quarta-feira, maio 19, 2010

SAÚDE PÚBLICA

ESSA É UMA ÓTIMA INFORMAÇÃO, LEIAM E DIVULGUEM, VOCÊ PODE SALVAR UMA VIDA.



Derrame:
Melhor saber que pecar pela ignorância, nunca se sabe quando vai servir a informação adquirida em tempos de tranquilidade.....

Os Derrames Cerebrais - Agora existe um 4º indicador : A língua 
 


memorize as três primeiras letras...S.T.R.
Só leva um instante ler isto...

Disse um neurologista que se levarem uma vítima de derrame dentro das primeiras três horas, ele pode reverter os efeitos do derrame -totalmente. Ele disse que o segredo é reconhecer o derrame, diagnosticá-lo e receber o tratamento médico correspondente, dentro das três horas seguintes, o que é difícil.

RECONHECENDO UM DERRAME

Muitas vezes, os sintomas de um derrame são difíceis de identificar. Infelizmente, nossa falta de atenção, torna-se desastrosa. A vítima do derrame pode sofrer severa consequência cerebral quando as pessoas que o presenciaram falham em reconocer os sintomas de um derrame.

Agora, os médicos dizem que uma testemunha qualquer pode reconhecer um derrame fazendo à vítima estas três simples preguntas: 

S* (Smile) Peça-lhe que SORRIA. T* (Talk) Peça-lhe que FALE ou APENAS DIGA UMA FRASE SIMPLES. (com coerência)
(ex : Hoje o dia está ensolarado)
 R* (Rise your arms) Peça-lhe que levante AMBOS OS BRAÇOS.
Se ele ou ela têm algum problema em realizar QUALQUER destas tarefas, chame a emergência imediatamente e descreva-lhe os sintomas, ou vão rápido à clínica ou hospital.

Novo Sinal de derrame - Ponha a língua fora. 

NOTA: Outro sinal de derrame é este:
Peça à pessoa que ponha a língua para fora.. Se a língua estiver torcida e sair por um lado ou por outro, é também sinal de derrame.

Um cardiologista disse que qualquer pessoa que re-envie este e-mail a pelo menos 10 pessoas; pode apostar que salvará pelo menos uma vida ... 
Não o considere uma corrente, mas sim, algo que todos devemos saber.


COLABORAÇÃO ENVIADA POR APOLO

JOSÉ SIMÃO

Brigou com o síndico? Chama o Lula!
JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SÃO PAULO - 19/05/10


E o Brasil não tem tecnologia para fazer enriquecimento de urânio, só de político!



BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta!
O Lula não disse que a Dilma é igual ao Mandela. Ele disse que a Dilma é igual à MÃE DELA! Rarará! E fala pro Dunga levar o ataque do São José do Ceará: Reco-Reco, Quenga e Urubu! Hexa garantido!
E continua a sacranagem: "Padre preso dirigindo bêbado e pelado no Paraná"? É que ele saiu do armário e deixou a roupa lá dentro! Rarará! E o Serra Vampiro Anêmico disse que o Lula está acima do bem e do mal. TÁ VOANDO. O Lula tá acima do bem e do mal porque tá sempre voando!
E o Lula no Irânio? Mahmoud Ahmadinejad, Recep Tayyip Erdogan e Dmitri Medvedev. Um fala iraniano, outro fala turco e outro, russo. Parece a Mostra Internacional de Cinema. Tem que ter legenda! E porque os EUA acham que todo urânio que não foi enriquecido por eles é ilícito? E como diz o Twitter da Nair Bello: "Seu vizinho está causando problemas? DiskLula e ele intermediará o conflito!". Meu vizinho tá jogando casca de banana no meu quintal. Chama o Lula! Minha sogra usou o banheiro e não deu descarga. Chama o Lula!
Minha mulher tá dando pra outro. Chama o Lula! Entrou em conflito com o síndico? Chama o Lula! O Brasil não tem tecnologia para enriquecimento de urânio. O Brasil tem tecnologia para enriquecimento de político! E por que o Lula não levou a dona Marisa? Tava louco pra ver a dona Marisa de burca! Rarará!
E predestinados! Direto de Niterói: "Vereador arma briga e agride porteiro e síndica". Qual o nome do vereador? Luis GALLO! Quando ele nasceu, a mãe falou: "Você vai se chamar Gallo, vai virar vereador e vai dar uma de galo, bater no porteiro e na síndica". E o repórter do SBT cobrindo o assalto à joalheria Tiffany: Fabio DIAMANTE! E para compensar o incêndio no Butantã, um amigo meu vai enviar a sogra, duas cunhadas e oito vizinhas! É mole? É mole, mas sobe!
Ou, como disse aquele outro: é mole, mas trisca pra ver o que acontece! Antitucanês Reloaded, a Missão. Continuo com a minha heroica e mesopotâmica campanha Morte ao Tucanês. É que em Angicos, no Rio Grande do Norte, tem um bar que se chama Só Entra Quem Aguenta! Ueba. Mais direto impossível. Viva o antitucanês. Viva o Brasil!
E atenção! Cartilha do Lula. O Orélio do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. "Escafedeu-se": companheiro que fugiu soltando um pum gigante. Rarará! O lulês é mais fácil que o ingrêis. Nóis sofre mas nóis goza. Hoje só amanhã! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Consumidor de seguro é diferente no Brasil, afirma consultoria 
Maria Cristina Frias

Folha de S.Paulo - 19/05/2010

A figura do corretor na distribuição e nas vendas de seguros ainda é forte no mundo todo, mas a internet ganha espaço. No Brasil, porém, o canal bancário é muito expressivo, embora os corretores tenham uma parcela significativa no setor.
Nos últimos 12 meses, mais da metade dos clientes no mundo compraram pela web. Embora expressiva, a procura por corretores começa a cair.
A conclusão é de estudo da Accenture com 3.555 pessoas em cinco países, além do Brasil. A pesquisa, que aborda o uso de canais por consumidores, expectativas de compra de serviços e mudança de prestadores será apresentada por Serge Callet, líder global para a área de seguros da Accenture, que está no país nesta semana.
"No Brasil, dois terços desse mercado estão nas mãos dos maiores bancos. Não ter acesso à distribuição bancária relega a companhia a resultados menos expressivos", diz Raphael de Carvalho, sócio no Brasil.
Enquanto no Reino Unido o ato de comprar ou renovar seguros por meio dos bancos só é feito por 14% dos clientes -e por 9% na Alemanha-, no Brasil o número sobre para 54%. A mesma operação on-line no Brasil é realizada por 19%, ante 70% no Reino Unido, segundo Callet.
O mercado brasileiro tem outras especificidades, de estruturação e regulatórias, como se viu pela melhor reação à crise mundial, diz Callet. O cenário torna improvável o aparecimento de uma nova empresa no país para atuar na internet.
"O Brasil está entre os países onde o comércio eletrônico mais cresce. Pode até ocorrer a entrada de um novo player para operar por meio da web, mas não como algo transformador. Vejo a internet mais como oportunidade de novas vendas", afirma Carvalho.

DECISÃO EUROPEIA EM XEQUE

"Que direito tem a Europa de apreender qualquer tipo de carga?", questiona Antônio Britto, presidente-executivo da Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa). "A mercadoria nos portos é considerada em trânsito. É uma questão de direito internacional público", completa. Na semana passada, Brasil e Índia anunciaram que irão à OMC em defesa de remédios genéricos confiscados em alguns países europeus em trânsito para países em desenvolvimento. Segundo Britto, os países estariam abusando do seu poder de apreender mercadorias. "A OMC precisa explicar quais os níveis de poder de cada país." Segundo Britto, essa celeuma em torno dos genéricos não faz sentido, porque a empresa que poderia ser beneficiada com a apreensão não havia feito queixa. "A discussão é sobre apreensões em geral." Esse debate chama a atenção para o aumento da falsificação de medicamentos. "Esperamos que haja um olhar atento do mercado como um todo para evitar o contrabando de insumos de procedência desconhecida", afirma Britto.

ATRÁS DAS GRADES

Huang Guangyu, 41, fundador da rede chinesa de lojas de eletroeletrônicos Gome e que já foi apontado como o homem mais rico da China, foi condenado ontem, por um tribunal em Pequim, a 14 anos de prisão por crimes financeiros. O empresário foi considerado culpado da acusação de suborno, uso de informação privilegiada e prática de negócios ilegais. Guangyu também foi multado em R$ 150 milhões e teve confiscados bens avaliados em mais de R$ 50 milhões, de acordo com informações da agência de notícias estatal Xinhua. Em novembro de 2006, Guangyu havia anunciado uma parceria entre a Gome e a Motorola.

LIÇÃO...
Pelo quinto ano consecutivo, as Casas Bahia foram escolhidas para participar do programa de especialização da The Wharton School, da University of Pennsylvania. O programa proporciona a estudantes de MBA uma imersão nos negócios das principais companhias do mundo. Michael Klein, diretor-executivo das Casas Bahia, receberá 30 estudantes.

...PARA DAR
O diretor-executivo Michael Klein também foi escolhido para participar da programação de um seminário internacional da Wharton School. Além do setor de varejo, das Casas Bahia, os estudantes vindos do MBA norte-americano também vão conhecer em São Paulo a Cosan, a Embraer, o Hospital Albert Einstein, entre outras empresas.

LOCO POR TI...
A Amazônia Sul-Americana é pauta da discussão que reunirá Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Suriname e Venezuela no 2º Fórum Internacional de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Sul-Americana. Para subsidiar as discussões, uma comitiva visitará obras da Estrada do Pacífico e as hidrelétricas do rio Madeira, Jirau e Santo Antônio.

...AMÉRICA
A abertura do encontro latino-americano será no dia 24, em Arequipa, no Peru. No Brasil, o Acre será o primeiro Estado visitado, no dia 2 de junho. O encerramento do fórum será em Porto Velho, Rondônia, no dia 6 do mesmo mês. O evento é promovido pela Federação Nacional dos Engenheiros e pela ONG Engenheiros Solidários.

SONIA RACY - DIRETO DA FONTE

Fios soltos 
Sonia Racy 

O Estado de S.Paulo - 19/05/2010

O acordo Irã-Brasil-Turquia não tocou na essência do problema por lá: o enriquecimento de urânio a 20%. "Ahmadinejad não explica por que o Irã se recusa a parar de processar nesse nível. Para fins pacíficos, 3,5% bastam", explica José Goldemberg, admitindo exceção: o funcionamento do reator médico.

Para um dos principais especialistas em produção de energia do mundo, grande crítico da energia nuclear, o Irã só quer ganhar tempo.

O Brasil errou ao entrar nessa história? "Olha, nos anos 90, tiramos o Brasil da suspeita internacional de que estaríamos fabricando armas nucleares. Hoje, podemos voltar a ser objeto de suspeita", antevê o reconhecido professor, ex-reitor de USP, ex-ministro, ex-secretário do meio ambiente, vencedor do Planeta Azul, o Nobel da natureza.

Que pode ser visto, ainda depois dos seus 80 anos, andando todos os dias pela manhã no Clube Hebraica.


Eu fico

Serra desistiu de ir para Nova York. Dilma vai?

Meu "canto"

Antes de assumir seu novo cargo na Grécia, o embaixador Oto Maia, encarregado dos consulados e comunidades brasileiras no exterior, fez questão de passar pela China. Para acertar últimos detalhes de abertura do esperado consulado brasileiro em Cantão.

Mc prazer

Oscar Maroni negocia franquias de seu Bahamas. Diz estar recebendo interessados de SC, Rio e RS". Só não conseguiu reabrir sua casa em SP, mesmo com o apoio de Agnaldo Timóteo, em carta a Kassab.

Time goes on

Eternizada pela série Confissões de Adolescente, Maria Mariana cresceu. Quer levar aos palcos agora a peça... Confissões de Mãe.

Viradinho Paulista 1

Agora é a vez da Virada Cultural Paulista no interior. Com Cat Power, Manu Chao e Yann Tiersen, André Sturm aposta em 1,5 milhão de pessoas passando pelas cidades. "Resolvemos provocar e levar coisas boas para o interior", justifica.

Viradinho Paulista 2

E a poderosa Cat Power exigiu: quer ao menos duas horas para sua passagem de som.


Sem ressaca

Fim do mistério. Ricardo Teixeira revelou à coluna quais serão os dois primeiros amistosos do Brasil pós-Copa da África. Adversários: França, dia 11 de agosto; e Alemanha, dia 2 de setembro. Ambos fora do País.
Quanto vale?
A Telefonica, que deseja comprar a parte da Portugal Telecom na Vivo, fez uma oferta. Mas não conseguiu. Muito se fala sobre a recusa mas, pelo que se apurou, o problema é de... preço.

A Telefonica, quando comprou a Telecom Itália, pagou 14 vezes o seu Ebtida. Pela parte da PT na Vivo, quer pagar somente 8 vezes.
Quanto vale 2
O que é "Ebtida"? Não, não é uma fórmula química. Trata-se de sigla americana que significa lucro da empresa antes de impostos, juros, depreciação e amortização de ativos.
Laços de amizade
Benjamin Moser, autor de biografia de Clarice Lispector, já tem visita marcada em sua passagem pelo Brasil, em agosto.

Vem se encontrar com Maria Bonomi, artista plástica, que foi amiga íntima da escritora.



Aquele abraço

Rompidos desde a Copa de 2006, Ricardo Teixeira e Ronaldo voltaram às boas. Dirigente e jogador tiveram um reencontro afetuoso, segunda, no fim da concorrida festa de 30 anos da Traffic Sports, em São Paulo.

A aproximação teve ares de novela. Acompanhado de dois seguranças e de Bia, sua mulher, o craque repetiu o mesmo script desde o fiasco brasileiro na Alemanha: ignorou o presidente da CBF. Chegou ao evento após o show do cover de Michael Jackson e se refugiou no fundo do salão do Hotel Unique. Em uma mesa reservada, assistiu ao show de Lulu Santos, sempre com uma taça de champanhe na mão.

Ao perceber a saia justa, J.Hawilla entrou em campo. Conversa daqui, conversa de lá, e o anfitrião costurou a paz. Já passava da meia-noite quando o Fenômeno cruzou o salão e deu um longo abraço de urso no desafeto, que retribuiu com um beijo no rosto. "Não tinha motivo essa divergência", celebrou o "embaixador" Hawilla. "Foi a imprensa que brigou "ele comigo e eu com ele". Quando duas pessoas se abraçam e se beijam, isso quer dizer o quê? Que elas se gostam. Precisa de mais alguma coisa?", pergunta Ricardo Teixeira.

E logo uma roda de amigos se formou. "Cuidado, Andrés. O Dunga vai dar muita "porrada" na Copa", brincou Ronaldo com Andrés Sanchez, presidente do Corinthians e escolhido para chefiar a delegação brasileira na África do Sul. Teixeira e Ronaldo ficaram de almoçar juntos assim que agenda deles permitir.

Muitos tucanos pousaram na festa, mas só um petista apareceu: Marta Suplicy. E da coligação lulista, estava Protógenes Queiroz que passou a noite distribuindo... cartões de visita do PC do B.

MÔNICA BERGAMO

"Duplo caráter" beija Ronaldo 
Mônica Bergamo 

Folha de S.Paulo - 19/05/2010

São por volta de 22h45 quando o atacante Ronaldo, do Corinthians, chega à festa de 30 anos da empresa de marketing esportivo Traffic, anteontem, no hotel Unique. Acompanhado da mulher, Bia Antony, ele cumprimenta o anfitrião, J. Hawilla, e outros convidados.

A poucos passos do Fenômeno está o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, desafeto do craque. O cartola o apontou como como um dos culpados pelo fracasso da seleção na Copa de 2006. Ronaldo já disse que o dirigente tem "duplo caráter".

Assediado por fãs pedindo fotos e autógrafos, o corintiano é levado para uma mesa no canto do salão. Passa reto pela roda onde Teixeira conversava.

A coluna pergunta a Ronaldo se ele iria cumprimentá-lo. "Eu nem o vi. Quero só chegar e sentar", diz ele. Seis seguranças -quatro homens e duas mulheres- formam uma "cerca viva" diante da mesa do jogador, o único com escolta na festa.

O encontro de Ronaldo e Teixeira demora mais de uma hora e meia para acontecer, e depois de muita negociação. O presidente do Corinthians, Andres Sanchez, se divide entre as duas rodas de conversa. Beija a careca de Ronaldo e, minutos mais tarde, está falando com o dirigente. O Fenômeno é chamado por Mauro Marques, vice-presidente da Federação Paulista de Futebol, e decide ir até Teixeira, escoltado pelo cordão de seguranças.

Eles apertam as mãos, se abraçam, tiram fotos e começam a falar sobre a Copa da África do Sul, onde Andres Sanchez será o chefe da delegação. "Cuidado que o Dunga vai te dar porrada pra c... lá", diz Ronaldo a seu chefe no Timão. Teixeira deseja ao atacante "boa sorte na sua caminhada".

Diante dos jornalistas, J. Hawilla fatura com a reconciliação. "Não tinha por que ter essa divergência. Eles não estavam se falando, mas só até hoje. Essa vai ser a notícia da festa", diz.

Teixeira comenta que "foi a imprensa que me brigou com ele, e ele comigo. Quando duas pessoas se abraçam e se beijam, o que isso quer dizer? Que há amizade. Preciso dizer mais alguma coisa?".
Copa seca 
O preço da cerveja pode subir. Em reunião com o governo na semana passada, fabricantes avisaram que não poderão incorporar novos aumentos de impostos e contribuições, que devem ocorrer em breve caso a tabela de cobrança de IPI, PIS e Cofins seja atualizada. O ministro Guido Mantega, da Fazenda, escutou. Mas não descartou a medida.
Vitrine
Para tentar convencer o governo, os cervejeiros exibiram os números do setor, que cresceu 10% em volume no último trimestre e planeja investir cerca de R$ 4 bilhões neste ano. Só a AmBev responde pela metade do valor, com ampliação de fábricas em 16 Estados -oito delas no Norte e Nordeste, onde o consumo de cerveja aumenta em velocidade ainda mais acelerada do que no resto do país. O preço mais alto poderia comprometer a curva, retraindo o consumidor de menor renda.
Pedra...
A Camargo Corrêa vai botar abaixo a sede da empresa (uma torre e nove blocos), na rua Funchal, em frente à casa de shows Via Funchal. Vai lançar no terreno, de 38.000 m2, um dos últimos disponíveis em área nobre da cidade, um empreendimento imobiliário que, só no estacionamento, abrigará 4.000 carros. Serão duas torres de aproximadamente 30 andares, com área locável de 2.000 m2 por andar. No térreo funcionará uma espécie de shopping, com pequenas lojas e estabelecimentos comerciais.
...sobre Pedra
Para lançar o empreendimento -que fica perto da Daslu e do shopping JK Iguatemi-, a empresa aguarda o OK dos órgãos da prefeitura. Pelo menos uma exigência já foi feita: a construtora terá que ceder parte da área para a ampliação da via, facilitando o trânsito e as manobras de ônibus e carros que passam pelo quarteirão.
Advogados Réus
O Tribunal de Ética da OAB-SP determinou, em 2009, que 21 advogados fossem excluídos da ordem por praticarem infrações éticas -dois a mais do que no ano anterior. Outros 1.316 receberam suspensão temporária, e 625 reclamações renderam censura ou advertência ao profissional. No ano, foram protocoladas 10.223 representações no tribunal, das quais 1.685 terminaram arquivadas, por serem improcedentes.
Luxo Só
De volta à ativa depois de alguns dias hospitalizado, o arquiteto Oscar Niemeyer, 102, já pegou uma encomenda. Vai projetar, sem cobrar nada, um museu em Havana, Cuba, para abrigar as 120 obras doadas no mês passado à ilha pelo milionário Gilbert Brownstone. Entre elas há dezenas de Picassos, Andy Warhols, Mirós, Marcel Duchamps, Dalís e Chagalls.
Narra e Comenta
O escritor Fabrício Carpinejar, ganhador do prêmio Jabuti em 2009, vai instalar telões para tuitar -e exibir os comentários ao vivo- durante os eventos de lançamento de seu próximo livro, "A Mulher Perdigueira", em junho. A obra, uma coletânea com 125 crônicas em defesa das "mulheres que vivem no encalço do homem, que mexem no celular, no computador e no Orkut dele e ligam 15 vezes ao dia", como define o autor, terá sessões de autógrafo em Porto Alegre, SP e Rio.
Procura-se um Petrus 
Cássio Clemente, presidente da Apae-SP, está em cruzada para conseguir uma garrafa de Chateau Petrus para o 3º Leilão de Vinhos da entidade, que será no dia 25. "Gostaria de contar com essa raridade", diz. A bebida pode, em seus cálculos, atingir lance de até R$ 14 mil -difícil é arranjar alguém para doá-la. "Já falei com uns dez banqueiros e uns dez advogados com cara de terem um exemplar, mas não consegui sensibilizar ninguém. Todo mundo fica na moita e sempre joga a bola para outra pessoa", diz ele.
Guru da Gaga
O novo livro de Deepak Chopra, guru das cantoras Lady Gaga e Madonna, já tem data para ser lançado no Brasil. "O Efeito Sombra" (editora Lua de Papel), best-seller nos EUA, chega às livrarias no dia 10 de junho.
Curto-circuito
ACONTECE HOJE, às 21h, no teatro Gazeta, o espetáculo "Show da Solidariedade", com Moacyr Franco e Sula Miranda. A apresentação tem renda revertida para o tratamento de saúde do humorista Vianna Jr. Classificação etária: livre.

CHICO PINHEIRO, EDU LOBO e Cesar Camargo Mariano fazem o show "Música pela Cura", no dia 26, às 21h, na Sala São Paulo, em prol da Tucca (Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer). Classificação etária: livre.

O ESPETÁCULO "Descendo Do Salto" estreia hoje, às 21h30, no teatro Bibi Ferreira. Classificação etária: 14 anos.

O CHEF Marcello Tully realiza jantar do 4º Whisky Festival hoje, às 20h, no restaurante Capim Santo.

O DJ INGLÊS Ashley Beedle se apresenta hoje, às 23h30, no clube Dorothy Parker, nos Jardins. Classificação etária: 18 anos.

O RESTAURANTE Le Vin do Itaim Bibi recebe hoje, para jantar harmonizado, Lucas Lowi, embaixador da vinícola Terrazas.

PAULO BORNHAUSEN

O Estado desvirtuado
PAULO BORNHAUSEN
FOLHA DE SÃO PAULO - 19/05/10

A reativação da Telebrás é prova cabal de que os comandantes do governo central querem implantar o "Estado desvirtuado"


GOSTARIA de que me apontassem um país, em todo o mundo, que, por ser sede da Olimpíada e/ou da Copa do Mundo, criou duas estatais para coordenar um dos certames, em vez de investir em infraestrutura e dar condições para que a iniciativa privada cumpra seu papel.
Isso aconteceu, por exemplo, em Barcelona, cidade totalmente revitalizada a partir de maciças aplicações de recursos privados e de uma correta política social do governo local.
Porque quando o pitoresco se transforma em regra, como é o caso no Brasil do "nunca antes" e suas "jabuticabas", perde-se a graça, e também perde o país.
A universalização do acesso à banda larga não é apenas questão de inclusão social, política em nome da qual o governo do PT se arvora como o único capaz e interessado em transformar o país em classe média.
É um fenômeno, antes de tudo, decorrente do avanço tecnológico. E se estamos discutindo a questão no mesmo momento em que ela acontece nos Estados Unidos, por exemplo, é porque a privatização do setor de telecomunicações elevou o nosso país, no planeta globalizado, ao mesmo patamar do das grandes nações.
Os principais líderes petistas, de Lula e Dilma a José Dirceu, assumem ar imperial quando discursam a favor de um "Estado forte". Atropelam os mais básicos conceitos constitucionais para fazer valer sua redentora ideologia. Negligenciam o respeito à inteligência do brasileiro.
A reativação da Telebrás, a título de ser a única possibilidade de se implantar o Plano Nacional de Banda Larga, é prova cabal de que o os comandantes do atual governo central estão, na verdade, querendo implantar no Brasil o "Estado desvirtuado".
Mesmo que fosse fazendo da maneira certa, ou seja, submetendo seus planos ao Congresso Nacional, eles estariam equivocados.
Mas é a prepotência bolivariana que guia o pensamento de Dilma, Lula e seus seguidores; eles não têm equipe, têm "companheiros".
Em todo o mundo, um projeto da natureza do plano de banda larga é exaustivamente discutido com a sociedade. Num segundo passo, ele é submetido ao Poder Legislativo, que cuida para que o outro pilar republicano, o 
Judiciário, não precise impor correções para que atinja seu principal objetivo, servir aos cidadãos.
No Brasil de Dilma e Lula, isso não acontece, porque o que eles buscam é a perpetuação no poder, é o controle absoluto do poder.
Os marqueteiros de Dilma precisam filmá-la em alguma sala de uma humilde cidade brasileira, onde eleitores estarão navegando na internet, para que outros cidadãos se convençam a votar na autora da façanha.
No caso específico da banda larga, desnuda-se outra qualidade petista, a hipocrisia. Um dos argumentos para a tentativa de reestatização do setor, claro, sob domínio direto e absoluto do grupo, é o custo dos serviços de telecomunicações, que eles definem como absurdo.
Com a competência de quem é responsável pelo pagamento das taxas, tributos, contribuições e impostos, tudo, claro, repassado para o usuário, um executivo do setor afirma que, em todos os Estados do Brasil, o imposto sobre cigarros é menor do que sobre serviços de telecomunicações.
Cito-o: "Não há uma única unidade da Federação em que os impostos que incidem sobre serviços de telecomunicações e da banda larga sejam menores do que os de cigarros. É essa a prioridade social que o país confere à banda larga?".
E o governo, no justo afã de levar a modernidade tecnológica a todos os brasileiros, reduz a carga para facilitar o acesso? Sim, ele faz isso. Mas apenas para a "sua" empresa, a Telebrás reativada, reestatizada.
E, no mesmo dia em que o decreto da banda larga é publicado, cuja execução vai exigir cerca de R$ 15 bilhões do Tesouro, o ministro da Fazenda anuncia, magnânimo, que o governo vai promover corte de R$ 10 bilhões nos gastos públicos...
O governo de Dilma e Lula pode não ter consultado ninguém para mais essa ação. Mas, nós, da oposição, vamos fazê-lo. Caberá à Justiça proteger os reais interesses da nação.
PAULO BORNHAUSEN , advogado, é deputado federal (DEM-SC) e líder do seu partido na Câmara.

ANDRÉ MELONI NASSAR

Floresta legal de mercado
ANDRÉ MELONI NASSAR 
O Estado de S.Paulo19/05/10

Talvez seja um pouco tarde para lançar novas ideias, dado que as discussões para reforma do Código Florestal estão avançadas no Congresso Nacional, mas acredito que o exposto neste artigo possa ajudar a implementar o novo código, quando aprovado. O que defendo aqui é colocar mais mercado e menos regulamentação no marco regulatório da reserva legal. A oportunidade aberta pela reforma deveria ser utilizada para estabelecer mecanismos de mercado em substituição aos tradicionais instrumentos de coerção.

A proposta consiste em criar um mercado para a reserva legal com base num sistema de teto e trocas (batizado de cap and trade no mercado de carbono). As dificuldades legais para criar esse mercado não são grandes, uma vez que o teto já existe. Basta promover a segunda parte da ideia: viabilizar e estimular as trocas. Saliento que não estou propondo um sistema de compensação tal qual já é permitido no Código Florestal corrente.

Para que o mercado de reserva legal decole, como no caso do mercado de carbono, algumas condições institucionais precisam ser garantidas. A primeira, a rigor já estabelecida no Código Florestal, é definir os montantes de reserva legal. A maior modificação jurídica a ser feita é na conceituação e no propósito da reserva legal. Em vez de impor a reserva legal como obrigação de cada propriedade rural, ela passaria a ser definida como uma meta para uma determinada unidade regional mais ampla, e não restrita à microbacia hidrográfica. Essa meta passaria a ser expressa em hectares necessários para compensar a área antropizada corrente e futura daquela unidade regional. A meta regional seria, idealmente, calculada a partir do somatório da meta individual de cada propriedade. No entanto, considerando que existem Estados cuja área de vegetação nativa ainda ultrapassa as obrigações de reserva legal, essa meta seria calculada com base na área de vegetação nativa e na área antropizada localizada fora áreas excluídas para uso para fins produtivos.

Um mecanismo de mercado permitiria aos produtores atuar de duas formas: 1) Alugar áreas com vegetação nativa em propriedades privadas em montante superior à reserva legal individual; 2) investir em restauro florestal em outras propriedades rurais. Assim, produtores com excesso de reserva legal e com áreas não utilizadas para produção, ou com baixa produtividade, seriam os ofertantes; e os produtores com "passivo ambiental" ou interessados em abrir suas áreas além do teto individual seriam os compradores de reserva legal.

Para que os ambientalistas ortodoxos não rechacem a ideia de antemão, a obrigação individual com as áreas de preservação permanente (APPSs) continuaria existindo (seja a conservação, seja o restauro florestal com esse fim), a despeito da meta ampla para reserva legal. Fica a discussão, e esta é o Congresso que vai arbitrar, se as APPs são adicionais à reserva legal ou não.

O custo de oportunidade de manter a vegetação nativa é elevado, seja porque o produtor está deixando de produzir, seja porque o custo do restauro por hectare é muito maior do que a rentabilidade de qualquer produto agropecuário. Assim, o surgimento do mercado de reserva legal pressupõe uma diluição de custos, enquanto se mantém, para o produtor, a obrigação da conservação.

Caberia ao governo formar um fundo de reserva legal que seria utilizado para alavancar esse mercado. O fundo teria um objetivo básico: subsidiar o investimento necessário para financiar projetos de restauro florestal e subsidiar as iniciativas de aluguel de reserva legal para cobrir os custos de oportunidade da produção agropecuária. Tendo em vista que grande parte dos custos do restauro ocorrem no início do projeto, o fundo cobriria parte do investimento inicial, o qual seria amortizado pelos produtores no decorrer do tempo de vida do projeto. Com esse mecanismo a entrada futura manteria o fundo capitalizado, permitindo que novos projetos fossem financiados. O tamanho do fundo (não é preciso dizer que seria de alguns bilhões de reais) dependeria da demanda pelo restauro.

O fundo poderia ser utilizado de forma a se atingir o que a sociedade espera em termos de preservação. Se promover o restauro é mais importante do que financiar a servidão florestal, o fundo poderia fomentar de forma mais agressiva projetos de restauro, estimulando produtores a seguirem esse caminho. Diversos critérios precisam ser desenvolvidos sob o guarda-chuva do mercado de reserva legal: um sistema de seguro autofinanciado para cobrir inadimplência, uma garantia para o tempo de permanência da vegetação nativa, um cadastro positivo de produtores que entrarem no mercado e um sistema de avaliação do andamento dos projetos, entre outros. É preciso dimensionar também o montante do subsídio a ser injetado no sistema, para se evitar risco moral, e criar mecanismos para garantir a transparência no uso dos recursos.

A criação do mercado de reserva legal tem várias vantagens sobre o sistema atual. A mais importante é que, se construído sem distorções políticas, ele promoveria uma alocação mais eficiente no uso da terra. Áreas apropriadas para produção agropecuária seriam usadas para este fim - o que não poderia ser diferente - e áreas menos apropriadas seriam as candidatas aos projetos de restauro florestal. A segunda é que a diminuição das restrições atuais associadas à compensação e à servidão florestal seria acompanhada por um massivo programa de restauro florestal, que, sem dúvida, traria vários benefícios ambientais e de biodiversidade aos fragmentos de vegetação nativa existentes. Por fim, um mercado para reserva legal estimularia, em vez de manter na defensiva, os produtores rurais a se engajar nos temas ambientais.

DIRETOR-GERAL DO INSTITUTO DE ESTUDOS DO COMÉRCIO E NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS.

ROGÉRIO CEZAR DE CERQUEIRA LEITE

Belo Monte, a floresta e a árvore
ROGÉRIO CEZAR DE CERQUEIRA LEITE
FOLHA DE SÃO PAULO - 19/05/10

Se o Brasil for impedido de ampliar o aproveitamento do potencial hidroelétrico, então será forçado a recorrer ao uso de combustível fóssil


QUE CARNAVAL estão fazendo os ambientalistas e ecopalermas em torno da futura usina de Belo Monte, a ser implantada no médio Xingu, na Amazônia.
O primeiro crime, segundo eles, seria o sacrifício de 500 km 2 de mata, ou seja, a mesma área que, em média, tem sido desmatada a cada dois dias neses últimos anos, devido ao comércio de madeiras e à invasão da soja e do gado na Amazônia.
Esse exército extemporâneo de Brancaleone é composto de conservacionistas de diversas espécies.
Além de uma tribo de índios locais e de bem-intencionados, porém mal informados, estudantes e intelectuais, veem-se artistas de Hollywood e de outras culturas, malabaristas, fanfarrões e pseudointelectuais.
Será que esses senhores deixaram de comprar móveis de mogno, ou se manifestaram perante seus governos, ou boicotaram a carne e a soja produzidas na Amazônia?
Será que percebem que a área alagada pelo projeto Belo Monte corresponde a tão somente 0,01% da Amazônia brasileira e que bastariam 0,025% do rebanho nacional de gado para invadi-la, dentro da média atual de ocupação?
Ou seja, da maneira como está planejada Belo Monte, usina de fio d'água, não há no Brasil melhor opção do ponto de vista de sustentabilidade, que combine condições ecológicas e também financeiras.
Alguns talvez argumentem que, somando vários 0,01% do território da Amazônia, então se ocuparia parcela apreciável do território amazônico.
Ah, que bênção seria se tivéssemos mais uma meia dúzia de Belo Montes! Mas, infelizmente, não existem tais riquezas. Tudo bem, vão dizer os mais inteligentes e bem-intencionados "ignocentes" (neologismo composto por 50% de inocência + 50% de ignorância), mas e a biodiversidade?
Ora, qualquer espécie que esteja espontaneamente restrita a um território de 500 km 2, excetuando-se algumas confinadas a pequenas ilhas, já está em extinção. Só um ignorante pode pensar em perda de biodiversidade nessas circunstâncias.
E é claro que muitos espécimes vão sucumbir, milhares, se não milhões de formigas, carunchos e talvez até alguns mamíferos. Em compensação, 20 milhões de brasileiros poderão ter luz em suas casas, muitos outros locais passarão a ter benefícios do progresso, poderão ver pela TV o "Programa do Ratinho".
Indústrias geradoras de emprego serão implantadas. É isso que os "ignocentes" não percebem. Eles veem a árvore, mas não percebem a floresta onde ela está inserida, sem a qual não pode a árvore sobreviver.
Quanto à questão social, é preciso lembrar que o caso de Belo Monte é muito diferente do de Três Gargantas, na China, onde a densidade da população ribeirinha era extremamente elevada. O governo chinês admite que precisou realocar 1 milhão de habitantes; outras organizações falam em 2 e até 3 milhões.
Em contraste, considera-se que, em Belo Monte, apenas dois ou três milhares de habitantes são computados e que, na mudança, ganhariam significativamente quanto a infraestrutura e conforto pessoal. Os índios da região amazônica são, em origem, seminômades, deslocando-se periodicamente sempre que recursos naturais se escasseiem devido ao extrativismo a que eles mesmos recorrem.
Portanto, dos pontos de vista cultural, psicológico e até mesmo material, contrariamente ao que pretendem alguns ambientalistas, o índio pouco ou nada sofrerá.
Vejamos por que são tão ingênuos esses bem-intencionados verdolengos. Se o Brasil for impedido de ampliar o aproveitamento do seu potencial hidroelétrico, será forçado a recorrer ao combustível fóssil, pois a energia eólica, embora desejável sob vários aspectos de sustentabilidade, não oferece segurança de fornecimento acima de certo nível de participação em um sistema integrado.
Além do mais, a distribuição de ventos pode mudar com as inexoráveis mudanças climáticas, devido ao aquecimento global. E, se jamais o pré-sal vier a se concretizar, não haverá como convencer os líderes governamentais de que usinas termoelétricas a óleo combustível serão prejudiciais à humanidade.
Será que tais ambientalistas não percebem que não deixam alternativa ao país senão o uso de combustíveis fósseis, o que acarretará, inelutavelmente, embora a longo prazo, a desertificação da Amazônia, dentre outras catástrofes?
Com isso, não será apenas a meia dúzia de saimiris que perecerá nos 500 km 2 da usina Belo Monte, mas toda, ou quase toda, a biodiversidade da Amazônia e do resto do planeta.
Não percebem esses "ignocentes" que a usina e suas eventuais congêneres constituem a melhor arma que têm o Brasil e a humanidade para combater o aquecimento global e, com isso, defender a integridade da floresta Amazônica e das demais matas de todo o planeta?
ROGÉRIO CEZAR DE CERQUEIRA LEITE , 78, físico, é professor emérito da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), presidente do Conselho de Administração da ABTLuS (Associação Brasileira de Tecnologia de Luz Síncrotron) e membro do Conselho Editorial da Folha

BRASIL S/A

Capital de vento
Antonio Machado

CORREIO BRAZILIENSE - 19/05/10

Sem a ciranda financeira, mundo rico terá crescimento anêmico e aumento explosivo de dívida


O economista Sidnei Nehme, um dos mais antenados analistas sobre questões cambiais, abriu o seu comentário de terça-feira com uma constatação crescentemente consensual: “os mercados globais”, ele escreveu, “continuam com muitas dúvidas e pouquíssimas certezas”.

As certezas são de que a economia se enfiou em todo o mundo num enrosco danado. Como desatar os nós é a dúvida. O estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) que traz o quadro da situação fiscal das quase duas centenas de países associadas à organização dá uma pista sobre o que acontecia até o colapso dos mercados financeiros pela quebra do Banco Lehman Brothers e as sequelas que perduram.

Desde então, governos e analistas fizeram à exaustão a autopsia do baque financeiro que varreu o mundo, parecia amainar até uns meses atrás, dá sinais de que vem sendo superado nos EUA, onde irrompeu, e ressurge como recidiva de doença oportunista nas partes frágeis da economia global. Hoje, é a Europa. Amanhã, ninguém sabe.

Pouco estudado é o efeito que a ciranda do crédito tinha sobre a produção, o consumo, a arrecadação fiscal dos países e a renda das pessoas em todo mundo. Pelo circuito da globalização dos dinheiros e das cadeias de produção, país algum, mesmo os miseráveis, ficou de fora desse processo. Que processo? O da “criação” de riqueza.

Bastante frequente foi o de antecipação de receita pelas empresas ou de liquidação de dívida pela banca para a contratação de outras dívidas por meio da securitização de fluxos de pagamentos. Isto é, a transformação de valores a receber em outros ativos financeiros — cada vez mais distantes do fato gerador —, vendidos no mercado.

Tal sistema, conhecido por derivativos e com múltiplas variações e grau de sofisticação ainda inexpugnável para muitos analistas, é hoje demonizado, mas sem ele a economia global não teria chegado ao que foi o maior período de prosperidade desde a 2ª Guerra. Não se defende a especulação que lhe foi inerente. Apenas se constata.

Está lá no estudo do FMI, tratado na coluna de ontem. A dívida pública dos países avançados do Grupo dos 20 (G-20) — como EUA, Japão, Alemanha, França, Inglaterra e Itália —, deverá aumentar 39 pontos de percentagem do PIB medido pelo critério de paridade de poder de compra, entre 2008 e 2015. Como comparação, o FMI prevê para os países emergentes do G-20, como Brasil, China e México, um corte de dívida, no mesmo período, de 5 pontos percentuais do PIB.

A recessão é o angu
Do acréscimo de dívida pública nos países ricos, nada menos que metade, 49%, vai dever-se à recessão ou ao crescimento econômico abaixo da média histórica, frustrando a expectativa de arrecadação fiscal. A recessão e o que a provoca é o angu, não bem a crise.

Os programas de estímulo econômico (4,5 pontos percentuais dos 39 pontos de aumento da dívida) e de resgate dos bancos insolventes (7,7 pontos percentuais) corresponderão a menos de um terço (31%) do aumento total da dívida dos países ricos até 2015. A parte dos juros responderá, segundo o FMI, a 20% do acréscimo da dívida.

Economia real sem gás
O colapso do crédito pelo tranco da ciranda financeira é o grande vilão do crescimento perdido. Mas aberrante foi a exacerbação do processo, permitida pela ausência de controle oficial sobre ele.

Bancos dos EUA e Europa, no fim da ciranda, tinham compromissos de 30 a 70 vezes o patrimônio. No Brasil, tal relação nunca passou de 11 vezes. Essa alavancagem do crédito é que teve morte súbita.

Já renasceu, sobretudo nos EUA, mas com menos pique. As medidas prudenciais que os governos estudam implantar depois de arrombada a casa se destinam a frear o circuito da multiplicação dos ativos derivados de outras dívidas. Ou, mais arriscado ainda, da promessa de resultados futuros, tal como um jogo de dados. Tudo bem. O que havia era antinatural. Mas, e seu efeito sobre a economia real?

China repete Japão?
O que se suspeita é que todos os que usufruíram a riqueza virtual deletada pela crise estejam em pane. Até a China, motor industrial do mundo movido em sua origem pelo consumismo encharcado em dívida dos EUA, pode não estar imune. Em princípio, não corre o risco de ser sugada pelo redemoinho que envolve a Zona do Euro. O risco que a ronda é repetir o Japão do início de 1990 pelo mesmo motivo que o levou a passar de locomotiva industrial à estagnação que vem até hoje: uma década de crédito farto, juros baixos e suas sequelas da febre da bolsa e do mercado imobiliário. Sem o giro da especulação financeira, resta apenas a economia real. E ela pode não bastar.

Despreparo do Brasil
O quadro futuro antecipado por alguns fundos de hedge, que ganham apostando em cima do que poucos ainda viram, é que a crise durará até que a capacidade industrial existente no mundo sustentada pela demanda gerada pela alavancagem do crédito comece a ser queimada.

Em segmentos com poucos e grandes grupos, como o farmacêutico, já está em curso, com um movimento de consolidação cuja causa parece a de proteger participação de mercado e margem por meio da compra dos grupos menores para fechar. Em setores cuja margem era pequena antes da crise governos abriram uma rede de segurança. Tal medida tem sido comum no Brasil. Difícil será mantê-la sem reprodução do capital e a volta da demanda global aos níveis anteriores à crise. A questão é se estamos preparados, se aqui nem há essa discussão.

ROBERTO DaMATTA

Trocas e mudanças
ROBERTO DA MATTA

O ESTADO DE SÃO PAULO - 19/05/10

Quando eu era um jovem estudante de antropologia, fiquei muito impressionado quando aprendi que o diferente, - o outro (o índio, o estrangeiro, o gay, o negro, a mulher, o anão, o gênio, etc... - não precisa ser qualificado como inferior nem como superior. Ele é uma alternativa. Seria possível falar em alternativas melhores e piores, mais avançadas ou adiantadas? Essa era, exatamente, a questão. E eu, caro leitor, confesso que até hoje não sei muito bem se nós, humanos, melhoramos ou pioramos nas nossas mais diversas versões históricas e culturais que, no fundo são alternativas: outros modos de conceber e fazer as mesmas coisas que, por isso mesmo, ficam diferentes. Sei, simplesmente, que a despeito de todos os avanços tecnológicos, continuamos a matar e a morrer como os homem de Neanderthal. E a chorar de mágoa e de saudade...

Será que confundimos substituição com avanço? Trocamos de gravata e nos imaginamos mais atraentes. Mudamos de cônjuge, mas continuamos perseguindo a mesma mulher (ou o mesmo homem). Um amigo, casado três vezes, me impressiona porque "avança" encontrando mulheres exatamente iguais (para os meus olhos). Deixamos cidades e países, mas continuamos com as mesmas manias e vícios. Quase sempre confundimos troca com mudança.

Essa filosofia barata me lembra um rapaz que conheci no Ginásio de São Joan Nepomuceno, Minas, em 1948 ou 49. Era um semi-interno, amarelo e solitário, que matava todas as aulas de "ciência" do professor Nilo. "Seu Nilo", corria o mito, olhava no fundo dos nossos olhos e descobria imediatamente quem se masturbava além da conta - esse além da conta que é, de fato, o grande problema da condição humana, porque ninguém (exceto os radicais) sabe qual é a conta. O fato é que ninguém encarava "Seu Nilo". Para piorar as coisas, sabia-se que se "Seu Nilo" tocasse com o dedo indicador no centro do seu peito, ele era capaz de diagnosticar, com exatidão matemática, aquilo que todos escondíamos de todos e, sobretudo, de nós mesmos: éramos masturbadores eméritos e irremissíveis, praticantes virtuosos daquele pecado mortal chamado alternativamente de vicio solitário por qualquer motivo e pretexto. De fato, a masturbação era parte constitutiva do nosso mundo. Era paradoxalmente praticada como um autorremédio, para - vejam vocês - liquidar o desejo de praticá-la. Éramos mestres do paradoxo. O problema do Túlio, eis o nome do jovem fantasmagórico, seria - eis o nosso diagnóstico de experts - a masturbação excessiva. Sua cor, seu desânimo, sua falta de energia e carência escolar eram uma prova viva de como a punheta destruía e, como a lepra, estigmatizava e marginalizava um ser humano, transformando-o num trapo vivo, como remarcou um dia Dona Mariola, nossa professora de Português "Seu Nilo" imediatamente avaliou a extensão do mal. E resolveu curá-lo. Passou a conversar com o rapaz. Descobriu as causas de seu vício secreto. Uma delas atendia pelo doce nome de Maria do Socorro e era dona de um corpo perfeito. Ironicamente, o próprio "Seu Nilo" inspirava-se nela nas suas homéricas sessões masturbatórias, em sua modesta casa de professor de ginásio. A empatia entre Túlio e Nilo aumentou quando descobriram que Sonia, Zélia, Mariza, Silvinha e Cidinha eram parte das fantasias de ambos. Para tornar uma longa história curta, dentro de pouco tempo Túlio livrou-se do vício. Mas só para passar deste para outro maior, conforme me confessou num dia em que mamãe lhe ofereceu um almoço em nossa casa. No fim do seu "tratamento", descobriu uma "eguinha jeitosa" no curral do sítio paterno e começou a frequentá-la. "Troquei a punheta pela bestialidade", disse-me, ressuscitando os olhos tristes de sempre. "Substituí um pecado por outro muito mais complicado, porque agora eu tinha de sair de casa e encontrar uma mula, uma égua, ou uma cabra...". Seu rosto estampava a surpresa de quem descobriu por si mesmo essa triste sina da condição humana. A tal pedra que, como nos lembrou Camus, é levada ao cume da montanha e rola morro abaixo, só para ser levada ao topo novamente. Não é assim que fazemos todos os dias, quando saímos dos nossos sonhos e corremos o risco de morrer simplesmente porque estamos vivos?

Agora, querido leitor, qualquer semelhança com as mudanças de modelos e marcos para explorar o petróleo e fazer campanha eleitoral - que promete ser mais excitante do que a Copa do Mundo - é mera coincidência. Ou melhor, são coisas do país de Janbom. Aquela terra onde se pensa que a troca das leis cria honestidade. Como dizia com fúria nazista um velho professor: basta a lei para que tudo entre nos eixos! Modernizemos, pois, os códigos e posturas regimentais, bem como a forma das urnas.