quinta-feira, julho 14, 2011

CARLOS ALBERTO SARDENBERG - Não precisa fazer, basta anunciar

Não precisa fazer, basta anunciar
Carlos Alberto Sardenberg 
O GLOBO - 14/07/11

Corria o ano de 1978 e o grande debate nacional era sobre a lei de anistia, que indicava o começo do fim do regime militar. Na economia, a discussão era igualmente intensa: como o país deveria reagir à crise internacional? Outro ponto, porém, chamava a atenção: onde construir o novo aeroporto de São Paulo, destinado a ser o principal do Brasil e da América do Sul?

Viracopos, em Campinas - foi a resposta dada pelo então ministro da Aeronáutica, Délio Jardim de Mattos, em entrevista nas páginas amarelas de "Veja", a mim concedida. Mas Campinas está muito longe de São Paulo - tal era a objeção que todos faziam. Isso já foi estudado, tem solução fácil e já encaminhada, garantia o ministro.

Qual? Adivinharam, o trem rápido para São Paulo. Como verificam os leitores, não é de hoje que os governantes garantem projetos e obras que depois ficam rodando por aí. No caso, o novo aeroporto acabou sendo o de Guarulhos, também com a garantia de um trem fazendo a ligação com o centro de São Paulo. Viracopos, hoje, está de novo nos projetos do governo federal para se tornar o maior aeroporto da América do Sul - 33 anos depois! - e o trem evoluiu. Agora é um trem de alta velocidade, e que ligará o aeroporto a São Paulo e daqui até o Rio de Janeiro - esse mesmo cuja licitação acaba de fracassar.

Se é para não fazer, melhor projetar uma coisa grande, não é mesmo? Não faz do mesmo jeito, mas o anúncio dá muito mais propaganda. Aliás, os diversos anúncios.

Este projeto é mais recente. O governo Lula começou a falar disso em 2007. Em janeiro de 2008, anunciou que o trem-bala seria licitado em março de 2009. Seis meses depois dessa data, em agosto de 2009, novo anúncio, agora mais ambicioso, ou seja, com mais propaganda: o edital sairia em outubro de 2009, o contrato em janeiro de 2010 e o trem começaria a rodar no início de 2014, a tempo da Copa. Nessa época, custava em torno dos R$10 bilhões - o número redondo indicando que se tratava de uma, digamos, suposição.

Foi também em 2007 que o governo Lula anunciou pela primeira vez a refinaria de petróleo Abreu e Lima, a ser construída em Pernambuco por uma associação entre a Petrobras e a venezuelana PDVSA. Ficaria pronta em três anos e custaria cerca de US$4 bilhões.

A refinaria foi "inaugurada" várias vezes por Lula e Hugo Chávez: no projeto, no memorando de intenção, no acordo em princípio, na placa do início da terraplenagem.

Só que a PDVSA simplesmente ainda não entrou no negócio. Não formalizou sua participação, não colocou dinheiro e está duvidando das contas da Petrobras, que garante ter feito 35% da obra, aplicando cerca de R$7 bilhões.

No intervalo, a data de inauguração foi empurrada para frente e o preço já pulou de US$4 bilhões para US$14,4 bilhões.

Como o trem-bala, que ficaria pronto para a Copa e, agora, nem para a Olimpíada, e isso se tudo estivesse dando certo. E o preço, do governo já saltou para R$35 bilhões, considerado subestimado pelas companhias privadas nacionais e estrangeiras interessadas no negócio.

Se isso não é improvisação, o que seria?

O ainda diretor do Dnit, Luiz Antonio Pagot, em depoimento no Congresso nesta semana, apresentou outra resposta para essa ampliação dos prazos e, sobretudo, dos preços: "mudança de escopo".

Sabe como é, no andar do projeto o pessoal verifica que faltou um trecho, que se poderia ampliar a capacidade, mais uma mão de tinta - e pronto, o preço triplica. Novo escopo, novo preço, novas licitações, e assim vai.

Tudo considerado, há uma mistura de improvisação, incompetência técnica, corrupção e... propaganda.

Sabe-se como a propaganda é importante para a política. E sabe-se que uma das maiores habilidades de um governante é escapar de desastres. No caso de planos cujos objetivos não são realizados, a receita é direta: lance um novo plano, ainda mais ambicioso.

Um milhão de moradias no primeiro lançamento do Minha Casa, Minha Vida. Não deu? Pois agora são dois milhões. Não saiu o trem Campinas-São Paulo? Pois agora é Campinas-São Paulo-Rio e de alta velocidade.

Por essas e outras, Lula conseguiu realizar tarefas que pareciam difíceis, inclusive a eleição de Dilma Rousseff. E ainda convenceu boa parte das pessoas que se tratava de profissional e política muito competente, especialmente para tocar obras como o trem-bala.

CELSO MING - Outra vez, o helicóptero?


Outra vez, o helicóptero?
CELSO MING 
O Estado de S. Paulo - 14/07/2011

É notável a perplexidade com que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) avalia os problemas econômicos dos Estados Unidos. Vai ver, está só despistando e, assim, prepara os espíritos para nova injeção de dinheiro - de helicóptero, como dizia o pai dos monetaristas, Milton Friedman.

Na ata da última reunião destinada a rever a política monetária, divulgada na terça-feira, os governadores do Fed dedicaram boa parte do seu tempo para definir, passo a passo, como se desenvolveria a chamada estratégia de saída. Ou seja, trataram de planejar o enxugamento da enorme liquidez atual da economia quando as condições se normalizassem. Por aí, sugeriam que é preciso preparar esses movimentos. Porém, a mesma ata registra que alguns membros do comitê recomendaram nova expansão de moeda destinada a estimular o crédito e o emprego, caso fique confirmada a piora das condições da economia.

Ontem, em depoimento oficial na Câmara dos Representantes, o presidente do Fed, Ben Bernanke, admitiu que pode vir a ser necessária nova rodada de afrouxamento quantitativo, que consiste na emissão de moeda para recompra de títulos do Tesouro americano. Um jeito de entornar dinheiro no mercado, de modo a reativar o crédito, o consumo, a atividade econômica e o emprego. Enfim, o Fed passa a impressão de que não está sendo capaz de projetar a tendência. Não sabe se a crise reflui ou se aumenta.

Há meses, tanto os documentos oficiais como os depoimentos de Bernanke deixam transparecer o desapontamento com a falta de reação do setor produtivo e do emprego aos fartos empuxos monetários (expansão de moeda) proporcionados pelo Fed.

Além de manter os juros básicos próximos de zero por cento ao ano desde dezembro de 2008, nesse mesmo ano o Fed gastou US$ 1,7 trilhão em compra de papéis podres (enjeitados pelo mercado), recomprou outros US$ 300 bilhões em títulos do Tesouro americano - na primeira operação de afrouxamento quantitativo - e, agora, acaba de concluir r a segunda operação desse tipo, de US$ 600 bilhões.

Apesar do fraco resultado, Bernanke não reconhece o fracasso dessas manobras. Ao contrário, vem argumentando que os juros nas operações de crédito só não subiram graças a essa fartura de recursos. Suas declarações, especialmente a de ontem, parecem preparar os espíritos para mais despejo de moeda. Essa é a leitura que o mercado financeiro vem fazendo e fez dessas mensagens.

Não dá para dizer que a economia americana esteja estagnada. As projeções apontam para um crescimento do PIB, neste ano, de 2,5% a 3,0%. No entanto, o mercado de trabalho não reage e o desemprego aumenta.

Tudo se passa como se a crise tivesse mostrado ao empresário americano que ele pode aumentar a produção com uma folha de pagamentos bem mais enxuta, bastando para isso que importe mais semiacabados e invista parte de suas reservas em Tecnologia de Informação.

Ou seja, a crise tem servido para intensificar o processo de redivisão do mercado internacional de trabalho. Cada dólar pago em importações da China corresponde a mais empregos na China e menos nos países ricos. Apesar do esperneio dos sindicatos americanos e europeus, esse processo não pode ser revertido, pois as grandes empresas estão solidamente instaladas em território chinês, de onde provém, agora, grande parte dos seus resultados.

CONFIRA

Mais dólares chegando
Se a decisão do presidente do Fed, Ben Bernanke, for providenciar nova chuva de dólares, mais capitais desembarcarão no Brasil e a tendência à valorização do real se acentuará.

Dimensões chinesas
O crescimento da China, em termos anuais, no segundo trimestre, de 9,5%, foi apenas 0,1 ponto porcentual acima do que apontavam as projeções. Mas a diferença foi suficientemente pronunciada para garantir mais encomendas de commodities e de petróleo ao resto do mundo.

Amplia-se a brecha
Os juros pagos para rolagem da dívida dos países em pior situação da área do euro variam de 2,9 pontos porcentuais (Espanha) a 13,7 pontos porcentuais ao ano (Grécia) do que paga a Alemanha. Mesmo se houver uma solução, parece agora improvável que os juros voltem a ser praticamente os mesmos para todos os países da área. E essa diferença no custo das dívidas agora é suficientemente alta para acentuar as disparidades entre eles.

MERVAL PEREIRA - Propostas "rudimentares"


Propostas "rudimentares" 
MERVAL PEREIRA
O GLOBO - 14/07/11

Um detalhe na aprovação, ontem, da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) revela ao mesmo tempo a desorientação das lideranças governistas e a fragilidade dos compromissos do governo com relação ao corte dos gastos públicos.

Um acordo entre o oposicionista DEM e os governistas fez aprovar duas medidas que são freios nos gastos governamentais.

A primeira proposta cria uma meta para o déficit nominal do governo de 0,87% do PIB em 2012. Os deputados também aprovaram uma segunda limitação, determinando que as despesas correntes do governo (gastos com custeio) não podem crescer mais do que os investimentos.

Uma proposta mais branda que aquela feita, anos atrás, pelo então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, que queria que os gastos não crescessem mais que o PIB, vetada por Dilma Rousseff como sendo "rudimentar".

Apesar de sua liderança na Câmara ter aprovado o acordo, o Planalto já avisou que vai vetar essas propostas, que considera muito rígidas.

Acontece que a Lei de Responsabilidade Fiscal determina que a LDO tenha metas de receita, de despesa, de resultado primário e de resultado nominal.

O próprio Ministério da Fazenda tem um manual que orienta estados e municípios a cumprirem a LRF, e nele manda que coloquem em seus orçamentos metas de resultado nominal.

Apesar disso, nunca um governo obedeceu a essa regra, e esta seria a primeira vez que o governo federal cumpriria a lei, incluindo na LDO essa meta nominal.

O ponto básico é que o discurso não corresponde à prática. A atitude correta seria, se considerassem que a meta fixada é muito baixa, proporem outro número e não simplesmente vetar a medida.

Simplesmente não ter meta nominal é contra a lei, embora nunca nenhum governo tenha fixado essa meta desde a aprovação da LRF, aí incluído o governo tucano, e tanto o Congresso quanto o TCU nunca questionaram essa falha.

O governo tinha a tese de rumar para o déficit nominal zero quando ainda Antonio Palocci era ministro da Fazenda, no governo Lula, proposta que Dilma Rousseff, na Casa Civil, vetara.

Quanto à decisão de o gasto corrente não poder crescer mais que os investimentos, trata-se de uma meta muito boa que atende a todo o discurso que vem sendo feito de corte de gastos.

No passado, a LDO já teve metas de travar o gasto corrente, impedindo que ele subisse. Na prática, essa meta não foi cumprida e, como não havia punição, não aconteceu nada.

Essa meta atual é mais branda, pois aceita que o gasto corrente cresça, desde que menos que os investimentos. Como o nosso investimento é muito baixo, não seria difícil cumpri-la.

Em 2010, o déficit nominal do setor público como um todo foi de 2,4% do PIB até maio, mas o do governo federal foi de 1,2% nos últimos 12 meses.

Se estão propondo 0,87% como meta de déficit nominal para o governo federal, o esforço é de 0,5% do PIB, o que parece ser razoável.

A Lei de Responsabilidade Fiscal, um avanço fundamental no equilíbrio das contas públicas, prevê outras medidas que jamais entraram em vigor, como a criação de um Conselho de Gestão Fiscal.

Outra previsão da LRF, por exemplo, é limite para dívida federal, mas Congresso e Senado sequer iniciaram a votação. O que falta é completar a implantação da lei, aprofundar a cultura.

No caso da definição do déficit nominal do governo federal, ela não depende de regulamentação, é uma exigência que simplesmente não está sendo cumprida.

Os técnicos do governo alegam que a fixação de uma meta para o déficit nominal é incompatível com outra meta, a do superávit primário (economia do governo para pagamento de juros da dívida).

Isso porque, para cumprir um déficit nominal de 0,87%, o governo teria que aumentar o superávit, fixado em 3,1% do PIB, o que não tem condições de fazer.

Técnicos da oposição, no entanto, afirmam que não é tão impossível assim se é verdade que o governo quer mesmo cortar seus custos.

O resultado nominal do governo nos últimos 12 meses foi de 1,19% do PIB, e cair para 0,87% não seria bicho de sete cabeças algum.

Será curioso saber com que argumento a presidente Dilma vetará a fixação do déficit nominal, já que a exigência está na lei.

É notável o ambiente de distensão entre a base parlamentar governista e a bancada oposicionista no Senado. Esta semana havia um projeto na Comissão de Assuntos Econômicos da senadora Ana Amélia (PP) que permitia que o dinheiro do Fundo de Amparo aos Trabalhadores (FAT) fosse depositado em bancos cooperativados.

Pela lei, esse dinheiro só pode ser depositado em bancos públicos, e essa permissão poderia abrir brecha para que o dinheiro do FAT acabasse em bancos privados.

Como o presidente da comissão, Francisco Dornelles, é do partido da senadora, o PT foi acionado pela liderança do governo para barrar a medida, mas Lindbergh Farias disse que não podia brigar com Ana Amélia.

Também a oposição foi chamada para vetar a medida, mas os líderes do PSDB, Aloísio Nunes Ferreira, e do DEM, Demóstenes Torres, recusaram-se a ir contra a senadora do PP, a quem consideram uma potencial aliada.

A solução foi tirar a medida de pauta e aguardar outra oportunidade.

CONTARDO CALLIGARIS - Volta da Flip

Volta da Flip
CONTARDO CALLIGARIS 
FOLHA DE SP - 14/07/11

Qualquer escolha significa desistir de desejos nossos aos quais preferimos outros, também nossos


NA COLUNA da semana passada, escrevi sobre a facilidade com a qual desistimos de nossos desejos e, com isso, às vezes, passamos décadas pensando em outras vidas, que poderiam ter sido as nossas se tivéssemos tido a ousadia de correr atrás do que queremos.

A coluna terminava com uma exortação à coragem de agir e com uma explicação possível: desistimos para evitar a dor de fracassar. Pensar que nem tentamos conseguir o que tanto desejávamos seria menos doloroso do que constatar que tentamos e não conseguimos. A desistência seria mais suportável do que o eventual malogro.

Numerosos leitores me escreveram, evocando (e lamentando) alguma desistência passada. O que não é surpreendente: somos quase todos assombrados pela sensação ou pela lembrança de ter desistido (na escolha de uma profissão, de um amor ou de um casal).

A razão é aparentemente simples. Faz dois séculos que nossa origem não determina nosso destino. Não seremos marceneiros só porque esse foi o ofício de nosso pai e avô. Não nos casaremos por tradição nem segundo a escolha das famílias. Escolheremos sempre por gosto ou por amor. Ou seja, temos a incrível pretensão de viver segundo nosso desejo.

E aqui a coisa se complica, porque, neste mundo sem castas fechadas e com poucas fronteiras, as possibilidades são muitas e, talvez por isso mesmo, os desejos que nos animam são variados e, frequentemente, estão em conflito entre si.

Ou seja, escolhemos entre caminhos diferentes, oferecidos pelas circunstâncias da vida, e também entre desejos que são todos nossos. Qualquer escolha implica perdas (dos caminhos que deixamos de percorrer) e desistências (de desejos nossos aos quais preferimos outros, também nossos).

Um leitor, Augusto Bezerril, pergunta se desistir de um sonho não é apenas o efeito de um conflito. Ele tem razão: em muitos casos, desistimos de um sonho para nos dedicar a outro, esperando resolver assim um conflito interno.

Outra leitora, Ana Chan, pergunta se "desistir dos desejos significa viver em frustração". Talvez haja algo disso na nossa insatisfação: a variedade de nossos desejos torna a satisfação difícil, se não impossível.
Mas o fato de ter que escolher entre desejos alimenta outra forma de insatisfação: não tanto uma frustração quanto uma espécie de nostalgia do que não foi -um afeto moderno, como é moderna a pluralidade de nossos sonhos.

Alguns dizem que é por isso que a ficção se torna tão importante na modernidade, para que possamos imaginar (e viver um pouco) as vidas das quais desistimos, os caminhos pelos quais não enveredamos.
Agora, a escolha entre desejos diferentes não é a desistência mais custosa: há indivíduos que não desistem de tal ou tal desejo, eles desistem de desejar. Aqui o afeto dominante não é mais a nostalgia, mas uma culpa da qual a gente parece nunca se curar: a culpa de ter traído a nós mesmos, de ter desprezado nosso sonho mais querido. Essa sensação é especialmente forte quando alguém considera que silenciou seu sonho de infância.

Mais uma leitora, Janaina Nascimento, pergunta: "Você nunca desprezou seu próprio desejo?" (e acrescenta: "Acho que você não vai responder").

Pois bem, desisti de vários desejos a cada encruzilhada, e, às vezes, com a impressão de estar traindo meu maior sonho. Por exemplo -pensava eu, voltando da Flip-, quando sou levado a falar de como me tornei romancista, acabo contando que escrever histórias era tudo o que queria desde os nove anos de idade, mas desisti aos 20, para me conformar à expectativa familiar de que eu fosse para a faculdade. Essa história é verídica e parece ser mesmo uma história de renúncia ou de desistência.

Mas será que é isso mesmo? Será que a gente desiste e renuncia? É possível. Mas a renúncia e a desistência são, antes de mais nada, jeitos melodramáticos de contar nossa história de modo a mantermos a ilusão confortável de que temos uma essência e somos definidos por desejos fundamentais -que (obviamente) não deveríamos trair.

De fato, a vida comporta poucas traições radicais de nós mesmos e de nossos desejos, e muitas soluções negociadas, espúrias, pelas quais a gente busca conciliar desejos diferentes com acasos, oportunidades e outros acidentes, reinventando-se a cada dia.

JOSÉ SIMÃO - Ueba! Globo lança "O CANASTRO"!

Ueba! Globo lança "O CANASTRO"!
JOSÉ SIMÃO 
FOLHA DE SP - 14/07/11

E já tão dizendo que a bola da Copa no Brasil vai se chamar Jaburlamos. Com pontapé inicial da DILMAR


BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta!
E a manchete do Sensacionalista: "Fifa proíbe corte de cabelo escroto em jogos oficiais". Rarará! E este adesivo: "Deus é Fiel! Já a vizinha do 501...". Religioso fofoqueiro. Pior, olha esta pichação em Morrinhos, Goiás: "JESUS CISTO!".
E o remake da novela "O Astro"? Tô adorando o Rodrigo Lombardi de Mãe Dináh! Com aquele turbante no meio da testa. Bem canastra. "O CANASTRO"! Rarará!
E até a Dilma Rouchefe já se consultou com o Astro. Olha a charge do Mariosan: "Corrupção em mais algum ministério, professor?". SIM! Se corrupção desse caroço, o Brasil seria uma jaca. Rarará!
E sabe o que o mosquito da dengue falou? "Eu peguei a Patrícia Poeta." Rarará! E sabe o que a mulher do mosquito da dengue falou? "Tudo bem. Contanto que você não chupe a Susana Vieira." Rarará!
E o Corinthians? Quer contratar o Tevez! Eu já sei por que o Timão quer contratar o Tevez. Pra perder feio. A cara do Tevez é o mapa do inferno! Esta foi a cena mais aterrorizante das Copas: o Tevez com imagem congelada e a língua de fora!
E diz que o Maradona é o Nelson Ned da Argentina! E diz que o Maradona bateu o carro e a Argentina bateu a Costa Rica! E já tão dizendo que a bola da Copa no Brasil vai se chamar Jaburlamos.
E quem vai dar o pontapé inicial? A DILMAR, o melhor beque central do Brasil. Rarará!
E esta: "Motorista em pedágio bateu na cancela e saiu quebrando tudo". Como é o nome dele? Pablo Barbero! É o meu ídolo. Inconsciente coletivo: todo mundo quer bater na cancela do pedágio e sair quebrando tudo!
É mole? É mole, mas sobe! Ou como disse aquele outro: é mole, mas trisca pra ver o que acontece!
Copa Amérdica! Pra animar a Copa América só chamando a seleção de Barra Funda: Mão de Pau, Pedro e Paulo Nádegas, Nego Bala, Jorginho Fedô, Barroso, Beto Boca Torta, Chupim e Short na Testa. Ataque: Parasita e Pinto Mole.
O Pedro e o Paulo Nádegas devem ser gêmeos. E o Short na Testa deve usar aquele shortinho tipo Cristiano Ronaldo. Rarará!
Ou então o ataque dos Papacos da Rampa do Mercado em Santos: EM PÉ e DEITADO! Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

MARCIA PELTIER - Herói americano

Herói americano 
MARCIA PELTIER
JORNAL DO COMMÉRCIO

O capitão Dan Daly, oficial reformado do Corpo de Bombeiros de Nova York e um dos bravos anônimos que agiram no resgate às vítimas dos ataques terroristas de 11 de Setembro, vai desembarcar diretamente na Cidade de Deus e no Complexo do Alemão. Entre amanhã e segunda-feira ele dará palestras motivacionais sobre trabalho em equipe, responsabilidade e práticas de não-violência para estudantes da rede pública, policiais e moradores das duas comunidades. Dan será ciceroneado pelo Coronel Robson Rodrigues, comandante de todas as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) do Rio.

Luxo no ar 

Entre os participantes da Expo Aero Brasil, feira internacional de aeronáutica que começa hoje, em São José dos Campos, a gaúcha Colt Aviation será um dos destaques. A empresa irá anunciar no evento o lançamento, nos próximos meses, da primeira aeronave Embraer Legacy 650 para fretamento. Será a única homologada do segmento de luxo com espaço para 13 passageiros, a maior configuração disponível no país. O aluguel do avião deverá ficar em torno de R$ 19 mil por hora de voo. A expectativa de negócios para esta edição da feira chega a US$ 50 milhões.

Sobre duas rodas 

Além das atrações no céu, haverá também marcas de apelo na terra, aproveitando o público-alvo do evento. A Autostar, primeira concessionária da Harley-Davidson no Brasil, irá apresentar quatro novos modelos das lendárias motos cujos preços variam de R$ 26 mil a R$ 66 mil.

Homenagem tripla

Será positivo, confirmando o clima de lua de mel entre PMDB e PT, o balanço dos seis primeiros meses do governo da presidente Dilma que o vice, Michel Temer, fará amanhã, na Associação Comercial do Rio. Temer vai exaltar o controle dos gastos públicos e da inflação e o nível satisfatório de crescimento do país. Alertará apenas para as precauções necessárias diante do cenário internacional preocupante. Ele vai receber três comendas de uma só vez: a Medalha Barão de Mauá, a Medalha Tiradentes e a Medalha Pedro Ernesto.

Auto-ajuda instantânea 

A Editora Sextante lançará, até o fim deste mês, o livro Deus está comigo - Orações para o crescimento pessoal. São 50 preces para diferentes situações. As curtinhas servem para uma ajuda rápida na hora do aperto. Além das adversidades mais comuns, o livro traz invocações para os seguintes problemas: chefes autoritários, falta de tempo, excesso de ciúmes, consumo compulsivo, falta de concentração nos estudos, medo de mudanças, dificuldade em partilhar e proteção contra pobreza.

Uau! 

Promete ser hilariante a participação de MV Bill no show de Alcione dia 28, na quadra da Mangueira, que será gravado para o DVD Duas Faces, em comemoração aos 40 anos de carreira da cantora. Um dos artistas escalados para fazer dueto com a Marrom – os outros são Leci Brandão, Jorge Aragão e Diogo Nogueira – MV Bill encarnará, no palco, o “negão de tirar o chapéu” do superhit Meu Ébano. O também ator, escritor e ativista social descreverá, na forma de um rap, os motivos que o levam a ser “o cara” da cor.

Moda, história 
Já estão no Rio as peças vintages da grife Paco Rabanne, que ganha exposição comemorativa nos salões do Fashion Mall. Além de cinco vestidos – feitos em materiais rígidos unidos por argolas de metal e “impossíveis de usar”, como descrevia o próprio Rabanne - serão exibidas fotos particulares do estilista e dois modelos das icônicas bolsas Le69, confeccionadas em placas e argolas e eleitas pelo Museu de Design de Londres entre “as 50 bolsas que mudaram o mundo”.

... e festa 
Haverá ainda espaço para os perfumes que fizeram sucesso. O coquetel-vernissage será na próxima terça-feira. Terá música assinada pela banda Sax Appeal, formada pela DJ Carla Multedo e pelo saxofonista Gabriel Fomm. O bufê será do restaurante tailandês Sawasdee.

Aquisições 
A cantora Nana Caymmi comprou a parte dos seus irmãos, Dori e Danilo, e agora é a proprietária do apartamento no Lido onde moraram seus pais, Stela e Dorival Caymmi, e a casa da família em Pequeri, Minas Gerais.

Livre Acesso

Crianças da ONG Orquestrando a Vida fazem a abertura, hoje, da celebração dos 102 anos do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, executando duas peças de Tchaikovsky, O Guarani, de Carlos Gomes e mais peças populares. O projeto existe há 15 anos em Campos e é apoiado pelo grupo EBX, de Eike Batista.

Bianca Marques realiza, hoje, em sua loja seu primeiro Acervo Solidário, venda de grifes do eixo Rio-SP com descontos com parte da renda revertida para a ONG RioInclui, da primeira-dama do município Cristine Paes.

A Dufry conseguiu mobilizar seus funcionários para que se inscrevessem nas corridas da Caixa (Family Run, Meia Maratona ou Maratona) que acontecem este domingo, no Rio, em troca do que doaria R$ 120 por participante para a Sociedade Viva Cazuza. Foram apurados, no total, R$ 40 mil.

A pesquisadora de moda Paula Acioli integra a comitiva de convidados do Ministério da Economia e Inovação dos Países Baixos para a Amsterdam International Fashion Week, que acontece até domingo.

A linha de óculos Rock in Rio, da Chilli Beans, terá festa de lançamento, amanhã, no Espaço Franklin, com sets dos americanos Passion Pit, Candé Salles, José Camarano e Zeca Veloso.

Beth Serpa é quem assina os figurinos do musical Hollywood – A magia do cinema, no qual cada um dos seis atores faz, no mínimo, oito trocas de roupa. O espetáculo estreia para o público sábado, na Casa de Arte e Cultura Julieta de Serpa. A direção é de Rubens Lima Jr.

Caê Mariani, da Jour, promove, hoje, workshop de moda na própria loja no Leblon, ministrado pelas personal stylists Bebel Schmidt e Alessandra Marins.

Com Marcia Bahia, Cristiane Rodrigues, Marcia Arbache e Gabriela Brito

ANCELMO GÓIS - O grande teste

O grande teste
ANCELMO GOIS
O GLOBO - 14/07/11

O cerimonial da ida de Dilma ao Engenhão, sábado, para a abertura dos Jogos Mundiais Militares, prevê um discurso da presidente, às 18h. Lula, na abertura do Pan do Rio, em 2007, foi alvo de estrondosa vaia, lembra?

Roda da fortuna 
Seu Jorge, o cantor, comprou uma Lamborghini branca, possante de mais de R$ 1 milhão. Vai se juntar, em sua garagem, a um Mustang e a um Porsche. 

Iate da fortuna 

Henrique Pinto, 36 anos, dono da Tenda Construtora, alugou o badalado iate Christina, que foi de Aristóteles Onassis, para sua festa de aniversário, no fim do mês, em Saint-Tropez. 

Brasitália

O FMI avaliou a economia da Itália. Concluiu que seu crescimento cronicamente fraco tem causas profundas, que incluem disparidades regionais, impostos altos e distorcidos, ineficiências no serviço público, regulações fortes, níveis educacionais baixos e exportações de baixo valor agregado. Deve ser terrível viver num país com tantos problemas... 

A roubalheira
Uma homenagem da ABL, ontem, a Noel Rosa quase virou ato político. É que a plateia, de umas 400 pessoas, aumentou o tom para cantar “Onde está a honestidade?”, do Poeta da Vila. Eu apoio. 

No mais

Roubou, Pagot.

Os penetras
Vai se chamar “Os penetras” o próximo filme de Andrucha Waddington, na Conspiração. Os protagonistas serão Marcelo Adnet e Eduardo Sterblitch, que faz os personagens César Polvilho e Fred Mercury Prateado no “Pânico na TV”.

Experiência própria
Do deputado Paulo Maluf sobre o fato de Dilma ter defendido os ministros das Cidades, Mário Negromonte, e do Turismo, Pedro Novais, tidos como alvos de futuras intervenções em áreas com denúncias de corrupção: 
— Quando é preciso o elogio público, é porque o que se dizia é verdade...

E olha que...

Maluf é do partido de Negromonte, o PP. 

Socos no cinema 
As lutas do Ultimate Fighting Championship, aquelas em que vale tudo, serão exibidas ao vivo nos cinemas da rede UCI de seis cidades: Salvador, Recife, Curitiba, Rio, São Paulo e Fortaleza. A primeira será dia 27 de agosto, no UFC Rio, com Anderson Silva. A UCI começa a vender os ingressos hoje. 

Lá vem o noivo

Cinco soldados da UPP do Chapéu Mangueira e da Babilônia, no Rio, namoram moças das duas comunidades. 

‘Down no society’

Um empresário muito rico da Barra, no Rio, surpreendeu a sociedade local ao cancelar, em cima da hora, o casamento com sua linda noiva. A moça discordou do contrato pré-nupcial apresentado por ele dias antes da cerimônia, e o matrimônio foi suspenso. 

Teleférico na mídia
O Complexo do Alemão, no Rio, recebe hoje uma equipe da TV Al Jazeera. Fará uma reportagem sobre os tempos de paz e o teleférico. 

A volta de Carminha 
Carminha Jerominho, a filha do ex-vereador Jerominho e sobrinha do ex-deputado Natalino, condenados por chefiarem milícias na Zona Oeste do Rio, conseguiu mandado de segurança para reassumir seu mandato de vereadora. Eleita em 2008, ela havia sido cassada em 2009 por “arrecadação ilegal de recursos”. 

Devolvam Ivonete!
Domingo, perto de meio-dia, um casal num carro preto parou em frente ao no- 30 da Rua Conselheiro Barros, no Rio Comprido, no Rio, e... zapt!... levou uma gatinha preta que tomava sol. Era Ivonete, assim chamada em homenagem a seu dono, Ivan, porteiro do prédio. A tristeza agora é geral na rua, onde a gatinha é adorada. Ivan entrou em desespero. A turma pede a quem a levou para deixá- la no mesmo lugar. 

MÍRIAM LEITÃO - Fusão e confusão


Fusão e confusão
MÍRIAM LEITÃO
O GLOBO - 14/07/11

A fusão entre Sadia e Perdigão teve financiamento do BNDES mas ontem ela só foi aprovada com a condição de que a marca Perdigão fique fora do mercado e a empresa venda ativos.

O conselheiro Carlos Ragazzo, que foi relator do caso no Cade, foi contra a fusão e reafirmou que não acredita na solução encontrada. O caso BR Foods exibe uma contradição na política do BNDES.

A Sadia foi acudida num momento em que afundava em sua própria especulação no mercado futuro de câmbio, em 2008. Primeiro, com empréstimo do Banco do Brasil e, depois, com a fusão com a Perdigão.

A nova empresa, mesmo antes de ser julgada pelo Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (Cade), recebeu empréstimos do BNDES e virou sócia do banco.

Ontem, dois anos depois, fica-se sabendo que o órgão de defesa da concorrência acha que as duas marcas não podem estar no mercado ao mesmo tempo porque isso é concentração indevida.

O conselheiro Ragazzo, que mais estudou o assunto - voto vencido -, considera que a operação nem deveria ter sido realizada. Depois que Ragazzo apresentou seu voto proibindo a fusão, a BR Foods, empresa que junta Sadia e Perdigão, contratou a LCA - consultoria fundada por Luciano Coutinho, da qual se afastou para assumir o BNDES. A LCA participou ativamente da negociação da solução que foi aprovada ontem.

O resultado final do Cade acabou sendo bem melhor para a BR Foods porque a fusão foi mantida. Mas a proposta negociada pelo conselheiro do Cade Ricardo Ruiz obriga a empresa a vender uma série de ativos.

"Nossa preocupação é criar um concorrente em mercados problemáticos, onde a empresa tem um poder abusivo de mercado. Tentamos solucionar essa concentração exacerbada em áreas como pizzas prontas, lasanhas, presuntos, salame, salsicha, margarinas, vários outros, determinando que a empresa terá que vender ativos para que possa haver um concorrente", disse Ricardo Ruiz.

Em outro caso, a fracassada operação da fusão Pão de Açúcar-Carrefour, o governo e vários outros aprenderam preciosas lições: argumentos toscos não convenceram; o BNDES não deveria ter entrado na proposta; os ministros não deveriam ter saído em defesa da fusão antes de terem estudado o tema.

Se o episódio do Pão de Açúcar servir para provocar um debate aprofundado sobre o papel do BNDES, terá sido um grande evento.

Mudanças vão acontecer no varejo brasileiro. Uma das hipóteses é o Wal-Mart comprar o Carrefour no Brasil. Nesse caso, haveria concentração, mas não tão grande quanto a que seria criada pela fusão com o Pão de Açúcar, porque a rede americana tem apenas 11% do mercado.

O problema é que a operação fracassada não era a internacionalização do Pão de Açúcar, como a apresentou o BNDES em sua primeira nota, nem a defesa do capital nacional, como disseram alguns dos seus defensores, mas sim a diluição do grupo brasileiro dentro da rede francesa.

Não sendo feita a fusão, o Casino pode vir a assumir a rede brasileira. Mas isso ocorrerá porque a família Diniz fez um acordo com o Casino para que o grupo francês assuma o controle em 2012.

Portanto, é falso que a operação impediria a desnacionalização de um grupo brasileiro. Ela já estava contratada por eles mesmos, os donos brasileiros.

O que o governo tem a fazer em negócios como esses é atuar através do sistema de defesa da concorrência, para impedir concentração excessiva que deixe o consumidor à mercê de um fornecedor excessivamente grande. O negócio de supermercados precisa de escala para ter eficiência e isso pode se transformar em preços menores.

Mas quando a concentração é grande demais, o ganho de escala vira poder de mercado excessivo e uma arma contra o consumidor. É nesta sintonia fina, de se evitar a concentração excessiva que distorce o mercado, que o Cade tem de trabalhar. De preferência em processos mais ágeis. Quando se diz isso, o governo sempre culpa o Congresso por não ter aprovado o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência, que reduziria o tempo de tramitação dos processos.

De qualquer maneira, só no Cade o assunto ficou um ano, a maior parte do tempo porque a empresa estava negociando fórmulas de mitigação da concentração excessiva, que de fato há em inúmeros mercados de carnes, embutidos e margarinas.

O Termo de Compromisso de Desempenho obrigará a BR Foods a ficar menor e a suspender uma das marcas, mas ela continuará a maior empresa absoluta no mercado brasileiro. Ficará também proibida de lançar uma nova marca.

Isso para não repetir o que aconteceu com a Colgate, que criou a Sorriso para substituir a Kolynos, que o Cade tirou do mercado.

Tudo isso mostra uma contradição insanável. O governo estimula, apoia, incentiva, financia e entra de sócio em uma fusão que dois anos depois o Cade diz que cria poder abusivo de mercado para a empresa.

Certamente, se a opinião pública não tivesse se manifestado, pelos mais diferentes meios, inclusive pela mídia social, a fusão do Pão de Açúcar com o Carrefour seria feita com dinheiro público.

E daqui a dois anos o Cade descobriria o óbvio: que em São Paulo, por exemplo, os dois supermercados juntos teriam 69% do mercado.

ILIMAR FRANCO - Os mexicanos

Os mexicanos 
ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 14/07/11

Os cartéis mexicanos do narcotráfico chegaram à fronteira noroeste do Brasil. A despeito da ação repressiva dos EUA na Colômbia, os mexicanos estão desalojando à bala os fragilizados cartéis colombianos. A informação é dos serviços de inteligência da Polícia Federal e das Forças Armadas. O assunto foi tratado ontem, na reunião sobre o Plano Nacional de Fronteiras, entre o vice-presidente Michel Temer e os ministros Nelson Jobim (Defesa) e José Eduardo Cardozo (Justiça).

Acordo militar Brasil-Colômbia

Para enfrentar essa nova realidade, o ministro Nelson Jobim (Defesa) esteve em Bogotá há dez dias para negociar um acordo militar entre o Brasil e a Colômbia. O objetivo do acordo é que as Forças Armadas dos dois países atuem em conjunto na fronteira, cada um em seu território, para reprimir o narcotráfico, o tráfico humano para fins de prostituição e outras atividades econômicas ilegais. O chefe do Estado-
Maior Conjunto das Forças Armadas, general José Carlosde Nardi, aposta que essa ação conjunta resultará numa maior eficiência na repressão ao crime: “Nós seremos o martelo, e os militares colombianos serão a bigorna.”

"Temos que torcer para que os republicanos apoiem o presidente Barack Obama e ele possa aumentar o limite de endividamento americano” — Michel Temer, vice-presidente da República

CORPO DE DELITO. O governo prepara uma proposta, a ser enviada ao Congresso, para viabilizar que as drogas apreendidas pela polícia sejam imediatamente destruídas. O vice Michel Temer (centro, na foto) propôs, e os ministros Nelson Jobim (Defesa) e José Eduardo Cardozo (Justiça) concordaram, que seja criado um sistema de certificação da prova do crime. O objetivo é prevenir a corrupção policial e evitar que essa droga volte às ruas em decorrência de roubo dos depósitos oficiais.

Prevenção

Há movimento no PT para derrubar o diretor de Infraestrutura Rodoviária do Dnit, Hideraldo Caron, indicado pelo deputado Paulo Pimenta (PTRS). Petistas querem tirá-lo do cargo antes que ele seja atingido pela crise no órgão.

Um símbolo
Apesar das gestões do PR, a presidente Dilma não mudou de opinião. O diretor do Dnit, Luiz Antonio Pagot, vai ser demitido. A permanência dele seria interpretada, pela opinião pública, como um recuo na luta contra a corrupção. 

O estado das coisas
O líder do PT, Paulo Teixeira (SP), e Anthony Garotinho (PRRJ) bateram boca num canto da sala onde o diretor do Dnit, Luiz Antonio Pagot, prestava depoimento. “Vê lá o que você vai falar aí. Não vai vir com essa história de mensalão de novo, se não a gente vai partir pra cima de você”, atacou Teixeira. “Vai me ameaçar? Pode levantar os processos contra mim. Não tem nenhum de enriquecimento ilícito. O que eu disse é que gente boa e ruim tem em todo lugar. Tem o mensalão do DEM; tem o mensalão do PT”, reagiu Garotinho.

Engessar
O governo vai vetar a emenda do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à LDO. Ela determina que o Executivo registre na lei orçamentária a finalidade e as emissões de títulos da dívida pública, pelo Tesouro, que serão feitas no ano seguinte. 

A alma do negócio

Senadores do PT reclamam que falta marketing no governo Dilma. Citam como exemplo o esquecimento do plano Brasil Sem Miséria, lançado na crise Palocci. Sentem falta do estilo Lula, que era garoto-propaganda do próprio governo.

 A ECONOMISTA Elena Landau, diretora de desestatização do BNDES no governo Fernando Henrique, foi escalada pelo PSDB para coordenar a formulação de um novo programa econômico para os tucanos.
 A MINISTRA Ideli Salvatti (Relações Institucionais) fala sobre o trabalho com os ministros Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Gilberto Carvalho (Secretaria Geral): “Estamos tão afinados. A gente se entende no olhar”.
● CONFORMADO. Um deputado do PR resumiu assim a atual situação do partido em relação ao Planalto: “Não podemos romper. Trincou, mas não quebrou”.

SONIA RACY - DIRETO DA FONTE

Cobras e lagartos
SONIA RACY
O ESTADÃO - 14/07/11

Depois do incêndio que atingiu o Instituto Butantã, em 2010, o Ministério Público passou a pedir detalhes da situação dos Institutos de Pesquisa do Estado. E as "radiografias" não são animadoras.

Laerte Machado, da Associação dos Pesquisadores Científicos, que representa 19 instituições, finalizou documento com conclusões fulminantes: bibliotecas fechadas, falta de pessoal, descaso na limpeza e manutenção; precariedade nos diagnósticos de doenças, nos estudos e no armazenamento de vacinas e soros; e prejuízos em estudos de impactos ambientais.

Uníssono


Tanto Gleisi Hoffmann como Ideli Salvatti se mostraram impressionadas com a capacidade de Dilma em pensar política por meio da gestão do Estado. As observações foram captadas durante jantar de balanço do semestre, oferecido por Marta Suplicy anteontem, em sua casa.

A bancada do PT compareceu em peso.

Cortejo

Lula, Luiz Marinho e diretores da Metodista tiveram reunião anteontem no Instituto de Cidadania. Motivo? A universidade vai conceder título de honoris causa ao ex-presidente. A data deve ser definida nos próximos dez dias.

Impedimento


O Clube dos 13 ainda tenta entender o que levou a Rede TV! a processá-lo pelo rompimento do acordo de transmissão do Brasileirão 2012/14. Segundo Athayde Gil Guerreiro, diretor da entidade, nem 0s 30% iniciais acertados na negociação foram depositados.

Sai de baixo


Enquanto o mercado carece de pilotos, a Anac anda devagar. Depois de enviar por e-mail a papelada exigida pela agência para exame para ser piloto, um candidato esperou duas semanas e não teve nenhuma resposta. Tentou informações por telefone. Neca.

A Anac informa que o prazo médio para avaliar a inscrição e dar retorno é de, em média, uma semana. Ao tomar conhecimento do caso do piloto, o aconselhou a tentar... pessoalmente.

Eu curti


Fãs brasileiros do Foo Fighters no Facebook estão mobilizados. Querem fazer uma vaquinha megalomaníaca (cada fã contribui com R$ 50) para trazer a banda ao Brasil. O movimento Foo Fighters 50 pila está sendo organizado pelos publicitários Rafael Ziggy e Bruno Mendonça.

O FF50pila já tem adesão de mais de 58 mil pessoas em uma semana.

De peso


A Objetiva fechou contrato para publicar 27 títulos de Mario Quintana. A serem lançados ano que vem.

Porco no rolete


Depois dos planos Futebol para Todos e LCD para Todos, Cristina Kirchner tira da frasqueira mais um programa popular: Carne de Porco para Todos.

A novidade será vendida a preços subsidiados na periferia de Buenos Aires. Dois caminhões frigoríficos executarão a tarefa.

Pra galera
Erasmo Carlos está dando uma de Paulo Coelho. Liberou ontem para download a primeira música de seu novo CD, Sexo, chamada Kamasutra. "Quando tinha Chacrinha era mais fácil mostrar nossa música para o Brasil", diz. O álbum será lançado em agosto.

Bênção, pai


É made in Bahia o Cristo do Pacífico, estátua inaugurada recentemente em Lima. Com 37 metros de altura (um a menos que o nosso Redentor), é obra e graça dos escultores Tatti Moreno e Felix Sampaio - o primeiro, famoso pelos orixás do Dique do Tororó, em Salvador; o segundo, pelo Cristo de Esplanada.

Projeto pessoal de Alan García, presidente do Peru que deixa o cargo dia 28, a imagem do filho de Deus é o sonho de todo político: se destaca na paisagem e pode ser vista de qualquer ponto da cidade. A conta do Cristo foi paga pelo político e pela Odebrecht.

Na frente

Milú Villela abre a exposição No Ateliê de Portinari: 1920-45. Hoje, no MAM.

Guga Szabzon arma programação artística especialmente para crianças. Sábado, na Galeria Transversal.

D. João de Orleans e Bragança cedeu imagens suas para a mostra Retratos do Império e do Exílio. Que abre, dia 19, no IMS.

Regina Duarte voltará aos palcos este ano para comemorar 50 anos de carreira. O espetáculo? Raimunda, Raimunda,que obteve sinal verde para captar R$ 1 milhão via lei de incentivo.

Conforme detalhado, ontem pela manhã na coluna da rádio Estadão ESPN, terminou a novela da BRFoods com o Cade. Promulgando a decisão mais dura de sua história.

MÔNICA BERGAMO - CARA CRACHÁ

CARA CRACHÁ
MÔNICA BERGAMO
FOLHA DE SP - 14/07/11

As torcidas organizadas de SP assinam no dia 22 um termo de ajustamento de conduta com o Ministério Público para fornecer os dados de seus integrantes para o cadastramento que será feito pelo governo federal. Elas disponibilizarão nomes, fotos e digitais para a identificação.

CRACHÁ 2
O ministro do Esporte, Orlando Silva, participará da cerimônia com o procurador-geral de Justiça, Fernando Grella, e o promotor Roberto Senise, do Consumidor.

PRESENTE

No mesmo dia em que o Casino rechaçava a fusão do Pão de Açúcar com o Carrefour e em que o BNDES retirava apoio da operação, o economista Claudio Galeazzi, do BTG Pactual, estava em Nova York tentando atrair novos financiadores para o negócio. Ele e o banqueiro André Esteves ainda mantinham esperanças de salvar a operação.

FUTURO
Com a fracassada negociação da fusão do Pão de Açúcar com o Carrefour, Luciano Coutinho, presidente do BNDES, saiu temporariamente da lista de "preferidos" de Dilma Rousseff. "Não a ponto de deixar o governo. Mas sim de todos os páreos em que estava para ocupar outros cargos", diz interlocutor da presidente.

PASSADO
Houve apreensão também em relação ao fato de integrantes da oposição esquadrinharem os clientes da consultoria LCA, fundada por Coutinho, que já prestou serviços para empresas como AmBev, CPFL, Volkswagen -e Pão de Açúcar, em 2009. O economista deixou a empresa em 2007, quando assumiu o comando do banco.

TRIÂNGULO
A pedido do ex-presidente Lula, Oscar Niemeyer autografou livro para dar a Bono, do U2, que é fã do arquiteto. O portador do presente será Jânio Quadros Neto, que é amigo do cantor e trabalhou na organização dos shows da banda no Brasil.

FILIAL
Em setembro será inaugurada mais uma casa Studio SP, agora na Vila Madalena. O local será o mesmo onde a balada, hoje no Baixo Augusta, funcionou durante algum tempo, na rua Inácio Pereira da Rocha. O novo empreendimento terá foco em teatro, cinema, dança, artes visuais e performances. No mesmo mês, os sócios do local inauguram o Studio RJ, no Rio.

PASSOU UM COMETA
A novela "O Astro" estreou anteontem com as duas cotas de patrocínio vendidas. Cada uma custou R$ 9,5 milhões.

DIRETO DO CATETE
A minissérie "Agosto" (1993), com Vera Fischer, José Mayer e Lima Duarte, entre outros, será reprisada pelo canal Viva a partir de 10 de agosto, às 23h15. A trama, baseada no livro homônimo de Rubem Fonseca, narra os últimos dias do ex-presidente Getúlio Vargas.

FORA DA LEI
No programa "Saia-Justa", Mônica Waldvogel disse ser contrária à criação de uma lei que criminalize a homofobia. Ela explica: "O preconceituoso é um idiota. Ele não é um criminoso. É melhor que se deixe essas pessoas falarem bobagens em público e ter a paulada do debate em seguida. A lei encobriria a idiotia".

BOLA NA CAÇAPA

O Brasil sediará em setembro o Snooker Brazil Masters, torneio internacional de sinuca inglesa. Os 12 melhores jogadores do ranking global disputarão prêmios de US$ 200 mil (R$ 320 mil) em um resort de Florianópolis.

TELA LATINA

O documentário "Esse Nosso Matulão", de Philippe Barcinski, abriu o sexto Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo. O diretor João Batista de Andrade e a atriz Carolina Manica foram ao Memorial da América Latina assistir.

À LUZ DE VELAS
Um apagão na região da Galeria Vermelho mudou a abertura da sétima Mostra Verbo, na noite de anteontem. A performance "The Dinner", em que a artista Lot Meijers encenava um jantar com vários atores, teve de ser feita à luz de velas. Os coreógrafos Annie Vigier e Franck Apertet também participam da exposição.

CURTO-CIRCUITO


A exposição "No Ateliê de Portinari (1925-40)" terá vernissage hoje, a partir das 20h, no MAM-SP. A presidente do museu, Milú Villela, receberá os convidados.

Cao Hamburger será o presidente do júri do Festival Entretodos de curtas-metragens de direitos humanos.

Mário Beni faz a palestra "Política Pública e Estratégia", hoje, às 10h, no Salão de Turismo, no Anhembi.

O longa "Solidão e Fé", de Tatiana Lohmann, terá pré-estreia hoje, às 21h, no Espaço Unibanco da Augusta. Classificação: livre.

com DIÓGENES CAMPANHA, LÍGIA MESQUITA, THAIS BILENKY e CHICO FELITTI