terça-feira, junho 28, 2011

JOSÉ SIMÃO - Ueba! O Ceni levou 5 frangays!

Ueba! O Ceni levou 5 frangays! 
JOSÉ SIMÃO 
FOLHA DE SÃO PAULO - 28/06/11

O Rogério Senil vai comemorar o centésimo frango! Vai abrir uma avícola! Rarará!

BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! E a manchete do Twitteiro: "Governo Federal implanta foto de Ideli Salvatti em rede de computadores para espantar os hackers". Rarará!
E este anúncio no dia da Parada Gay: "Rapaz procura outro rapaz que seja parecido com o Brad Pitt no filme "Troia" e que tenha excelente caráter". Ah, peraí, ou é parecido com o Brad Pitt ou tem excelente caráter! Os dois não dá!
E o meu São Paulo? O 5PFC! Levou de cinco do Timão! No dia da Parada Gay! Festival de piadinhas de Bambi! Diz que o time chegou cansado no Pacaembu depois de cruzar a Paulista a pé. E o Rogério Ceni? Ops, Rogério SENIL. O Rogério Chicken! O Rogério levou de quatro. O quinto foi brinde! Rarará!
O Senil vai comemorar o centésimo frango! Vai abrir uma avícola! Vende-se FRANGAYS! Frangays para fregays! Rarará!
E o novo patrocinador do 5PFC agora é aquela lavanderia 5àSec. Isso que é duro: levar cinco a seco! Rarará! E agora o Milan tem o Pato, o Santos tem o Ganso e o São Paulo tem o Frango!
E um amigo meu são-paulino foi pra Parada Gay e arrumou um namorado. Azar no jogo, sorte no amor! Rarará!
E adorei a charge do Amâncio com os hackers invadindo o computador da Dilma na hora que ela tava tomando banho. E gritaram: "FIU! FIU!" Rarará!
E uma senhorinha estava assistindo à Parada Gay quando foi empurrada por um PM e ela disse: "Como você descobriu que eu sou professora?". Rarará!
E o Rogério Senil levou o quinto frango pra livrar o time das velhas piadinhas de levou de quatro. Ou seja, se sacrificou por um bem maior. Rarará! Mas não adiantou porque tão dizendo que ele levou de 4 +1! Rarará! É mole? É mole, mas sobe!
O Brasileiro é Cordial! Mais uma placa do Gervásio na empresa em São Bernardo: "Se eu vir algum acatingado daqui coçando a buzanfa e depois vir me cumprimentar com a mão fedida, vou pegar esse bode cheiroso e jogar ácido sulfúrico na mão até nascer pena e espora de galo. Conto com todos. Assinado: Gervásio". E esta: "Bomba de São João queima casa e carro em Feira de Santana". Qual o nome do bairro? Queimadinha. Rarará.
Nóis sofre, mas nóis goza.

MÔNICA BERGAMO - PASSE LIVRE

PASSE LIVRE
MÔNICA BERGAMO
FOLHA DE SÃO PAULO - 28/06/11


 A OAB ameaça tomar medidas judiciais contra a atual gestão do Supremo Tribunal Federal, alegando que ela limita o acesso de advogados aos gabinetes dos ministros. A restrição violaria uma das prerrogativas da profissão, a do livre ingresso a prédios públicos para coleta de provas e informações. Os advogados relatam dificuldades para circular na presidência do STF, consultar autos e receber memoriais.

HORA MARCADA
O STF diz que "não existe dificuldade de circulação" na corte e que desconhece violações às prerrogativas dos profissionais. Afirma que os advogados frequentam livremente as sessões. E diz que basta pré-agendarem audiências que são sempre recebidos pelos ministros.

IRRETRATÁVEL 1
Fernando Henrique Cardoso já declarou que nada muda na sua relação com Tomás, 19, que ele reconheceu como seu filho em 2009. Um exame de DNA mostrou que o jovem não é seu filho biológico. Mas, ainda que quisesse, FHC não conseguiria facilmente mudar a situação jurídica: o reconhecimento de um filho não pode ser revogado. De acordo com o Código Civil, a declaração espontânea de paternidade é irretratável e, por isso mesmo, irrevogável.

IRRETRATÁVEL 2

A jurisprudência brasileira vai além: diz que, se o autor reconheceu o filho formalmente mesmo sendo sabedor da "inexistência de liame biológico", mas deixando evidente a situação de paternidade sócio-afetiva, não pode pretender a desconstituição do vínculo pois essa pretensão se confundiria com um pedido de revogação.

EM TESE

Depois da morte do pai, filhos biológicos podem eventualmente contestar a paternidade declarada. Mas têm que provar que o reconhecimento foi feito mediante coação ou então que o pai estava fora de seu juízo perfeito.

ELE É CRUEL
Elias Andreato dirige a adaptação brasileira da peça "Cruel", do sueco August Strindberg, que teve pré-estreia no feriado. No palco, Reynaldo Gianecchini contracena com Erik Marmo e Maria Manoella. O novelista Silvio de Abreu e as atrizes Vera Holtz e Thaís 00
Os direitos de TV e os patrocínios tomaram o lugar da venda de jogadores como maior fonte de receita do Corinthians, segundo relatório que será divulgado hoje. Em 2007, o time faturou R$ 71,4 milhões (53% do total) com a saída de atletas. Em 2010, essa cifra ficou em R$ 35 milhões, contra R$ 55 milhões vindos da TV e R$ 47,3 milhões dos patrocinadores.

LUZES DA CIDADE

O governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) finalmente aprovou o projeto do centro cultural da Nova Luz. A previsão é de que o empreendimento tenha três teatros (um de 1.800 lugares e os outros dois de 600 cada), um restaurante e uma biblioteca. Arquitetado pelos suíços Jacques Herzog e Pierre de Meuron, será a sede da SP Companhia de Dança.

PECHINCHA

Segundo Alckmin, o custo da obra caiu pela metade e sairá por R$ 500 milhões.

MARCHA DOS 100 MIL
Justiça anulou a decisão em que o cantor Nasi foi condenado a pagar uma multa de R$ 100 mil. Ele teria descumprido proibição de falar de forma ofensiva sobre seu irmão e ex-empresário, Airton Valadão Junior. Nasi pediu uma perícia para provar que não foi o responsável pelas publicações, na internet, que levaram à sentença. Junior vai recorrer.

O RETORNO DE LEA

A modelo transexual Lea T volta hoje ao Brasil. Ela será homenageada na primeira edição do Prêmio Rio Sem Preconceito, que terá show da cantora Bebel Gilberto, a partir das 20h30, no Teatro Oi Casa Grande.

FESTA À MOSTRA

Leon Cakoff, fundador da Mostra Internacional de Cinema de SP, comemorou em casa seu aniversário, neste fim de semana. Foram ao Alto da Lapa dar os parabéns os cineastas Hector Babenco e Laís Bodanzky, a apresentadora Marina Person e o ministro do Esporte, Orlando Silva.

CURTO-CIRCUITO


O Grupo de Mídia SP faz hoje, a partir das 19h, coquetel em sua sede, na Vila Olímpia, para comemorar o dia da mídia e lançar o anuário Mídia Dados 2011.

Amabis lança o CD "Memórias Luso Africanas" em show com participações de Céu, Lucas Santtana eTulipa Ruiz, entre outros. Hoje e amanhã, às 21h, na Sala Crisantempo. Classificação: livre.
A Galeria Impar abre a mostra coletiva "Códigos e Intenções", hoje, às 19h.

"Toquinho - Acorde Solto no Ar", da Coleção Aplauso (Imprensa Oficial), será lançado hoje, às 20h, no MIS (Museu da Imagem e do Som).

Fernando Jaeger abre a exposição "Cor, Materialidade e Sustentabilidade" hoje, no Museu Belas Artes, às 20h.

com DIÓGENES CAMPANHA, LÍGIA MESQUITA, THAIS BILENKY e CHICO FELITTI

DORA KRAMER - Redução de danos

Redução de danos
DORA KRAMER
FOLHA DE SÃO PAULO - 28/06/11

O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, comparece hoje (28) ao Senado para falar sobre as acusações de que teria sido o mentor do chamado “dossiê dos aloprados” meio que por sua conta e risco.

Não há uma estratégia montada a partir do Palácio do Planalto nem, em princípio, disposição da bancada do PT de se comportar como tropa de choque.

Os senadores estão prontos a defendê-lo, mas avisam que não será suficiente Mercadante recorrer a evasivas nem alegar que o ônus da prova é de quem acusa ou que a história é requentada.

“Estamos plenamente solidários, mas ele vai precisar ser consistente, contundente e, sobretudo, convincente na demonstração cabal das razões que o fizeram passar incólume por uma CPI e pelo crivo do Supremo”, diz o senador Walter Pinheiro, um dos defensores da tese originalmente levantada por Lindberg Farias, de que a melhor maneira de enfrentar o problema é falar o quanto antes sobre ele.

De preferência na Casa da qual Mercadante fez parte nos últimos oito anos e em ambiente menos acirrado que a Câmara, de onde surgiu o movimento para a reabertura das investigações na Procuradoria-Geral da República e no próprio Congresso.

A ideia de aproveitar um convite feito pela Comissão de Assuntos Econômicos para expor seus planos à frente da pasta e enfrentar logo os questionamentos a respeito da existência de gravações que comprovariam a participação de Mercadante na montagem de um dossiê contra seu então adversário na eleição ao governo de São Paulo (2006), José Serra, é uma óbvia tentativa do PT de esvaziar o movimento dos deputados da oposição.

Antes que o caso ressurja reforçado por fatos novos, ganhe pernas próprias, repita o desastre da estratégia de esconde-esconde recentemente adotada com Antônio Palocci e evolua para caminhos não desejados.

Por exemplo, para a convocação da ex-senadora Serys Slhessarenko e de outros personagens como o ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Veloso, o dono das gravações, ou mesmo de integrantes do grupo preso num hotel em São Paulo com R$ 1,7 milhão para a compra do dossiê.

A preocupação maior, na realidade, é com Serys que, no dizer de um senador petista, está “com a faca nos dentes”.

Não sem razão. O mesmo Expedito Veloso, cujas conversas gravadas apontam a responsabilidade de Mercadante no dossiê contra Serra, contou a ela que o ex-deputado Carlos Abicalil, também do PT, engendrou a montagem de um dossiê envolvendo a então senadora em fraudes do Ministério da Saúde e acabou com as pretensões dela de se eleger a governadora de Mato Grosso.

Além disso, Serys foi alvo de um processo de expulsão que acabou lhe rendendo suspensão de um ano do PT, por ter feito propaganda partidária na eleição de 2010 sem incluir o nome de Abicalil como candidato ao Senado.

O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, senador Delcídio Amaral, não recebeu recado algum do Palácio do Planalto sobre a audiência de hoje e do ministro Mercadante ouviu apenas o desejo de comparecer para se explicar e encerrar o episódio.

O líder do PSDB no senado, Álvaro Dias, no entanto, já avisa que a oposição detectou a manobra, não se satisfaz com o depoimento de Mercadante e vai insistir na Câmara em chamar Serys Slhessarenko, Expedito Veloso e a ministra Ideli Salvatti, agora incluída na história como a pessoa que à época, no Senado, ficaria encarregada de dar publicidade ao dossiê dos ditos “aloprados”.

Agenda positiva
O PT informa: não há a menor possibilidade de a presidente Dilma Rousseff mudar de posição em relação ao sigilo eterno aos documentos oficiais classificados como ultrassecretos.
Ela continua apoiando a restrição do sigilo ao prazo máximo de 50 anos. E para deixar isso patente, o governo começou a trabalhar com a possibilidade de antecipar a votação da Lei de Acesso à Informação para do recesso parlamentar de julho.
A decisão é parte do esforço do governo de sair da defensiva e se pôr ao lado das, assim vistas, boas causas.

RENATA LO PRETE - PAINEL

Enviado especial
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 28/06/11

Dilma Rousseff incumbiu Nelson Jobim de informar aos ex-presidentes Fernando Collor, José Sarney e Fernando Henrique Cardoso (Itamar Franco está hospitalizado) que o governo apoiará o fim do sigilo eterno de papeis oficiais, trabalhando para que os aliados referendem, no Senado, o texto aprovado na Câmara.
Com a intervenção do ministro da Defesa, Dilma pretende acalmar Sarney e Collor, que advogaram publicamente a necessidade de manter certos documentos indefinidamente em segredo. No caso de FHC, trata-se de um gesto político. O projeto deve ser levado antes do recesso à pauta do Senado, onde há maioria favorável à abolição do sigilo eterno.

Meteorologia 1
O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse a Dilma que a votação dos destaques do Regime Diferenciado de Contratações, hoje, será longa, mas terminará sem alterações no texto.

Meteorologia 2 
O líder no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou à presidente que só "desinformados" ainda criticam a MP. Ele chamará Orlando Silva (Esporte) para explicar o texto antes da votação final.

A conferir 

Diante do perigo de afrontar o Congresso às vésperas da votação da LDO, há quem aposte que Dilma pode mudar mais uma vez de posição e prorrogar o decreto dos "restos a pagar". A área econômica é contra.

P.S. 
O PSDB ingressa hoje no Ministério Público Federal com adendo à representação que pede a reabertura de investigação do escândalo dos aloprados. A nova peça trata especificamente da suspeita de participação do ex-deputado Carlos Abicalil (PT-MT), hoje secretário do MEC e à espera de indicação para cargo no Planalto.

Camisa 
Cobrança de Geddel Vieira Lima (PMDB) ao conterrâneo e desafeto José Sergio Gabrielli (PT), via Twitter: "A Petrobras dá generoso patrocínio ao River Plate da Argentina. Por que não ao Bahia e ao Vitória?".

Longa data 1 
No círculo próximo de FHC, há quem sempre tenha manifestado a desconfiança de que Tomás Dutra Schmidt, 19, não era filho do ex-presidente, ao contrário do que sustentava a jornalista Miriam Dutra, mãe do rapaz. O ceticismo se mostrou correto por meio de dois exames recentes de DNA.

Longa data 2 
Confrontado com tal dúvida, FHC, que tem ótimo relacionamento com Tomás, sempre rejeitou a ideia de fazer o teste, ao qual se submeteu agora por desejo dos três filhos.

Previsão de alta 
O governo brasileiro foi informado de que Hugo Chávez, ora convalescendo em Havana, estará de volta a Caracas antes do dia 5, quando se comemora o bicentenário da Independência da Venezuela. Na data, acontecerá a Cúpula da América Latina e do Caribe sobre integração e desenvolvimento. Dilma é esperada.

Novo flanco 1
O DEM prepara mais uma etapa de contestação judicial à criação do PSD. Depois das assinaturas, agora a ideia é impugnar as convenções que o partido deve realizar a partir deste fim de semana. O argumento é que, no papel, não há nem sigla nem filiados que legitimem os encontros.

Novo flanco 2 
O ex-deputado Saulo Queiroz rebate dizendo que o PSD cumpre as determinações do TSE.

Visita à Folha Cláudio Puty (PT-PA), presidente da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, visitou ontem a Folha. Estava com Cláudio Camargo e Julio Moreira, assessores de imprensa.

com LETÍCIA SANDER e RANIER BRAGON

tiroteio


"A intimidade entre Sérgio Cabral e os empresários que investem no Rio de Janeiro e em suas campanhas é tão indevida que foi escondida até o limite do possível."
DO DEPUTADO CHICO ALENCAR (PSOL-RJ), sobre o que se descobriu a respeito do governador na esteira do acidente de helicóptero no litoral da Bahia.

contraponto

Continua no próximo episódio

Em recente jantar na casa de José Sarney, as estrelas eram Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais), que formam o novo "núcleo duro" do governo Dilma. Solícitas, as ministras discutiam demandas específicas de um ou outro parlamentar presente, até que um deles cortou a conversa, em tom bem-humorado, usando o jargão do Congresso para definir um discurso já registrado:
-Eu não vou falar mais nada, senão vocês me "dão como lido" e não me recebem mais no Planalto!

MIRIAM LEITÃO - O tamanho da sombra


O tamanho da sombra
MIRIAM LEITÃO
O GLOBO - 28/06/11
Uma Argentina ou dois Chiles. É deste tamanho a economia subterrânea no Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco) e a Fundação Getúlio Vargas. Por não ser formal, é difícil medir, mas se pode imaginar o mal que ela faz ao país. Segundo estudo que será divulgado hoje, no ano passado ela foi de R$663,4 bilhões ou 18,3% do PIB.

O novo presidente do Etco, embaixador Roberto Abdenur, explica que para se chegar ao número os economistas têm que usar métodos de aproximação. Umas das formas, diz o economista Fernando Holanda Barbosa Filho, é o cálculo pelo mercado de trabalho. Mesmo os trabalhadores informais entram nas pesquisas do IBGE, como a Pnad, que pega todo o Brasil, e a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que é calculada em seis regiões metropolitanas.

- A economia informal deixa vestígios como os do mercado de trabalho e na demanda por moeda, e nós podemos calcular pelo trabalho informal ou pelo método monetário - diz Barbosa Filho.

Por esses vestígios eles vão calculando. É sempre uma medida imprecisa, por sua própria natureza, mas que tem ficado mais sofisticada. No futuro, vai se tentar incluir a renda do capital e estudos por setor econômico e regiões do país.

A boa notícia é que essa economia que eles definem como subterrânea, que inclui "bens e serviços não reportados deliberadamente ao governo", não tem crescido. Ficou estável no ano passado em relação ao ano anterior como proporção do PIB; na série que começa em 2003, o tamanho dessa economia da sombra caiu de 21% para 18,3%. A má notícia é que mesmo num ano de forte crescimento do PIB, 2010, e num período de maior formalização do emprego, o tamanho dessa economia não caiu, mas ficou estabilizada em torno de 18% do PIB.

Uma das razões, segundo Fernando Holanda Barbosa Filho, é que apesar de a PME mostrar uma queda da informalidade no emprego, o dado nacional não tem mostrado uma queda tão forte.

O economista Luiz Schymura explica que o estudo é ferramenta para a organização da sociedade:

- Entramos nessa empreitada com o Etco porque achamos que esse assunto é pouco discutido. Quando o político usa o caixa dois para cobrir gastos de campanha, a sociedade contemporiza; quando ele põe no bolso é que há uma condenação maior. Combater esse jeitinho brasileiro é uma discussão fundamental no Brasil hoje.

Abdenur explica que o Etco não faz lobby; quer apenas estudar, informar, dar às empresas ou ao setor público instrumentos para se criar um melhor ambiente de negócios no combate à pirataria, à sonegação, à concorrência desleal.

Já foram divulgados números até maiores do que este para a economia informal brasileira, mas o Etco e a FGV acham que melhor do que imaginar um número, é calcular, como eles têm feito.

- A economia subterrânea é um sintoma. Não adianta apenas combater. É preciso fazer um esforço de institucionalização do país - disse Marcílio Marques Moreira, também do instituto.

Um exemplo aconteceu na Bahia. O Etco firmou parceria com a secretaria de Fazenda do estado e a Microsoft, que desenvolveu programa que consegue cruzar informações para evitar o falso destino; ou seja a empresa declarar que está vendendo para outro estado para pagar menos ICMS.

- Desta forma se faz o trabalho de investigação atrelado à nota fiscal eletrônica. O ICMS é hoje a maior fonte de sonegação através da simulação do destino. O programa pega esse tipo de sonegação, mas o compromisso com a Microsoft foi que isso fosse compartilhado com outros estados. E está sendo mesmo, agora é o Espírito Santo a implantar o sistema - diz Hoche José Pulcherio, presidente do Conselho de Administração do Etco.

Como economia subterrânea eles definem a produção de bens e serviços que sonega impostos, não paga contribuições para a seguridade social, foge do cumprimento de leis e regulamentações trabalhistas e evita custos do cumprimento de normas.

Mas como em parte é um sintoma, o que eles querem é combater através de diversas formas. Uma delas é simplificar o pagamento de impostos no Brasil. O excesso de normas é um incentivo a que se entre na informalidade ou a que uma empresa formal acabe tendo parte de suas atividades na informalidade.

A confusão é exatamente esta. Não há uma fronteira precisa entre formal e informal, entre legal e ilegal no Brasil. Há subdeclaração de renda. O setor formal fornece para o informal, e se beneficia em parte dos preços mais baixos de fornecedores informais. Ao mesmo tempo é prejudicado pelo concorrente que não paga impostos.

Para desfazer essa teia que foi se formando na economia, pela complacência ou pela complexidade das normas do país, o Etco quer usar os estudos da FGV sobre o tema para mostrar o quanto o país perde. E construir coalizões entre empresas e governo que pressionem a economia para a formalização cada vez maior. Foi o que fizeram com o Ministério da Justiça na luta contra a pirataria e com a Receita e o Cade para combater a concorrência desleal no mercado de cervejas.

MERVAL PEREIRA - Verdes e cidadania

Verdes e cidadania
MERVAL PEREIRA
O GLOBO - 28/06/11
Os 20 milhões de votos que a ex-senadora Marina Silva obteve no primeiro turno das eleições presidenciais do ano passado poderão ser canalizados para um movimento que gestará a formação de um partido alternativo ao Partido Verde com vistas à eleição presidencial de 2014.

A ideia que está sendo amadurecida é lançar um movimento cujo conceito seria baseado em duas palavras: "verde" e "cidadania".

Um movimento político que consiga criar uma capilaridade pelo país todo, com a utilização "intensa e audaciosa" dos novos instrumentos de relacionamento social da internet como o Facebook e o Twitter, inclusive como forma de tomada de decisão com a audiência dos militantes, consolidando uma maneira radical de democracia.

Essa "democracia direta" foi proposta à atual direção nacional do PV, mas a maneira centralizada como o partido está organizado favorece a que ele seja dirigido de forma a reduzir, e não a ampliar, a participação de seus filiados.

Na Câmara existiriam cerca de 20 deputados que estariam dispostos a aderir a um novo partido capitaneado por Marina Silva, mas o entendimento é de que não há tempo hábil para registrar um partido para disputar as eleições municipais de 2012.

Tentar fazer um partido novo de afogadilho poria o risco de ele ter os mesmos problemas que hoje justificam a dissidência dos "marineiros".

Depois das eleições de 2012, o grupo de Marina analisará se há possibilidade de mudança do PV, ou se esse movimento dissidente deve criar seu próprio partido com vistas a 2014.

O movimento será constituído por pessoas que sairão do PV, outras que ficarão no partido, pessoas de outros partidos que comungam ideias semelhantes e mesmo cidadãos sem partido, que buscam uma alternativa nova à maneira de fazer política dos partidos atuais.

O movimento vai apoiar o PV onde de fato ele for "verde" e, em outros lugares, vai apoiar candidatos de outros partidos.

Na análise do grupo de Marina, os problemas detectados não são peculiares ao PV, mas resultantes de uma política que é engendrada pelo sistema eleitoral, pelo clientelismo.

Tudo indica que esteja se aproximando um desenlace da crise, provavelmente na próxima semana, mas os seguidores de Marina não querem repetir as divisões tradicionais dos partidos de esquerda, com grupos falando mal dos outros.

Na definição deles, o que existe é uma imensa energia na disputa interna que precisa ser liberada, criando um movimento na sociedade.

Se não houver o acatamento das condições mínimas exigidas, a tendência é abrir a dissidência. Ao mesmo tempo em que querem dar mais algum prazo para ver se "um mínimo de lucidez se abre na cabeça do Penna e de alguns dirigentes", ainda há consultas e reuniões a fazer, um trabalho de preparação do novo movimento, e estudos jurídicos em relação a quem tem mandato, como o deputado federal Alfredo Sirkis.

Ele gostaria de sair para firmar sua posição de solidariedade a Marina, mas ainda estuda os aspectos jurídicos da questão para não correr o risco de perder o mandato. Fernando Gabeira ficou uma época sem partido, e é possível que Sirkis faça o mesmo se a legislação permitir.

O que está acertado é que uma parte vai sair para claramente afirmar a existência de uma dissidência, até como solidariedade a Marina, porque o tratamento que foi dado a ela pela burocracia dominante no PV é considerado "ignóbil".

Quando ela chegou para o PV, definiu que não poderiam continuar existindo executivas provisórias, formadas pela direção nacional em processo de cooptação, teria que haver um processo democrático, com eleições para a escolha de seus diretórios em todos os níveis, desde a base municipal até a nacional.

Depois das eleições, quando Marina obteve 20 milhões de votos, a Executiva Nacional passou cinco meses sem se reunir, como se quisesse esfriar o movimento que levou o Partido Verde a ter esses milhões de votos.

Na primeira reunião que fez, surgiu a proposta de prorrogar o mandato de José Luiz Penna, que já está na presidência há 12 anos e tem uma maioria clientelista no PV.

Essa estratégia de manter as executivas regionais como "comissões provisórias" é uma maneira de controlar as bases partidárias com pessoas da confiança da direção nacional, que podem perder esse poder local com uma intervenção da Executiva Nacional.

A manobra para manter Penna na presidência foi considerada "uma espécie de tocaia" que fizeram para o grupo de Marina, que é minoritário dentro da estrutura burocrática do partido.

O grupo de Marina sentiu-se traído na medida em que não conseguiu impor ao PV uma nova forma de fazer política.

O que está acontecendo no momento é um embate entre os integrantes da estrutura atual do PV e os que querem mudá-la, abrir o partido para a sociedade.

Há ainda divergências conceituais sobre o movimento ecológico e divergências políticas com setores específicos do partido em Rondônia, Amazonas, Mato Grosso e Distrito Federal, que controlam a sigla e não querem que pessoas mais representativas, ligadas a movimentos ecológicos, cheguem aos postos de comando, para continuarem a fazer acordos políticos até mesmo com forças antagônicas ao movimento ecológico.

Em Brasília, por exemplo, o comandante do PV é um amigo do Penna, e, embora Marina Silva tenha ganhado a eleição presidencial lá, as pessoas ligadas a ela são boicotadas, não são chamadas para as reuniões.

Há comunidades no Facebook "Fora Marina". Na semana passada, a assessora jurídica da Executiva Nacional, Vera Mota, de confiança do presidente José Luiz Penna, deu uma declaração dizendo que Marina tinha que ser processada por haver criticado os dirigentes do partido. E em nenhum momento Vera foi desautorizada pelo partido.

Nada avançou, portanto, no sentido de reformular a estrutura partidária. Ao contrário, há uma atitude de hostilidade a Marina, como se a estrutura atual tivesse ficado com medo dos 20 milhões de votos que ela teve.

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Penhora aumenta venda de seguros para diretores
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SÃO PAULO - 28/06/11

Executivos brasileiros compraram mais seguros neste ano para se protegerem da penhora de bens decorrente de dívidas das empresas em que trabalham.
O mercado de seguros D&O (de responsabilidade civil para diretores e administradores) cresceu 19,4% no Brasil no primeiro quadrimestre deste ano, ante o mesmo período de 2010, de acordo com a Susep (Superintendência de Seguros Privados).
No período, os prêmios do setor passaram de R$ 53,1 milhões para R$ 65,9 milhões.
A Itaú Seguros é líder do segmento e foi responsável por 39% das vendas nos quatro primeiros meses deste ano, segundo a Susep.
"O aumento ocorreu, em especial, pela adesão dos executivos de companhias de capital aberto, pois os acionistas estão de olho", diz o diretor da companhia Antonio Trindade.
Empresas estrangeiras que querem vir para o Brasil também impulsionam esse crescimento, segundo Vinicius Jorge, gerente da Zurich Brasil, segundo lugar em prêmios no setor.
Nos últimos anos, juízes têm penhorado bens de diretores de empresas para garantir o ressarcimento dos credores, diz Gláucia Lauletta, sócia do escritório Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados.
"Apesar da grande possibilidade de êxito da defesa, é uma decisão que gera insegurança e constrangimento", afirma a advogada.

Consumo de energia cresce nas indústrias em maio
Após a desaceleração da atividade em abril, o consumo de energia das indústrias cresceu em maio.
O Índice Setorial da Comerc, gestora de energia elétrica, registrou em maio alta de 2,4% na comparação com o mesmo mês de 2010. Em abril, o índice havia tido retração de 1,89%.
"Apesar desse aumento, o consumo de energia ainda está abaixo do esperado pelo mercado para o setor industrial", diz Cristopher Vlavianos, presidente da Comerc.
No segundo semestre deste ano, porém, a tendência é de um ritmo maior do consumo nas indústrias.
"Os pedidos para o Natal devem impulsionar a produção das fábricas, o que deverá elevar o consumo de energia", diz Marcelo Ávila, vice-presidente da gestora.
Se essa recuperação se concretizar, o setor deverá atingir a meta prevista para o final deste ano, de 4%.
Os setores que puxaram o crescimento em maio foram mineração, com alta de 9,51% na comparação com o mesmo mês de 2010, eletromecânica, com 7,94%, e alimentação, com 7,19%.
Novos investimentos realizados na indústria de mineração têm impulsionado o consumo no setor, de acordo com Vlavianos.
O aumento dos pedidos de empresas da área de energia, como máquinas e equipamentos para eólicas, foi o responsável pelo crescimento na indústria eletromecânica.

VEREDA TROPICAL
Um grupo de 14 investidores brasileiros e estrangeiros acaba de criar a marca de protetor solar Sol de Janeiro.
Entre eles estão David Haslingden, presidente da Fox Network, e Simon Clift, ex-diretor global de marketing da Unilever.
O lançamento será na semana que vem e a distribuição começará em setembro. A linha contém 12 produtos de proteção solar e pós-sol.
Os investimentos no produto são de R$ 46 milhões, segundo Marc Capra, sócio-fundador da marca e líder do grupo de investidores.
"O produto reúne ingredientes naturais brasileiros, como açaí, castanha e água de coco", diz Capra.
A produção será terceirizada e ficará a cargo da indústria Bio Products.
Capra afirma negociar a exportação do filtro solar para Europa e EUA em 2012.
"O consumo cresce globalmente. As pessoas percebem a importância de se proteger do sol não só na praia, mas todos os dias."

MÃO DE OBRA MIGRATÓRIA

Os trabalhadores brasileiros estão em quinto lugar na lista dos mais dispostos a deixar seu país por um emprego melhor, segundo pesquisa da consultoria inglesa GfK.
O estudo mostra que 41% dos trabalhadores do Brasil mudariam de país nessas circunstâncias.
Em todo o mundo, 27% dos entrevistados afirmaram que deixariam seus países para garantir uma carreira melhor. Os mexicanos ficaram no topo da lista.
Entre os países ricos, o Reino Unido é o que tem a maior porcentagem da população disposta a se mudar (27%). São 7,6 milhões de trabalhadores. O país ficou em 10º colocado no ranking.
A consultoria aponta que, por causa disso, o país pode ter dificuldades para encontrar mão de obra qualificada já no ano que vem.
A GfK ouviu 30,5 mil trabalhadores de 29 países.

Tanque... 
A Ecofrotas venceu licitação para gerenciar o abastecimento de 5.000 veículos da Sabesp.

...verde 
A empresa de gestão de frotas calcula a emissão de gases-estufa por veículo. A frota se torna mais sustentável e reduz custos. A Ecofrotas tem mais de 6.000 clientes corporativos e projeta faturar R$ 3 bilhões neste ano.

Frutos do mar 
A Vivenda do Camarão vai abrir 12 lojas no segundo semestre, em Vitória (ES), Rio Branco (AC), São Luís (MA), Porto Alegre (RS), RJ e SP. Neste ano, já inaugurou nove restaurantes, incluindo lojas no Pará e na República Dominicana.

com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK, VITOR SION e LUCIANA DYNIEWICZ

VLADIMIR SAFATLE - Ricos pagam pouco

Ricos pagam pouco
VLADIMIR SAFATLE
FOLHA DE SÃO PAULO - 28/06/11
Há alguns dias, uma pesquisa veio mostrar o que todos aqueles que realmente se preocupam com reforma tributária no Brasil sabem: os ricos pagam pouco imposto.
Quem recebe R$ 3.300 por mês, leva para casa, descontados Imposto de Renda e Previdência, 84% do seu salário. Já alguém que ganha R$ 26.600 por mês, leva 74%.
Um profissional holandês, por exemplo, pode contar apenas com 55% de seu salário, e mesmo um norte-americano traz para casa menos que um brasileiro: 70%.
Ao mesmo tempo em que descobríamos a vida tranquila dos ricos brasileiros, chega a notícia de que a quantidade de milionários no Brasil aumentou 5,9% em 2010, atingindo a marca de 115,4 mil pessoas com fortuna de, ao menos, US$ 1 milhão.
O que não deveria nos surpreender. Afinal, vivemos em um país onde o processo de concentração de renda está tão institucionalizado que as classes mais abastadas têm um sistema de defesa de seus rendimentos sem par em outros países industrializados.
Dentro de alguns anos, a chamada nova classe média descobrirá que não conseguirá mais continuar sua ascensão social. Entre outras coisas, ela tomará consciência de como seu orçamento é brutalmente corroído por despesas com educação e saúde.
Um Estado preocupado com seu povo taxaria os ricos e as grandes fortunas a fim de ter dinheiro suficiente para criar um verdadeiro sistema público de educação e saúde.
Por que não criar, por exemplo, um imposto sobre grandes fortunas vinculado exclusivamente à educação? Isto permitiria que essa nova classe média continuasse sua ascensão social.
Tal ascensão seria ainda mais facilitada se a carga tributária brasileira parasse de privilegiar o consumo, e focasse a renda. Uma carga focada no consumo, ou seja, embutida em produtos, é mais sentida por quem ganha menos.
Há pouco, um estudo mostrou como o 0,1% mais bem pago no Reino Unido recebia, em 1979, 1,3% dos salários.
Hoje, recebe 5% e, em 2030, deve receber 14%.
Costuma-se dizer que uma das maiores astúcias do Diabo é nos convencer de que ele não existe. Uma das maiores astúcias do discurso conservador é nos convencer, diante de dados dessa natureza, de que conflito de classe é um delírio de esquerdista centenário.
Mesmo que vejamos um processo brutal de concentração de renda institucionalizado e intocado por qualquer partido que esteja no poder, mesmo que vejamos a tendência de espoliação dos recursos de países industrializados por camadas mais ricas da população, tudo deve ser um complô dos incompetentes contra aqueles que bravamente venceram na vida graças apenas a seu entusiasmo e capacidade visionária, não é mesmo?

ELIANE CANTANHÊDE - Fome de vitória

Fome de vitória
ELIANE CANTANHÊDE
FOLHA DE SÃO PAULO - 28/06/11 

O Brasil era o país mais forte, mas a Espanha tinha o melhor candidato.

E quem ganhou foi o brasileiro José Graziano, eleito no domingo diretor-geral da FAO, braço da ONU para alimentação e agricultura, encerrando o longo jejum de vitórias para organismos internacionais da era Lula.

O Brasil foi derrotado para a direção-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), a chefia da Corte de Apelação da OMC, o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e a Unesco, órgão da ONU para educação, ciência e cultura.

Neste caso, abriu mão de candidato próprio em favor de um egípcio esquisitão — que perdeu.

Por isso, Dilma jogou tudo na eleição de Graziano. Patriota se empenhou pessoalmente, Marco Aurélio Garcia acionou sua rede de contatos, as embaixadas se envolveram, a Agricultura se mexeu, a ministra do Meio Ambiente foi despachada para cabalar votos numa reunião na África.

E Lula não foi à votação em Roma, para não levar tomatada pelo caso Battisti e atrapalhar mais do que ajudar.

Com tudo isso, o resultado foi de final de basquete: 92 para Graziano, 88 para Miguel Ángel Moratinos, ex-chanceler da Espanha.

Por que o Brasil era o mais forte? Porque Lula investiu pesado na inclusão de milhões de pessoas e internacionalizou a bandeira do combate à fome e à miséria.

E por que Graziano não era o melhor candidato? Porque, na prática, o Fome Zero nunca existiu. Era um título bonito, uma peça de marketing, um embrulho vazio.

Tanto que virou sucesso internacional, mas mero selinho no canto do real programa de distribuição de renda, o Bolsa Família, filho direto do Bolsa Escola do governo anterior.

Graziano é até bom sujeito, mas o cargo e o momento mereciam um Josué de Castro, presidente do conselho da FAO nos anos 1950 que morreu no exílio em plena ditadura militar.

Esse, sim, passou a vida dedicado ao combate à fome. 

CLAUDIO HUMBERTO

“A melhor fórmula é cada um se explicar”
SENADOR JOSÉ SARNEY SOBRE OS MINISTROS ALOPRADOS IDELI SALVATTI E ALOYSIO MERCADANTE

ACUSADOR DE MINISTRO DO STF PRESO POR EXTORSÃO 
Foi preso em Boa Vista (RR), por crime de extorsão, o ex-advogado Lauro Ribeiro Pinto de Sá Barretto, que atormentou o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, e familiares, com processos e denúncias que sempre se revelaram infundadas. Ele foi preso pela Polícia Civil após extorquir 
R$ 20 mil do representante em Roraima da Aplub Capitalização, Marcílio Arruda da Silva, uma de suas vítimas. 

A CHANTAGEM 
Barretto chantageava Marcílio Arruda, pedindo R$ 200 mil para “não dificultar” os negócios dele em Roraima por meio de ações judiciais.

MUSO ANTIGILMAR 
O chantagista preso em Boa Vista, Lauro Barreto, foi usado como fonte central de reportagens que atacaram o ministro Gilmar Mendes.

VÍTIMAS ILUSTRES 
Gilmar Mendes e seu irmão, Chico Mendes, prefeito de Diamantina (MT), estão entre as vítimas dos achaques atribuídos a Lauro Barretto.

FORA, CABRAL 
Internautas articulam manifestação na Cinelândia, sexta (1º), às 18 horas, pelo impeachment de Sérgio Cabral (PMDB).

SUPREMO FAZ REVISTA DE ROUPAS DAS ADVOGADAS 
Crescem as reclamações dos advogados sobre o tratamento do STF as reuniões do Conselho Federal da OAB. A conselheira Daniela Teixeira (DF) teve até os punhos e tornozelos medidos para entrar na corte. “Daqui a pouco vão querer impor a burca”, diz. A conselheira Cléa Carpi (RS) se solidarizou: “Vão querer instituir a charia (código de leis do Islamismo)”. Procurada, a assessoria do STF não se pronunciou. 

NO CANTINHO 
Levy Fidelix (PRTB) explica que foi chamado de “inconveniente” num canto do Planalto por combater a política de juros do governo 
federal.

CONTRAMÃO 
O corte de gastos ordenado por Dilma passa longe do Instituto Chico Mendes, que renovou o contrato de terceirizados por R$ 1,6 milhão.

PÕE NA CONTA 
É do ateu Oscar Niemeyer o projeto da Catedral Cristo Rei, em Belo Horizonte, orçada em R$ 100 milhões. Incluindo o cachê do artista.

É PRECISO REAGIR 
O mínimo que se espera da presidente Dilma e do chanceler Antonio Patriota é chamar de volta do embaixador do Brasil em Madri, em sinal de protesto contra a política preconceituosa, até racista, da Espanha, que barra, maltrata, prende e deporta turistas só porque são brasileiros.

COMPLEXO DE VIRA-LATAS 
Com o desleixo do ex-presidente Lula e a covardia do ex-chanceler Celso Amorim, o Brasil nem sequer teve a dignidade de ameaçar com o princípio da reciprocidade os espanhóis que humilham os brasileiros.

MINHA CASA, MINHA VIDA 
A prefeitura petista de Goiânia parece perseguir o munícipe Marconi Perillo, governador eleito pelo PSDB. Ele depositou em Juízo o valor do 
IPTU do seu condomínio, cujo aumento é considerado abusivo, mas a prefeitura mantém o assalto. O valor impressiona: R$ 11.365,35. 

BEM NA FOTO 
Pesquisa do Instituto O&P, junto a eleitores do Distrito Federal, aponta o petista Chico Leite o como o deputado distrital de melhor atuação, na opinião de 8% dos entrevistados. Ele foi campeão de votos, em 2010.

NAS ALTURAS 
Os advogados das companhias aéreas continuam nas alturas. Nenhum deles deu as caras, até hoje, nas varas criadas nos aeroportos para atender aos passageiros que reclamam de maus-tratos das empresas. 

CARDEAL NO BARRACO 
Quem passou por BH discreto foi o cardeal francês Jean Pierri Ricardi, arcebispo de Bordeaux. Sem vinho nem luxo, ele recusou hospedagem da Cúria e dormiu no barraco de família humilde na favela do Cafezal. 

MAU EXEMPLO 
Soldadinho de preto, fortemente armado, da polícia do Senado (que bota uma banca colossal), estacionou a viatura placa JKH 0281 em local proibido, ontem, às 15h, em frente ao serviço de saúde da Casa.

HIPOCRISIA 
Em plena era digital e ecológica, o Ministério do Meio Ambiente contratou serviços de uma Gráfica Movimento por R$ 2,7 milhões. Faltou estimar quantas árvores serão derrubadas para o serviço.

VAI E VEM 
O governo do cocaleiro boliviano Evo Morales garante que devolverá os carros roubados no Brasil. Só não prometeu devolvê-los outra vez. 

PODER SEM PUDOR
O SUMIÇO DE SEVERINO 
Severino Cavalcanti era presidente da Câmara e abandonou o plenário em plena votação de proposta de salário mínimo da oposição, que seria derrubada pela maioria governista. Os repórteres insinuariam depois que ele “bateu em retirada” para não se indispor com os sindicalistas, mas Severino explicou o ocorrido, com a sutileza possível:
– Fui fazer uma coisa que ninguém poderia fazer por mim... Vocês sabem...
E lembrou que presidente da Câmara também faz xixi.

TERÇA NOS JORNAIS


Globo: Siderúrgicas impulsionam novo ciclo de mineração
Folha: Dilma volta atrás e abre orçamentos de obras da Copa
Estadão: Dilma manda base aprovar sigilo em todas as licitações
Correio: Nova lei põe 100 mil presos em liberdade
ValorPacote reduzirá taxação na área de telecomunicações
Estado de Minas: Onda de calote atinge também as empresas
Jornal do Commercio: Estradas tiveram feriadão violento
Zero Hora: O Rio Grande enregelado