol enviou um técnico ao Brasil para tentar encontrar possíveis provas de que João Goulart foi envenenado.
Cadê a maconha?
O criador da Mídia Ninja, Bruno Torturra, conta à revista “Piauí”, que chega às bancas sexta, que três PMs do Rio tentaram incriminar pessoas do grupo por posse de maconha.
À paisana, eles se passaram por manifestantes e foram a um apartamento na Urca usado pelos ninjas. E toda hora perguntavam se alguém tinha a droga.
A farsa acabou quando um deles deixou à mostra um uniforme policial dentro da mochila.
‘Toplessaço’ em Ipanema
Em protesto à repressão sofrida pela atriz Cristina Flores, obrigada por policiais a vestir a blusa quando posava de topless, na Praia de Ipanema, para fotos da sua peça, um grupo prepara um “toplessaço”.
Vai todo mundo tirar a blusa no dia 21, o primeiro dia de verão, em Ipanema.
Tô dentro! Projeto sossego 2014
João Ubaldo Ribeiro, 72 anos, o grande escritor, decidiu reduzir o número de viagens ano que vem: “Já abortei diversos livros por causa de solicitações, bienais, feiras de livros etc.”
O ano começa com sua habitual estadia em Itaparica, em janeiro. Mas, em março, abrirá uma exceção. Vai a Paris falar sobre futebol, na Sorbonne: “Não entendo nada de futebol, mas adoro o assunto”, diz ele, que já foi a mais de uma Copa do Mundo.
Falso brilhante
Uma bela atriz global registrou queixa na polícia contra a empresa que cuidava de uma obra em seu apartamento, em São Paulo.
Diz ela que suas joias foram roubadas durante os trabalhos. O larápio, espertinho, trocou-as por bijuterias.
Clube dos milhões
O Brasil vai atingir, pela primeira vez, a marca de seis milhões de turistas estrangeiros num único ano. Pelas contas da Embratur, será amanhã.
A partir de 2005, o país passou a receber mais de cinco milhões de gringos por ano.
Shopping Gasômetro
Sabe aquela área onde funcionou o antigo Gasômetro, em São Cristóvão?
A Construtora RJZ Cyrela negocia com a Caixa, dona de quase todos os terrenos na área do Porto Maravilha, a compra daquele latifúndio urbano.
Lá deverá surgir um minibairro com prédios comerciais e residenciais, além de shopping.
Carnaval menor
O carnaval ficará menor em 2014. A Liga das Escolas de Samba decidiu que só haverá um ensaio técnico por escola para o próximo desfile.
Com isso, os treinos que lotam as arquibancadas da Sapucaí serão realizados apenas em fevereiro.
É pena.
O sonho de Chico
O deputado e professor Chico Alencar lança, segunda, o livro “A rua, a nação e o sonho”, pela Mar de Ideias.
Aborda as manifestações de rua deste ano e suas repercussões nos caminhos do Brasil.
Cidade partida
Heloísa Buarque de Hollanda, coordenadora do Programa Avançado de Cultura Contemporânea, da UFRJ, foi eleita a Personalidade do Ano pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil.
Foi escolhida por “unir as partes da cidade partida”. Como seu sonho sempre foi ser arquiteta, antes de enveredar pela literatura, está felicíssima.
Meu amigo Luiz Paulo
O saudoso Luiz Paulo Horta será lembrado, este mês, na Cidade das Artes, na Barra. Além de apresentações em sua homenagem — como a do coral Meninos do Rio, hoje —, uma placa com o nome do querido coleguinha será instalada, dia 18, em frente à Grande Sala.
Na ocasião, haverá um show de Kiko Horta, filho de Luiz.
Saudades.
Em campanha para mostrar que não é tão atrasado assim, o deputado avisou que seu parecer será favorável:
— Sou filho de negro e sei da importância da política de cotas.
Preconceito é crime...
Aliás, hoje também, o Senado vota projeto que pune crimes resultantes de discriminação de raça, cor, orientação sexual e religião.
Chico Buarque, Leonardo Boff, Alcione, entre outros, assinaram um manifesto a favor da lei. Eu apoio.
Caso Jango
Um laboratório espanhol enviou um técnico ao Brasil para tentar encontrar possíveis provas de que João Goulart foi envenenado.
Cadê a maconha?
O criador da Mídia Ninja, Bruno Torturra, conta à revista “Piauí”, que chega às bancas sexta, que três PMs do Rio tentaram incriminar pessoas do grupo por posse de maconha.
À paisana, eles se passaram por manifestantes e foram a um apartamento na Urca usado pelos ninjas. E toda hora perguntavam se alguém tinha a droga.
A farsa acabou quando um deles deixou à mostra um uniforme policial dentro da mochila.
‘Toplessaço’ em Ipanema
Em protesto à repressão sofrida pela atriz Cristina Flores, obrigada por policiais a vestir a blusa quando posava de topless, na Praia de Ipanema, para fotos da sua peça, um grupo prepara um “toplessaço”.
Vai todo mundo tirar a blusa no dia 21, o primeiro dia de verão, em Ipanema.
Tô dentro! Projeto sossego 2014
João Ubaldo Ribeiro, 72 anos, o grande escritor, decidiu reduzir o número de viagens ano que vem: “Já abortei diversos livros por causa de solicitações, bienais, feiras de livros etc.”
O ano começa com sua habitual estadia em Itaparica, em janeiro. Mas, em março, abrirá uma exceção. Vai a Paris falar sobre futebol, na Sorbonne: “Não entendo nada de futebol, mas adoro o assunto”, diz ele, que já foi a mais de uma Copa do Mundo.
Falso brilhante
Uma bela atriz global registrou queixa na polícia contra a empresa que cuidava de uma obra em seu apartamento, em São Paulo.
Diz ela que suas joias foram roubadas durante os trabalhos. O larápio, espertinho, trocou-as por bijuterias.
Clube dos milhões
O Brasil vai atingir, pela primeira vez, a marca de seis milhões de turistas estrangeiros num único ano. Pelas contas da Embratur, será amanhã.
A partir de 2005, o país passou a receber mais de cinco milhões de gringos por ano.
Shopping Gasômetro
Sabe aquela área onde funcionou o antigo Gasômetro, em São Cristóvão?
A Construtora RJZ Cyrela negocia com a Caixa, dona de quase todos os terrenos na área do Porto Maravilha, a compra daquele latifúndio urbano.
Lá deverá surgir um minibairro com prédios comerciais e residenciais, além de shopping.
Carnaval menor
O carnaval ficará menor em 2014. A Liga das Escolas de Samba decidiu que só haverá um ensaio técnico por escola para o próximo desfile.
Com isso, os treinos que lotam as arquibancadas da Sapucaí serão realizados apenas em fevereiro.
É pena.
O sonho de Chico
O deputado e professor Chico Alencar lança, segunda, o livro “A rua, a nação e o sonho”, pela Mar de Ideias.
Aborda as manifestações de rua deste ano e suas repercussões nos caminhos do Brasil.
Cidade partida
Heloísa Buarque de Hollanda, coordenadora do Programa Avançado de Cultura Contemporânea, da UFRJ, foi eleita a Personalidade do Ano pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil.
Foi escolhida por “unir as partes da cidade partida”. Como seu sonho sempre foi ser arquiteta, antes de enveredar pela literatura, está felicíssima.
Meu amigo Luiz Paulo
O saudoso Luiz Paulo Horta será lembrado, este mês, na Cidade das Artes, na Barra. Além de apresentações em sua homenagem — como a do coral Meninos do Rio, hoje —, uma placa com o nome do querido coleguinha será instalada, dia 18, em frente à Grande Sala.
Na ocasião, haverá um show de Kiko Horta, filho de Luiz.
Saudades.
REDE FURADA - MÔNICA BERGAMO
FOLHA DE SP - 04/12
Uma pessoa que compartilha comentários ou notícias ofensivas no Facebook pode ter que pagar indenização à pessoa que se sente atingida. A decisão foi tomada pelo Tribunal de Justiça de SP.
PARA TODOS
O desembargador José Roberto Neves Amorim, relator do processo, diz que a decisão é inédita. E afirma que ela será recomendada como jurisprudência, para que seja aplicada em casos semelhantes que cheguem ao tribunal.
FALA SÉRIO
A disputa envolveu um veterinário acusado de negligência no tratamento de uma cadela que seria castrada. A informação, não comprovada, foi compartilhada e "curtida" na rede por duas mulheres que foram condenadas a pagar R$ 20 mil. "Há responsabilidade dos que compartilham mensagens e dos que nelas opinam de forma ofensiva", diz Amorim. Para ele, o Facebook deve "ser encarado com mais seriedade e não com o caráter informal que entendem as rés".
TÁ TUDO CERTO
O governador e presidenciável Eduardo Campos (PSB-PE) minimiza o fato de aparecer atrás de Marina Silva e até mesmo de ter caído na pesquisa Datafolha divulgada no domingo.
"Ninguém está olhando para política agora", diz. "O brasileiro está pensando nas férias, nas contas, no IPTU."
HEGEMONIA
Rui Falcão, presidente do PT, deve se reunir hoje com o secretário-geral da legenda, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que concorreu com ele pelo comando do partido. Em pauta, a decisão do grupo de Falcão de ocupar os principais cargos da executiva, deixando de fora a corrente Mensagem ao Partido.
PAPA POP
O total de turistas estrangeiros que desembarcam no Brasil já chegou a 6 milhões neste ano. O recorde, segundo a Embratur, deve-se principalmente à Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, em julho.
No ano passado, o país recebeu 5,6 milhões de visitantes de outros países.
SEM CHORO
O técnico da seleção, Luiz Felipe Scolari, prevê de dois a três grupos da morte ao final do sorteio dos jogos da Copa de 2014, no próximo dia 6. "Vai ter muita gente chorando", disse ele. Quanto aos adversários do Brasil, o treinador afirma não ter preferências. "O negócio é ser campeão e pronto." Ao receber o troféu de personalidade do ano no esporte, conferido pela revista "IstoÉ", anteontem, Felipão prometeu erguer a taça do "hexa".
DE LUTO
Marcelo Odebrecht, presidente da Odebrecht, empresa responsável pela construção do Itaquerão, disse à coluna que o acidente que resultou na morte de dois operários na semana passada foi uma fatalidade. "Até então, a obra era impecável em termos de segurança", afirma.
DE LUTO 2
Questionado sobre os desdobramentos do episódio, Odebrecht diz que "o momento agora é de cuidar das famílias enlutadas".
FIRME E FORTE
Fábio Porchat promete continuar firme na malhação para perpetuar a versão "slim" (esbelto) de campeão do quadro "Medida Certa" do "Fantástico". Para manter os 82 kg --estava com 98 kg quando começou o programa--, ele vai contar com uma "personal trainer" indicada pelo preparador físico Marcio Atalla. "Modifiquei totalmente meus hábitos e passei a achar tempo para me exercitar. Isso não vai mudar."
ESSA CARA É MINHA
Roberto Carlos diz se lembrar "de tudo" da época em que foi a primeira celebridade a estampar a capa da "Contigo!", em 1966.
"Eu tinha o quê? Uns 25 anos? Olhe só como eu estava bonito", disse, ao folhear a edição. "Agora nem botox resolve!" A revista, naquele tempo, colocava só imagens de fotonovelas na capa. E o cantor emplacou 13 delas em cinco anos. Agora, estampa a edição de aniversário de 50 anos da publicação, que circula hoje.
LOUCA POR VOCÊ
Claudia Raia e o namorado, Jarbas Homem de Mello, estrearam anteontem o musical "Crazy for You", no Complexo Ohtake Cultural. Os atores Frederico Reuter, Cristina Mutarelli e Luana Zenun assistiram ao espetáculo, dirigido por José Possi Neto.
CARTAS ABERTAS
A produtora teatral Lulu Librandi recebeu convidados no lançamento do livro "Quando o Carteiro Chegou... Mensagem a Isaurinha Garcia", anteontem, no MIS. Os dramaturgos Zé Celso Martinez Corrêa e Leilah Assumpção e as cantoras Adyel Silva e Alaíde Costa foram ao evento.
CURTO-CIRCUITO
A final do FaapModa, concurso de novos designers, é hoje, às 20h, no teatro Faap. A atriz Mariana Ximenes será a apresentadora.
A feira Art Basel Miami, com a participação de artistas brasileiros, começa hoje.
Willy Haas Filho, diretor de comercialização da Globo, será premiado hoje pela Associação Latino-Americana de Agências de Publicidade, em Porto Alegre.
Cartier e Montecristo Joalheria lançam hoje o relógio Tank MC, às 19h, no shopping JK Iguatemi.
PARA TODOS
O desembargador José Roberto Neves Amorim, relator do processo, diz que a decisão é inédita. E afirma que ela será recomendada como jurisprudência, para que seja aplicada em casos semelhantes que cheguem ao tribunal.
FALA SÉRIO
A disputa envolveu um veterinário acusado de negligência no tratamento de uma cadela que seria castrada. A informação, não comprovada, foi compartilhada e "curtida" na rede por duas mulheres que foram condenadas a pagar R$ 20 mil. "Há responsabilidade dos que compartilham mensagens e dos que nelas opinam de forma ofensiva", diz Amorim. Para ele, o Facebook deve "ser encarado com mais seriedade e não com o caráter informal que entendem as rés".
TÁ TUDO CERTO
O governador e presidenciável Eduardo Campos (PSB-PE) minimiza o fato de aparecer atrás de Marina Silva e até mesmo de ter caído na pesquisa Datafolha divulgada no domingo.
"Ninguém está olhando para política agora", diz. "O brasileiro está pensando nas férias, nas contas, no IPTU."
HEGEMONIA
Rui Falcão, presidente do PT, deve se reunir hoje com o secretário-geral da legenda, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que concorreu com ele pelo comando do partido. Em pauta, a decisão do grupo de Falcão de ocupar os principais cargos da executiva, deixando de fora a corrente Mensagem ao Partido.
PAPA POP
O total de turistas estrangeiros que desembarcam no Brasil já chegou a 6 milhões neste ano. O recorde, segundo a Embratur, deve-se principalmente à Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, em julho.
No ano passado, o país recebeu 5,6 milhões de visitantes de outros países.
SEM CHORO
O técnico da seleção, Luiz Felipe Scolari, prevê de dois a três grupos da morte ao final do sorteio dos jogos da Copa de 2014, no próximo dia 6. "Vai ter muita gente chorando", disse ele. Quanto aos adversários do Brasil, o treinador afirma não ter preferências. "O negócio é ser campeão e pronto." Ao receber o troféu de personalidade do ano no esporte, conferido pela revista "IstoÉ", anteontem, Felipão prometeu erguer a taça do "hexa".
DE LUTO
Marcelo Odebrecht, presidente da Odebrecht, empresa responsável pela construção do Itaquerão, disse à coluna que o acidente que resultou na morte de dois operários na semana passada foi uma fatalidade. "Até então, a obra era impecável em termos de segurança", afirma.
DE LUTO 2
Questionado sobre os desdobramentos do episódio, Odebrecht diz que "o momento agora é de cuidar das famílias enlutadas".
FIRME E FORTE
Fábio Porchat promete continuar firme na malhação para perpetuar a versão "slim" (esbelto) de campeão do quadro "Medida Certa" do "Fantástico". Para manter os 82 kg --estava com 98 kg quando começou o programa--, ele vai contar com uma "personal trainer" indicada pelo preparador físico Marcio Atalla. "Modifiquei totalmente meus hábitos e passei a achar tempo para me exercitar. Isso não vai mudar."
ESSA CARA É MINHA
Roberto Carlos diz se lembrar "de tudo" da época em que foi a primeira celebridade a estampar a capa da "Contigo!", em 1966.
"Eu tinha o quê? Uns 25 anos? Olhe só como eu estava bonito", disse, ao folhear a edição. "Agora nem botox resolve!" A revista, naquele tempo, colocava só imagens de fotonovelas na capa. E o cantor emplacou 13 delas em cinco anos. Agora, estampa a edição de aniversário de 50 anos da publicação, que circula hoje.
LOUCA POR VOCÊ
Claudia Raia e o namorado, Jarbas Homem de Mello, estrearam anteontem o musical "Crazy for You", no Complexo Ohtake Cultural. Os atores Frederico Reuter, Cristina Mutarelli e Luana Zenun assistiram ao espetáculo, dirigido por José Possi Neto.
CARTAS ABERTAS
A produtora teatral Lulu Librandi recebeu convidados no lançamento do livro "Quando o Carteiro Chegou... Mensagem a Isaurinha Garcia", anteontem, no MIS. Os dramaturgos Zé Celso Martinez Corrêa e Leilah Assumpção e as cantoras Adyel Silva e Alaíde Costa foram ao evento.
CURTO-CIRCUITO
A final do FaapModa, concurso de novos designers, é hoje, às 20h, no teatro Faap. A atriz Mariana Ximenes será a apresentadora.
A feira Art Basel Miami, com a participação de artistas brasileiros, começa hoje.
Willy Haas Filho, diretor de comercialização da Globo, será premiado hoje pela Associação Latino-Americana de Agências de Publicidade, em Porto Alegre.
Cartier e Montecristo Joalheria lançam hoje o relógio Tank MC, às 19h, no shopping JK Iguatemi.
Desejo de mudança e status quo - LUIZ CARLOS AZEDO
CORREIO BRAZILIENSE - 04/12
A marca registrada dos acordos que estão sendo tecidos, porém, é o continuísmo. Nada de mudança. Nem assim os conflitos entre o PT e o PMDB são superados
A maior contradição do projeto de reeleição da presidente Dilma Rousseff beira a esquizofrenia: faz um governo de continuidade em relação ao mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas as pesquisas de opinião apontam que a maioria dos eleitores deseja mudanças. Indicadores negativos em relação aos serviços oferecidos à população — na educação, na saúde, na segurança, nos transportes, no combate à inflação etc. — corroboram essa necessidade, porém, o sistema de alianças que garante a sustentação do governo funciona como um muro de contenção. Esse status quo político é que deixa insatisfeita a população. Eis o dilema de Dilma Rousseff.
Como toda aliança muito ampla, que o Palácio do Planalto se esforça para preservar — haja vista a rodada de negociações realizadas no fim de semana pela presidente Dilma com a participação do ex-presidente Lula —, esse sistema de forças tem um programa raso, se é que existe. Sustenta-se principalmente no toma-lá-da-cá entre o Palácio do Planalto e suas lideranças no Congresso, com refregas que se acentuam na medida em que as eleições se aproximam. Toda vez que Dilma endurece o jogo com os aliados, sofre uma retaliação no Congresso. E la nave vá.
O eixo desse sistema de aliança é o pacto firmado entre o PT e o PMDB no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que garantiu a eleição de Dilma Rousseff em 2010 e o revezamento no comando da Câmara entre PT e PMDB. Esse pacto estremece sempre que o Palácio do Planalto contraria os interesses dos caciques do PMDB e demais aliados. Até recentemente, Dilma acreditava que poderia fazê-lo sem consequências negativas para o governo, muito pelo contrário, faturava junto à opinião pública uma certa aversão em relação aos aliados, que não escondia.
O ponto de inflexão nessa relação áspera com os aliados ocorreu logo após as manifestações de junho passado, quando Dilma tentou capitalizá-las. Propôs um plebiscito para a convocação de uma Assembleia Constituinte exclusiva, já nas próximas eleições, com propósito de realizar a reforma política. A manobra foi interpretada como uma tentativa de jogar o descontentamento da população exclusivamente contra o Congresso e foi prontamente rechaçada. A avaliação do governo e da própria presidente despencou junto a dos demais políticos. O PT acabou isolado pelo PMDB no Congresso. Coincidentemente, entre os petistas e seus aliados, recrudesceu a campanha do “Volta, Lula!”.
De lá pra cá, a postura de Dilma mudou. Ao mesmo tempo que busca melhorar sua avaliação nas pesquisas de opinião, paparica os aliados e realiza negociações políticas com objetivo de articular os palanques regionais para sua reeleição. A marca registrada dos acordos que estão sendo tecidos, porém, é o continuísmo. Nada de mudança. Nem assim os conflitos entre o PT e o PMDB são superados. No fim de semana, durante o encontro de cúpula dos dois partidos, isso ficou muito claro. O PT precisa escolher entre a reeleição de Dilma ou a eleição de seus candidatos aos governos estaduais. Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará, Paraná, Bahia, Rio Grande do Sul e Pará são os estados onde é maior a fricção.
Miscelânea
Jovens— A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios divulgada na semana passada lança luzes sobre a grande insatisfação dos jovens, que deve recrudescer nas próximas eleições. O número de jovens de 15 a 29 anos que não estudava nem trabalhava chegou a 9,6 milhões no país no ano passado, isto é, uma em cada cinco pessoas da respectiva faixa etária. O Nordeste é a região na qual estava concentrada a maior parte da geração “nem-nem”: 23,9%. O Norte, por sua vez, tinha 21,9%. As regiões Sudeste (18,1%), Centro-Oeste (17,4%) e Sul (15%) estavam abaixo dos 20%. Faltam jovens qualificados para ocupar vagas nos setores mais modernos da economia e sobra mão-de-obra nas áreas que exigem menor qualificação. Conclusão: nossa política educacional e de formação de mão-de-obra fracassaram.
Renúncias — O deputado José Genoino (PT-SP), que se encontra em prisão domiciliar, surpreendeu os aliados ontem ao anunciar sua renúncia ao mandato com o propósito de evitar o constrangimento de um processo de cassação. Fez o que Valdemar da Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-GO), também condenados na Ação Penal 470, anunciaram, mas não concretizaram ainda. Resta saber se o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) repetirá o gesto ou enfrentará o plenário.
A maior contradição do projeto de reeleição da presidente Dilma Rousseff beira a esquizofrenia: faz um governo de continuidade em relação ao mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas as pesquisas de opinião apontam que a maioria dos eleitores deseja mudanças. Indicadores negativos em relação aos serviços oferecidos à população — na educação, na saúde, na segurança, nos transportes, no combate à inflação etc. — corroboram essa necessidade, porém, o sistema de alianças que garante a sustentação do governo funciona como um muro de contenção. Esse status quo político é que deixa insatisfeita a população. Eis o dilema de Dilma Rousseff.
Como toda aliança muito ampla, que o Palácio do Planalto se esforça para preservar — haja vista a rodada de negociações realizadas no fim de semana pela presidente Dilma com a participação do ex-presidente Lula —, esse sistema de forças tem um programa raso, se é que existe. Sustenta-se principalmente no toma-lá-da-cá entre o Palácio do Planalto e suas lideranças no Congresso, com refregas que se acentuam na medida em que as eleições se aproximam. Toda vez que Dilma endurece o jogo com os aliados, sofre uma retaliação no Congresso. E la nave vá.
O eixo desse sistema de aliança é o pacto firmado entre o PT e o PMDB no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que garantiu a eleição de Dilma Rousseff em 2010 e o revezamento no comando da Câmara entre PT e PMDB. Esse pacto estremece sempre que o Palácio do Planalto contraria os interesses dos caciques do PMDB e demais aliados. Até recentemente, Dilma acreditava que poderia fazê-lo sem consequências negativas para o governo, muito pelo contrário, faturava junto à opinião pública uma certa aversão em relação aos aliados, que não escondia.
O ponto de inflexão nessa relação áspera com os aliados ocorreu logo após as manifestações de junho passado, quando Dilma tentou capitalizá-las. Propôs um plebiscito para a convocação de uma Assembleia Constituinte exclusiva, já nas próximas eleições, com propósito de realizar a reforma política. A manobra foi interpretada como uma tentativa de jogar o descontentamento da população exclusivamente contra o Congresso e foi prontamente rechaçada. A avaliação do governo e da própria presidente despencou junto a dos demais políticos. O PT acabou isolado pelo PMDB no Congresso. Coincidentemente, entre os petistas e seus aliados, recrudesceu a campanha do “Volta, Lula!”.
De lá pra cá, a postura de Dilma mudou. Ao mesmo tempo que busca melhorar sua avaliação nas pesquisas de opinião, paparica os aliados e realiza negociações políticas com objetivo de articular os palanques regionais para sua reeleição. A marca registrada dos acordos que estão sendo tecidos, porém, é o continuísmo. Nada de mudança. Nem assim os conflitos entre o PT e o PMDB são superados. No fim de semana, durante o encontro de cúpula dos dois partidos, isso ficou muito claro. O PT precisa escolher entre a reeleição de Dilma ou a eleição de seus candidatos aos governos estaduais. Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará, Paraná, Bahia, Rio Grande do Sul e Pará são os estados onde é maior a fricção.
Miscelânea
Jovens— A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios divulgada na semana passada lança luzes sobre a grande insatisfação dos jovens, que deve recrudescer nas próximas eleições. O número de jovens de 15 a 29 anos que não estudava nem trabalhava chegou a 9,6 milhões no país no ano passado, isto é, uma em cada cinco pessoas da respectiva faixa etária. O Nordeste é a região na qual estava concentrada a maior parte da geração “nem-nem”: 23,9%. O Norte, por sua vez, tinha 21,9%. As regiões Sudeste (18,1%), Centro-Oeste (17,4%) e Sul (15%) estavam abaixo dos 20%. Faltam jovens qualificados para ocupar vagas nos setores mais modernos da economia e sobra mão-de-obra nas áreas que exigem menor qualificação. Conclusão: nossa política educacional e de formação de mão-de-obra fracassaram.
Renúncias — O deputado José Genoino (PT-SP), que se encontra em prisão domiciliar, surpreendeu os aliados ontem ao anunciar sua renúncia ao mandato com o propósito de evitar o constrangimento de um processo de cassação. Fez o que Valdemar da Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-GO), também condenados na Ação Penal 470, anunciaram, mas não concretizaram ainda. Resta saber se o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) repetirá o gesto ou enfrentará o plenário.
O PMDB pressiona - ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 04/12
O apoio do PMDB à presidente Dilma são favas contadas. Mesmo assim, não é tão simples. Na reunião na Granja do Torto, seus dirigentes alertaram que, antes de apoiar a reeleição da presidente Dilma, é preciso aprovar a coligação, com o PT, na convenção do PMDB. O recado foi simples: é preciso controlar o descompasso nas eleições estaduais e monitorar os incendiários.
Cabral tem preferência
O ex-presidente Lula quer adiar o desembarque do PT do governo do Rio, com a intenção de dar tempo para que o governador Sérgio Cabral se recupere junto à opinião pública. Ele avalia que se isso não ocorrer até março, o vice Luiz Fernando Pezão será contaminado e dificilmente será um candidato competitivo. Por isso, o ex-presidente não acena com a retirada de candidaturas. Ele considera, dizem os petistas, que todos devem se manter na disputa: o senador Lindbergh Farias, o vice Pezão e o ministro Marcelo Crivella. Como resume um dirigente do PMDB, que esteve na Granja do Torto: “Todos contra o (Anthony) Garotinho no segundo turno”
“Num dia, as ações da Petrobras desvalorizaram R$ 24 bi e isso é mais do que os R$ 15 bi que a União arrecadou com o leilão do campo de petróleo de Libra”
Luiz Paulo Velloso Lucas
Integrante da coordenação da formulação do programa de governo do tucano Aécio Neves
Lei de Murphy
O PDT não foi à reunião marcada com a presidente Dilma, no sábado, para tratar da eleição de 2014. Seu presidente, Carlos Lupi, e o ministro Manoel Dias (Trabalho), já estavam atrasados 30 minutos quando ligaram para avisar a Dilma e ao ex-presidente Lula que estavam no aeroporto de Cuiabá e que não havia teto para o avião deles levantar voo.
Duplo palanque
Na conversa com o presidente do PP, Ciro Nogueira, sábado, a presidente Dilma manifestou interesse pelo apoio da senadora Ana Amélia, candidata ao governo gaúcho. O governador Tarso Genro (PT) vai concorrer à reeleição.
Palanque eclético
O vice Michel Temer recebeu a tarefa de dobrar o PMDB do Paraná. O partido, presidido pelo deputado Osmar Serraglio, relator da CPI do Mensalão, já tem posição aprovada pela maioria: fazer campanha pelas reeleições da presidente Dilma (PT) e do governador Beto Bicha (PSDB).
É dia de festa
Chegou a vez do ministro Edison Lobão (Minas e Energia). Ele será a estrela de ato no Planalto, na segunda-feira, quando a presidente Dilma vai festejar a marca de 15 milhões de brasileiros atendidos pelo programa “Luz Para todos”
Batido o martelo
A maior tendência petista, a “Construindo um Novo Brasil”, reafirmou ontem o acordo eleitoral com a tendência “Movimento PT”. O deputado Geraldo Magela (PT-DF) será o candidato de ambas para a secretaria-geral do partido.
Constrangimento
O deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP) está avisando na Câmara que, “para não constranger” seus pares ao voto aberto, por sua cassação, vai renunciar ao mandato ao ser pedida a sua prisão.
ALIVIO. Os deputados gostaram da renúncia de José Genoino. Ele não seria poupado da cassação. Muitos deles não queriam ser os carrascos.
O apoio do PMDB à presidente Dilma são favas contadas. Mesmo assim, não é tão simples. Na reunião na Granja do Torto, seus dirigentes alertaram que, antes de apoiar a reeleição da presidente Dilma, é preciso aprovar a coligação, com o PT, na convenção do PMDB. O recado foi simples: é preciso controlar o descompasso nas eleições estaduais e monitorar os incendiários.
Cabral tem preferência
O ex-presidente Lula quer adiar o desembarque do PT do governo do Rio, com a intenção de dar tempo para que o governador Sérgio Cabral se recupere junto à opinião pública. Ele avalia que se isso não ocorrer até março, o vice Luiz Fernando Pezão será contaminado e dificilmente será um candidato competitivo. Por isso, o ex-presidente não acena com a retirada de candidaturas. Ele considera, dizem os petistas, que todos devem se manter na disputa: o senador Lindbergh Farias, o vice Pezão e o ministro Marcelo Crivella. Como resume um dirigente do PMDB, que esteve na Granja do Torto: “Todos contra o (Anthony) Garotinho no segundo turno”
“Num dia, as ações da Petrobras desvalorizaram R$ 24 bi e isso é mais do que os R$ 15 bi que a União arrecadou com o leilão do campo de petróleo de Libra”
Luiz Paulo Velloso Lucas
Integrante da coordenação da formulação do programa de governo do tucano Aécio Neves
Lei de Murphy
O PDT não foi à reunião marcada com a presidente Dilma, no sábado, para tratar da eleição de 2014. Seu presidente, Carlos Lupi, e o ministro Manoel Dias (Trabalho), já estavam atrasados 30 minutos quando ligaram para avisar a Dilma e ao ex-presidente Lula que estavam no aeroporto de Cuiabá e que não havia teto para o avião deles levantar voo.
Duplo palanque
Na conversa com o presidente do PP, Ciro Nogueira, sábado, a presidente Dilma manifestou interesse pelo apoio da senadora Ana Amélia, candidata ao governo gaúcho. O governador Tarso Genro (PT) vai concorrer à reeleição.
Palanque eclético
O vice Michel Temer recebeu a tarefa de dobrar o PMDB do Paraná. O partido, presidido pelo deputado Osmar Serraglio, relator da CPI do Mensalão, já tem posição aprovada pela maioria: fazer campanha pelas reeleições da presidente Dilma (PT) e do governador Beto Bicha (PSDB).
É dia de festa
Chegou a vez do ministro Edison Lobão (Minas e Energia). Ele será a estrela de ato no Planalto, na segunda-feira, quando a presidente Dilma vai festejar a marca de 15 milhões de brasileiros atendidos pelo programa “Luz Para todos”
Batido o martelo
A maior tendência petista, a “Construindo um Novo Brasil”, reafirmou ontem o acordo eleitoral com a tendência “Movimento PT”. O deputado Geraldo Magela (PT-DF) será o candidato de ambas para a secretaria-geral do partido.
Constrangimento
O deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP) está avisando na Câmara que, “para não constranger” seus pares ao voto aberto, por sua cassação, vai renunciar ao mandato ao ser pedida a sua prisão.
ALIVIO. Os deputados gostaram da renúncia de José Genoino. Ele não seria poupado da cassação. Muitos deles não queriam ser os carrascos.
Dois guichês - VERA MAGALHÃES - PAINEL
FOLHA DE SP - 04/12
João Roberto Zaniboni, ex-diretor da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) condenado na Suíça por lavagem de dinheiro e indiciado no Brasil sob suspeita de atuar em cartel em contratos de trens em São Paulo, também recebeu da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), empresa de economia mista ligada ao governo federal. A Focco, empresa da qual Zaniboni era sócio até agosto, tem contrato de R$ 4,6 milhões para consultorias em obras de metrô que integram o PAC.
Escopo A Focco tem 50% de participação no consórcio contratado em dezembro de 2012 para fazer consultoria técnica, apoio ao gerenciamento e supervisão dos contratos de fornecimento de equipamentos para as regionais da CBTU em Belo Horizonte, Natal e João Pessoa.
Em caixa Segundo o advogado de Zaniboni, Luiz Fernando Pacheco, a empresa recebeu R$ 500 mil, ou 24,5% de sua parte do contrato. O relatório de gestão da CBTU informa que os R$ 4,6 milhões já foram empenhados e liberados e estão inscritos nos restos a pagar de 2012.
De fora O contrato com a CBTU não apareceu até agora nem no inquérito da Polícia Federal, no qual a Focco e Zaniboni são citados, nem na apuração aberta pelo Cade sobre cartel. A empresa está com bens bloqueados em função das investigações sobre contratos em São Paulo.
Chapa quente Informações do Ministério da Justiça que chegaram ao Planalto são de que a Polícia Federal tem indícios claros de corrupção nos contratos do metrô de São Paulo, e que deve apontar envolvimento de dirigentes do governo estadual.
Sorteio A conselheira Ana Maria Amarante vai relatar reclamação da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) contra Joaquim Barbosa por ter afastado o juiz da execução penal do mensalão, Ademar Vasconcelos.
Como faz? Desembargadora do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, Ana Maria é amiga do presidente do Supremo Tribunal Federal e foi indicada ao CNJ em vaga do STF. Ela não se declarou impedida de julgar a queixada OAB e já despachou pedindo providências no caso.
Mico Foi Guido Mantega (Fazenda) quem deu a Dilma Rousseff a informação de que o PIB de 2012 revisado pelo IBGE seria de 1,5%. A presidente cravou o número em entrevista que concedeu ao jornal "El País" na semana passada, mas a taxa anunciada ontem foi de 1%.
Hedge Na segunda-feira à noite, durante evento da revista "IstoÉ" em São Paulo, Mantega já deu a entender que os números anunciados ontem não seriam bons, ao dizer que um PIB baixo em 2013 não significaria que o ano tenha sido "perdido".
Por cima O deputado estadual Edinho Silva, ex-presidente do PT de São Paulo, integrará a equipe de coordenação nacional da campanha de Dilma em 2014. Homem de confiança de Lula, ele é cotado para ser o tesoureiro do comitê petista.
Vem cá Michel Temer receberá dirigentes do PMDB do Paraná hoje para convencê-los a desistir de apoiar a reeleição de Beto Richa (PSDB). O vice-presidente quer que a sigla lance candidato, abrindo um palanque extra para Dilma, além do de Gleisi Hoffmann (PT).
Visita à Folha Liliana Ayalde, embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, visitou ontem a Folha. Estava com Woody Dunstan, vice-cônsul para Assuntos Econômicos, William Holton, vice-cônsul para Assuntos Políticos, e Rakesh Surampudi, adido de imprensa.
com BRUNO BOGHOSSIAN e PAULO GAMA
tiroteio
"Eis a equação de Dilma: recuo de 0,5% no PIB mais queda de 10% nas ações da Petrobras igual a 66% de desejo de mudança no país."
DO LÍDER DO PSB NO SENADO, RODRIGO ROLLEMBERG (DF), sobre resultado da atividade econômica divulgado ontem e pesquisa Datafolha do fim de semana.
contraponto
Jogando para a torcida
Então governador de São Paulo, o tucano José Serra lembrou durante um discurso nas margens da represa Guarapiranga em 2009 de uma ocasião em que recebeu visita do embaixador japonês. Decidiu, então, saber se havia alguém com ascendência nipônica na plateia:
-- Tem algum japonês aqui?
Diante do silêncio, admitiu a surpresa.
-- Não? Incrível, hein? Incrível! -- repetiu.
Ainda estarrecido, decidiu mudar a pergunta.
-- Palmeirense tem? Uns dois, pelo menos? Se não tem japonês e não tem palmeirense, eu vou embora...
João Roberto Zaniboni, ex-diretor da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) condenado na Suíça por lavagem de dinheiro e indiciado no Brasil sob suspeita de atuar em cartel em contratos de trens em São Paulo, também recebeu da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), empresa de economia mista ligada ao governo federal. A Focco, empresa da qual Zaniboni era sócio até agosto, tem contrato de R$ 4,6 milhões para consultorias em obras de metrô que integram o PAC.
Escopo A Focco tem 50% de participação no consórcio contratado em dezembro de 2012 para fazer consultoria técnica, apoio ao gerenciamento e supervisão dos contratos de fornecimento de equipamentos para as regionais da CBTU em Belo Horizonte, Natal e João Pessoa.
Em caixa Segundo o advogado de Zaniboni, Luiz Fernando Pacheco, a empresa recebeu R$ 500 mil, ou 24,5% de sua parte do contrato. O relatório de gestão da CBTU informa que os R$ 4,6 milhões já foram empenhados e liberados e estão inscritos nos restos a pagar de 2012.
De fora O contrato com a CBTU não apareceu até agora nem no inquérito da Polícia Federal, no qual a Focco e Zaniboni são citados, nem na apuração aberta pelo Cade sobre cartel. A empresa está com bens bloqueados em função das investigações sobre contratos em São Paulo.
Chapa quente Informações do Ministério da Justiça que chegaram ao Planalto são de que a Polícia Federal tem indícios claros de corrupção nos contratos do metrô de São Paulo, e que deve apontar envolvimento de dirigentes do governo estadual.
Sorteio A conselheira Ana Maria Amarante vai relatar reclamação da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) contra Joaquim Barbosa por ter afastado o juiz da execução penal do mensalão, Ademar Vasconcelos.
Como faz? Desembargadora do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, Ana Maria é amiga do presidente do Supremo Tribunal Federal e foi indicada ao CNJ em vaga do STF. Ela não se declarou impedida de julgar a queixada OAB e já despachou pedindo providências no caso.
Mico Foi Guido Mantega (Fazenda) quem deu a Dilma Rousseff a informação de que o PIB de 2012 revisado pelo IBGE seria de 1,5%. A presidente cravou o número em entrevista que concedeu ao jornal "El País" na semana passada, mas a taxa anunciada ontem foi de 1%.
Hedge Na segunda-feira à noite, durante evento da revista "IstoÉ" em São Paulo, Mantega já deu a entender que os números anunciados ontem não seriam bons, ao dizer que um PIB baixo em 2013 não significaria que o ano tenha sido "perdido".
Por cima O deputado estadual Edinho Silva, ex-presidente do PT de São Paulo, integrará a equipe de coordenação nacional da campanha de Dilma em 2014. Homem de confiança de Lula, ele é cotado para ser o tesoureiro do comitê petista.
Vem cá Michel Temer receberá dirigentes do PMDB do Paraná hoje para convencê-los a desistir de apoiar a reeleição de Beto Richa (PSDB). O vice-presidente quer que a sigla lance candidato, abrindo um palanque extra para Dilma, além do de Gleisi Hoffmann (PT).
Visita à Folha Liliana Ayalde, embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, visitou ontem a Folha. Estava com Woody Dunstan, vice-cônsul para Assuntos Econômicos, William Holton, vice-cônsul para Assuntos Políticos, e Rakesh Surampudi, adido de imprensa.
com BRUNO BOGHOSSIAN e PAULO GAMA
tiroteio
"Eis a equação de Dilma: recuo de 0,5% no PIB mais queda de 10% nas ações da Petrobras igual a 66% de desejo de mudança no país."
DO LÍDER DO PSB NO SENADO, RODRIGO ROLLEMBERG (DF), sobre resultado da atividade econômica divulgado ontem e pesquisa Datafolha do fim de semana.
contraponto
Jogando para a torcida
Então governador de São Paulo, o tucano José Serra lembrou durante um discurso nas margens da represa Guarapiranga em 2009 de uma ocasião em que recebeu visita do embaixador japonês. Decidiu, então, saber se havia alguém com ascendência nipônica na plateia:
-- Tem algum japonês aqui?
Diante do silêncio, admitiu a surpresa.
-- Não? Incrível, hein? Incrível! -- repetiu.
Ainda estarrecido, decidiu mudar a pergunta.
-- Palmeirense tem? Uns dois, pelo menos? Se não tem japonês e não tem palmeirense, eu vou embora...
Sigam o mestre! - DENISE ROTHENBURG
CORREIO BRAZILIENSE - 04/12
A renúncia de José Genoino ao mandato de deputado federal é considerada dentro do partido o caminho que deve ser adotado pelo ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (SP). Assim, os petistas ficam fora desse foco desagradável de ver os seus desfilando pelo Conselho de Ética e pela Corregedoria, abrindo um flanco à oposição. Nos bastidores, há quem diga que os condenados devem ter em mente que o objetivo central hoje é reeleger Dilma e tentar eleger Alexandre Padilha governador de São Paulo.
O PP e o PR, que também têm políticos com mandato prestes a virarem presidiários, tendem a pressionar os seus a seguir esses passos. É uma forma de desvincular os partidos da Papuda.
Sobrou
O PT atribui ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, a quase abertura de processo de cassação contra Genoino. Josias Gomes (PT-BA) chegou a defender o rompimento entre PT e PMDB. O ano terminará quente entre os dois partidos que compõem a aliança presidencial.
Em construção
O anúncio de que o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, pretende concorrer ao Senado é visto como uma portinhola para o acordo com o PT, tendo o senador Lindbergh Farias, do PT, como cabeça de chapa ao governo do estado. Qualquer acordo, entretanto, só será formalizado no ano que vem.
Caiu, mas vale
Ao dizer que entregou todos os documentos relativos ao cartel do metrô de São Paulo à Polícia Federal porque é ela quem tem que investigar, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na opinião de muitos, colocou em vigor a PEC 37. A Proposta de Emenda Constitucional, que reduzia poderes de investigação do Ministério Público, foi derrubada em junho, em meio aos protestos que tomaram conta do país.
Chamados
O senador Cícero Lucena (PSDB-PB) convocou diretores da Camed, o plano de saúde do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) à comissão de Fiscalização e Controle para explicar a privatização dos serviços. O senador quer ouvir ainda representantes do BNB e da Unimed.
Resumo da ópera/ Depois da reunião de sábado entre os comandos do PT e do PMDB, os peemedebistas se saíram com esta: “Primeiro, foi o (Markus) Sokol, chamando Michel (Temer) de sabotador. Agora, é o Rui Falcão chamando Raupp de mentiroso. Assim, vai bem a relação”.
Tendência/ A inclinação do PPS do Rio de Janeiro é fechar o apoio a Aécio Neves na corrida presidencial. Falta definir o que fará Roberto Freire.
Visitantes I/ Há três semanas, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e o senador Cássio Cunha Lima (foto), do PSDB-PB, se encontraram no Sírio-Libanês e foram visitar Marcelo Déda. Tiveram ali a certeza de que estavam se despedindo de um amigo.
Visitantes II/ O encontro de Eduardo Campos e Cássio Cunha Lima foi casual. O tucano estava acompanhando sua mãe, dona Glória, que se submetia a exames de saúde. Campos fez questão de ver a matriarca dos Cunha Lima. O senador, conhecedor da política, na hora pegou o telefone e ligou para Aécio: “Fale aqui com d. Glória para você não perder o voto!”
O PP e o PR, que também têm políticos com mandato prestes a virarem presidiários, tendem a pressionar os seus a seguir esses passos. É uma forma de desvincular os partidos da Papuda.
Sobrou
O PT atribui ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, a quase abertura de processo de cassação contra Genoino. Josias Gomes (PT-BA) chegou a defender o rompimento entre PT e PMDB. O ano terminará quente entre os dois partidos que compõem a aliança presidencial.
Em construção
O anúncio de que o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, pretende concorrer ao Senado é visto como uma portinhola para o acordo com o PT, tendo o senador Lindbergh Farias, do PT, como cabeça de chapa ao governo do estado. Qualquer acordo, entretanto, só será formalizado no ano que vem.
Caiu, mas vale
Ao dizer que entregou todos os documentos relativos ao cartel do metrô de São Paulo à Polícia Federal porque é ela quem tem que investigar, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na opinião de muitos, colocou em vigor a PEC 37. A Proposta de Emenda Constitucional, que reduzia poderes de investigação do Ministério Público, foi derrubada em junho, em meio aos protestos que tomaram conta do país.
Chamados
O senador Cícero Lucena (PSDB-PB) convocou diretores da Camed, o plano de saúde do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) à comissão de Fiscalização e Controle para explicar a privatização dos serviços. O senador quer ouvir ainda representantes do BNB e da Unimed.
Resumo da ópera/ Depois da reunião de sábado entre os comandos do PT e do PMDB, os peemedebistas se saíram com esta: “Primeiro, foi o (Markus) Sokol, chamando Michel (Temer) de sabotador. Agora, é o Rui Falcão chamando Raupp de mentiroso. Assim, vai bem a relação”.
Tendência/ A inclinação do PPS do Rio de Janeiro é fechar o apoio a Aécio Neves na corrida presidencial. Falta definir o que fará Roberto Freire.
Visitantes I/ Há três semanas, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e o senador Cássio Cunha Lima (foto), do PSDB-PB, se encontraram no Sírio-Libanês e foram visitar Marcelo Déda. Tiveram ali a certeza de que estavam se despedindo de um amigo.
Visitantes II/ O encontro de Eduardo Campos e Cássio Cunha Lima foi casual. O tucano estava acompanhando sua mãe, dona Glória, que se submetia a exames de saúde. Campos fez questão de ver a matriarca dos Cunha Lima. O senador, conhecedor da política, na hora pegou o telefone e ligou para Aécio: “Fale aqui com d. Glória para você não perder o voto!”
MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO
FOLHA DE SP - 04/12
Setor de gás de cozinha cresce 1,8% neste ano
Apesar de uma previsão inicial de alta de 2,5%, o mercado de gás liquefeito de petróleo (GLP) --produto utilizado nos botijões de cozinha-- deverá crescer 1,8% neste ano, segundo o Sindigás (sindicato do setor).
Uma elevação maior nas vendas do combustível depende de uma mudança estrutural no segmento, afirma o presidente da entidade, Sérgio Bandeira de Mello.
"O consumidor não pode ver o produto apenas como gás de cozinha. Precisamos convencê-lo a tomar banho em chuveiros com [água aquecida por] GLP", diz.
"Mas essa mudança leva tempo", acrescenta.
O executivo calcula que, se 25% dos chuveiros elétricos do país fossem substituídos pelo sistema de GLP, o setor se expandiria em 12%.
"Seriam consumidas mais 800 mil toneladas de gás por ano", diz. Hoje, são cerca de 7,3 milhões de toneladas.
A expectativa é que a utilização do GLP cresça com a concessão, por parte da Eletrobras, de selos A e B de eficiência energética apenas para edifícios que utilizem gás nas duchas.
Por enquanto, o mercado cresce impulsionado pelo segmento a granel (no qual tanques fixos são abastecidos por caminhões-tanque).
As vendas desse sistema --adotado em indústrias-- correspondem a 25% do total. Elas deverão registrar alta entre 2,6% e 2,7% em 2013.
O faturamento anual da cadeia de GLP, que inclui distribuidores e revendedores, fica ao redor de R$ 22 bilhões.
FORA DA INFORMALIDADE
A informalidade no mercado de gás liquefeito de petróleo diminuiu 76% entre maio de 2011 e outubro deste ano.
O dado é de um levantamento do Sindigás (sindicato nacional das distribuidoras) feito com base em um banco de dados de pontos de venda irregulares.
Os endereços desses locais são denunciados e checados por um instituto de pesquisa.
Até 2010, existiam 36 mil revendas autorizadas pela ANP, que deixavam de faturar R$ 20 milhões por ano devido à concorrência com os ilegais. Hoje, são 54 mil comércios licenciados.
"Isso quer dizer que a busca pela formalização foi acentuada", afirma o presidente do sindicato, Sérgio Bandeira de Mello.
"Houve uma iniciativa da ANP de trabalhar a fiscalização e reforçar essa questão com as prefeituras."
Cerca de 75% dos municípios do país tinham revendedores autorizados há três anos. Agora, a cobertura é de 92%, ainda de acordo com dados da entidade.
"Não conseguimos, porém, calcular quanto as empresas distribuidoras deixam de ganhar [com o comércio informal], mas elas perdem porque o seu revendedor enfraquece", diz o executivo.
PLANOS EM FRANQUIAS
Em uma iniciativa do projeto de expansão da empresa, a Qualicorp, administradora e corretora de planos de saúde coletivos, inaugura hoje a sua primeira franquia, em Santos (SP).
O sistema de franquias vai complementar os canais de venda, formados por corretores próprios e parceiros.
A empresa estima ter outras dez lojas abertas em 2014. A próxima, ainda em cidade indefinida, deverá entrar em funcionamento no mês de fevereiro.
"Atuaremos com franquias nas regiões onde não estivermos presentes, sempre com a venda para pessoas físicas ligadas a uma das cerca de 500 entidades parceiras da empresa", diz o diretor, Eduardo Noronha.
"Temos planos para áreas como Maranhão, Rio Grande do Sul e interior de São Paulo", afirma o executivo.
"Essas franquias rodando a pleno vapor, não ainda em 2014 porque elas precisam de um tempo de estabilização, deverão render para a companhia cerca de 70 mil vidas."
Por ano, entram em média 400 mil clientes novos, segundo Noronha.
"Há cerca de 70 mil cancelamentos por trimestre em uma carteira de 4 milhões de clientes, que é uma média abaixo da do mercado."
R$ 319,3 milhões
foi a receita líquida da companhia no terceiro trimestre deste ano
26,9%
foi o crescimento da receita líquida na comparação com o mesmo período de 2012
R$ 58,6 milhões
foi o lucro líquido do grupo no terceiro trimestre de 2013
4,6 milhões
é o número de beneficiários
TECNOLOGIA EM SAÚDE
O Ministério da Saúde vai assinar uma parceria tecnológica com o Instituto Nacional de Excelência Clínica (Nice), uma agência autônoma de saúde do Reino Unido.
A entidade estrangeira irá desenvolver com o governo brasileiro um programa para examinar as inovações em saúde consideradas importantes para a assistência pública dos dois países.
No Brasil, o Ministério da Saúde afirma ter investido R$ 248,7 milhões em pesquisas no setor neste ano --em 2011, foram R$ 35,5 milhões.
O montante foi aplicado em um conjunto de 215 projetos de pesquisa científica e tecnológica em temas como saúde materna e tratamentos de doenças mais predominantes entre a população.
Além das 215 iniciativas que já receberam aportes, a pasta divulgará outros 88 projetos de pesquisa que serão beneficiados --parte dos recursos virá do Ministério de Ciência e Tecnologia.
Exame... O grupo de medicina diagnóstica e preventiva Hermes Pardini implantou uma nova tecnologia em TI e gestão. A ferramenta foi desenvolvida pela Pixeon Medical Systems, empresa especializada no segmento médico.
...moderno O objetivo é dar mais agilidade à geração de laudos e reduzir a possibilidade de erros e problemas na comunicação entre médicos, laboratórios e usuários, segundo o grupo. O investimento total foi de R$ 4 milhões.
Tecido alargado As vendas em atacado de tecidos no Estado de São Paulo cresceram 12% em novembro na comparação com outubro. O Sincatvaesp (sindicato do setor) credita a alta à expansão de fim de ano da demanda.
Juros... O governo brasileiro pagou R$ 213 bilhões em juros do início do ano até ontem, segundo dados do jurômetro da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo). Na mesma data de 2012, o equipamento marcava R$ 195 bilhões.
...ampliados A diferença de R$ 18 bilhões, segundo a entidade, seria suficiente para comprar 47 milhões de cestas básicas, pagar 26,5 milhões de salários mínimos ou construir cerca de 18 mil escolas de ensino fundamental.
Kit segurança A Prosegur, empresa de segurança privada, investiu em novos dispositivos para carros-fortes que impedem, por exemplo, o arrombamento de cofres e ampliam a blindagem dos pneus. O aporte foi de R$ 7 milhões.
Setor de gás de cozinha cresce 1,8% neste ano
Apesar de uma previsão inicial de alta de 2,5%, o mercado de gás liquefeito de petróleo (GLP) --produto utilizado nos botijões de cozinha-- deverá crescer 1,8% neste ano, segundo o Sindigás (sindicato do setor).
Uma elevação maior nas vendas do combustível depende de uma mudança estrutural no segmento, afirma o presidente da entidade, Sérgio Bandeira de Mello.
"O consumidor não pode ver o produto apenas como gás de cozinha. Precisamos convencê-lo a tomar banho em chuveiros com [água aquecida por] GLP", diz.
"Mas essa mudança leva tempo", acrescenta.
O executivo calcula que, se 25% dos chuveiros elétricos do país fossem substituídos pelo sistema de GLP, o setor se expandiria em 12%.
"Seriam consumidas mais 800 mil toneladas de gás por ano", diz. Hoje, são cerca de 7,3 milhões de toneladas.
A expectativa é que a utilização do GLP cresça com a concessão, por parte da Eletrobras, de selos A e B de eficiência energética apenas para edifícios que utilizem gás nas duchas.
Por enquanto, o mercado cresce impulsionado pelo segmento a granel (no qual tanques fixos são abastecidos por caminhões-tanque).
As vendas desse sistema --adotado em indústrias-- correspondem a 25% do total. Elas deverão registrar alta entre 2,6% e 2,7% em 2013.
O faturamento anual da cadeia de GLP, que inclui distribuidores e revendedores, fica ao redor de R$ 22 bilhões.
FORA DA INFORMALIDADE
A informalidade no mercado de gás liquefeito de petróleo diminuiu 76% entre maio de 2011 e outubro deste ano.
O dado é de um levantamento do Sindigás (sindicato nacional das distribuidoras) feito com base em um banco de dados de pontos de venda irregulares.
Os endereços desses locais são denunciados e checados por um instituto de pesquisa.
Até 2010, existiam 36 mil revendas autorizadas pela ANP, que deixavam de faturar R$ 20 milhões por ano devido à concorrência com os ilegais. Hoje, são 54 mil comércios licenciados.
"Isso quer dizer que a busca pela formalização foi acentuada", afirma o presidente do sindicato, Sérgio Bandeira de Mello.
"Houve uma iniciativa da ANP de trabalhar a fiscalização e reforçar essa questão com as prefeituras."
Cerca de 75% dos municípios do país tinham revendedores autorizados há três anos. Agora, a cobertura é de 92%, ainda de acordo com dados da entidade.
"Não conseguimos, porém, calcular quanto as empresas distribuidoras deixam de ganhar [com o comércio informal], mas elas perdem porque o seu revendedor enfraquece", diz o executivo.
PLANOS EM FRANQUIAS
Em uma iniciativa do projeto de expansão da empresa, a Qualicorp, administradora e corretora de planos de saúde coletivos, inaugura hoje a sua primeira franquia, em Santos (SP).
O sistema de franquias vai complementar os canais de venda, formados por corretores próprios e parceiros.
A empresa estima ter outras dez lojas abertas em 2014. A próxima, ainda em cidade indefinida, deverá entrar em funcionamento no mês de fevereiro.
"Atuaremos com franquias nas regiões onde não estivermos presentes, sempre com a venda para pessoas físicas ligadas a uma das cerca de 500 entidades parceiras da empresa", diz o diretor, Eduardo Noronha.
"Temos planos para áreas como Maranhão, Rio Grande do Sul e interior de São Paulo", afirma o executivo.
"Essas franquias rodando a pleno vapor, não ainda em 2014 porque elas precisam de um tempo de estabilização, deverão render para a companhia cerca de 70 mil vidas."
Por ano, entram em média 400 mil clientes novos, segundo Noronha.
"Há cerca de 70 mil cancelamentos por trimestre em uma carteira de 4 milhões de clientes, que é uma média abaixo da do mercado."
R$ 319,3 milhões
foi a receita líquida da companhia no terceiro trimestre deste ano
26,9%
foi o crescimento da receita líquida na comparação com o mesmo período de 2012
R$ 58,6 milhões
foi o lucro líquido do grupo no terceiro trimestre de 2013
4,6 milhões
é o número de beneficiários
TECNOLOGIA EM SAÚDE
O Ministério da Saúde vai assinar uma parceria tecnológica com o Instituto Nacional de Excelência Clínica (Nice), uma agência autônoma de saúde do Reino Unido.
A entidade estrangeira irá desenvolver com o governo brasileiro um programa para examinar as inovações em saúde consideradas importantes para a assistência pública dos dois países.
No Brasil, o Ministério da Saúde afirma ter investido R$ 248,7 milhões em pesquisas no setor neste ano --em 2011, foram R$ 35,5 milhões.
O montante foi aplicado em um conjunto de 215 projetos de pesquisa científica e tecnológica em temas como saúde materna e tratamentos de doenças mais predominantes entre a população.
Além das 215 iniciativas que já receberam aportes, a pasta divulgará outros 88 projetos de pesquisa que serão beneficiados --parte dos recursos virá do Ministério de Ciência e Tecnologia.
Exame... O grupo de medicina diagnóstica e preventiva Hermes Pardini implantou uma nova tecnologia em TI e gestão. A ferramenta foi desenvolvida pela Pixeon Medical Systems, empresa especializada no segmento médico.
...moderno O objetivo é dar mais agilidade à geração de laudos e reduzir a possibilidade de erros e problemas na comunicação entre médicos, laboratórios e usuários, segundo o grupo. O investimento total foi de R$ 4 milhões.
Tecido alargado As vendas em atacado de tecidos no Estado de São Paulo cresceram 12% em novembro na comparação com outubro. O Sincatvaesp (sindicato do setor) credita a alta à expansão de fim de ano da demanda.
Juros... O governo brasileiro pagou R$ 213 bilhões em juros do início do ano até ontem, segundo dados do jurômetro da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo). Na mesma data de 2012, o equipamento marcava R$ 195 bilhões.
...ampliados A diferença de R$ 18 bilhões, segundo a entidade, seria suficiente para comprar 47 milhões de cestas básicas, pagar 26,5 milhões de salários mínimos ou construir cerca de 18 mil escolas de ensino fundamental.
Kit segurança A Prosegur, empresa de segurança privada, investiu em novos dispositivos para carros-fortes que impedem, por exemplo, o arrombamento de cofres e ampliam a blindagem dos pneus. O aporte foi de R$ 7 milhões.
Mais decepção - CELSO MING
O Estado de S.Paulo - 04/12
O comportamento do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre foi decepcionante: caiu 0,5% em relação ao anterior. Tão decepcionante, ou ainda mais, é a reação de nossas autoridades.
Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não há nada de errado nesses resultados. Eles são até melhores do que os do ano passado...
"O consumo cresceu apenas 1,0% sobre o trimestre anterior porque o crédito desacelerou", disse ele. Ora, o crédito vai crescendo a 14,7% ao ano, o que não é pouca coisa, e só não está crescendo mais porque a inadimplência (calote) aumentou. Isso significa que, há alguns meses, o crédito já tinha avançado demais. Os bancos não haviam levado em conta o excessivo endividamento das famílias. Como essa situação não será revertida tão cedo, também não dá para aceitar a projeção do ministro Mantega, que, outra vez, não passa de torcida, de um quarto trimestre muito melhor.
Outra afirmação esquisita do ministro é a de que o resultado ruim do terceiro trimestre favorece um bom resultado no último trimestre do ano. Por essa lógica, se, em vez de ter caído apenas 0,5%, o PIB do terceiro trimestre tivesse despencado, digamos, para menos 4,0% ou menos 5,0%, o crescimento do trimestre seguinte seria ainda mais favorecido.
Há pouco mais de uma semana, em entrevista ao diário espanhol El País, a presidente Dilma declarou que a revisão das Contas Nacionais pelo IBGE corrigiria para 1,5% o crescimento do PIB em 2012, avaliado em apenas 0,9%. Pois veio a correção anunciada, não para 1,5%, mas para apenas 1,0%. Ou seja, a presidente Dilma errou o chute em 50%. Mas, aparentemente, isso não tem importância, fica o dito pelo não dito...
É leviano atribuir o mau desempenho da economia a fatores fortuitos. A baixa capacidade de voo da galinha não acontece porque suas penas estão encharcadas de graxa. A galinha tem asas atrofiadas; não tem estrutura física para voar como os gansos selvagens. O PIB está se arrastando porque a política econômica está desequilibrada e vai produzindo distorções. Não é apenas o setor produtivo que segue queimando óleo. A inflação está à altura dos 6% ao ano; o rombo das contas externas (déficit em conta corrente) vai subindo para 4,0% do PIB; a poupança nacional é insuficiente (de apenas 15%) e, por isso, o investimento não pode ser muito maior do que isso. E não havendo investimento de pelo menos 23% ou 24% do PIB, também não dá para garantir um avanço de mais de 3,0% ao ano, como quer o governo.
Ainda que haja alguma reação no quarto trimestre, o crescimento da economia neste ano não deverá ser superior a 2,2%.
A presidente Dilma vem deixando claro que não quer correções de rumo, porque teme seu impacto sobre as eleições de 2014. E isso também aponta para novo desempenho medíocre no ano que vem (veja ainda o Confira).
Mas, afinal, para que mudar? Nem uma economia atrapalhada nem um governo atrapalhado conseguem tirar a presidente Dilma da ponta das intenções de voto.
O comportamento do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre foi decepcionante: caiu 0,5% em relação ao anterior. Tão decepcionante, ou ainda mais, é a reação de nossas autoridades.
Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não há nada de errado nesses resultados. Eles são até melhores do que os do ano passado...
"O consumo cresceu apenas 1,0% sobre o trimestre anterior porque o crédito desacelerou", disse ele. Ora, o crédito vai crescendo a 14,7% ao ano, o que não é pouca coisa, e só não está crescendo mais porque a inadimplência (calote) aumentou. Isso significa que, há alguns meses, o crédito já tinha avançado demais. Os bancos não haviam levado em conta o excessivo endividamento das famílias. Como essa situação não será revertida tão cedo, também não dá para aceitar a projeção do ministro Mantega, que, outra vez, não passa de torcida, de um quarto trimestre muito melhor.
Outra afirmação esquisita do ministro é a de que o resultado ruim do terceiro trimestre favorece um bom resultado no último trimestre do ano. Por essa lógica, se, em vez de ter caído apenas 0,5%, o PIB do terceiro trimestre tivesse despencado, digamos, para menos 4,0% ou menos 5,0%, o crescimento do trimestre seguinte seria ainda mais favorecido.
Há pouco mais de uma semana, em entrevista ao diário espanhol El País, a presidente Dilma declarou que a revisão das Contas Nacionais pelo IBGE corrigiria para 1,5% o crescimento do PIB em 2012, avaliado em apenas 0,9%. Pois veio a correção anunciada, não para 1,5%, mas para apenas 1,0%. Ou seja, a presidente Dilma errou o chute em 50%. Mas, aparentemente, isso não tem importância, fica o dito pelo não dito...
É leviano atribuir o mau desempenho da economia a fatores fortuitos. A baixa capacidade de voo da galinha não acontece porque suas penas estão encharcadas de graxa. A galinha tem asas atrofiadas; não tem estrutura física para voar como os gansos selvagens. O PIB está se arrastando porque a política econômica está desequilibrada e vai produzindo distorções. Não é apenas o setor produtivo que segue queimando óleo. A inflação está à altura dos 6% ao ano; o rombo das contas externas (déficit em conta corrente) vai subindo para 4,0% do PIB; a poupança nacional é insuficiente (de apenas 15%) e, por isso, o investimento não pode ser muito maior do que isso. E não havendo investimento de pelo menos 23% ou 24% do PIB, também não dá para garantir um avanço de mais de 3,0% ao ano, como quer o governo.
Ainda que haja alguma reação no quarto trimestre, o crescimento da economia neste ano não deverá ser superior a 2,2%.
A presidente Dilma vem deixando claro que não quer correções de rumo, porque teme seu impacto sobre as eleições de 2014. E isso também aponta para novo desempenho medíocre no ano que vem (veja ainda o Confira).
Mas, afinal, para que mudar? Nem uma economia atrapalhada nem um governo atrapalhado conseguem tirar a presidente Dilma da ponta das intenções de voto.
A conta do desleixo - ALEXANDRE SCHWARTSMAN
FOLHA DE SP - 04/12
Estabilidade não garante crescimento, mas sua ausência é certeza de desempenho pífio
Embora tenha finalmente reajustado os preços dos combustíveis, o governo ainda resiste a adotar uma regra que relacione preços domésticos aos externos, usando, para isso, dois argumentos, como de hábito, equivocados.
Afirma, primeiro, que não poderia "indexar" a gasolina num momento em que supostamente luta contra a indexação. Adicionalmente argumenta que trabalhadores ganham em reais, não em dólares, não sendo, portanto, justo que tenham que arcar com o preço internacional do combustível.
O primeiro argumento é risível. A começar porque ligar o preço doméstico da gasolina à sua contrapartida internacional não guarda nenhuma relação com indexação. Esta consiste em reajustar automaticamente preços (ou salários) de acordo com a inflação passada, como ocorre com os aluguéis ou as mensalidades escolares.
No caso da gasolina, seu preço lá fora pode aumentar ou diminuir, assim como o preço do dólar (a taxa de câmbio) pode subir ou descer. Nada sugere que preços internacionais de gasolina se guiem pela inflação (americana?) passada, nem que a taxa de câmbio passe por qualquer processo semelhante.
Diga-se, aliás, que --se isso fosse mesmo um problema de indexação-- o governo teria também problemas com os preços da carne, da soja, do aço, das TVs, dos automóveis ou de qualquer outra mercadoria que fosse comercializada no mercado externo, pois seu preço doméstico, ao menos numa primeira aproximação, não pode se distanciar muito do preço internacional (mais eventuais custos de transporte e impostos), devidamente convertido em moeda nacional.
Na verdade, os preços desses bens (denominados "comercializáveis", pois podem ser internacionalmente transacionados) não são indexados e até há pouco cresciam menos do que o IPCA, na práti- ca contribuindo para reduzir a inflação.
(A propósito, se o governo quisesse mesmo combater a indexação, deveria trazer a inflação mais rapidamente em direção à meta. É a própria lentidão --quando não recusa-- do BC em desempenhar seu papel que induz empresas e trabalhadores a reajustar preços e salários de acordo com a inflação passada.)
Já o segundo argumento consegue a proeza de ser ainda pior. A própria existência de bens comercializáveis mostra ser possível (na verdade comum) que preços de coisas tão essenciais como alimentos estejam, de alguma forma, ligados aos praticados no mercado internacional, muito embora consumidores, como regra, tenham sua renda denominada em reais.
Mais importante que isso, porém, é que a quebra da ligação entre os preços externos e internos causa problemas sérios do ponto de vis- ta de eficiência, pois introduz ruídos no sistema de comunicação da economia.
Na prática, o aumento do preço de um bem qualquer envia dois sinais: consumam menos e produzam mais. São esses sinais que garantem que a economia produza aquilo que se queira consumir. Quando esse sinal não funciona, no caso por interferência do governo, o consumo não cai e a produção não aumenta, perenizando o desequilíbrio.
No caso específico dos combustíveis, isso implica também importações maiores, agravando o deficit externo, assim como impactos negativos no caixa da Petrobras, já que a empresa é forçada a vender produtos a preços inferiores aos que pagou por eles.
Pensando bem, é difícil imaginar uma política de preços mais errada do que a atualmente em vigor, e isso num momento em que não faltam políticas equivocadas.
E a verdadeira justificativa não é nenhuma das apresentadas acima, mas sim a perda de controle do processo inflacionário, que leva o governo a agir diretamente sobre preços para não perder a meta de inflação. O que começou como desleixo com relação à estabili- dade agora cobra seu preço na forma de políticas que ampliam os desequilíbrios.
Estabilidade não garante crescimento, mas sua ausência é certe- za de desempenho pífio e nossa experiência recente comprova exatamente isso.
Estabilidade não garante crescimento, mas sua ausência é certeza de desempenho pífio
Embora tenha finalmente reajustado os preços dos combustíveis, o governo ainda resiste a adotar uma regra que relacione preços domésticos aos externos, usando, para isso, dois argumentos, como de hábito, equivocados.
Afirma, primeiro, que não poderia "indexar" a gasolina num momento em que supostamente luta contra a indexação. Adicionalmente argumenta que trabalhadores ganham em reais, não em dólares, não sendo, portanto, justo que tenham que arcar com o preço internacional do combustível.
O primeiro argumento é risível. A começar porque ligar o preço doméstico da gasolina à sua contrapartida internacional não guarda nenhuma relação com indexação. Esta consiste em reajustar automaticamente preços (ou salários) de acordo com a inflação passada, como ocorre com os aluguéis ou as mensalidades escolares.
No caso da gasolina, seu preço lá fora pode aumentar ou diminuir, assim como o preço do dólar (a taxa de câmbio) pode subir ou descer. Nada sugere que preços internacionais de gasolina se guiem pela inflação (americana?) passada, nem que a taxa de câmbio passe por qualquer processo semelhante.
Diga-se, aliás, que --se isso fosse mesmo um problema de indexação-- o governo teria também problemas com os preços da carne, da soja, do aço, das TVs, dos automóveis ou de qualquer outra mercadoria que fosse comercializada no mercado externo, pois seu preço doméstico, ao menos numa primeira aproximação, não pode se distanciar muito do preço internacional (mais eventuais custos de transporte e impostos), devidamente convertido em moeda nacional.
Na verdade, os preços desses bens (denominados "comercializáveis", pois podem ser internacionalmente transacionados) não são indexados e até há pouco cresciam menos do que o IPCA, na práti- ca contribuindo para reduzir a inflação.
(A propósito, se o governo quisesse mesmo combater a indexação, deveria trazer a inflação mais rapidamente em direção à meta. É a própria lentidão --quando não recusa-- do BC em desempenhar seu papel que induz empresas e trabalhadores a reajustar preços e salários de acordo com a inflação passada.)
Já o segundo argumento consegue a proeza de ser ainda pior. A própria existência de bens comercializáveis mostra ser possível (na verdade comum) que preços de coisas tão essenciais como alimentos estejam, de alguma forma, ligados aos praticados no mercado internacional, muito embora consumidores, como regra, tenham sua renda denominada em reais.
Mais importante que isso, porém, é que a quebra da ligação entre os preços externos e internos causa problemas sérios do ponto de vis- ta de eficiência, pois introduz ruídos no sistema de comunicação da economia.
Na prática, o aumento do preço de um bem qualquer envia dois sinais: consumam menos e produzam mais. São esses sinais que garantem que a economia produza aquilo que se queira consumir. Quando esse sinal não funciona, no caso por interferência do governo, o consumo não cai e a produção não aumenta, perenizando o desequilíbrio.
No caso específico dos combustíveis, isso implica também importações maiores, agravando o deficit externo, assim como impactos negativos no caixa da Petrobras, já que a empresa é forçada a vender produtos a preços inferiores aos que pagou por eles.
Pensando bem, é difícil imaginar uma política de preços mais errada do que a atualmente em vigor, e isso num momento em que não faltam políticas equivocadas.
E a verdadeira justificativa não é nenhuma das apresentadas acima, mas sim a perda de controle do processo inflacionário, que leva o governo a agir diretamente sobre preços para não perder a meta de inflação. O que começou como desleixo com relação à estabili- dade agora cobra seu preço na forma de políticas que ampliam os desequilíbrios.
Estabilidade não garante crescimento, mas sua ausência é certe- za de desempenho pífio e nossa experiência recente comprova exatamente isso.
Populismo no debate dos planos econômicos - CRISTIANO ROMERO
VALOR ECONÔMICO - 04/12
A contradição do governo no caso Petrobras é gritante. Foi Brasília quem aumentou as atribuições da estatal ao torná-la monopolista na operação do pré-sal e ao obrigá-la a ter, no mínimo, 30% do capital de cada consórcio. Para fazer frente à nova realidade, a companhia elaborou, para os próximos anos, o que muitos chamam de "maior plano de investimento de uma empresa no mundo". Garroteada pelo controle dos preços dos combustíveis, não gera recursos suficientes para bancar esse plano e pode ter dificuldade para captá-los no mercado.
A decisão contrária à Petrobras tem pelo menos dois significados que vão além do petróleo. Mostra que o governo pretende continuar controlando a inflação por outros meios que não a taxa de juros e o controle dos gastos públicos e enfraquece a presidente da estatal, Graça Foster, que vinha fazendo um elogiado trabalho de saneamento desde que assumiu o posto, em fevereiro de 2012. Para muitos, se a situação não se inverter, Graça não terá condições de permanecer à frente do cargo.
Responsável por regras dos planos foi o Estado e não os bancos
Há uma dose considerável de populismo e maniqueísmo no tratamento dado ao tema da correção monetária nos planos econômicos. O caso está sendo analisado, erradamente, como se os bancos tivessem tungado os poupadores.
Na verdade, os bancos cumpriram as leis da época e, se por um lado obtiveram ganhos ao aplicar um redutor na correção dos saldos da caderneta de poupança, por outro sofreram perdas em seus ativos - na correção dos empréstimos imobiliários, concedidos no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), com recursos da caderneta.
Se alguém é passível de questionamento na Justiça, é o Estado brasileiro, responsável pelas leis que puseram os planos econômicos de pé. Tentar obrigar as instituições financeiras a bancar uma conta que não é sua cria um precedente perigoso. Os cidadãos passarão a recorrer à Justiça contra empresas toda vez que considerarem que seus interesses foram contrariados, mesmo sabendo que as firmas não criaram as regras, mas apenas as cumpriram.
A caderneta de poupança é um produto financeiro totalmente regulado pelo governo. A correção é fixa e a aplicação dos recursos, idem. O crédito gerado a partir de seus recursos é direcionado: só pode ser destinado a financiamentos habitacionais e da agricultura.
"No caso específico da caderneta de poupança, os bancos realmente não têm nada a ver com isso. Eles recebem do governo ordens claras com relação ao que podem cobrar na captação e na aplicação desses recursos no SFH", diz Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central. "[Os bancos] atuaram de forma casada: ativos e passivos sofreram o mesmo efeito da regra imposta pelo governo."
O argumento usado pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), de que os bancos devem pagar a conta porque já lucraram demais, é despropositado. Baseia-se num preconceito bem brasileiro, segundo o qual, os bancos são entidades diabólicas, sempre prontas a surrupiar dinheiro dos pobres clientes e, o que dirá, dos poupadores. Não deveria ser o raciocínio que se espera de um magistrado da principal corte do país.
"Esse argumento de que não há um problema porque os bancos têm condições de arcar com os custos não me parece ser algo de natureza constitucional", assinala Armínio.
É curioso que não passem pela cabeça dos maniqueístas dois fatos relativos aos bancos: eles são regulados pelo Banco Central e obtêm lucros fabulosos, em grande medida, graças ao desequilíbrio fiscal do Estado.
Os planos econômicos cometeram, de fato, arbitrariedades na tentativa de debelar a inflação crônica que prevaleceu no Brasil nos anos 80 e até meados dos 90 do século passado. Talvez, o mais opressivo de todos tenha sido o Plano Collor 1, que confiscou não só a poupança, mas também as contas correntes e tudo onde havia recursos lastreados em papéis da dívida pública.
"Muitos desses planos econômicos não foram realmente brilhantes, mas o fato é que a questão era bastante complicada. Os governantes têm que tomar providências e, com frequência, tomam decisões sob condições de imensa incerteza e muita pressão e essas decisões têm consequência", observa Armínio, hoje sócio da Gávea Investimentos. "Avaliar tudo com base nas consequências me parece um extremo. Isso vai engessar demais o governo daqui para frente."
O ex-presidente do BC reconhece que dar carta branca ao governo para fazer qualquer coisa e prejudicar o cidadão e não arcar com os custos também é "algo grave". O Brasil deveria tirar lições do passado. Não se deve esquecer, por exemplo, que o STF aprovou o confisco.
"Penso que, a longo prazo, é bom também que o governo tenha que se submeter a uma disciplina e a honrar contratos. É saudável que o Brasil seja um país onde se possa processar o governo, ganhar e receber e não ser perseguido por isso. Em vários dos países emergentes, isso é impensável. Na China e na Rússia, por exemplo", diz Armínio.
O STF adiou o julgamento dos planos econômicos para 2014. O ânimo predominante no tribunal é por dar ganho de causa aos poupadores, mas é provável que, dadas as consequências desastrosas dessa decisão não só para os bancos mas para o país como um todo, opte-se ou por um ganho parcial, limitado a um plano econômico e não a todos, ou por uma solução negociada com o governo, resultando na transferência da conta à Viúva. Em qualquer uma dessas opções, perde o país e ganham uma minoria e seus advogados.
A decisão do governo de não dar à Petrobras uma regra que lhe permita corrigir o preço dos combustíveis de acordo com a flutuação dos preços internacionais está sendo encarada, por investidores pesos-pesados, como o sinal definitivo de que a presidente Dilma Rousseff não pretende voltar atrás em seu modelo de gestão, nem mesmo confrontada com as consequências da deterioração fiscal (com efeitos perversos sobre as taxas de juros cobradas de consumidores e empresas), do baixo crescimento do PIB, do encolhimento do investimento, do aumento da vulnerabilidade externa provocada pela elevação do déficit em transações correntes, da retomada da contabilidade criativa (revelada pela repórter Leandra Peres, do Valor)
Há uma dose considerável de populismo e maniqueísmo no tratamento dado ao tema da correção monetária nos planos econômicos. O caso está sendo analisado, erradamente, como se os bancos tivessem tungado os poupadores.
Na verdade, os bancos cumpriram as leis da época e, se por um lado obtiveram ganhos ao aplicar um redutor na correção dos saldos da caderneta de poupança, por outro sofreram perdas em seus ativos - na correção dos empréstimos imobiliários, concedidos no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), com recursos da caderneta.
Se alguém é passível de questionamento na Justiça, é o Estado brasileiro, responsável pelas leis que puseram os planos econômicos de pé. Tentar obrigar as instituições financeiras a bancar uma conta que não é sua cria um precedente perigoso. Os cidadãos passarão a recorrer à Justiça contra empresas toda vez que considerarem que seus interesses foram contrariados, mesmo sabendo que as firmas não criaram as regras, mas apenas as cumpriram.
A caderneta de poupança é um produto financeiro totalmente regulado pelo governo. A correção é fixa e a aplicação dos recursos, idem. O crédito gerado a partir de seus recursos é direcionado: só pode ser destinado a financiamentos habitacionais e da agricultura.
"No caso específico da caderneta de poupança, os bancos realmente não têm nada a ver com isso. Eles recebem do governo ordens claras com relação ao que podem cobrar na captação e na aplicação desses recursos no SFH", diz Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central. "[Os bancos] atuaram de forma casada: ativos e passivos sofreram o mesmo efeito da regra imposta pelo governo."
O argumento usado pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), de que os bancos devem pagar a conta porque já lucraram demais, é despropositado. Baseia-se num preconceito bem brasileiro, segundo o qual, os bancos são entidades diabólicas, sempre prontas a surrupiar dinheiro dos pobres clientes e, o que dirá, dos poupadores. Não deveria ser o raciocínio que se espera de um magistrado da principal corte do país.
"Esse argumento de que não há um problema porque os bancos têm condições de arcar com os custos não me parece ser algo de natureza constitucional", assinala Armínio.
É curioso que não passem pela cabeça dos maniqueístas dois fatos relativos aos bancos: eles são regulados pelo Banco Central e obtêm lucros fabulosos, em grande medida, graças ao desequilíbrio fiscal do Estado.
Os planos econômicos cometeram, de fato, arbitrariedades na tentativa de debelar a inflação crônica que prevaleceu no Brasil nos anos 80 e até meados dos 90 do século passado. Talvez, o mais opressivo de todos tenha sido o Plano Collor 1, que confiscou não só a poupança, mas também as contas correntes e tudo onde havia recursos lastreados em papéis da dívida pública.
"Muitos desses planos econômicos não foram realmente brilhantes, mas o fato é que a questão era bastante complicada. Os governantes têm que tomar providências e, com frequência, tomam decisões sob condições de imensa incerteza e muita pressão e essas decisões têm consequência", observa Armínio, hoje sócio da Gávea Investimentos. "Avaliar tudo com base nas consequências me parece um extremo. Isso vai engessar demais o governo daqui para frente."
O ex-presidente do BC reconhece que dar carta branca ao governo para fazer qualquer coisa e prejudicar o cidadão e não arcar com os custos também é "algo grave". O Brasil deveria tirar lições do passado. Não se deve esquecer, por exemplo, que o STF aprovou o confisco.
"Penso que, a longo prazo, é bom também que o governo tenha que se submeter a uma disciplina e a honrar contratos. É saudável que o Brasil seja um país onde se possa processar o governo, ganhar e receber e não ser perseguido por isso. Em vários dos países emergentes, isso é impensável. Na China e na Rússia, por exemplo", diz Armínio.
O STF adiou o julgamento dos planos econômicos para 2014. O ânimo predominante no tribunal é por dar ganho de causa aos poupadores, mas é provável que, dadas as consequências desastrosas dessa decisão não só para os bancos mas para o país como um todo, opte-se ou por um ganho parcial, limitado a um plano econômico e não a todos, ou por uma solução negociada com o governo, resultando na transferência da conta à Viúva. Em qualquer uma dessas opções, perde o país e ganham uma minoria e seus advogados.
A decisão do governo de não dar à Petrobras uma regra que lhe permita corrigir o preço dos combustíveis de acordo com a flutuação dos preços internacionais está sendo encarada, por investidores pesos-pesados, como o sinal definitivo de que a presidente Dilma Rousseff não pretende voltar atrás em seu modelo de gestão, nem mesmo confrontada com as consequências da deterioração fiscal (com efeitos perversos sobre as taxas de juros cobradas de consumidores e empresas), do baixo crescimento do PIB, do encolhimento do investimento, do aumento da vulnerabilidade externa provocada pela elevação do déficit em transações correntes, da retomada da contabilidade criativa (revelada pela repórter Leandra Peres, do Valor)
A contradição do governo no caso Petrobras é gritante. Foi Brasília quem aumentou as atribuições da estatal ao torná-la monopolista na operação do pré-sal e ao obrigá-la a ter, no mínimo, 30% do capital de cada consórcio. Para fazer frente à nova realidade, a companhia elaborou, para os próximos anos, o que muitos chamam de "maior plano de investimento de uma empresa no mundo". Garroteada pelo controle dos preços dos combustíveis, não gera recursos suficientes para bancar esse plano e pode ter dificuldade para captá-los no mercado.
A decisão contrária à Petrobras tem pelo menos dois significados que vão além do petróleo. Mostra que o governo pretende continuar controlando a inflação por outros meios que não a taxa de juros e o controle dos gastos públicos e enfraquece a presidente da estatal, Graça Foster, que vinha fazendo um elogiado trabalho de saneamento desde que assumiu o posto, em fevereiro de 2012. Para muitos, se a situação não se inverter, Graça não terá condições de permanecer à frente do cargo.
O PIB negativo não espanta - OCTÁVIO COSTA
BRASIL ECONÔMICO - 04/12
Até mesmo os assessores do ministro da Fazenda, Guido Mantega, ficaram surpresos com sua declaração de ontem a respeito do desempenho da economia brasileira. Sem que lhe fosse pedida qualquer comparação, o ministro disparou para os repórteres em São Paulo: "Somos o país que menos cresceu no mundo nesse terceiro trimestre".
Ele se referia aos números divulgados pelo IBGE, que mostraram queda de 0,5% no PIB de julho a setembro, sobre o resultado de abril a junho. Com franqueza inesperada, Mantega explicou que, se o Brasil foi o país do G-20 que mais cresceu no segundo trimestre, agora exibiu o pior desempenho.
A declaração do ministro ganhou rapidamente as manchetes na internet. E não poderia ser diferente. Os números do levantamento do IBGE, por si, já eram preocupantes. Havia sinais de desaquecimento, mas as previsões giravam em torno de uma queda de 0,3%. A derrapada da economia foi pior do que previam os analistas. Uma explicação é a entressafra do setor agropecuário, que poderia ser compensada com evolução dos serviços e da indústria. O que não aconteceu.
A indústria, por sinal, não dá resposta positiva há muito tempo. Sem competitividade, perde o fôlego e mercados.. Num primeiro momento, reagiu positivamente à política de desoneração, mas agora voltou a se debater com as velhas dificuldades. Em relação aos serviços, o setor sofre em função da retração geral. Desta vez, não deu sequer para o governo ressaltar a mudança na qualidade do crescimento.
Quando comentou o PIB de 1,8% do segundo trimestre, Mantega deu ênfase à evolução da taxa de investimento, como sintoma de aposta na economia. O indicador foi puxado pela compra de colheitadeiras e caminhões para desovar a produção agrícola. Mas a taxa de investimento caiu 2,2%. E a culpa foi atribuída à sazonalidade do campo. Não dá para colocar todos os ovos numa única cesta.
Seria lamentável se a economia brasileira andasse para trás e voltasse aos dias da Velha República, quando era dependente do setor primário. Na verdade, seria estranho se a taxa de investimento (a formação bruta de capital fixo) continuasse a crescer num país com recorde de juros. Amanhã, será divulgada a ata da reunião do Copom que elevou a taxa básica Selic de 9,5% para 10%.
Dizemos especialistas que o Banco Central não pretende parar por aí. Deve sancionar novas altas no início de 2014, elevando a Selic para 10,5% ou até 11%. Diante dos limites da política fiscal, o arrocho monetário é o remédio amargo para combater a inflação. Pode ser que a dosagem seja reduzida a partir de janeiro, mas a taxa de dois dígitos veio para ficar.
A prioridade absoluta do BC é manter a inflação abaixo do teto da meta (6,5%) e, custe o que custar, levá-la para o mais próximo possível do centro da meta (4,5%), o que não acontece há dois anos. A receita ortodoxa do Copom não é segredo para ninguém e está expressa em detalhes nas atas dos últimos meses.
Não faltam justificativas técnicas para o Brasil praticar amais alta taxa nominal de juros do mundo, de 4,1% ao ano, bem à frente do segundo colocado, que é a China, com 3,1%. Mas essa política tem seu preço. A maior taxa de juros do mundo é coerente com o menor crescimento do mundo no terceiro trimestre. Eis uma boa razão para o desabafo do ministro Guido Mantega.
SOBE E DESCE
sobe
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) é um dos novos vice-presidentes do Parlamento do Mercosul (Parlasul). Ele foi eleito, em Montevidéu, para compor a Mesa Diretora, com mandato de um ano.
desce
O governo demitiu Airton Nogueira de Oliveira, superintendente do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), de Rondônia, afastado em 2011. Ele é acusado de receber propina para liberar alvarás de pesquisa mineral.
Até mesmo os assessores do ministro da Fazenda, Guido Mantega, ficaram surpresos com sua declaração de ontem a respeito do desempenho da economia brasileira. Sem que lhe fosse pedida qualquer comparação, o ministro disparou para os repórteres em São Paulo: "Somos o país que menos cresceu no mundo nesse terceiro trimestre".
Ele se referia aos números divulgados pelo IBGE, que mostraram queda de 0,5% no PIB de julho a setembro, sobre o resultado de abril a junho. Com franqueza inesperada, Mantega explicou que, se o Brasil foi o país do G-20 que mais cresceu no segundo trimestre, agora exibiu o pior desempenho.
A declaração do ministro ganhou rapidamente as manchetes na internet. E não poderia ser diferente. Os números do levantamento do IBGE, por si, já eram preocupantes. Havia sinais de desaquecimento, mas as previsões giravam em torno de uma queda de 0,3%. A derrapada da economia foi pior do que previam os analistas. Uma explicação é a entressafra do setor agropecuário, que poderia ser compensada com evolução dos serviços e da indústria. O que não aconteceu.
A indústria, por sinal, não dá resposta positiva há muito tempo. Sem competitividade, perde o fôlego e mercados.. Num primeiro momento, reagiu positivamente à política de desoneração, mas agora voltou a se debater com as velhas dificuldades. Em relação aos serviços, o setor sofre em função da retração geral. Desta vez, não deu sequer para o governo ressaltar a mudança na qualidade do crescimento.
Quando comentou o PIB de 1,8% do segundo trimestre, Mantega deu ênfase à evolução da taxa de investimento, como sintoma de aposta na economia. O indicador foi puxado pela compra de colheitadeiras e caminhões para desovar a produção agrícola. Mas a taxa de investimento caiu 2,2%. E a culpa foi atribuída à sazonalidade do campo. Não dá para colocar todos os ovos numa única cesta.
Seria lamentável se a economia brasileira andasse para trás e voltasse aos dias da Velha República, quando era dependente do setor primário. Na verdade, seria estranho se a taxa de investimento (a formação bruta de capital fixo) continuasse a crescer num país com recorde de juros. Amanhã, será divulgada a ata da reunião do Copom que elevou a taxa básica Selic de 9,5% para 10%.
Dizemos especialistas que o Banco Central não pretende parar por aí. Deve sancionar novas altas no início de 2014, elevando a Selic para 10,5% ou até 11%. Diante dos limites da política fiscal, o arrocho monetário é o remédio amargo para combater a inflação. Pode ser que a dosagem seja reduzida a partir de janeiro, mas a taxa de dois dígitos veio para ficar.
A prioridade absoluta do BC é manter a inflação abaixo do teto da meta (6,5%) e, custe o que custar, levá-la para o mais próximo possível do centro da meta (4,5%), o que não acontece há dois anos. A receita ortodoxa do Copom não é segredo para ninguém e está expressa em detalhes nas atas dos últimos meses.
Não faltam justificativas técnicas para o Brasil praticar amais alta taxa nominal de juros do mundo, de 4,1% ao ano, bem à frente do segundo colocado, que é a China, com 3,1%. Mas essa política tem seu preço. A maior taxa de juros do mundo é coerente com o menor crescimento do mundo no terceiro trimestre. Eis uma boa razão para o desabafo do ministro Guido Mantega.
SOBE E DESCE
sobe
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) é um dos novos vice-presidentes do Parlamento do Mercosul (Parlasul). Ele foi eleito, em Montevidéu, para compor a Mesa Diretora, com mandato de um ano.
desce
O governo demitiu Airton Nogueira de Oliveira, superintendente do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), de Rondônia, afastado em 2011. Ele é acusado de receber propina para liberar alvarás de pesquisa mineral.