quarta-feira, setembro 22, 2010

ASSINE O MANIFESTO EM DEFESA DA DEMOCRACIA


ASSINE O Manifesto em Defesa da Democracia

Numa democracia, nenhum dos Poderes é soberano. Soberana é a Constituição, pois é ela quem dá corpo e alma à soberania do povo.
Para assinar o Manifesto em Defesa da Democracia, clique aqui
Não precisamos de soberanos com pretensões paternas, mas de democratas convictos.




STF:MINISTRO DO PT PEDE VISTA

Ficha Limpa: Toffoli pede vista e adia decisão

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu há pouco vista (mais tempo de análise) do recurso que contesta a Lei da Ficha Limpa.
O ministro apresentará o voto na sessão do Supremo que será realizada amanhã (23).

MERVAL PEREIRA

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Merval Pereira 

O Globo - 22/09/2010

O presidente Lula anda pelo Brasil a falar mal dos meios de comunicação que, segundo ele, inventam coisas contra o seu governo para impedir que ele tenha sucesso. E o que é o sucesso que Lula procura tão ansiosamente que não lhe bastam a popularidade recorde e o prestígio internacional (um pouco abalado, é verdade, mas ainda grande)? A vitória de Dilma no primeiro turno.

Não é apenas para compensar as duas derrotas que sofreu no primeiro turno para Fernando Henrique Cardoso que ele quer ganhar também no primeiro turno.

O que ele teme é mais um mês de confronto direto, com tempos iguais de televisão e debates cara a cara entre sua candidata inventada e o adversário (a).

No último sábado, o presidente Lula fizera fortes ataques à imprensa em comício em Campinas, afirmando que derrotaria os adversários e “alguns veículos de imprensa que se comportam como partidos políticos”.

Ato contínuo, centrais sindicais, movimentos sociais e partidos políticos anunciaram para amanhã uma manifestação contra a “baixaria nas eleições” e contra o “golpe midiático que têm como objetivo forçar a ida do candidato do PSDB [José Serra] ao segundo turno”.

Seria risível se não fosse trágico. A eleição ter um segundo turno seria “um golpe” contra a vontade do povo, como se as urnas já estivessem fechadas.

Os lulistas querem parar o país do jeito que está e acordar no dia 3 de outubro à noite, quando o resultado oficial, com a vitória de Dilma Rousseff, será anunciado. Para eles, as pesquisas de opinião, especialmente quando realizadas pelo Vox Populi, substituem as urnas.

Qualquer coisa que aconteça até o dia da eleição que possa influir no seu resultado tem que ser congelado.

O próprio Lula diz para suas plateias para não acreditarem no que veem na televisão ou leem nos jornais, pois são invenções contra ele.

As demissões de ministros, de assessores diretos, as negociatas confirmadas, os subornos recebidos, tudo foi criação da imprensa.

Nesse caso até que o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, tinha razão ao tentar resistir à demissão da ministra Erenice Guerra.

Alegava que não deveriam dar munição à “grande imprensa”, que denunciava as falcatruas que ocorriam no Gabinete Civil.

Se é para fingir que não aconteceu nada, então o melhor seria mesmo manter a farsa desde o começo.

Mas o grave não é esse ataque de desaforos aos meios de comunicação, comandado pelo próprio presidente da República. O grave é o que ele prenuncia.

Pacotes de dinheiro são o fetiche da política nacional, já fazem parte do imaginário nacional. O mais recente deles, com R$ 200 mil, apareceu na gaveta de um funcionário do Gabinete Civil sem que ele nem mesmo soubesse o que fizera para merecer semelhante prêmio.

Era uma propina generalizada, em troca de um contrato para a compra de Tamiflu, a vacina contra a gripe suína.

Pequenos ou grandes, enfiados em envelopes ou simplesmente amarrados por aquele elástico ou banda de papel usados nos bancos, há anos os brasileiros se acostumaram a ver pacotes de dinheiro passando de mão em mão, ou amontoados em mesas de delegacias policiais.

E são pacotes suprapartidários, políticos das mais variadas legendas foram apanhados com a mão na massa. E também não têm características regionais.

Já vimos pela televisão prefeitos de pequenas cidades recebendo propinas em dinheiro vivo, assim como na capital da República.

Muitos pacotes foram vistos, como os diversos maços de dinheiro vivo que durante meses, nos mais diversos ângulos, surgiram passando de mão em mão em Brasília, na alegre administração de José Roberto Arruda do DEM.

Eram escondidos em bolsas, nas meias, em sacolas de supermercado ou de lojas finas num balé pornográfico, que desfilou aos olhos dos telespectadores do país inteiro, flagrado por uma câmera escondida como se tudo não passasse de uma pegadinha daquelas dos programas americanos de televisão tipo “câmera indiscreta”.

Infelizmente para a cidadania, era tudo verdade e não havia diretor para interromper a cena e informar que não passava de brincadeirinha.

Outros pacotes de dinheiro se tornaram realidade palpável através das fotos, como o do caso dos aloprados de 2006, quando elementos ligados à cúpula do PT e da campanha do então candidato ao governo de São Paulo, Aluizio Mercadante, foram presos tentando comprar com R$ 1,7 milhão em dinheiro vivo um dossiê contra Alckmin e Serra.

O dinheiro, que até hoje não tem explicação de origem, era virtual até às vésperas da eleição, com o governo pressionando para que a Polícia Federal não divulgasse as fotos.

Afinal, elas vazaram para a imprensa e o escândalo ganhou contornos verdadeiros.

E o que dizer dos R$ 3 mil embolsados pelo ex-chefe dos Correios, Maurício Marinho, em nome de um esquema de corrupção chefiado pelo deputado Roberto Jefferson, que desencadeou a crise do mensalão? Quem não se lembra daquele burocratazinho escorregando a mão para apanhar aquele bolo de dinheiro, colocando-o no bolso do terno sem ao menos contar, certo de que era suficiente? Outro pacote de dinheiro famoso foi o que foi parar nas cuecas de um dirigente do PT do Ceará, ainda por cima assessor de um deputado irmão do então presidente do PT, José Genoino, em 2005.

Foi preso com R$ 200 mil em uma bolsa e US$ 100 mil na cueca. No lugar do famoso “batom na cueca”, como ironicamente denomina-se uma prova irrefutável do malfeito, o PT inovou na corrupção do país com os “dólares na cueca”.

Mas o pior não são os pacotes de dinheiro. É o que eles prenunciam.

MÔNICA BERGAMO

TIA ANGÉLICA
MÔNICA BERGAMO
FOLHA DE SÃO PAULO - 22/09/10

A apresentadora Angélica veio a São Paulo fotografar a campanha de moda de Dia das Crianças da rede C&A, no Horto Florestal; na hora da maquiagem, ela contou com a ajuda de seu cabeleireiro, Celso Kamura 

VIDA LOUCA 

O Ministério Público prepara investigação sobre as causas do alto índice de mortes de motoqueiros na cidade de SP. A Promotoria da Habitação deve questionar a CET e o Corpo de Bombeiros sobre os óbitos e cobrar fiscalização da prefeitura sobre aqueles que desrespeitam a lei e trafegam entre as faixas.

OS 12 TRABALHOS 
A Promotoria também pretende acionar o Ministério Público do Trabalho para interferir sobre as condições dos motoboys: os promotores acreditam que muitos correm e "costuram" no trânsito porque as empresas os obrigam a fazer mais e mais entregas ao longo do dia.

NEM AÍ 
Proibidos de trafegar na via expressa da Marginal, por sinal, vários motoqueiros desobedeciam solenemente a regra ontem de manhã.

SALGADO 
A pressão sobre o técnico Dorival Jr., do Santos, para que convocasse Neymar para a partida de hoje contra o Corinthians partiu também de conselheiros do clube, que acham que ele está desvalorizando o jogador, um patrimônio de 35 milhões. Alguns queriam até ameaçá-lo com demissão. O que não é negócio: o time teria que pagar a ele multa que varia de R$ 2 milhões a R$ 3 milhões.

ITAMAR EM PERIGO 
A subida de Fernando Pimentel (PT-MG) nas pesquisas, ameaçando a eleição de Itamar Franco (PPS-MG) ao Senado, assusta a equipe de Aécio Neves (PSDB-MG), que apoia o ex-presidente. "Ligamos o sinal de alerta, tentando consolidar os votos do Itamar no interior. A linha de ascensão do Pimentel é preocupante", diz o deputado Nárcio Rodrigues (PSDB-MG), do círculo íntimo de Aécio. A diferença entre eles caiu para oito pontos (40% para Itamar contra 32% de Pimentel).

AÉCIO PÓS-ELEITORAL 
Aécio Neves pode presidir o PSDB em 2011. "É tradição senadores, como Teotônio Vilella e Sérgio Guerra, comandarem o partido", diz Rodrigues. A equipe de Aécio já analisa o quadro pós-eleitoral, com a possibilidade de Dilma Rousseff (PT) ganhar as eleições no primeiro turno. "Nós avisamos o [tucano José] Serra de que isso poderia acontecer. Era o resultado mais cantado, já que o governo Lula não desceu do palanque nesses anos todos."

CHIP 
Bill Gates, fundador da Microsoft, pediu um encontro com o ministro Celso Amorim, das Relações Exteriores, que está em NY para a Assembleia Geral da ONU. A reunião deve acontecer hoje, às 12h30 locais.

TREMORES 
Em jantar na casa do presidente da Fundação Bienal, Heitor Martins, o arquiteto Roberto Loeb fez campanha contra a demolição do edifício São Vito, conhecido como Treme-Treme. Puxou assunto com Alfredo Setubal, do Itaú, e com os secretários da Cultura do Estado, Andrea Matarazzo, e do município, Carlos Augusto Calil. A prefeitura quer transformar o local em um parque.

É O AMOR 
A dupla Zezé Di Camargo & Luciano vai lançar uma temporada de espetáculos VIPs voltados exclusivamente para casais. A ideia é vender mesas por até R$ 9.000, com direito a jantar e outros privilégios. O projeto, chamado de "Zezé Di Camargo & Luciano In Love", começa no dia 21 de outubro, no Terraço Daslu, em São Paulo.

HONRA AO MÉRITO 
O governo de São Paulo realizou anteontem a cerimônia de outorga da Ordem do Ipiranga, maior condecoração do Estado. Entre os agraciados, a apresentadora Hebe Camargo, o escritor Manoel Carlos, o pesquisador Luiz Hildebrando Pereira da Silva, o sambista Nenê de Vila Matilde e os atores Paulo Goulart e Nicette Bruno.

ENTRE AMIGOS 
Bete e Marcos Arbaitman prepararam jantar em homenagem a Lila Covas, viúva do ex-governador de SP, Mario Covas. O candidato ao governo Geraldo Alckmin (PSDB), que havia confirmado presença, não compareceu por causa do debate da TV Record.

CURTO-CIRCUITO

O Festival de Jardins do MAM tem início hoje, às 10h, no parque Ibirapuera.

Gilles Lipovetsky fala sobre consumismo e felicidade, hoje, às 19h, no Manioca.

Chitãozinho & Xororó fazem o show "Entre Amigos", com participações de Daniel e Victor & Leo, no dia 28, às 22h, no Via Funchal. 12 anos.

O desfile da Accademia di Costume e di Moda acontece hoje, às 19h30, no Museu da Casa Brasileira.

A diretoria do grupo Itaú promove hoje, às 19h30, coquetel de abertura da 29ª Bienal de São Paulo. 

O livro "Bacana Bacana", de Felipe Machado, será lançado hoje, às 19h, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional.

com DIÓGENES CAMPANHA, LEANDRO NOMURA e LÍGIA MESQUITA

SONIA RACY - DIRETO DA FONTE

Ainda mais 
Sonia Racy 
O Estado de S.Paulo - 22/09/2010

As três agências de publicidade que prestam serviços para a Presidência estão em concorrência interna para produzir a campanha institucional do governo pós-eleições.
Baseada em briefing dado pela Secom, a 141 Soho Square contratou a produtora Like Filmes e produziu comercial que sinaliza continuidade no governo. Na gravação, um dos atores diz que o País hoje é uma mistura de "conte comigo com vamos fazer ainda mais. Brasil um País de todos".

Outro Lado
A Secom reconhece que fez briefing, mas que foi uma opção da agência recorrer "a esta linha criativa". Afirma ainda que a Secretaria "não trabalha com a possibilidade de continuidade" e que o filme ainda não está aprovado.

Trimmmm
Carlo Carmelo Furci, que trabalhou por anos para a Telecom Italia no Brasil, está de mudança novamente. Saiu do Grupo Português Ongoing.

Bombinha?
Polibio Braga, sucessor de Dilma na Secretaria da Fazenda, da Prefeitura de Porto Alegre, na década de 80, gravou depoimento apimentado para a propaganda eleitoral do PSDB.
Não está decidido se o vídeo vai para ao ar.

Apegado
Bom filho à casa torna. Paulo Skaf grava hoje, pela primeira vez, na porta da Fiesp para propaganda eleitoral.

Face musical
O público da Sala São Paulo terá uma surpresa sábado. Quem for ao concerto da Bachiana Filarmônica receberá lápis e papel para escrever suas emoções durante a execução de uma peça de Schumann, tocada por João Carlos Martins. O projeto You play, we see será levado ao exterior e a favelas do Brasil. O resultado se transformará em um videoclipe.

Riso literário
Chico Anysio se prepara para lançar no mês que vem seu novo livro, Fazedores de Histórias. Serão 33 contos, com direito a declaração de Millôr Fernandes na orelha da publicação.

Enxame
Para hospedar o Fatboy Slim, Carl Cox e Moby, atrações do Ultra Music Festival, no Unique, durante o fim de semana da F1, a produção gastou R$ 70 mil com a reserva dos quartos. O evento será dia 6 de novembro.

Inveja mata
Bill Clinton abriu ontem pela manhã o encontro anual da sua ONG, Clinton Global Initiative, no Sheraton de Nova York, com um discurso de... dez minutos.
Nesse espaço de tempo, fez balanço das conquistas da organização nos últimos 12 meses e contou, para seleta plateia de pesos-pesados do mundo inteiro, já ter arrecadado US$ 6 bilhões antes mesmo da abertura do seminário de três dias. "E tenho certeza que este número será muito maior até sexta-feira", previu o ex-presidente americano.

Inveja mata 2
Depois de apresentar pessoas e projetos do ano, Clinton sentou-se e entrevistou com competência por mais de uma hora Eric Schmidt, do Google, Melinda Gates, da Microsoft, Tarja Halonen, presidente da Finlândia, e Bob McDonald, da empresa Procter&Gamble.
Destaque para Melinda, cujo trabalho na Fundação Bill&Melinda Gates tem merecido elogios pelo mundo. "Ela poderia estar comprando na Madison Avenue, mas está na luta por um mundo melhor", observou a brasileira Marlova Noleto, da Unesco. No que Sergio Gordilho, da Africa, corrigiu: "Melinda poderia comprar toda a Madison".

Escorregão de Clinton na condição de entrevistador. "Depois da invenção do Ipad, o mundo não precisa mais de computadores." Melinda Gates apenas sorriu.

Na frente
Ugo Giorgetti dirige, pela primeira vez, uma ópera. Escolheu a dedo Norma, de Vincenzo Bellini, e já está instalado no Theatro São Pedro para os ensaios.

O Market Day, feira de produtos orgânicos, no Hotel Emiliano, acontece sexta.

É hoje que Gilles Lipovetsky participa de debate da Trip, no Espaço Manioca.

Guy Brett fala sobre a obra de Sergio Camargo, no Instituto de Arte Contemporânea. Amanhã.

Fyodor Pavlov-Andreevich palestra sobre performance. Hoje, na Luciana Brito.

A mostra do israelense Izhar Patkin abre, hoje, no Centro da Cultura Judaica.

Dan Epstein, diretor de sustentabilidade dos Jogos Olímpicos Londres 2012, fala na SportsEvents. Hoje, no Rio de Janeiro.

Tem gente cantando Roda Viva e Alegria, Alegria em pleno escurinho do cinema. Na plateia de Uma Noite em 67, os aspirantes a cantores tiram do sério os vizinhos que querem prestar atenção no filme.

E Tiririca foi mesmo denunciado por omissão de bens, conforme antecipado sábado nesta coluna.

DORA KRAMER

Autocombustão 
DORA KRAMER
O ESTADO DE SÃO PAULO - 22/09/10


 O desfile triunfante do governador Pedro Paulo Dias pelas ruas de Macapá ao deixar a cadeia e o discurso do presidente Luiz Inácio da Silva acusando a imprensa de destilar “ódio e mentiras” enquanto os fatos mostram violação de sigilo fiscal, corrupção e nepotismo no governo são partes de um todo.

E qual é esse o todo? É a transposição da verdade em mentira e vice-versa, da vergonha em orgulho, da acusação em defesa, da razão para comemorar em motivação para a fúria, do presidente da República em cabo eleitoral, da volta de Lula ao patamar de origem.
Deixa a Presidência menor do que quando chegou, dando margem a que se conclua que quem nasceu para sindicalista nunca chega a estadista. 
E isso em nome de quê? 
Pelo que se vê dos atos do presidente, pela desconstrução que faz do próprio símbolo do lutador, do vencedor, do democrata, do fundador do partido renovador, do exterminador de corruptos, o mais importante para ele é a disputa da hora. 
Por isso não leva em conta o passado nem se preocupa com os efeitos futuros: interessa o aqui e o agora. E agora só o que importa é eleger Dilma Rousseff no primeiro turno.
Se o País retrocede institucionalmente, se o presidente perde prestígio e respeitabilidade, se a democracia é ferida, nada disso é visto. Só se enxerga a construção de uma vitória grandiosa.
Maior que as duas anteriores, pois Lula terá criado um ser eleitoral do nada e conseguido impor uma derrota avassaladora ao adversário que se preparou a vida toda para ser presidente.
A possibilidade de que as coisas não saiam exatamente como o sonhado e o empenho para que saiam a contento parecem para Lula valer o risco de pôr a perder a parte mais sólida de seu patrimônio: a imagem construída ao longo dos últimos 30 anos.
Quando demonstra desapreço pela democracia na política externa, o presidente sempre pode recorrer à desculpa de que não se imiscui na política dos países. Ainda que ditaduras.
Mas quando faz o mesmo no país que governa, mas cuja Constituição desrespeita no tocante à liberdade de imprensa e na obrigação de ser impessoal no cargo, não há disfarce possível e acaba por contrariar os próprios interesses.
Lula quer manipular a realidade jogando ao mesmo tempo para dois públicos: o informado, que exige punições; e o não-informado que acredita quando diz que a imprensa mente e o persegue. 
Não aceita jogar na regra, parte pra cima, como no sindicalismo, mas o problema é que ao fazer isso acaba se revelando manipulador e truculento à vista de todos. 
Não que Lula seja diferente do que sempre foi: ao contrário, está mais igual do que nunca. Quando na oposição nunca carregou com distinção as derrotas nem conviveu bem com as críticas.
De jornalista para político, conversas com ele que não fossem de concordância ou admiração eram conversas difíceis. Dos tempos do sindicato às candidaturas presidenciais.
Não obstante as evidências, Lula sempre foi muito festejado, principalmente na imprensa, jamais se apontou nele qualquer traço autoritário.
Mesmo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que o conhece muito bem, em 2002 acreditou que teria a biografia enriquecida com o fato de o sucessor ser “um líder operário que chegou a presidente”, sendo recebido pelo antecessor derrotado com todas as fidalguias de uma transição civilizada.
Fato é que independentemente da realidade, a imagem de Lula aqui e no exterior para a maioria sempre foi das melhores. E não falamos da maioria de triste destino que de tão carente não precisa de muito para adotar um salvador.
Lula sempre privou da maior respeitabilidade entre bem estudados, bem nascidos, bem alimentados e bem vestidos. Notadamente aqueles com acesso ou com assento nos meios de comunicação. Foi aí que se originou o mito. 
E é por aí também que se desmistificam as imposturas.
Uma ou outra - Não dá para a Ordem dos Advogados do Brasil ao mesmo tempo defender a liberdade de imprensa e pedir a interdição de uma obra na Bienal. Questão de princípio.

CELSO MING

E no câmbio, quem manda? 
Celso Ming 

O Estado de S.Paulo - 22/09/2010

Então, ficamos assim, cada um na sua.

O Banco Central, presidido por Henrique Meirelles, continuará a comprar moeda estrangeira "para evitar volatilidade nas cotações", mas avisa que não tem nem meta cambial nem piso para a cotação do dólar.

Enquanto isso, o Ministério da Fazenda, comandado por Guido Mantega, informa que tem, sim, um piso para a cotação do dólar. É aquele abaixo do qual ficará caracterizada a "excessiva valorização do real", seja lá o que isso signifique. E, mais, o Ministério da Fazenda prefere não explicar por que o Fundo Soberano do Brasil (FSB), por meio do Banco do Brasil, está agora autorizado a comprar moeda estrangeira sem precisar indicar previamente como e quando atuará e sob que limites.

Como a decisão de dar a partida para que o FSB comece a operar no câmbio foi tomada pelo seu Conselho Deliberativo, do qual fazem parte o ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central, pressupõe-se que as instituições estejam sintonizadas ao menos sobre esse assunto.

Sabe-se, ainda, que o FSB já conta com munição de R$ 17 bilhões e que terá mais o que vier a necessitar, graças a transferências diretas do Tesouro, que, por sua vez, está autorizado a aumentar a dívida pública por meio de emissão de títulos.

Mas as dúvidas são enormes. A primeira delas consiste em saber qual é, afinal, a política cambial do Brasil e qual é a instituição que vai executá-la.

A segunda é se o FSB e o Banco Central atuarão no câmbio coordenadamente ou se também aí prevalecerá o cada um por si. Do ponto de vista imediato, a grande preocupação é a forte entrada de moeda estrangeira destinada ao reforço de capital da Petrobrás. O ministro Mantega avisou que o governo comprará tudo o que entrar no País de maneira a evitar novo mergulho do dólar. Para dar conta do excesso de dólares, falta saber se haverá divisão de tarefas e o que caberá a cada instituição.

Terceira dúvida é o impacto real sobre o câmbio no curto e no longo prazo. Neste momento, o FSB não vai fazer nada de especialmente diferente do que já fazia o Banco Central. Vai comprar dólares, tarefa que o Banco Central poderia executar, com maior ou menor intensidade. Só não vai alocar os recursos comprados na conta das reservas do País.

O FSB tratará de manter os dólares no exterior e fará as transferências que julgar necessárias. Pode repassá-los para o Banco do Brasil ou para o BNDES, que os usarão também lá fora, ou para apoiar a atividade externa das empresas brasileiras ou para financiar as exportações.

Um dos efeitos práticos desse jogo é o de que os ativos do FSB não poderão ser usados para estancar eventual corrida ao dólar, porque os recursos não estarão disponíveis; terão sido emprestados e só voltarão de acordo com o que estiver nos contratos. Ou seja, ainda que passe a ter prerrogativas de executor da política cambial, o FSB não poderá atuar com a mesma desenvoltura do Banco Central se o objetivo da hora for vender dólares.

Finalmente, sabemos que a dívida bruta do Brasil ultrapassou os 60% do PIB e que o País estará sujeito a ondas de desconfiança sempre que novas emissões de títulos puxarem esse nível muito para cima. Isso sugere que tanto o Banco Central (que precisa emitir títulos para esterilizar os efeitos das compras de dólares) como o FSB passarão a operar próximos do limite técnico do endividamento público.

Ainda está dandoPor enquanto, o rombo em Contas Correntes está sendo coberto com folga com entrada de capitais. Mas os números estão inchando e é inevitável perguntar até onde será possível contar com esse financiamento.

Socorro verde-amarelo
Apenas o déficit com remessa de lucros e dividendos atingiu US$ 17,8 bilhões nos primeiros oito meses do ano, quase o dobro do que no mesmo período de 2009. É um indicador de que, ao longo da crise, as filiais brasileiras estão socorrendo suas matrizes em apuros no exterior.

ANCELMO GÓIS

Diva da Bahia 
Ancelmo Góis 

O Globo - 22/09/2010

Ivete Sangalo foi recebida como uma diva na Itália pelo cantor Gigi D’Alessio, um dos mais populares do país. O italiano mandou um jato buscá-la em Portugal e, em Roma, a baiana teve até batedores à disposição.

Calma, gente!Perder e se irritar é comum, justificável até. Mas a eleição deste ano revela um fenômeno inédito: os vencedores é que estão irritados, raivosos até. Quanto mais Dilma sobe nas pesquisas, mais ela, Lula e os petistas dão demonstrações de mau humor. Ô, gente estranha!

General DilmaQuem entende de história vê um paralelo entre a eleição de Dilma e a do general-presidente Eurico Gaspar Dutra. Veja só: Dutra teve uma vitória esmagadora em 1945, a maior do Brasil até hoje. Era um neófito em eleições.

Segue...
Foi, como Dilma, a figura mais forte do governo anterior, como ministro da Guerra de Vargas.
Além disso, Dutra estava apenas tapando um buraco até a volta do chefe, o que aconteceu em 1950 quando Getúlio retornou ao poder.

Só que...
A marca do governo Dutra foi o respeito à Constituição, que ele chamava de “livrinho”. O que não estivesse no “livrinho”, Dutra não fazia. Um exemplo a ser seguido.

Caminhão no domingoO professor Claudio Moura Castro levantou questão interessante em sua coluna na “Veja”.
Por que no Brasil, ao contrário de vários países no mundo, os caminhões não são proibidos de circular nas estradas nos fins de semana e feriados? É uma medida simples, que aliviaria muito o trânsito e daria mais segurança aos motoristas.

Arquivos da KGBAnita Leocádia, filha de Prestes e Olga, ao saber, pela coluna, que o governo russo vai entregar manuscritos inéditos do pai, escreveu ontem ao embaixador daquele país pedindo que o material vá para o Instituto Luiz Carlos Prestes, que ela preside. Professora de História da UFRJ, Anita tem pesquisado a Coluna Prestes, objeto de parte dos manuscritos.

Na verdade...Os russos estão atendendo a um pedido de Maria, viúva do líder comunista, feito por intermédio de Lula. A viúva quer que o material seja doado ao Arquivo Nacional, para pesquisa.

Segue...
Com o fim da União Soviética, muita coisa do arquivo da KGB trocou de mãos. Um diplomata brasileiro tem um relatório original sobre as visitas de Prestes à embaixada soviética, às vésperas do Golpe de 1964.

Viva a Portela!Sheron Menezes (foto), musa da coluna, é a nova rainha de bateria da Portela. Viva!

Novo helicópteroA Secretaria estadual de Saúde vai comprar um helicóptero igual ao da Polícia Civil. É para transportar o hospital de campanha e os profissionais de saúde. A aeronave será usada ainda para combater incêndios.

Ex-combatente
Mestre Billy Blanco, 86 anos, quase matou Sérgio Cabral pai de rir, outro dia, numa cerimônia na Assembleia, quando pediu licença ao amigo, porque levaria “o ex-combatente para chorar”.

Segue...
Intrigado, Cabral perguntou, onde ele ia: — Fazer xixi, no banheiro, mas com moderação.
Pano rápido.

Saudade de Íris
De Luiz Carlos Barreto, direto do Galeão, sábado, antes de viajar à Argentina para o lançamento de “Lula, filho do Brasil”: — O serviço do som do Galeão está péssimo. A acústica aqui é pior do que a do Canecão. Saudades de Íris Lettieri.

Em tempo...
A locutora Íris Lettieri foi, por anos, a voz sexy do Galeão.

JOSÉ SIMÃO

Socuerro! Sururu no metrô!


JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SÃO PAULO - 22/09/10

E a Soninha falou que foi sabotagem, culpa do PT. Mas a Soninha entrou na política por CULPA DO PT!
BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O Esculhambador-Geral da República! Ereções 2010! E o babado do metrô em São Paulo? Blusa presa na porta causa pane na Linha Vermelha! Mas era pra deter o avanço da Onda Vermelha, não da Linha Vermelha.
E a Soninha falou que foi sabotagem, culpa do PT. Mas a Soninha entrou na política justo por CULPA DO PT! Rarará! E a única que gostou do sururu do metrô foi a Nair Bello do Twitter: passaram a mão na bunda dela. Rarará!
E o governador diz que o incidente não foi criminoso, mas "estranho". Então foi a Dilma mesmo. Porque o único objeto estranho que eu conheço é a Dilma. E um amigo me disse que a Dilma é o ectoplasma do Lula. Então ela não vai ser a primeira mulher presidente, como dizem. Vai ser a primeira ectoplasma presidente. Rarará!
  E as promessas dos candidatos? A Dilma promete continuar a fazer tudo o que o Lula fez. Prepara o Engov! Rarará. E o Serra prometeu 13º salário no Bolsa Família. Só falta ele sair gritando como o Silvio Santos: "Quem quer dinheiro?". Rarará!
  E o Plínio promete que: tosse, bronquite e rouquidão só com o xarope São João. Rarará! Bolsa Xarope! E porque a Marina fala tanto em sustentabilidade? Ela vai sustentar a gente? A gente vai comer casca de árvore até virar hidratante de maniçoba orgânica. Rarará!
E o Plínio disse no "Pânico" que fica triste quando eu não falo dele na coluna. Então eu vou falar: o Plínio disse que a Bolsa Família é tão pequena que devia chamar Bolsa Biscoito. Rarará!
E a Galera Medonha! A Turma da Tarja Preta! Tem até o KLB. O K e o L são candidatos e cadê o B? Mudou de planeta com vergonha alheia! Rarará! E por favor manda o Agnaldo Timóteo tirar aquela camisa xadrez de sanfoneiro de puteiro. Rarará! E eu tenho um novo slogan praquele candidato André Sacco: "Vote no 4535! Esse tem sacco até no nome". Rarará!
E tinha um candidato chamado Cabo Pinto. Aí eu bolei um slogan pra ele: "O importante não é ser cabo, o importante é ter pinto!" Rarará! E o Lula em comício tá parecendo um pato desarranjado, é uma depois da outra! A situação tá ficando psicodélica! Ainda bem que nóis sofre, mas nóis goza. E o slogan do meu Partido da Genitália Nacional: chega de hipocrisia! Sexo de noite e sexo de dia!

FERNANDO DE BARROS E SILVA


A boa palavra de FHC
 FERNANDO DE BARROS E SILVA

FOLHA DE S. PAULO - 22/09/10

SÃO PAULO - Se o velho Descartes ressuscitasse por esses dias no Brasil, dificilmente ousaria repetir que o "bom senso é a coisa mais bem distribuída do mundo". Temos visto, neste período eleitoral, uma legião crescente de insensatos.

Destoa por isso, num ambiente contaminado por desinteligências, a entrevista que Fernando Henrique Cardoso concedeu ao jornal "O Estado de S. Paulo" no domingo.

Ao falar de Lula, o ex-presidente reconhece que o colega (e adversário) "atuou bem diante da crise financeira mundial em 2008 e 2009". A seguir, não dá espaço à conversa fiada (hoje tão disseminada) de que Lula põe a democracia em risco:

"Não acho que o presidente Lula tenha uma estratégia nessa direção. (...) Não sei qual a razão, mas o Lula acertou ao não engordar o debate sobre o terceiro mandato. Não sei está ou não arrependido, mas o certo é que ele não engordou".

Esse reconhecimento vem acompanhado por críticas igualmente pertinentes: "Uma das coisas que mais me surpreendeu na trajetória política de Lula foi a absorção por ele do que há de pior na cultura do conservadorismo, do comportamento tradicional. (...) O PT quando foi criado se opunha ao corporativismo herdado do fascismo e de Getúlio Vargas. No poder, vemos que ele ampliou esse corporativismo".

Para FHC, Lula seria "capaz de deixar uma herança política democrática (...), mas está a todo instante desprezando o componente democrático para ficar na posição de caudilho". Um exemplo trivial: "Não se pode, por exemplo, ver o presidente, todos os dias, jogar o seu peso político na campanha eleitoral".

Não deixa de ser curioso que FHC faça essa análise de Lula, com elogios no atacado e críticas no varejo, num momento como esse, que pediria uma intervenção -digamos assim- talvez menos inteligente.

Mas se FHC está tão à vontade é também porque o PSDB dispensou os seus préstimos. É até irônico: o partido dos sabidos não sabe o que fazer com sua figura mais sábia. 

RUY CASTRO

Em breve no dicionário
RUY CASTRO
FOLHA DE SÃO PAULO - 22/09/10


O taxista fala pelo rádio com a central e diz que está “tripulado”. Ou seja, tem um passageiro. É um conteúdo novo para o verbo tripular, que, até há pouco, nos dicionários, significava “prover um veículo do pessoal necessário para os serviços e manobras”. Donde bastaria ao táxi ter um motorista para estar tripulado. Essa inversão de sentido é até divertida. 
Outro dia, no aeroporto de Congonhas, o sistema de som anunciou que, como o Santos Dumont estava fechado para pouso, meu avião iria “divergir” para o Galeão. Estranhei, mas, pensando melhor, concluí: Está certo. Divergir é afastar-se progressivamente, desviar-se – e só depois discordar, dissentir. 
Mas confesso que embatuquei quando a companhia aérea informou que os voos xis e ipsilone seriam “fusionados” – fundidos num só. Em casa, fui ao dicionário e aprendi: fusionar existe, e é o mesmo que fundir. Então, ótimo: divergir e fusionar não estão errados. São apenas pernósticos. Não tão pernósticos, claro, quanto dizer que a estrada tal é “pedagiada” – ou seja, cobra pedágio. 
Bem ou mal, a língua não para, e velhas palavras ganham sangue novo segundo a necessidade. “Aparelho”, por exemplo, sempre foi um engenho, utensílio ou peça para determinado fim. E “aparelhar”, a disposição desse objeto para uso. Em outros tempos, no entanto, “aparelho” foi também um local destinado a esconderijo ou ponto de reuniões de um grupo clandestino. 
Pois temos agora, derivado dele, o novo verbo “aparelhar”: a tomada de órgãos do Estado por um grupo político-ideológico, sem preocupação com a qualificação técnica dos nomeados para geri-los e com a consequente (e já visível) deterioração de seus serviços. Exemplos disso, por enquanto, são os Correios, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Receita Federal e a Casa Civil. Em breve num dicionário perto de você.

ZUENIR VENTURA

Perdendo as estribeiras
Zuenir Ventura
O GLOBO - 22/09/10


O "fato novo" que a oposição esperava que alterasse o rumo da eleição, provocando desequilíbrio na campanha de Dilma Rousseff, acabou desequilibrando o presidente Lula, que perdeu as estribeiras. Foram os escândalos em série - quebra de sigilos, tráfico de influência - que levaram Lula a um inédito destempero. Não que seja a primeira vez que ele fala mal dos jornalistas, mas talvez nunca tenha sido tão franco e hostil: "O povo mais pobre não precisa mais de formador de opinião", ele decretou em comício, completando: "Nós somos a opinião pública." Ela é ele.

O "nós" da afirmação é um mero plural majestático. Um pouco mais modesto do que o outro Luiz, o XIV, o Rei-Sol, Sua Majestade Luiz Inácio, o nosso Rei-Estrela (vermelha), não diria hoje "o Estado sou eu", mas "somos nós". É dessa forma que ele ameaça a imprensa: "Nós não vamos derrotar apenas os nossos adversários tucanos, nós vamos derrotar alguns jornais e revistas que se comportam como se fossem um partido político." Atiçados por esse ânimo beligerante, o MST e as centrais sindicais estão organizando manifestação em SP contra "o golpismo midiático". Os organizadores acham que a "ofensiva antidemocrática precisa ser barrada". Como a "ofensiva" não são os escândalos, mas as notícias deles, o ideal seria "barrar" a imprensa, ou seja, silenciála (houve um tempo em que isso era tramado nos quartéis, não nas ruas).

Quanto a nós, jornalistas, alvos dessa fúria, a reação não deve ser movida por corporativismo. Não acho que os veículos de comunicação devam ficar imunes às críticas. Não é isso. Uma coisa, porém, é pleitear uma imprensa mais transparente em suas preferências partidárias, menos engajada na campanha eleitoral, "como se fosse um partido político". Outra é o que Lula prega: a sua "derrota", como se houvesse um inimigo e uma guerra.

Esperava-se que o presidente desmontasse as acusações e que quatro dos supostos envolvidos não precisassem se demitir reforçando as denúncias. Ou então que se declarasse vítima de traição dos que o cercam. Em vez disso, o que fez foi destilar rancor para com revistas e jornais que publicaram, não inventaram, os escândalos.

Uma análise compreensiva do episódio foi feita pelo deputado Miro Teixeira, que vê Lula num "momento de tristeza", querendo acreditar que "não existiram irregularidades e roubalheiras. E a melhor forma que encontra é atribuir esses crimes às versões e não aos fatos". O presidente faz lembrar aqueles reis que antigamente mandavam executar os emissários das más notícias - depois de recebê-las, claro.

É com certeza o que ele tem vontade de fazer com a imprensa. Talvez não apenas simbolicamente.