ZERO HORA - 04/09
Pode-se dizer que, na infância, fui uma menina fechada. Não excessivamente introvertida, mas na minha. Não falava muito sobre o que sentia e pensava. Ficava matutando com meus botões apenas, ou colocava tudo num diário que era protegido por um cadeado. Dá para acreditar, nos dias que correm, que já existiu quem trancafiasse sua intimidade a chave? Os diários eram nossos cintos de castidade mental.
Não estou exaltando os velhos tempos: ser tão ensimesmada não me rendeu grande coisa na época. O.k., desenvolveu minha introspecção, que é importante para quem escreve, mas retardou meu encontro com os outros – um encontro que só se dá plenamente quando somos menos defensivos.
O que fica secreto não chega a ser uma mentira, mas é algo que não ventila, não dialoga, não evolui, mantém-se estático na sua inutilidade, mofando, criando teias e envelhecendo sem nunca ter sido confrontado. Não acho que tenhamos que nos expor indiscriminadamente, isso é uma ansiedade quase doentia. Mas nem por isso defendo uma sociedade de caramujos.
A transparência dos nossos pensamentos e sentimentos é o único meio de estabelecermos conexões fortes e de avançarmos, tanto pessoal quanto socialmente. É muito difícil se relacionar com quem não se entrega, não assume suas fragilidades, não deixa cair a máscara. Não só difícil, como perigoso.
E chego ao voto secreto, essa aberração política que impede que conheçamos de fato nossos representantes e que permite indecências cujo maior colaborador é o silêncio. O silêncio é o principal aliado do mais grave problema do Brasil, a impunidade. Não só o silêncio que mantém os direitos políticos de um ladrão sentenciado, mas o silêncio de mulheres que mantêm a impunidade dos familiares que as violentam, o silêncio de cidadãos que testemunham crimes e não os denunciam, o silêncio que sustenta farsas, pessoas de duas caras, relações de fachada.
Transparência não é um comportamento fácil de adotar. Muitos se sentem incomodados diante da exposição de seus erros, constrangidos por falhar, humilhados por não ter acertado. Só que nada disso nos desonra, ao contrário. A transparência nos humaniza, nos refina e nos torna melhores – vale para pessoas, para cidades, para nações. Até uma árvore que cai num parque tem a ver com esse assunto, nem que seja como metáfora – a deterioração que se mantém escondida cedo ou tarde se manifesta da pior forma.
Há quem evite a transparência porque ela pode causar vergonha. Ora, é justamente de mais vergonha que precisamos. A vergonha nos civiliza e nos estimula a agir de forma correta. Sejamos francos, verdadeiros, mesmo que isso nos cause algum desconforto. É mais digno do que morrer abraçado ao lado secreto da vida, esse que costuma cair de podre.
FOLHA DE SP - 04/09
RIO DE JANEIRO - Um manifesto com a assinatura de 150 pessoas que o carioca admira e respeita circulou há dias pela cidade. Entre elas, empresários, médicos, executivos, economistas, publicitários, antropólogos, escritores, atores, músicos, jornalistas e policiais. Eles compõem o movimento "Deixem o Rio em Paz", que se propõe a estimular um mecanismo permanente de pressão popular e de defesa da cidade contra a volta ao passado --de quando morro e asfalto eram cenários de guerra entre polícia, milícias e traficantes.
A política de segurança pública instalada a partir de 2008 e representada pelas UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) golpeou fundo o crime. Fez cair todos os indicadores de homicídios, tiroteios e balas perdidas, e libertou --é esta a palavra-- do jugo do tráfico 1,2 milhão de pessoas de 33 importantes comunidades. Restaurou a confiança da população no trabalho, na prosperidade e na autoridade --enfim, devolveu a cidade aos cidadãos.
Muito do que tem acontecido no Rio desde então, em matéria de investimentos, apelo turístico, grandes eventos, abertura de empresas e emprego abundante, se deve a tal clima de paz. Clima esse que tem sido abalado desde junho pela política do quebra-quebra e pela reação da polícia, levando a que alguns queiram zerar a pedra em nome de um projeto que não se sabe qual seja --mas que tem um beneficiário direto e já salivando: o tráfico.
Este, e não políticos mofados, como os garotinhos e rosinhas, é que herdarão a terra, se ela chegar a ser arrasada. E é o que prega o "Deixem o Rio em Paz": que, não importa quem esteja no poder, as UPPs se tornem um projeto de Estado e, como tal, continuem a ser aplicadas.
A página do movimento no Facebook já tem 200 milhões de visualizações. Quero crer que sejam adesões. Se forem, agora são 200 milhões + 1.
O GLOBO - 04/09
O motorista que vai me levar para a Bienal do Livro, onde eu participaria de um debate, chegou com quase três horas de antecedência. Achei um exagero, mas ele explicou que às sextas-feiras o trânsito para lá é muito lento e complicado. Felizmente, ele conhecia alguns desvios e assim demoramos “apenas” duas horas. Lá, na sala dos autores, a conversa era essa: “Vim bem, levei apenas uma hora e meia.” “Pois eu demorei duas.” “Pior foi fulano que levou quase quatro.” Um outro conta que saiu de casa junto com a mulher, que ia para Teresópolis, e ela chegou lá antes dele. A piada era: “Uma pena que a Bienal não aconteça no Rio, mas na Barra.” Imagina no Rock in Rio daqui a pouco, quando as quase 600 mil pessoas que estão sendo aguardadas (85 mil por dia) se deslocarão durante os 7 dias do festival para o espaço vizinho ao da Bienal. Pode-se alegar que a Barra é longe, há as manifestações, há as obras do metrô, além de outras, daí o engarrafamento. Se fosse só isso, o transtorno seria passageiro e localizado. Mas não. Está se repetindo aqui o que se reclamava de São Paulo: “O trânsito é horrível; não sei como eles aguentam tantas horas dentro dos carros e ônibus.”
O fenômeno, que ataca todas as metrópoles, faz parte da chamada crise da mobilidade urbana, oriunda da opção pelo modo de transporte individual em detrimento dos sistemas coletivos de deslocamento. Graças aos incentivos concedidos pelo governo federal à indústria automobilística e graças à elevação do poder aquisitivo da população, houve uma explosão da frota de veículos e, em consequência, aumento proporcional dos congestionamentos e do tempo de locomoção. Embora tenha havido este ano uma queda geral de 1,2% em emplacamento de veículos, o Rio vem registrando índices absolutos consideráveis. Nos dez últimos anos, a frota da metrópole fluminense cresceu 62%, ou mais de 1 milhão de automóveis em termos absolutos. Estima-se que em 2020 haverá um carro para cada dois moradores. Depois reclamam quando o governador, coitado, precisa usar o helicóptero para ir trabalhar.
Se não houver um freio nesse ritmo, daqui a umas três bienais o motorista virá me pegar de véspera.
Antes mesmo de completar quatro anos, Alice já escolheu a profissão. “Vou ser atriz de teatro na França.”
— Você nem conhece a França.
— Conheço sim, estive lá na barriga da minha mãe.
— Mas então você não viu nada.
— Vi sim, eu tava saindo. A cabeça já tava de fora.
Ela não dá o braço a torcer. Pra ter razão, inventa e fantasia à vontade.
FOLHA DE SP - 04/09
A Argentina, pela proximidade, por e pelo bom conjunto, deve ser a maior concorrente do Brasil
Espero que o governo, pressionado pelas manifestações de rua, desista de anistiar todas as dívidas dos clubes, em torno de R$ 4 bilhões. Seria um escândalo. Justificar o perdão com as contrapartidas sociais é uma enganação.
Outra decisão do governo deveria ser a de se empenhar, e não apenas dizer, em acabar com as infinitas reeleições na CBF, nas federações e nos clubes, defendidas por Marin. Mesmo se fossem ótimas administrações, teriam de mudar. Ao contrário, são muito ruins. A promíscua troca de favores é uma praga nacional. Futebol brasileiro não é apenas seleção e Copa do Mundo.
Sábado, em Brasília, no novo estádio de R$ 1,4 bilhão, administrado pelo Estado, já com o gramado ruim, o Brasil enfrenta a Austrália. O elenco não está definido. Nem todos os titulares e reservas presentes na Copa das Confederações estarão bem no Mundial. Com tantos fatores favoráveis ao time brasileiro, outros jogadores, se tivessem jogado a competição, também seriam destaques.
As más atuações e contusões de Fred no Brasileirão eram esperadas. O excelente Fred da Copa das Confederações, que se movimentava muito, dava passes e fazia gols, não é o mais frequente. Além das ausências, o Fred mais comum é o que joga estático, esperando uma bola para fazer o gol. Jô, quando entrou na seleção, também marcou. Ele tem atuado mal no Atlético-MG.
Bastou Pato fazer dois gols para ser aclamado e convocado, em parte, porque não há outro centroavante. Eu também o chamaria. Porém, discordo das muitas opiniões de que Pato tem, indiscutivelmente, uma grande técnica e que não joga melhor porque não possui o espírito do Corinthians. Ele é um bom atacante, pode atuar melhor, mas nunca mostrou esse enorme talento.
Pato já foi capa da revista "Caras", namorou estrela da TV Globo e tomou Campari com o ex-sogro, o milionário, o poderoso, o inescrupuloso Berlusconi. Pato se tornou uma celebridade, sem ter sido craque nem ter tido uma sequência de ótimas atuações na seleção. É um exemplo da busca por celebridades e da espetacularização dos fatos.
Após a Copa das Confederações, o mundo descobriu o óbvio, a enorme importância de uma seleção de tradição jogar em casa, ainda mais se tiver um bom time.
O Brasil passou a ser um fortíssimo candidato, talvez o maior, para ganhar o Mundial. A Argentina, e não Alemanha ou Espanha, seria o mais forte concorrente, pois cresce a opinião, que não sei se é tão decisiva, de que os europeus jogam mal na América do Sul.
A Copa dura um mês, com jogos mata-mata e ocorre de quatro em quatro anos. É irracional achar que o futebol brasileiro será uma porcaria se perder o Mundial e uma maravilha se ganhar. Com qualquer resultado, deveria haver reconstrução, para valer, dentro e fora de campo.
O Estado de S.Paulo - 04/09
A coalizão ocidental, quando vai à guerra, não é perfeita. E também não é perfeita a posição da França. Ela está muito isolada. Há duas semanas, o presidente François Hollande sopra sua pequena corneta para convencer subordinados e países amigos de que o horror químico lançado por Bashar Assad merece punição exemplar.
Num primeiro momento, a maior parte do Ocidente compartilha da cólera justa de Hollande e o mundo inteiro espera que Assad seja castigado. Navios de guerra são enviados para a região. Os cinturões são afivelados. As espadas, desembainhadas. De repente, os dois principais aliados da França "mudam de opinião". O premiê britânico, David Cameron, voltou para o armário e o presidente Barack Obama desculpou-se porque a guerra vai atrasar um pouco.
Assim, Hollande ficou abandonado. Ele saiu da trincheira sem medo, granadas nas mãos e percebeu que os outros soldados, americanos e britânicos, continuaram entrincheirados. Estão pensando em outra coisa.
Como explicar a deserção de seus amigos? Primeira razão: o público não gosta de expedições armadas e lembra-se dos desastres como Vietnã, Iraque e Afeganistão. Sobretudo os britânicos, que jamais perdoaram Tony Blair por ter acompanhado idiotamente George W. Bush na estúpida guerra iraquiana.
Resultado: quando David Cameron, como Hollande, um partidário da guerra, solicitou o aval do Parlamento britânico, recebeu uma bofetada que repercutiu nos EUA. Obama mudou o tom e, no sábado, anunciou que também pedirá sinal verde do Congresso americano. A França ficou irritada. Prosseguirá na sua pequena epopeia sozinha e continuará soprando sua corneta?
Impensável. Se o Congresso americano não autorizar a guerra, Hollande deverá recolher às pressas os seus soldados, pensando que "a grande política internacional" é muito difícil. O presidente francês, homem pacífico por natureza, já havia contrariado a sua índole, partindo para a guerra no Mali para expulsar terroristas islamistas. Foi um grande sucesso. Mas, na sua segunda tentativa de ser "comandante-chefe", deu com os burros n'água.
Precisamos reconhecer que Hollande não é o único culpado: todos os líderes ocidentais, salvo a alemã Angela Merkel, reuniram suas nulidades para transformar esse caso em fracasso. E Obama arruinou uma imagem que já estava bem prejudicada.
Obama decidiu consultar o Congresso, que está em férias até segunda-feira, dia 9 - uma eternidade. Nesse ponto, observamos uma das grandes fraquezas da coalizão ocidental: ela não domina o tempo. Seus inimigos, como Assad e Putin, são mais vivos. O Ocidente e a democracia sempre estão atrasados.
No entanto, Homero, o primeiro poeta grego antigo, já havia nos prevenido. A Ilíada narra a expedição lançada pelos gregos contra Troia. No papel, os gregos são muito mais fortes: a Grécia, a mais evoluída nação na época, com um Exército flexível, poderoso, heroico e bem equipado, deveria fazer uma carnificina na cidade asiática.
E o que ocorreu? A Grécia é uma democracia. O corpo expedicionário grego era composto de contingentes de diferentes cidades ou regiões e possuía muitos chefes, todos inteligentes e valorosos. Mas, cada vez que deveria ser tomada uma decisão, havia um debate: os chefes discutiam, confrontavam-se, pediam tempo para pensar, às vezes entravam em choque aberto. Aquiles queria uma coisa, mas Ajax propunha outra. Ulisses permanecia no seu canto, descontente. Agamenon tentava estabelecer a ordem e uma maneira de se chegar a uma decisão comum.
Em Troia, ao contrário, a população estava subjugada pelo poder de um rei absoluto, Príamo, que não debatia com seus comandantes. Ele dava ordens. Do lado grego, a inteligência, o humanismo, a democracia, o debate, a lentidão. Do lado de Troia, a palavra fulgurante do rei tirano.
O Exército grego, apesar da superioridade, do valor dos seus chefes, sofreu para vencer o troiano. Com o passar dos anos, felizmente, as deficiências da democracia grega transformaram-se em virtudes e venceram os persas graças ao ardil do Cavalo de Troia, mas foram necessários dez anos de combate e muitos mortos, ao passo que, com sua técnica e capacidade, os gregos deveriam vencer a guerra em poucas semanas.
Dessa fábula, a mais antiga da literatura ocidental, alguns chegam à conclusão de que a tirania é mais eficaz do que a democracia. Mas, claro, não é essa a lição que extraio. Desejo apenas alertar para os excessos da democracia, suas delongas, suas disputas. No decorrer dos anos, a democracia grega venceu. Em 1940, a guerra relâmpago de Hitler subjugou a Europa em poucos dias. Mas, ao longo do tempo, a união das democracias destruiu o tirano. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO
O GLOBO - 04/09
Na mesa da socióloga Eleonora Menicucci, ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, está um estudo que mostra que o rosto da velhice no Brasil é, majoritariamente, o de uma mulher branca.
A população feminina brasileira é formada por 50% de negras, 49% de brancas e 1% de indígenas e amarelas.
Só que...
A partir dos 60 anos de idade, esse quadro se inverte: 57% das idosas são brancas.
Eu não tô nem aí
Obama, às voltas com a guerra civil na Síria, parece não estar muito preocupado com essa denúncia do “Fantástico” de que os EUA espionaram Dilma.
Os dois estarão sexta agora em São Petersburgo, a antiga capital imperial russa, para a reunião de cúpula do G20. Até ontem, não tinham agendado qualquer encontro.
Aliás...
Em tempos de WikiLeaks, o escritor Frederick Forsyth, autor de livros sobre espiões e roubos de informações confidenciais, como “O dia do Chacal”, disse numa entrevista que não escreve em computador:
— Meus amigos dizem que sou um dinossauro. A eles respondo sempre a mesma coisa: Você já ouviu falar de alguém que raqueou uma máquina de escrever?
Em tempo...
Seu último livro, “The kill list”, que acabou de ser lançado nos EUA, sai no Brasil pela Record em 2014.
Força feminina
A Major Priscilla Azevedo deve mesmo assumir a UPP da Rocinha. Ela comandou a primeira Unidade de Polícia Pacificadora, no Dona Marta, em 2008.
Sócio oculto
O espanhol “El País” fez uma reportagem sobre os problemas da Lan Chile, dona da TAM, na Argentina.
O jornalão diz que Cristina Kirchner levantou a suspeita de que Sebastián Piñera continua sócio da Lan Chile.
Como se sabe, antes de ser eleito presidente do Chile, Piñera tinha anunciado a venda de sua participação de 20% na aviadora.
Preço administrado
Não é só a gasolina que tem seu reajuste engavetado no Ministério da Fazenda em nome do combate à inflação.
O preço de cartas e telegramas também. O último reajuste dos Correios foi em junho de 2012.
Veja só...
Estudo da economista Monica de Bolle mostra que os preços administrados cresceram apenas 1,3% nos últimos 12 meses. Já os preços livres subiram 8%.
Perto do inferno
Por falar em previsão do PIB, o Itaú BBA reviu a projeção para o crescimento do PIB no terceiro trimestre ante o segundo: de 0% para -0,5%.
Calma, gente
Sabe aquela história dos adolescentes, filhos de bacanas, que foram atendidos bêbados na Clínica São Vicente, no Rio?
Um médico da emergência foi agredido com um tapa no rosto, dado por uma mãe. É que ele não deixou a mulher dar um corretivo na filha em coma alcoólico.
O caso foi registrado na 15ª DP (Gávea).
Viva Arlindo!
Sábado agora, Arlindo Cruz se apresenta no festival Luanda Sounds Fest, em Angola.
Na volta ao Brasil, ele prepara o show que faz dia 14, no Vivo Rio. Vai comemorar, além dos seus 55 anos de idade, a conquista do DVD de Ouro de “Batuques do meu lugar”.
Pega ladrão
Um médico famoso foi furtado ontem dentro do vestiário da badalada academia BodyTech, na Barra, na Zona Oeste do Rio.
Roubaram da mochila dele a carteira com dinheiro, cartões de crédito e os documentos. Mas, veja só, deixaram o relógio Rolex.
Juntos de novo
A formação original da banda Barão Vermelho vai voltar a se reunir para homenagear Cazuza.
Na primeira noite do Rock in Rio, Frejat, Maurício Barros, Guto Goffi e Dé Palmeira vão tocar três músicas no show “Cazuza, o poeta está vivo”.
Jesus baleado
O juiz João Batista Damasceno teve que retirar da parede de sua sala o quadro que retratava Jesus baleado por um PM, de Carlos Latuff. A decisão foi do Órgão Especial da Justiça do Rio.
Mas o desembargador Siro Darlan concedeu o que ele chama de “asilo artístico” para a obra. Ela ficará em seu gabinete até ser leiloada. A renda será destinada à família de Amarildo.
FOLHA DE SP - 04/09
Obama descobre que Dilma prefere o Habib's ao McDonald's e troca e-mails com a Ana Maria Braga!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República!
Espionagem! Obama descobre que Dilma prefere o Habib's ao McDonald's. E ataca a Síria! O Obomba vai atacar a Síria!
Abelhagem! Obama descobre que Dilma troca e-mails com a Ana Maria Braga!
E o chartista Zedassilva revela que o Obama descobre que Dilma dorme com pijaminha do Che Guevara! Rarará!
Haha! Olha ela dormindo com pijaminha de flanela com a estampa do Che Guevara!
E o Obama descobre e-mail explosivo de Dilma para Mantega: "Maaaantega, me manda mais uma vida de Candy Crush". Rarará.
Diz que a Dilma vai contratar mil espiões cubanos pra dar o troco no Estados Unidos!
E adorei a charge do Nani com o Mantega tomando banho e a Dilma batendo na porta: "Lava bem atrás da orelha! Nós estamos sendo espionados pelo Obama!".
E buemba! Buemba! Obama descobre que o Lula não sabia de nada! Rarará!
Obama descobre que Dilma vende soja pra Conchinchina! Rarará!
E adorei a alegação de espionagem: "entender melhor como a presidente Dilma lida com sua equipe".
E precisa espionar? Lida na porrada! Chuta a canela do Mantega e arrasta o Mercadante pelo bigode. E, com a rapidez que ela troca de equipe, os espiões vão ficar doidos!
A Dilma tá bolada com essa história! Olha a montagem que eu encontrei no twitter da Dilma Bolada, a Dilma fake. Aquela foto da Dilma com o Obama na Casa Branca: "Ou você para com essa palhaçada de espionagem ou enfio a mão no meio da sua cara". Rarará"!
Itamaraty perde! É mole? É mole mas sobe! Ou como disse aquele outro: é mole, mas trisca pra ver o que acontece!
E atenção! Mais Dilma! Tuiteiro Gayegos: "Extra! Extra! Urgente! Dilma acaba de autorizar o São Paulo Inhaca Futebol Clube a trazer jogadores cubanos!". Rarará! Acho que nem assim!
Programa Mais Bambis! Rarará! O Ceni é cubano?
E um leitor me disse que o Mantega tem a cara do Agente 86! E tem mesmo! Rarará.
Nóis sofre, mas nóis goza!
Que eu vou pingar o meu colirio alucinógeno!
O GLOBO - 04/09
Esta é a denúncia mais grave desde o mensalão. O deputado Henrique Fontana (PT-RS) acusa que há compra de votos na eleição para presidente do PT. "Desconfio de pagamento coletivo. Uma pessoa pagou para um grupo e isso é voto de cabresto" diz. Ele conta: "184.893 filiados estavam aptos a votar em 28/8. Ontem, eram 780 mil os filiados que estavam em dia com a tesouraria"
"Não sou um candidato franco-atirador. Sou candidato, mas tenho a responsabilidade de quem é presidente do PT"
Rui Falcão
Presidente do PT e deputado estadual (SP), sobre o clima do debate eleitoral no partido
Um gesto contundente do Brasil
No calor do debate entre os ministros e a presidente Dilma para tratar da arapongagem americana, o ministro Celso Amorim (Defesa) sugeriu à presidente a adoção de um gesto forte, em matéria de relações internacionais, e convocar o embaixador do Brasil nos EUA, Mauro Vieira, para consultas. Amorim classificou a ação americana de "inaceitável"." Já o ministro Luiz Alberto Figueiredo (Itamaraty) sustentou que era mais adequado manter os canais de diálogo abertos. Outros sugeriram sanções, como a de suspender empresas americanas de atuar no Brasil. Um deles relatou que o Google foi proibido de atuar na China, sob a acusação de estar a serviço da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos EUA.
Missões antiespionagem
A presidente Dilma decidiu pelo envia de missões de alto nível à China, à Rússia, à Alemanha e à França; para conhecer as tecnologias usadas por elas para a proteção de informações econômicas e tecnológicas consideradas estratégicas.
Incômodo silêncio
Na reunião de emergência no Planalto, na segunda-feira, para debater a reação à espionagem dos americanos no Brasil, chamou a atenção de todos os ministros e assessores presentes o silêncio eloquente do general José Elito, comandante da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Nem o ministro Celso Amorim (Defesa) relatou informes dos comandos das Forças.
Uma nova guerra fria
A avaliação predominante entre os ministros da presidente Dilma é que vão se deteriorar as relações internacionais. Creem que o ambiente tende a ficar mais carregado à medida que mais fatos da bisbilhotice americana vierem a público.
As nuances da transparência
A tendência no Senado é alterar a PEC do voto aberto apreciada pela Câmara. Os senadores não aceitam a divulgação de votações sobre vetos e aprovação de autoridades em que apenas eles votam. Alegam que o Senado só aceita o fim do voto secreto no caso de cassação. Na Câmara, o líder do PR, Anthony Garotinho (RJ), reclamou do voto aberto para eleger o presidente da Casa.
Para a gaveta
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), desistiu de aprovar projeto que reduzia o tempo de propaganda eleitoral na TV nas eleições. A oposição ficou contra, alegando que a proposta favorecia a presidente Dilma.
Roda, roda, roda
O Salão Verde da Câmara virou picadeiro ontem. Autorizados a pedido do deputado Cleber Leite (PRB), humoristas de TV maranhense fizeram lá seu cenário. Os atores de turbante e perucas vermelha, verde e azul dominaram a cena.
O GOVERNO DILMA está resistindo às intensas pressões de entidades sindicais para aprovar uma regulação do trabalho da imprensa.
FOLHA DE SP - 04/09
O presidente do PT, Rui Falcão, orientou a bancada do partido na Câmara a defender que a Mesa Diretora da Casa casse imediatamente o deputado Natan Donadon (ex-PMDB-RO), preso em Brasília. A sigla foi acusada de ter se omitido na votação que manteve o mandato do parlamentar, na semana passada. A decisão deve dividir o PT, pois a cassação de Donadon pela Mesa aponta para que a perda do mandato dos condenados no mensalão seja decidida da mesma forma.
Em todas 1 Pimenta da Veiga, um dos pré-candidatos de Aécio Neves para disputar o governo de Minas pelo PSDB, será eleito hoje presidente do conselho de administração da Codemig, a companhia estadual de Desenvolvimento Econômico.
Em todas 2 O ex-ministro de FHC já tinha sido indicado para comandar a seção local do Instituto Teotônio Vilela, entidade ligada ao partido.
Tá combinado O presidente do PSB do Rio, Alexandre Cardoso, fechou acordo com Eduardo Campos ontem no Recife. O prefeito de Duque de Caxias vai defender apoio a Luiz Pezão (PMDB) no Rio, mas acatará caso o partido tome outra decisão. Além disso, vai parar de defender a reeleição de Dilma Rousseff.
Piloto O presidente nacional do DEM, Agripino Maia, vai assumir as negociações sobre a aliança entre o partido e o PSDB de Geraldo Alckmin para 2014. Dirigentes paulistas da sigla travavam uma disputa interna para comandar as articulações.
Camaleão O Solidariedade, novo partido comandado pelo deputado Paulinho da Força, deve nascer com um pé no governo Alckmin. O secretário do Trabalho paulista, Tadeu Morais, é considerado figura certa na nova sigla.
Juntos Em um contraponto à aproximação entre Alckmin e dirigentes do PMDB, a bancada de deputados estaduais do partido organiza um jantar na próxima terça-feira com Paulo Skaf. O objetivo é demonstrar apoio à candidatura própria.
Nova casa O deputado Marcelo Aguiar (SP), ligado à Igreja Renascer, troca na próxima semana o PSD pelo DEM. Justifica que terá "mais espaço" no novo partido.
Tô fora 1 Luís Roberto Barroso repassou para Joaquim Barbosa a relatoria da ação penal 420, derivada do mensalão, que investiga empréstimos do BMG ao PT e a empresas de Marcos Valério.
Tô fora 2 O ministro alegou que, pelo regimento interno do STF, a ação tem de ser distribuída ao relator do inquérito --no caso, Barbosa.
Azedou A divulgação de que a agência NSA teria espionado Dilma Rousseff enterrou a chance de o Brasil decidir neste ano a compra de jatos do programa FX. Até então, a tendência no governo era favorável à proposta da norte-americana Boeing.
Hermano 1 Ronaldo Caiado (DEM-GO) convidou para dar palestra hoje na comissão especial sobre o Mais Médicos Carlos Jorge Jimenez, médico cubano que vai criticar pontos do programa.
Hermano 2 Jimenez diz ter sido pressionado pelo regime cubano a voltar à ilha em meados de 1999, mas fugiu e hoje mora no Ceará. O ministro Alexandre Padilha (Saúde) estará no evento.
Visitas à Folha Gleisi Hoffmann, ministra-chefe da Casa Civil, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebida em almoço. Estava com Eliana Araujo, assessora de imprensa.
Gastão Vieira, ministro do Turismo, visitou ontem a Folha. Estava com Darse Júnior, assessor de imprensa.
com ANDRÉIA SADI e BRUNO BOGHOSSIAN
tiroteio
"Se o trecho leste do Rodoanel for entregue no prazo, em março de 2014, eu renuncio ao mandato. O cronograma não é verdadeiro."
DO DEPUTADO ESTADUAL ORLANDO MORANDO (PSDB-SP), da base de Geraldo Alckmin (PSDB), sobre atrasos da concessionária que constrói parte da rodovia.
contraponto
Faça o que eu digo
Em discussão no Senado sobre o projeto que prevê a cassação automática de mandatos de parlamentares condenados, em agosto, o senador Pedro Taques (PDT-MT) argumentou que o texto deveria especificar os tipos de crimes que provocariam a perda da função.
--Será que algum senador, entre os 81, pode dizer que nunca cometerá um crime? -- afirmou.
Diante de olhares de dúvida dos colegas, completou:
--Quantos aqui já compraram cartucho de impressora de um "executivo de fronteira"? O artigo 334 do Código Penal proíbe isso! -- afirmou, rindo.
CORREIO BRAZILIENSE - 04/09
A ex-senadora Marina Silva está prestes a viabilizar o seu partido, a Rede Sustentabilidade. Seria um espanto não conseguir legalizar a agremiação por causa da burocracia dos cartórios eleitorais. Dos nove estados nos quais precisa se estabelecer para obter o registro, já garantiu sete: Santa Catarina, Tocantins, Piauí, Rio Grande do Sul, Rondônia, Acre e Mato Grosso do Sul. Oito aguardam decisão da Justiça Eleitoral.
Pelo andar do processo, apesar das dificuldades, conseguirá viabilizar sua candidatura a presidente da República em legenda própria. Ou seja, com um partido zero-quilômetro, em sintonia com muitos dos corações e mentes que ocupam as ruas das cidades brasileiras e que estão contra quase tudo o que está aí na política.
Marina Silva é uma ex-seringueira acreana que enxergou a floresta. Metabilizou as manifestações que se multiplicaram pelo país. Graças a isso, muito mais do que pelo recall das eleições passadas, ocupa posição eleitoral privilegiada no campo da oposição. Sem tempo de televisão, nem arco de alianças políticas, muitos analistas calculam que não conseguirá manter a atual posição — 26% de intenções de voto — quando começar pra valer a campanha eleitoral. Essa é uma aposta lógica de quem vê a eleição de 2014 como uma “guerra de posições”, polarizada pela tevê. Essa pode ser uma avaliação equivocada numa “guerra de movimento” pautada pelas redes sociais. Eis a grande incógnita das próximas eleições.
Filiações
Das 492 mil fichas de filiação da Rede Sustentabilidade entregues à Justiça Eleitoral, 330 já mil foram aprovadas. Sem contar as recusadas, aguardam validação nos cartórios 250 mil
O que fazer?
O presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP), classificou como mera especulação o ingresso do tucano José Serra (PSDB-SP) na legenda até amanhã. Muito pressionado pelos aliados, o ex-governador paulista disse-lhe que ainda não decidiu seu destino. Amanhã, haverá reunião da Executiva da legenda em Vitória, para decidir o rumo que o PPS irá tomar.
Frente da Reforma// Foi lançada ontem a Coalizão Democrática por Reforma Política e Eleições Limpas, na sede da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com participação de 100 organizações não governamentais. É liderada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Cautela
O Palácio do Planalto baixou o tom contra os Estados Unidos, pelo menos até a conversa de Dilma Rousseff com o presidente americano, Barack Obama, no encontro do G-20, em São Petersburgo, na Rússia. Ontem, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (foto), evitou comentar a nota do Departamento de Estado dos EUA, que explica que “colhe inteligência estrangeira do tipo coletado por todas as nações”.
Go home
Foi instalada ontem no Senado a CPI da Espionagem. Estava articulada desde junho pelo PT e pelo PCdoB. A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) preside a comissão. O partido dela tem relações históricas com o PC chinês e vê os Estados Unidos como o inimigo principal.
Dissenso
A relação entre uma ala do PMDB e o líder Eduardo Cunha (RJ) está complicada. Na tarde de hoje, quando a reunião da bancada estava no fim, Esperidião Amin (PP-SC) entrou fazendo graça: “Com licença, posso usar a palavra ali, deputado?”, disse, dirigindo-se a um peemedebista que estava mais perto da porta. O dissidente disparou: “Vai lá, estamos precisando mesmo de um novo líder”.
Mais Médicos
A bancada do jaleco no Congresso não chega a um acordo sobre a medida provisória do governo que criou o Programa Mais Médicos. Relator do texto, o deputado Rogério Carvalho (foto), do PT-SE, é pressionado pelo Ministério da Saúde e pela Frente de Defesa da Saúde. A maioria dos deputados médicos, porém, discorda da posição do Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre a contratação de profissionais cubanos.
Multiplicação/ A MP nº615 foi aprovada ontem na Comissão Mista, depois de muitas idas e vindas ao Palácio do Planalto do relator Gim Argello (PTB-DF). Foi ampliado de 16 para 52 o número de artigos, passando de três para 35 assuntos, com destaque para a reabertura do prazo do Refis da crise, para empresários endividados com a União.
FOLHA DE SP - 04//09
O STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu que a pessoa que comprar imóvel direto de uma construtora, e no meio do caminho perder a capacidade financeira de saldar o negócio, pode desfazer o contrato. Detalhe: a empresa não poderá impor a retenção das parcelas já pagas como condição de evitar uma disputa judicial. Será obrigada a devolver tudo o que já foi desembolsado pelo cliente quebrado, com juros e correção monetária.
DESPESA
O STJ, no entanto, abre a possibilidade de a construtora reter entre 15% e 20% para cobrir as despesas com o contrato desfeito.
LINHA
A decisão cria jurisprudência e pode unificar o entendimento de tribunais em todo o país. Não são raros casos de adquirentes que perdem quase tudo o que já pagaram quando ficam inadimplentes no meio do caminho.
TEMPO
Na luta para tentar atrair parlamentares para o partido que está criando, o Solidariedade, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, conversou com Gabriel Chalita (PMDB-SP).
Que, até segunda ordem, disse preferir ficar onde está.
FUTEBOL
Ao levar uma queda no lavabo de sua casa, em Brasília, José Sarney, num primeiro momento, ficou em pânico. Ele acreditava que tinha fraturado a coluna. Na verdade, sofreu apenas um corte na testa, levando 18 pontos. O tombo foi por um motivo banal: o senador viu uma bolinha de borracha do neto perdida no caminho. Chutou e se abaixou para pegá-la, se desequilibrando. Bateu a cabeça e depois as costas.
REMODELADO
Uma nova montagem de "Jesus Cristo Superstar" está prevista para estrear em São Paulo, em março de 2014. A Time for Fun dará início, nesta sexta, às inscrições para as audições com interessados em fazer parte do elenco da ópera-rock de Andrew Lloyd Webber.
O espetáculo será dirigido por Jorge Takla e terá direção musical de Vânia Pajares. O teatro ainda não está definido.
VOZ
João Carlos Martins terá um programa com o nome dele na Rádio Cultura FM. Na atração, que estreia no dia 14, às 10h, o maestro vai abordar influências da música clássica na música popular. Martins ficará uma hora no ar, aos sábados.
Os maestros Roberto Tibiriçá e Jamil Maluf também foram contratados pela emissora da Fundação Padre Anchieta.
NA SUA
A apresentadora Ana Maria Braga e o empresário Marcelo Frisoni estão separados. Não é a primeira vez que eles atravessam uma crise. Em 2010, os dois retomaram o relacionamento depois de um período de afastamento.
NA DELE
A atriz Nanda Costa (foto ao lado) está circulando com o modelo paranaense Anderson Dornelles.
ERVA
Uma pesquisa sobre o consumo de maconha no Brasil na internet teve mais de mil participações na primeira semana. A iniciativa é do coletivo Save the Ponta, de Belo Horizonte, formado por designers e estudantes. Há perguntas sobre a frequência, o modo ("fumo", "vaporizo", "bebo") e as situações ("casa", "trabalho", "faculdade", "sexo") em que o internauta tem contato com a droga. Eles acreditam que, como a resposta é anônima, o resultado pode ser mais fiel à realidade do que pesquisas já feitas sobre o tema.
ELA É TOP, CAPA DE REVISTA
A apresentadora Adriane Galisteu e as atrizes Fernanda Machado e Nanda Costa foram anteontem à comemoração dos 25 anos de colaboração do cabeleireiro Marco Antônio de Biaggi com a revista "Nova". Passaram pelo salão MG Hair várias famosas que estamparam capas da publicação. Entre as convidadas, estavam as atrizes Nathália Rodrigues, Sophia Abrahão, Cristiana Oliveira e Danielle Winits.
ARTE À MESA
O estilista Pedro Lourenço e a stylist Vanda Jacintho estiveram no jantar oferecido ao artista Theaster Gates, anteontem, no restaurante Manioca. Na mesma noite, o norte-americano abriu sua exposição "My Back, My Wheel and My Will", na galeria White Cube, na Vila Mariana.
CURTO-CIRCUITO
A mostra "Verdi 200 Anos - Imagens em Transição", sobre o bicentenário de nascimento de Giuseppe Verdi, será inaugurada hoje, no MIS, às 12h.
O espetáculo "Danças Passageiras" estreia hoje, no teatro Sérgio Cardoso, na Bela Vista, às 20h. Livre.
A feira Casar, sobre mercado e organização de casamentos de luxo, será aberta amanhã, em Belo Horizonte. Até sábado.
A ex-tenista Vanessa Menga volta às quadras no Itaú Masters Tour, na Sociedade Harmonia de Tênis. O evento começa na sexta.
O Estado de S.Paulo - 04/09
Ao longo dos últimos 15 anos assumi posição incansável em defesa do Mercosul. Sempre entendi as nossas relações político-econômico-comerciais com os países da região como da maior relevância. Lembro que as razões que, principalmente, levaram os presidentes José Sarney e Raúl Alfonsín a lançarem o Mercosul (a que posteriormente se associaram Uruguai e Paraguai) foram de natureza política, pois, recém-saídos de regimes autoritários, esse acordo seria um excelente antídoto para indesejáveis recaídas.
Um dos aspectos positivos do Mercosul foi que progressivamente aumentou o conhecimento recíproco entre argentinos e brasileiros, que praticamente se ignoravam, e mesmo com altos e baixos nossas relações comerciais se ampliaram substancialmente.
Em períodos mais recentes a economia brasileira, bem mais dinâmica que a de nossos vizinhos e com uma classe empresarial bem mais ativa, passou a acumular expressivos saldos na balança comercial. Associadas a esse aspecto, as dificuldades dos argentinos em acessar o mercado internacional após o default de sua dívida externa motivaram nossos vizinhos a passar a adotar medidas protecionistas, cada vez mais severas, para preservar suas reservas cambiais, com forte impacto nas exportações brasileiras. Os exportadores argentinos têm de exportar o equivalente em dólares do que estão comprando.
O governo do Brasil em vários momentos adotou uma atitude compreensiva, buscando entender as dificuldades dos nossos vizinhos - em muitas situações, até mesmo contrariando interesses brasileiros e sendo por isso muito criticado. A Federação das indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) também tem procurado - apesar da defesa da indústria paulista - encontrar algum ponto de equilíbrio para minimizar os efeitos protecionistas dos vizinhos, estimulando a substituição de importações de produtos que fazemos de outros países por similares argentinos. Que mitigaram o déficit em nossas contas com a Argentina.
Por essa e por outras, hoje, obviamente, não existe o mesmo entusiasmo pelo Mercosul, sendo crescente o número de empresários, economistas e outros formadores de opinião que defendem o abandono do bloco como união aduaneira e sua transformação numa zona de livre-comércio. Entre outras razões, pelo fato de não podermos buscar outros acordos comerciais sem que nossos parceiros concordem.
Como muito bem lembrava o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Lafer, nossa relação com a Argentina não é opção, é nosso destino. Assim sendo, tudo o que acontece ao sul do Brasil acaba nos afetando diretamente.
As políticas argentinas em disputa com Brasil, como as suas barreiras comerciais, a inflação e a restrição ao dólar, vêm sendo amplamente debatidas. Mas o que não foi suficientemente absorvido é um novo e possível grave problema que surge no horizonte: a ameaça de mais uma crise no seu setor externo, de dimensão não facilmente calculável e que devemos acompanhar de perto.
No cerne da questão está o pagamento aos credores que não aceitaram a troca unilateral de títulos, em 2005 e 2010, que aquele país deixou de pagar em 2001. O total da dívida dos que não aceitaram os acordos chega a US$ 1,4 bilhão. Esses credores vêm obtendo ganhos de causa em diferentes instâncias do Poder Judiciário norte-americano. Pelo que se sabe, o governo argentino só estava disposto a oferecer os mesmos termos propostos àqueles que aceitaram anteriormente a troca.
Estando bloqueada nos mercado internacionais, a Argentina vem pagando apenas suas obrigações com os títulos performing de 2005 a 2010, usando as reservas do Banco Central da República Argentina (BCRA), as quais, enquanto suas commodities subiam de preço, estavam em situação favorável. As reservas atuais, na casa dos U$S 37 bilhões, estão no nível mais baixo dos últimos cinco anos.
Em 23 de agosto a Argentina perdeu apelação e foi determinado que o país pague US$ 1,33 bilhão a detentores de títulos que se recusaram a participar de duas reestruturações da dívida. A Corte de Apelações de Nova York declarou que o cumprimento da decisão ficou pendente até que a Suprema Corte resolva a questão. Essa decisão poderá tardar um ano ou mais e vai obrigar o governo argentino a rever sua posição e ter de novamente renegociar.
Os mercados estão cada vez mais preocupados com uma nova crise que pode ocorrer! O risco país da Argentina continua a ser um dos mais altos do mundo, sinal importante do nível da falta de confiança.
Os efeitos, para a crítica situação argentina, de baixo crescimento em 2013 e altas taxas de inflação ainda vão piorar o quadro geral. E o BCRA será praticamente a única fonte de crédito para o país com o eventual bloqueio dos mercados adicionais para títulos argentinos, mesmo de províncias e municípios, que ainda acessavam o mercado.
Para o Brasil as consequências, é obvio, serão negativas, pois tendem a ampliar barreiras comerciais, aumentando as dificuldades de exportação. Hoje, apesar de certamente haver nos mercados internacionais maior consciência de que Brasil e Argentina vivem momentos diferentes, não podemos ignorar desdobramentos indesejáveis para o nosso país.
Em eleições recentes realizadas em Buenos Aires, com uma cisão no Partido Justicialista (peronista) e que terão de ser confirmadas em outubro, as possibilidades de a Constituição ser alterada para permitir um terceiro mandato de Cristina Kirchner ficaram praticamente afastadas. Esse é certamente um novo dado na complexa equação que nossos vizinhos estão vivenciando e não podem mais protelar.
O Estado de S.Paulo - 04/09
A ira do Planalto abateu-se sobre o encarregado de negócios da embaixada brasileira em La Paz, o diplomata Eduardo Saboia, responsável pela operação que trouxe ao Brasil o senador Roger Pinto. Tamanha reação não se explica pelo simples argumento da quebra de hierarquia. O maior pecado de Saboia foi ter exposto a complacência que caracterizou a atitude de Brasília ante a negativa intransigente do governo boliviano de conceder o salvo-conduto que permitiria a viagem regular do senador para o Brasil, onde havia recebido asilo político. Se o Planalto tivesse empenhado, ao longo dos 452 dias em que Roger Pinto esteve abrigado na embaixada brasileira, um décimo da firmeza que agora demonstra na ira punitiva contra Eduardo Saboia, o caso teria encontrado solução diplomática pelas vias normais.
A questão central, portanto, não é saber se a decisão do encarregado de negócios - corajosa, a meu ver - representou quebra justificada ou injustificada de hierarquia. Mas, isso sim, por que, mais uma vez, o Brasil se dobrou às conveniências políticas domésticas de um governo "bolivariano". O pior, no entanto, ainda pode estar por vir, se o Planalto ceder às pressões de Evo Morales, de setores do PT e de outros partidos de esquerda em favor da extradição do senador. Seria o cúmulo.
Ninguém minimamente bem informado pode desconhecer que processos judiciais têm sido utilizados por Morales como ferramenta de intimidação e perseguição política. A instrumentalização do Poder Judiciário é uma marca do seu governo, assim como do governo chavista. Faz parte de um projeto de submissão das instituições e dos Poderes da República a uma maioria política que se legitima pela via eleitoral e busca eternizar-se no poder pela captura do Estado, convertendo-o em fator de desequilíbrio decisivo da competição política, inclusive eleitoral.
Na democracia o Judiciário é, por definição, um Poder que não está a serviço de uma transitória maioria política. Trata-se de um poder contramajoritário, que deve aplicar o regramento jurídico vigente com imparcialidade e, na sua instância mais elevada, a Corte Suprema, controlar a constitucionalidade das decisões dos demais Poderes. Na Bolívia, Morales não se limitou a obter uma Constituição ao feitio de seu projeto político, num processo tumultuoso, pouco aberto ao contraditório e que culminou com a aprovação do texto constitucional num quartel cercado por forças militares e sem a presença das oposições. Decidiu também convocar eleições para a composição do Judiciário, por meio de procedimentos que asseguravam vantagem à força política majoritária do país, o Movimiento al Socialismo (MAS), por ele liderado. Chamou isso de "democratização da Justiça".
Já ao início de seu primeiro mandato Morales abriu processos por crime de responsabilidade contra os quatro presidentes que o precederam, entre eles o historiador e jornalista Carlos Mesa Gisbert, um homem inatacável, que conheço e admiro. Salvo no caso de Sánchez de Lozada, em nenhum dos demais se encontraram elementos que justificassem as acusações levantadas. Mais de uma dezena de ex-funcionários do Estado boliviano ou políticos da oposição se encontram encarcerados preventivamente há vários anos. Um ex-ministro morreu no cárcere, aos 80 anos, depois que a Justiça lhe negou pedido de prisão domiciliar por motivos de saúde. Um ex-governador de Pando, província que faz fronteira com o Acre, está detido há cinco anos sem processo judicial em curso. Juan Antonio Morales, economista de reputação internacional e presidente do Banco Central Boliviano por 11 anos, só recentemente teve sua prisão domiciliar relaxada, para dar aulas em universidade, a despeito da inexistência de provas ou mesmo indícios contra ele.
Os processos e acusações contra o senador Roger Pinto se multiplicaram depois que ele denunciou o envolvimento de membros do governo de Morales com o narcotráfico. Nessas circunstâncias, resolveu buscar asilo político no Brasil em maio de 2012, refugiando-se na embaixada brasileira em La Paz. Apenas em março de 2013 se constituiu uma comissão binacional para encontrar uma solução para o assunto. Segundo correspondência citada por Eduardo Saboia, nessa comissão "os bolivianos fingiam que negociavam e nós fingíamos que acreditávamos".
A Bolívia é um país soberano, que não deve e não pode ser tratado com imposições pelo Brasil. Mas entre a imposição imperial e a frouxidão complacente não faltavam alternativas e recursos de poder para uma atuação brasileira que resultasse no cumprimento efetivo de uma decisão tomada pelo próprio Brasil, sob o entendimento de que as acusações de corrupção contra o senador tinham motivação política.
Quando, em 2010, esteve em pauta o pedido de extradição de Cesare Battisti, feito pelo governo italiano, o governo Lula não se pejou em contrariar parecer do órgão técnico que cuida da avaliação de pedidos de asilo político no governo brasileiro, tampouco teve escrúpulos em desconsiderar decisões condenatórias por crimes de terrorismo, tomadas por tribunais italianos e referendas por tribunal da União Europeia. Argumentou o então ministro da Justiça, Tarso Genro, que o ex-integrante do grupo Proletários Armados pelo Comunismo havia sido condenado em condições de exceção.
Não se vê agora tamanho zelo pelo devido processo legal da parte dos que defendem a extradição do senador boliviano. Desconfiam da justiça do Estado italiano, um país democrático, e acreditam na justeza da Bolívia de Evo Morales. Trata-se de uma esquerda que, como os Bourbons, nunca esquece e nada aprende. Se a presidente Dilma Rousseff acolher o pedido de extradição, demonstrará que a política externa do Brasil se move ao sabor das preferências ideológicas de forças que ocupam transitoriamente o governo federal.
O Estado de S.Paulo - 04/09
As exportações do Brasil perdem dinamismo. O saldo comercial dos primeiros oito meses do ano foi fortemente negativo: importações maiores do que exportações em US$ 3,8 bilhões, o pior resultado para o período em 18 anos (veja o gráfico). E apontam para o negativo ao longo de todo este ano.
O problema está longe de ser apenas comercial. As contas externas são motor rodado demais que queima óleo. Se não for retificado, ameaça fundir. É consequência das opções de política adotadas e da falta de ajuste às condições diferentes de agora.
As explicações para o fenômeno dadas pelo governo são meias-verdades. A primeira delas é a de que as exportações deste ano embutem uma anomalia contábil na medida em que registram um déficit da Conta Petróleo (trocas internacionais de petróleo e combustíveis, também negativas) de US$ 4,5 bilhões. É o resultado da mudança das regras de registro das importações que normalmente fariam parte das estatísticas de 2012 e que foram repassadas para 2013. É um argumento descabido porque as importações aconteceram, independentemente das disposições do calendário gregoriano. E mesmo descontado o rombo da Conta Petróleo, o saldo dos oito primeiros meses do ano seria pequeno, de apenas US$ 700 milhões.
A segunda justificativa é a de que o desempenho comercial está prejudicado pela crise global - outra vez ela - que derrubou os preços das commodities, das quais o Brasil é grande exportador.
Uma terceira explicação é a de que as exportações de manufaturados foram castigadas pelo câmbio. Se fosse assim, então também estaríamos diante do resultado da política econômica adotada. Mas já sabemos que é mais do que isso. É tanto pela falta de competitividade da indústria, que um câmbio mais desvalorizado (dólar mais caro em reais) não conseguirá compensar, como, também, pela falta de acordos comerciais com o resto do mundo. De todo modo, ambos os fatores são consequência das opções feitas.
Por trás de tudo está, outra vez, a prioridade dada ao consumo sem contrapartida do aumento da oferta. O brasileiro comeu exportáveis e forçou importações para garantir o suprimento de que a produção interna não deu conta.
O impacto da escolha não se restringe à balança comercial. O resultado em conta corrente, que era positivo em 1,25% do PIB em 2006, está caminhando rapidamente para 3,5% negativo neste ano (veja o Confira). Por enquanto, os Investimentos Estrangeiros Diretos ainda cobrem a maior parte. No entanto, a virada já à vista da economia americana e a deterioração da economia brasileira tendem a rarefazer a entrada de capitais.
A novidade não é a crise nem o depois da crise, mas o fim do período das vacas gordas. Mesmo que as cotações das commodities se recuperem nas bolsas internacionais de mercadorias, os bons tempos, que o Brasil não aproveitou, não voltarão tão cedo.
A economia brasileira precisa de um ajuste, que repense a matriz energética para a nova realidade da autossuficiência dos Estados Unidos em petróleo e gás (já em 202o), que reequacione a indústria e que defina uma política de investimentos em infraestrutura.
FOLHA DE SP - 04/09
Desempenho da economia parece um para a elite, outro para a maioria; deve ter menos efeito político
OS ECONOMISTAS do Banco Itaú Unibanco revisaram suas estimativas de crescimento brasileiro neste ano, de 2,3% para 2,1%. Para o ano que vem, ficaram na mesma: 1,7%. Não mais do que isso rendeu o positivo porém extravagante PIBão do segundo trimestre.
Ainda que a média dos nossos economistas volte a chutar bolas tão fora quanto na previsão do crescimento do segundo trimestre, é difícil que o país cresça mais que 2,7% neste 2013.
2014 está longe. Apenas vamos ter dados decentes para chutes bem dados lá por maio. Ainda assim, com juros em alta, consumidores e empresários teimando em confiar no futuro, incertezas sobre juros nos EUA e as que podem advir de uma eleição presidencial talvez dura no Brasil, é mesmo difícil ficar animado.
Isto posto, o que o desempenho da economia pode indicar a respeito das sortes políticas de 2014? Menos ainda do que de costume, excluídos anos de desastres recessivos.
O desempenho geral da economia, medido pela variação do PIB, nos diz pouco. Menos ainda nesses últimos anos, em que o consumo cresceu muito, demais, e o PIB terá variado uns 2% ao ano (governo Dilma até este ano).
Comparações com o mau desempenho dos anos FHC não têm cabimento, no que diz respeito a possíveis influências na disputa eleitoral. Na década passada, o padrão de vida médio cresceu, é um tico mais bem distribuído e há amortecedores diversos, ainda que modestos, para os infortúnios da vida no mercado: mais rendas mínimas, mais seguro-desemprego etc.
Além do mais, não houve nos anos petistas algo que vamos chamar improvisadamente de "grande ruptura" ruptura econômica ou do pacto socioeconômico tácito.
Não houve uma desvalorização do real politicamente danosa, como a de 1999 (logo após a eleição, sob promessas de que tal coisa não ocorreria). Foi então que a popularidade de FHC caiu para não levantar significativamente, mesmo com o bom ano de 2000. O racionamento de energia de 2001 foi o golpe final no prestígio econômico e político do PSDB de então. Do ponto de vista popular, o governo tucano não entregou mais do que a inflação baixa.
Não importa aqui se para o bem ou para o mal, irresponsavelmente ou não, os governos petistas mantiveram o seu "pacto social". Mantiveram a expansão das rendas mínimas, de programas para pobres (do ProUni ao microcrédito, passando pelo Minha Casa, Minha Vida). Não revisaram o pacto de aumento do salário mínimo e, também por sorte demográfica e excessos, o desemprego é muito baixo.
No que diz respeito a rendas do trabalho e de transferências do governo, a situação não é lá muito diferente da de 2010. Apenas neste 2013 a renda do trabalho começa a ratear, assim como a criação de empregos e o consumo (desconsiderado o choque de 2008-09).
A queda no ritmo de aumento de renda, consumo e emprego vai causar avarias adicionais em Dilma? Note-se, a julgar pelas pesquisas pré e pós protestos de junho, que o problema popular com o governo não parecia bem econômico.
Não importa se a administração da economia foi ruim. Dadas as pesquisas de satisfação material e a novidade do surto de junho, uma conversa econômica vai colar menos que de costume em 2014.
GAZETA DO POVO - PR - 04/09
A atividade empresarial é reconhecida no mundo inteiro como parte essencial da vida econômica das nações. É por meio das pessoas que arriscam seu patrimônio, seu tempo e seu talento em empreendimentos produtivos que se gera e se aumenta o bem-estar de todas as outras. Não é por outra razão que a esfera empresarial é a destinatária preferencial das ações de política econômica dos governos, pois é ela que gera os empregos e a renda necessários para a sustentação política das autoridades governamentais.
O governo não gera riqueza, o governo não produz, e nem existe para tanto. Um governo democraticamente eleito tem o papel de, por mandato da sociedade, decidir qual a melhor redistribuição da renda gerada pelo setor produtivo, mas – frise-se – apenas após a sua geração. A atividade de produção, que faz nascer os empregos e a renda que dão sustento à sociedade, deve ficar a cargo de empresários que, por sua competência, possuam capacidade de oferecer os bens e serviços para consumo pelo menor preço possível, o que evita o desperdício de recursos e torna o funcionamento da economia mais eficiente, até por questão de sobrevivência.
No caso brasileiro, porém, há muito tempo temos assistido à subversão de algumas dessas verdades. O dirigismo e o paternalismo com que o Estado brasileiro, em todas as suas esferas, tem tratado a sociedade vem embotando o discernimento da classe empresarial, que acaba por não ver alternativa senão a de submissão à máquina governamental. As últimas três décadas, a contar de meados dos anos 80, assistiram à criação de amarras de toda ordem ao sistema produtivo brasileiro: o Estado perdeu sua capacidade de investimento, mas não sua capacidade de gastar, combinação que resulta em um sistema tributário cada vez mais injusto, excessivamente complexo e oneroso, que não produz como contrapartida o fornecimento de bens públicos na qualidade e quantidade adequadas.
Hoje, por força dessa realidade, o empresário brasileiro é obrigado a entregar ao Estado 2.600 horas por ano na forma de tempo despendido com o cumprimento de obrigações tributárias, mais do que qualquer país do mundo, segundo relatório do Banco Mundial. Isso ilustra como o governo no Brasil inverteu os polos de funcionamento da economia: ao invés de o Estado trabalhar para o cidadão, é o cidadão que é compelido a trabalhar para o Estado. Nesse cruel cenário, resta ao empresariado agarrar-se a promessas de desonerações e incentivos, sempre de tiro curto e desligadas de qualquer planejamento estruturante que garanta à nação, no futuro, uma economia mais eficiente e justa.
Como força motriz da dimensão econômica da sociedade brasileira, o empresariado não pode mais depender dessas eventuais concessões do governo. Como dito, o valor da classe empresarial encontra-se no fato de que ela é a principal liderança na produção de desenvolvimento econômico do país. E é o reconhecimento desse valor, em especial na esfera política, que o empresário deve buscar. Trata-se de enxergar além das políticas econômicas de curto prazo das quais o governo atualmente utiliza-se para fazer valer uma visão de futuro, de nação, em que o setor produtivo assuma, no cenário político, a mesma importância que possui na esfera econômica. A participação política mais ativa do empresariado, inclusive com a filiação a partidos que associem-se a essas ideias, torna-se assim um dos caminhos a serem percorridos.
A sociedade deve ter o empresariado como norte e inspiração, valorizando a atividade produtiva como força essencial para a mudança do Brasil.
O GLOBO - 04/09
INDUSTRIA SE RETRAIU DE MAIO A JULHO
Os resultados da produção industrial em julho acenderam a luz amarela sobre o PIB do terceiro trimestre. A queda de 2% sobre junho ratificou a tendência vacilante das fábricas este ano. Em sete meses, foram quatro variações positivas e três negativas. O saldo entre altas e quedas, de 1,1%, sugere que o setor, apesar de volátil, vai bem. Mas André Macedo, coordenador de Indústria do IBGE, chama a atenção para os números da ponta da série. No trimestre maio-julho, a produção industrial caiu 2%, sublinha. É tendência oposta aos 3,1% positivos observados de janeiro a abril. "Nos meses recentes, a tendência é negativa, talvez pelas incertezas internas e no mercado mundial" diz. Os números de agosto serão determinantes para os rumos da indústria este ano.
DE ÍNDICE DE DIFUSÃO
Foi a proporção de mercadorias industriais pesquisadas pelo IBGE, que tiveram aumento de produção em julho deste ano sobre 2012. A parte restante registrou queda. A média histórica é de 52,1%.
‘The book’ 1
A Yes! Idiomas abrirá filiais no Complexo do Alemão e no Vidigal, mês que vem. Cada comunidade, ambas com UPPs, terá aporte de R$ 200 mil, e deve receber cerca de 750 alunos. A unidade da Rocinha, inaugurada há um ano, está com 600 alunos.
‘The book’ 2
A rede de cursos de idiomas vai abrir 15 novos unidades no Rio, até outubro. Juntas, receberão investimento de R$ 3,5 milhões. A Yes! quer ampliar negócios no estado durante a Rio Franchising Business, no fim do mês.
On-line
Entra no ar em 60 dias o sistema eletrônico de declaração de importação da Fazenda estadual. A nova ferramenta foi anunciada ontem em reunião com o Fórum de Desenvolvimento Estratégico da Alerj.
Portugueses
Executivos de empresas portuguesas, como Banco BIC e Portugal Telecom, vêm ao Rio, dia 11, para evento dos 102 anos da Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria. Terão encontros de negócios em tecnologia, infraestrutura e outras áreas.
Rio-Niterói
A barca Boa Viagem volta a operar semana que vem, após reforma no estaleiro da CCR Barcas, em Niterói. Exigiu R$ 2,4 milhões. Com dois mil lugares, vai ampliar em 20% a capacidade da linha Rio-Niterói.
É Natal
O Carrefour pôs à venda, na virada deste mês, a primeira fornada de panetones para o Natal. Até o fim de 2013,
a previsão é vender dois milhões de unidades.
Ano velho
O Icec, índice de confiança do comércio, voltou a cair em agosto, após recuperação em julho. Passou a 117,4 pontos, queda de 4,2% sobre um ano antes. Foi o maior recuo em 12 meses, informa a CNC.
A pesquisa completa sai hoje.
Litígio 1
Decisão do TRF da 2ª Região confirmou a suspensão do uso da marca Jopar por Maria Lucia Pereira, viúva e ex-sócia de Victor Parente, criador da marca de roupas masculinas. Ela terá que indenizar os herdeiros, Alex e Victor Jr..
Litígio 2
Maria Lucia é acusada de fraudar documento para abrir filiais, diz Raphael Miranda, advogado. Cabe recurso.
Amianto
A ministra Rosa Weber, do STF, é a nova relatora da Adin 4066, que trata da proibição do amianto no país. Ocupa o lugar de Luís Roberto Barroso.
CARRO DE REI
Pelé estrela ação que a Volskwagen põe no ar em seu canal no YouTube hoje. No “Best drive inteligente Amarok”, o Rei do
Futebol, que é também embaixador da marca, fala sobre sua experiência com a caminhonete. A agência Sétima Arte assina.
EM FESTA
O uísque Johnnie Walker festeja com campanha nova o recorde de vendas (24 milhões de garrafas) no Brasil, em 2012.
O conceito é o poder de mudar o próprio destino. O filme estreia 2ª na TV e na web. Será a maior ação digital já feita pela marca no país. A BBH criou; ea Neogama/BBH adaptou.
SEM PUDOR
Thiago Vivas, filho do cantor Jerry Adriani, estrela campanha da coleção deverão da Reserva. O músico aparece entrefigurantes nus, num convite à reflexão sobre o papel da moda. As roupas chegam às 22 lojas do país esta semana. As fotos, de Fernando Young, vão circular na revista da marca, em impressos e mídias digitais.
AOS PÉS
A Anas, marca de sapatos, estreia hoje a campanha na internet da coleção do verão 2014. A inspiração é o Nordeste. O Studio Faya assina as imagens. Agrife carioca espera crescimento de 35% nas vendas. É dona de loja virtual e ateliê no Leblon.
Festival 1
A Dream Factory prevê faturar R$ 120 milhões este ano. É mais que o dobro dos R$ 55 milhões de 2012. A alta é puxada pela realização da JMJ e do Rock in Rio. Só o festival corresponderá a 20% da receita total de 2013.
Festival 2
Seis em cada dez buscas por passagens aéreas para o RiR, de abril a agosto, vieram de São Paulo, diz o Mundi. BH foi 2ª, com 4,2% do total.
CRESCEU
A Karamello, grife feminina, inaugura hoje a 12ª loja própria e o e-commerce. Investiu R$ 500 mil na unidade, em Ipanema. Já a loja virtual saiu por R$100 mil.
A marca terá lookbook digital com fotos de Rodrigo Takeshi. A modelo Valentina Bianchi posou. A grife espera aumento de 0% nas vendas.
FOLHA DE SP- 04/09
Grupo italiano abrirá mais dois call centers no Nordeste
A AlmavivA do Brasil, empresa de call center do grupo italiano AlmavivA, vai investir de R$ 70 milhões a R$ 100 milhões em dois novos centros em Teresina e Maceió.
O aporte total deverá ocorrer em cerca de 18 meses, segundo Giulio Salomone, vice-presidente da AlmavivA do Brasil.
A inauguração do primeiro desses call centers deve ocorrer até março de 2014.
"Além dos projetos no Nordeste, temos 99% de decisão tomada também para Guarulhos", diz Salomone.
"Seria uma transferência de instalações de São Paulo para lá e faríamos também uma expansão", acrescenta. O grupo já investiu mais de R$ 120 milhões no Brasil.
Além de São Paulo, a companhia tem unidades de atendimento por telefone em Aracaju, Juiz de Fora e Belo Horizonte que empregam no total 18 mil funcionários. Até o final deste ano, serão 20 mil colaboradores no país, diz.
O acionista e CEO mundial Marco Tripi pensa em ter um parceiro, de preferência brasileiro, segundo Salomone.
"O crescimento é tão grande que já passou a ideia de fazermos aquisições, embora sempre olhemos oportunidades. O foco mesmo é buscar um parceiro minoritário."
Neste ano, a empresa deve fechar com R$ 450 milhões de receita bruta. "Em cinco anos deveremos chegar perto de R$ 1,5 bilhão. O crescimento anual tem sido de cerca de 50%", afirma.
Em 2012, a companhia alcançou R$ 280 milhões e, para 2014, a previsão é de R$ 600 milhões. "Continuamos otimistas com o Brasil."
ELEVADOR JAPONÊS
A Mitsubishi Electric Corporation adquiriu o controle acionário da companhia gaúcha LGTech, que fabrica elevadores e escadas rolantes. O negócio envolveu cerca de R$ 50 milhões.
"Esse foi o aporte inicial feito pela Mitsubishi. Os recursos futuros serão superiores", diz o presidente e fundador da empresa brasileira, Lauro Galdino.
"Os investimentos incluirão um centro de pesquisas e uma torre de testes", acrescenta, sem revelar valores.
Galdino permanecerá como acionista e na direção da companhia por, pelo menos, dez anos.
As negociações se desenrolaram por um ano e meio e foram concluídas na última sexta-feira, de acordo com Galdino.
A operação conjunta foi iniciada no domingo.
Hoje, a LGTech fabrica cerca de 80 elevadores por mês em uma planta de 7.000 m2, em Guaíba (RS).
LONGE DO FOGÃO
O segmento de alimentação fora de casa teve alta de 16,2% nos primeiros seis meses deste ano em relação ao mesmo período de 2012, segundo dados que a Abia (associação das indústrias da alimentação) divulga hoje.
A entidade espera fechar este ano com um crescimento entre 14% e 17%, e faturamento estimado em R$ 120 bilhões. Em 2012, fechou com R$ 100,5 bilhões.
A expansão é típica de países emergentes, segundo o presidente da associação, Edmundo Klotz. "O setor de alimentação como um todo no Brasil é superavitário", diz.
Nos últimos dez anos, o negócio, que engloba restaurantes, padarias e delivery, cresceu a uma taxa anual de 14,3%, enquanto o setor supermercadista registrou elevação de 11,9%.
A participação de refeições fora de casa no faturamento da indústria de alimentos atingiu 31,5% no primeiro semestre deste ano.
ENERGIA EM CAMPO
A ABB, empresa de tecnologias de energia e automação com base na Suíça, fechou um contrato de US$ 30 milhões (aproximadamente R$ 70 milhões) com Furnas Centrais Elétricas.
A multinacional irá construir uma nova subestação de energia no centro do Rio de Janeiro para alimentar o Maracanã e a região do entorno do estádio. O fornecimento de equipamentos também está incluso no contrato.
O projeto está em fase de detalhamento e a construção deve começar "em breve", de acordo com Marcos Berardi, diretor da ABB.
A conclusão da primeira fase das obras está prevista para meados de 2014.
"A nova subestação poderá elevar a confiabilidade dos eventos [Copa do Mundo e Olimpíada], que aumentarão a demanda por energia."
A ABB atua em cem países e tem 145 mil funcionários.
Negócios... O Indi (Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais) terá, até dezembro, um escritório temporário na China. O objetivo é apresentar oportunidades de investimentos no Estado.
...na China Duas comitivas do órgão também irão ao país, na próxima semana e em dezembro. Os grupos vão tratar de negócios em áreas como energias alternativas e tecnologias em mineração.
Papo executivo O CEO global da BRF, Cláudio Galeazzi, participará ao vivo de uma palestra virtual com candidatos ao programa de trainees da companhia. Ele vai falar sobre carreiras e tirar dúvidas.
No porto A Santos Brasil movimentou 108.833 contêineres em agosto em seu terminal de Santos. O número ultrapassou o recorde histórico da empresa,de 105 mil contêineres, registrado em 2012.
BOLSA SEM REEMBOLSO
O Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa) vai mudar a forma de concessão de bolsas integrais para alunos de escolas públicas ou bolsistas de colégios particulares.
Os universitários beneficiados não precisarão mais restituir ao instituto o valor depois de formados.
Antes, eles tinham até oito anos após a formatura para pagar o montante à instituição.
A nova regra vale para os alunos que ingressarão em 2014 e também vai beneficiar bolsistas atuais com a eliminação das dívidas.
"Queremos atrair alunos que tenham capacidade acadêmica, vontade de estudar no Insper, mas que não tenham recursos para isso", diz o presidente Claudio Haddad.
As bolsas são mantidas pela transferência de 1% da receita da graduação e por doações.
A mensalidade dos cursos superiores de administração e economia é de R$3.050.
TETO NA AREIA
A Secretaria do Turismo de Ipojuca (PE) inicia no sábado um projeto de padronização do atendimento de vendedores na praia de Porto de Galinhas, uma das mais procuradas do litoral pernambucano.
A prefeitura distribuiu aos 69 ambulantes da área um cardápio sugerindo teto de preços para os produtos.
Eles também terão novos carrinhos e guarda-sóis.
"Recebemos muitas queixas no verão passado sobre distorções nos valores", diz o secretário Rui Xavier.
O prato de lagostins variou de R$ 70 a R$ 180, de acordo com ele. No novo cardápio, o preço sugerido é de R$ 85.
A praia recebe cerca de um milhão de turistas por ano.