domingo, abril 25, 2010
SUELY CALDAS
Os que têm tudo e os que nada têm
SUELY CALDAS
O Estado de S.Paulo - 25/04/10
O mapa brasileiro de políticas públicas sociais divide o País em dois grupos: os que gritam, esperneiam e conseguem o que querem e a maioria desorganizada, excluída e silenciosa, que quase nada tem, nem mesmo meios para tentar conseguir. Enquanto o governo propõe e o Congresso aprova doar R$ 15 milhões para a União Nacional dos Estudantes (UNE) construir sede nova e distribui R$ 64 milhões entre seis centrais sindicais de trabalhadores, crianças indígenas morrem de anemia e desnutrição e metade dos trabalhadores continua sem previdência, sem férias remuneradas, sem jornada de trabalho definida e sem 13.º salário.
Todo mundo sabe que o Brasil gasta mal na área social, é um problema antigo e o diagnóstico é velho e conhecido. Nos últimos 15 anos esse mal vem lentamente sendo corrigido com políticas sociais focalizadas na pobreza que têm mostrado eficácia: a Aposentadoria Rural, o Benefício de Prestação Continuada e o Bolsa-Família tiraram da miséria 22,5% da população. Apesar disso, o Brasil continua muito pobre. Enquanto persistirem desigualdades e a miséria não for erradicada, as políticas sociais precisam focalizar a parcela mais pobre da população. Fora isso, é dispersão sem razão, é desperdiçar dinheiro público com grupos sociais de classe média já contemplados, que querem sempre mais e fazem dos governantes e da classe política aliados e cúmplices para conseguir mais e mais verbas - muitas vezes desviadas para finalidades suspeitas.
A pesquisa Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas, publicada sexta-feira (23) no Estadão, denuncia um quadro desalentador: na Região Norte, 66% das crianças índias de até 5 anos sofrem de anemia - 16 vezes além do limite definido pela Organização Mundial da Saúde. A anemia infantil nasce no ventre da mãe, já que a doença atinge 44,8% das mulheres grávidas. Sem saneamento e sem serviços de saúde, a maioria das crianças padece de diarreia e doenças respiratórias. A desnutrição é outro problema: em 2005, mais de 20 crianças das tribos guaranis e xavantes morreram de desnutrição e, no ano seguinte, mais 20 xavantes morreram no norte de Mato Grosso.
O poder público se preocupa com os índios quando deles pode extrair dividendos políticos e eleitorais, como o caso da demarcação de terras da Raposa Serra do Sol, mas não supre a população indígena de direitos básicos de saúde, alimentação, educação e moradia. Para o básico falta tudo.
Mas não falta para a UNE e as centrais sindicais, que arrancam recursos públicos do governo com enorme facilidade. Com liderança cada vez mais questionada pela maioria dos estudantes, a UNE acaba de ganhar do governo R$ 15 milhões para construir sua sede no Rio.
O governo Lula esquece e não cobra explicações sobre uma dezena de convênios irregulares entre a UNE e o Ministério da Educação, entre eles um repasse de R$ 7,8 milhões para pesquisa sobre a história estudantil, que foram parar em uma empresa de segurança de Salvador (BA). Mas não esquece de doar R$ 15 milhões em ano eleitoral e na véspera da reunião do Conselho Nacional de Entidades Gerais (Coneg), onde a UNE discute apoio à candidatura Dilma Rousseff e moção de reprovação a José Serra.
O peleguismo trabalhista-estudantil foi marca na gestão Lula. Logo ele, que tanto condenou Joaquinzão (Joaquim dos Santos Andrade, dirigente sindical na época) e outros pelegos nas décadas de 1970/80, agora reprisa os mesmos métodos. Abastece a UNE de dinheiro público, repassa milhões de reais para as centrais sindicais em convênios com o Ministério do Trabalho e, em 2008, fez aprovar no Congresso lei que destina parte do imposto sindical para as centrais, que há poucos anos eram duas e agora já são seis. Em 2009, elas receberam R$ 64 milhões sem precisar explicar em que aplicaram. Enquanto isso metade da classe trabalhadora não tem carteira assinada nem sindicato que a defenda. Diante de tanta generosidade, alguém espera que a UNE e as centrais sindicais não apoiem a candidatura Dilma?
DANUZA LEÃO
O maior dom
DANUZA LEÃO
FOLHA DE SÃO PAULO - 25/04/10
Cultivar o que temos de mais precioso, a "unicalidade", para se destacar num mundo em que todos estão iguais
QUERER melhorar de vida, sonhar com coisas um pouco acima de nossas possibilidades, é normal, e até saudável; afinal, quem não deseja ter o iPod novo, aquele que ainda não foi lançado? Até eu.
Mas não há nada pior do que perceber aquele brilho -o brilho da cobiça- no olhar de pessoas que passam a vida querendo mais, sempre mais, fazendo tudo para ter o que ouviram falar que é o melhor da vida. Algumas dessas coisas são até bem boas, mas se a vida fosse fácil, bastaria ter muito dinheiro, escolher sempre o mais caro, encher a geladeira de caviar e champanhe e ser feliz (eu tenho um amigo que quando está num restaurante de um país do qual não fala a língua, pede o prato mais caro; segundo ele, deve ser o melhor).
Com uma certa cultura -não necessariamente a dos livros, mas se tiver lido alguns, melhor ainda-, uma certa vocação para o bom gosto e alguma sensibilidade, é só olhar em volta com atenção, mas não só com os olhos; para aprender, é preciso usar os cinco sentidos e sobretudo os outros, aqueles que não têm nome. A maioria prefere comprar pronto: abre o jornal, lê as críticas dos filmes e das peças e vai com a opinião já formada, sabendo se vai ou não gostar. E quando comenta o espetáculo, fala dos cenários, da direção de arte, da luz e da fotografia com as palavras certas, aquelas que leu no jornal.
Raro é encontrar alguém que tenha uma opinião pessoal -mesmo errada- sobre seja lá o que for. Todos gostam das mesmas grifes, dos mesmos restaurantes, dos mesmos roteiros turísticos, das mesmas músicas; suas casas são iguais, os carrões e relógios os mesmos, e nunca ouviram falar que dr. Lúcio Costa teve durante anos um velho e elegante Austin; aliás, que carro não seria elegante tendo dr. Lúcio como dono?
Como seria bom encontrar alguém que reconheça não haver grande diferença entre as praias do Nordeste e os famosos mares da Indonésia (só os hotéis), e que entre pegar uma ponte aérea ou uma carona num jatinho, é mais fácil pegar a ponte, até para poder escolher o horário mais conveniente.
Uma pessoa que não tenha medo de ser politicamente incorreta, que se diga francamente pró ou contra qualquer coisa, contanto que seja seu pensamento, não o que ficou combinado, que não pensa igual, que tem coragem de confessar não só sua ignorância quanto a certos assuntos, como a coragem de discordar da opinião geral e dependendo dos argumentos, voltar atrás e concordar.
Convenhamos que está cada dia mais difícil. O mundo e as pessoas estão a tal ponto iguais que não tem mais graça (quase) pegar um avião e ir para outro continente, comprar a mesma camiseta e o mesmo tênis; a camiseta que agora qualquer camelô vende, com etiqueta e tudo, tem graça? Só se valoriza o que é único: o vestido, o diamante, a fivela de tartaruga loura verdadeira, comprada numa feira de antiguidades, que você não empresta, não dá e não vende (de antes do projeto Tamar, claro).
Cada pessoa é única, e é por aí que acontece o amor; ela é única em seus traços físicos, em sua inteligência, em sua personalidade. É só cultivar o que temos de mais precioso, essa "unicalidade", para se destacar num mundo em que todos estão cada vez mais iguais.
Não é uma questão de ser mais, nem de ser diferente: apenas de ser única.
Mas não há nada pior do que perceber aquele brilho -o brilho da cobiça- no olhar de pessoas que passam a vida querendo mais, sempre mais, fazendo tudo para ter o que ouviram falar que é o melhor da vida. Algumas dessas coisas são até bem boas, mas se a vida fosse fácil, bastaria ter muito dinheiro, escolher sempre o mais caro, encher a geladeira de caviar e champanhe e ser feliz (eu tenho um amigo que quando está num restaurante de um país do qual não fala a língua, pede o prato mais caro; segundo ele, deve ser o melhor).
Com uma certa cultura -não necessariamente a dos livros, mas se tiver lido alguns, melhor ainda-, uma certa vocação para o bom gosto e alguma sensibilidade, é só olhar em volta com atenção, mas não só com os olhos; para aprender, é preciso usar os cinco sentidos e sobretudo os outros, aqueles que não têm nome. A maioria prefere comprar pronto: abre o jornal, lê as críticas dos filmes e das peças e vai com a opinião já formada, sabendo se vai ou não gostar. E quando comenta o espetáculo, fala dos cenários, da direção de arte, da luz e da fotografia com as palavras certas, aquelas que leu no jornal.
Raro é encontrar alguém que tenha uma opinião pessoal -mesmo errada- sobre seja lá o que for. Todos gostam das mesmas grifes, dos mesmos restaurantes, dos mesmos roteiros turísticos, das mesmas músicas; suas casas são iguais, os carrões e relógios os mesmos, e nunca ouviram falar que dr. Lúcio Costa teve durante anos um velho e elegante Austin; aliás, que carro não seria elegante tendo dr. Lúcio como dono?
Como seria bom encontrar alguém que reconheça não haver grande diferença entre as praias do Nordeste e os famosos mares da Indonésia (só os hotéis), e que entre pegar uma ponte aérea ou uma carona num jatinho, é mais fácil pegar a ponte, até para poder escolher o horário mais conveniente.
Uma pessoa que não tenha medo de ser politicamente incorreta, que se diga francamente pró ou contra qualquer coisa, contanto que seja seu pensamento, não o que ficou combinado, que não pensa igual, que tem coragem de confessar não só sua ignorância quanto a certos assuntos, como a coragem de discordar da opinião geral e dependendo dos argumentos, voltar atrás e concordar.
Convenhamos que está cada dia mais difícil. O mundo e as pessoas estão a tal ponto iguais que não tem mais graça (quase) pegar um avião e ir para outro continente, comprar a mesma camiseta e o mesmo tênis; a camiseta que agora qualquer camelô vende, com etiqueta e tudo, tem graça? Só se valoriza o que é único: o vestido, o diamante, a fivela de tartaruga loura verdadeira, comprada numa feira de antiguidades, que você não empresta, não dá e não vende (de antes do projeto Tamar, claro).
Cada pessoa é única, e é por aí que acontece o amor; ela é única em seus traços físicos, em sua inteligência, em sua personalidade. É só cultivar o que temos de mais precioso, essa "unicalidade", para se destacar num mundo em que todos estão cada vez mais iguais.
Não é uma questão de ser mais, nem de ser diferente: apenas de ser única.
P.S.: Inesquecível, d. Marisa Letícia recebendo a Ordem do Rio Branco por serviços prestados à nação. E isso, calada: imagina se falasse.
ANNA RAMALHO
Linha direta
Anna Ramalho
JORNAL DO BRASIL - 25/04/10
Custará R$ 631 milhões aos cofres públicos a abertura do Túnel da Grota Funda, que ligará a Barra da Tijuca a Guaratiba.
A previsão é que a via, uma antiga reivindicação dos moradores, comece a ser construída ainda no primeiro semestre e seja finalizada em dois anos.
Com a obra, a previsão é a de que o tempo gasto no trajeto passe de 1 hora e 40 minutos para apenas 60 minutos.
Cofre aberto Até 30 de junho, 173 obras importantes para a capital e o interior do estado serão inauguradas.
A boa-nova foi dada pelo vice-governador Luiz Fernando Pezão, em VarreSai, no noroeste fluminense, onde estiveram os governadores Sérgio Cabral, do Rio, e Paulo Hartung, do Espírito Santo.
Pirão de todos A possível criação por José Serra, candidato à Presidência pelo PSDB, de um Ministério da Pessoa com Deficiência tem sido visto com ótimos olhos no ninho tucano. Deputados envolvidos com a causa, de olho na reeleição, pretendem levantar tal bandeira no horário eleitoral.
Mãe é mãe Mãe de Aécio Neves, pré-candidato ao Senado por Minas, dona Inês Maria pretende ficar em Belo Horizonte durante toda a campanha do filho. Vindas ao Rio, só para homenagens a Tancredo.
E cara alegre.
Páreo duro Presidente de honra da Fifa, João Havelange, deixou Brasília, semana passada, com o ego inflado. Na Comissão de Infraestrutura do Senado, recebeu de Heráclito Fortes o seguinte afago: – Pelé que me desculpe, mas Havelange é quem melhor divulga o Brasil no exterior.
Quem fala? Já o senador Francisco Dornelles fez graça com o prestígio do amigo, atendido por diversas autoridades: – Se estiverem dormindo, ele manda acordar!
Tchibum! Coordenador de Proteção Animal da Comissão de Defesa do Meio Ambiente da Alerj, Fabiano Jacob recebe, terça-feira, o Platinum Pro1000, prêmio concedido pela Platinum Pro Foundation.
Tudo porque o rapagão atingiu a marca de mil mergulhos.
A festa contará com representantes das ONGs Sea Shepherd e Onda Azul de Estudos do Mar.
Sem tchibum A prefeitura do Rio iniciou as obras de substituição do guarda-corpo do Jardim de Alá. O feito, adiantado por esta coluna, consumirá R$ 325 mil em investimentos.
Serão substituídos 834 metros de gradis.
Data querida Aniversariante de quintafeira, Nana Caymmi vai celebrar a data soltando o vozeirão – e que vozeirão! A diva dá canja no show que seu irmão Dori apresenta no Espaço Tom Jobim.
É só o começo Vai muito bem, obrigado, a carreira de A descoberta do mel, curta da jovem cineasta Joana Limongi. Na quarta e quinta-feira, o filme será exibido na 6ª Mostra de Cinema do Recife e, na sexta, participa da Mostra de Filmes que Ainda Não se Explicam (?!), na Oficina Brennand.
Findo o périplo, a obra concorre na categoria Melhor Fotografia, dia 9, na Mostra Semana ABCine 2010, na Cinemateca de São Paulo. A moça vai longe!
Para lá de eclético
O apresentador Rodrigo Faour assina o repertório do CD Ciranda do mundo ao vivo, do cantor e compositor pernambucano Fênix. O pesquisador selecionou para o artista de voz rara um leque de canções que vai de Biafra a Ary Barroso, passando por Caetano Veloso, Beto Guedes e Marisa Monte. O resultado pode ser visto, às terças de maio, no Centro Cultural Carioca, onde o cantor contará com canjas de Nilze Carvalho, Marcos Sacramento e Silvia Machete.
>>Raspadinhas
SERÁ no Hotel Sofitel, em Copacabana, o 13º Congresso da Sociedade de Terapia Intensiva do Rio de Janeiro, que ocorre no segundo semestre.
ADIADA devido às chuvas, a abertura da loja de Alexandre Herchcovitch acontece, amanhã, no Fashion Mall.
FALANDO nisso, o cenógrafo Edgard Octavio assina a decoração do shopping para o Dia das Mães.
RUBINHO JACOBINA se apresenta, terça-feira, no Sunset Rio Design Leblon. Na quarta, é a vez de João Pimentel bater papo com Isabella Taviani.
TERÇA, a gente se encontra no Canecão, palco do 2º Benex Festival, que recolhe donativos para as vítimas das chuvas no estado. Todo mundo lá.
JARBAS BARBOSA DA SILVA JR.
Mitos e verdades sobre as doenças crônicas
JARBAS BARBOSA DA SILVA JR.
FOLHA DE SÃO PAULO - 25/04/10
Ações de promoção da saúde e de redução dos fatores de risco são capazes de prevenir a ocorrência e a mortalidade por várias doenças crônicas
NO PRÓXIMO mês de dezembro, as Américas contabilizarão a ocorrência de 21 milhões de mortes na primeira década do século 21 por doenças crônicas.
No mundo inteiro, a hipertensão, diabetes, acidente vascular cerebral (AVC), doenças cardíacas e cânceres já são responsáveis por dois terços de todas as mortes que ocorrem, com alto impacto sobre os sistemas de saúde e sobre as sociedades.
Alguns mitos sobre as doenças crônicas distorcem a percepção social da sua gravidade e retardam o fortalecimento de programas abrangentes, integrados por medidas preventivas e de ampliação do acesso ao diagnóstico precoce e ao tratamento oportuno.
Esses mitos não resistem à análise dos dados e das evidências científicas disponíveis, como mostramos abaixo.
O primeiro mito é o de que as doenças crônicas matam pessoas que já são muito idosas. É falsa a ideia de que as mortes por doenças crônicas são sempre o desfecho natural de uma longa vida, especialmente nos países em desenvolvimento.
Na Bolívia, quase 40% das mortes por AVC acontecem em pessoas com menos de 65 anos, enquanto no Canadá esse percentual é de apenas 8,6%. No Brasil, são 28,7%.
Esses altos percentuais de mortes precoces revelam que portadores de hipertensão arterial não têm acesso ao diagnóstico e a tratamento, e que há problemas na qualidade do atendimento dessas emergências. Ambas as condições podem ser superadas com a adoção de estratégias adequadas.
Outro mito sobre essas doenças é o de que não temos como preveni-las, já que não existem vacinas. Ao contrário, ações de promoção da saúde, de redução dos fatores de risco e de aumento da cobertura do diagnóstico precoce são capazes de prevenir a ocorrência e a mortalidade por várias doenças crônicas.
Estima-se, por exemplo, que a combinação de medidas regulatórias com campanhas educativas para reduzir a ingestão de sal -na mesa e nos alimentos industrializados-, evitaria 8,5 milhões de mortes no mundo durante a próxima década.
Muito antes de surgirem vacinas contra o vírus do papiloma humano (HPV), vários países já haviam reduzido drasticamente a mortalidade por câncer cérvico-uterino utilizando a estratégia de universalização do exame preventivo e o tratamento em estágio inicial. Nos EUA e no Canadá, esse tipo de câncer é responsável por 2,5 mortes por grupo de 100 mil mulheres, enquanto nos países da América do Sul essa taxa é cerca de cinco vezes maior.
A redução da mortalidade por doenças cardiovasculares, verificada nas últimas décadas em quase todos os países do mundo, é outro exemplo do êxito de medidas para prevenir fatores de risco, como o tabagismo, combinadas com a melhora na atenção médica.
O terceiro mito é o de que as doenças crônicas são doenças de ricos, e que os países em desenvolvimento e os pobres ainda não precisam se preocupar com elas. Os fatos apontam para outra direção.
Os países de média e baixa renda respondem por 80% de todas as mortes registradas no mundo por doenças crônicas, e apresentam tendência crescente. A explicação não é difícil.
Os principais fatores de risco para doenças crônicas, como o tabagismo, a obesidade, o consumo deficiente de frutas e verduras e o sedentarismo, mostram tendência de crescimento nos mais pobres e menos educados.
Dados da recente Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad) revelam que, entre os que têm menos de um ano de instrução, apenas 9,5% praticam esportes ou exercícios físicos, e 25,7% fumam.
Para comparar, entre as pessoas com 11 ou mais anos de estudo, 37% são ativos fisicamente, e o tabagismo reduz-se para 11,9%.
O diagnóstico precoce também é menos frequente entre os mais pobres, que têm mais dificuldade de acesso aos serviços de saúde.
Na Pnad encontrou-se que 25,3% das mulheres com mais de 40 anos, nunca fizeram uma mamografia. Essa média nacional, entretanto, esconde desigualdades importantes.
Entre as mulheres com renda maior que cinco salários mínimos, 18,9% nunca fizeram esse exame. Porém, entre as de renda inferior a um quarto do salário mínimo, o percentual é de 71,2%. Esse mesmo padrão iníquo repete-se em todos os exames preventivos para doenças crônicas na maioria dos países da América Latina.
Urge romper esse círculo vicioso, que faz os mais pobres adoecerem mais por doenças crônicas, terem sua produtividade reduzida e seu gasto com medicamentos aumentado, o que contribui para aprofundar sua própria pobreza.
Os avanços já obtidos e o conhecimento atual exigem o fortalecimento das ações e a adoção de novas e mais efetivas estratégias para responder ao enorme desafio das doenças crônicas.
JARBAS BARBOSA DA SILVA JR., 52, médico epidemiologista, mestre e doutor em saúde coletiva pela Unicamp, é gerente de Vigilância em Saúde, Prevenção e Controle de Doenças da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde em Washington, DC (EUA). E-mail: barbosja@paho.org .
JOSÉ SIMÃO
Brasília! Gente saindo pelo ladrão!
JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SÃO PAULO - 25/04/10
Banco Central lança moeda do aniversário de 50 anos; sei como é: cara e cueca! Rarará!
BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta!
Direto do Guarujá: "Polícia apreende 20 quilos de cocaína no bairro de POUCA FARINHA". E diz que a Lady Laura encontrou com a Lay Di no céu e disse: "Agora vamos aguardar a Lady Gaga".
E adorei a declaração do Evo Morales na cúpula climática de Cochabamba: "Comer frango causa desvios sexuais". Comer de que jeito?
E "Mantega diz que não há riscos de bolha no Brasil". Só de bolhas como ele! E outra piada pronta: sabe como se chama o letrista do hino de Brasília? Capitão FURTADO! Comemoração de Brasília 50 anos! Tinha gente saindo pelo ladrão! E a pior profissão de Brasília: vendedor de bilhetes da Loteria Federal.
Quando ele grita "Olha a Federal!
Olha a Federal!", sai todo mundo correndo! Brasília, Capital do Desvio Federal! E o Banco Central lança moeda comemorativa de Brasília.
Sei como é essa moeda: cara e cueca! E dom Bosco teve um sonho no século 17 que no paralelo tal e tal nasceria uma civilização, hoje Brasília, que jorraria leite e mel. E PANETONE?! Ele esqueceu de acrescentar panetone. E o Niemeyer foi um visionário mesmo. Botou em cima do Congresso dois pinicão. Um pinicão pra cima e um pinicão pra baixo. E Brasília é a cidade que mais aparece na televisão. "Você conhece Brasília?" "Conheço, pela TV." "E onde fica Brasília?" "No "Jornal Nacional'!"
Padrefolia! Continua a sacranagem: "Padres mantinham casa com bebidas para encontro com coroinhas". Ou seja, um inferninho. Os padres fizeram um inferninho! E onde fica? Alagoas, na cidade de Arapiraca. Ops, ARAPIROCA. Monsenhor de Arapiroca. E agora jogo de xadrez para crianças vem com um alerta: "CUIDADO COM O BISPO".
E o Descobrimento do Brasil? Dia 22 de abril! E sabe por que os portugueses gritaram Terra À VISTA?
Porque ainda não tinha as Casas Bahia! E sabe por que o Brasil é a terra da putaria? Porque batizaram o Brasil com o nome de um pau: pau-brasil! E sabe como os portugueses descobriram o pau-brasil? Levantando a tanga dos índios!
E o Gabeira disse que até as velas das caravelas de Cabral eram feitas de maconha. Por isso que ele saiu pras Índias e acabou batendo no Brasil? Cabral queimou um fumo e, em vez de ir pra novela da Gloria Perez, veio parar no Brasil! E Pero Vaz de Caminha escreveu uma carta ao rei de Portugal pedindo um emprego. Então ele foi fundador do PMDB!
Pero Vaz de Caminha fundou o PMDB! Nóis sofre, mas nóis goza.
Hoje só amanhã. Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
NAS ENTRELINHAS
Sentindo a pegada
Antonio Machado
CORREIO BRAZILIENSE - 25/04/10
Dilma e Serra estão em campo, mas devem evitar até onde der temas espinhosos e clima de palanque
Os dois principais candidatos à sucessão do presidente Lula estão em campo, mas ainda não subiram ao palanque. O farão quando, como diria o ex-governador José Serra, parar o “trololó”, que para ele é a história da comparação entre os governos Lula e FHC, e para a ex-ministra Dilma Rousseff é porque lhe “falta projeto”.
Ambos, na verdade, parecem evitar as questões de fundo e à espera de definição, que podem empinar ou derrubar uma candidatura, como a Previdência Social, a carga tributária, a taxa de juros, o MST e as invasões de terras, a jornada de 40 horas, a saúde e educação.
Coisas assim, sobre as quais qualquer opinião formada põe e tira milhões de votos — e, a rigor, dependem mais da nova legislatura a ser eleita em outubro e da nova coalizão a ser armada no Congresso que da vontade do futuro presidente. Ainda assim, Serra e Dilma já ensaiam, quando cobrados, opiniões sobre algumas dessas questões.
Serra, por exemplo, se manifestou sobre a carga tributária, para ele elevada, e sobre a política do BNDES de apoiar a consolidação de grandes grupos nacionais. Ele não a criticou, mas disse que o apoio à criação de capacidade nova é mais prioritário.
O binômio juro-câmbio, recorrente em sua carreira de economista e político, voltou com força em suas aparições como candidato. Selic elevada, câmbio valorizado e déficit externo crescendo e tendendo a não voltar ao superavit tão cedo é receita de crise logo mais.
O diagnóstico o liga a um velho desafeto, o deputado Ciro Gomes, ex-PSDB, do qual saiu brigado. Ciro tentava viabilizar-se como a terceira via entre Serra e Dilma, inicialmente com o incentivo do presidente Lula. Foi abandonado por Lula, desprezado pelo PSB, o seu partido, que deverá fechar com Dilma, humilhado, mesmo, com o seu cacife eleitoral minguando à medida que o presidente cada vez mais o expunha à fritura pública — e começa a dar o troco.
“Minha sensação agora”, desabafou Ciro a Eduardo Oinegue, do iG, “é que Serra vai ganhar esta eleição”. Ele concede que “Dilma é melhor do que Serra como pessoa”. Estaria em contradição, depois de tudo que já falou de Serra, se não fizesse a distinção. Só que exagerou. “Mas Serra é mais preparado, mais legítimo e mais capaz. Mais capaz inclusive de trair o conservadorismo”, afagou o seu ex-rival, “e enfrentar a crise que conheceremos em um ou dois anos”.
Embananando o eleitor
O prazo coincide com o que Serra projeta, se a questão cambial e monetária não for enfrentada. Ele provavelmente assinaria o que Ciro adverte: “Em 2011 ou 2012, o Brasil vai enfrentar uma crise fiscal, uma crise cambial. Como estamos numa fase econômica boa, aparentemente, a discussão fica escondida. Mas precisa ser feita”.
Mesmo que evite falar de mudanças, ou melhoramentos, ela talvez preferisse dizer, já que em o fazendo pode embananar a cabeça do eleitor que aprova Lula e reflete apenas o aqui e agora, isto é, o momento, como é comum aos não iniciados em economia, Dilma terá em algum momento de responder a essa agenda. Evitará enquanto puder.
Arapucas de mão dupla
Dilma sabe que ao expandir o debate a intenção de Serra é evitar o mote petista Lula x FHC. Mas as arapucas são de mão dupla. O que há contra ele também há contra ela. Se esticar muito a tática da comparação entre os dois governos, definida por Lula como “nós contra eles”, arrisca-se a ser comparada a boneco de ventríloquo. O ex-presidente Fernando Henrique já o fez. Fará mais, se preciso.
Talvez, por isso, Dilma avançou ideias para a questão do deficit externo, percebendo a força do problema, calçado em números ruins. Em doze meses até março, o negativo saltou para US$ 31,5 bilhões, representando 1,79% do PIB. Até dezembro era de 1,55% do PIB.
Até o fim do ano poderá chegar a 2,5%. Ela descartou riscos, em entrevista ao Valor, mas disse que faria uma “política agressiva de fomento à exportação” de commodities e manufaturados.
Corrida de resistência
Para quem era governo até ontem, fica o ônus de explicar por que depois, não antes, quando tinha a caneta na mão, como a devolução dos créditos tributários devidos aos exportadores. Dilma prometeu agilidade. Tais assuntos são sensíveis para a economia, mas talvez o eleitor queira resposta para questões mais práticas, como a do reajuste das aposentadorias, um embaraço anual. Nem ela nem Serra opinaram sobre tal polêmica, que opõe Lula ao Congresso. Só quando não puderem mais enrolar, as sondagens de voto serão fiéis ao que fará o eleitor em outubro. A corrida é de resistência para eles.
Má-criação tira votos
Muita gente prevê um crescente de má-criação quanto mais a data da eleição se aproxime. Ciro Gomes espera golpes baixos. Talvez não. Serra está tranquilo como nunca visto. E o PT, com exceções de praxe, parece mais preocupado com os excessos da militância.
O senador Aloizio Mercadante, candidato do PT ao governo de São Paulo contra Geraldo Alckmin disparado pelo PSDB, por exemplo, fez um discurso propositivo ao lançar-se candidato. Repetiu a pegada de Serra, cujo discurso inaugural também foi sóbrio e elegante.
A percepção é que o eleitor, se torcia o nariz para grosserias, agora está mais ressabiado. Aplica-se até a Lula, apesar de sua elevada popularidade. Mas Lula, segundo Ciro, “está navegando na maionese”. Sem esse bônus, seus discípulos estão mais precavidos.
REGINA ALVAREZ
Ampliando o leque
REGINA ALVAREZ
O GLOBO - 25/04/10
O último balanço disponível sobre o destino dos recursos da publicidade oficial mostra um crescimento impressionante do número de veículos de comunicação que recebem verbas federais. Em 2003, esse número chegava a 499, distribuídos em 182 municípios. Em 2009, pulou para 7.047, em 2.184 municípios. A política de regionalização das verbas publicitárias é uma bandeira do governo Lula. Tem justificativas técnicas, mas no ano eleitoral se confunde com objetivos políticos.
Nos últimos dois anos, o governo investiu fortemente nas chamadas novas mídias, com destaque para a Internet; e em mídias alternativas. Números fornecidos pela Secom mostram que a publicidade oficial já alcançava, em 2009, 1.791 veículos de outras mídias, sem contar as tradicionais: rádios, jornais, tevês e revistas. A justificativa do governo para a ampliação do leque de beneficiados com a publicidade oficial é o maior acesso da população às informações sobre políticas públicas.
Bastante consistente, se fosse só isso mesmo.
Acontece que as verbas da publicidade oficial servem também como instrumento de barganha política, num processo muito parecido com o que acontece com as emendas parlamentares. É notório que muitos políticos têm ligações com veículos de comunicação nos estados.
Neste caso, vale aquela crença de que coincidências não existem. Um dos principais defensores da regionalização
das verbas publicitárias do governo federal é o deputado André Vargas (PR), secretário de Comunicação do PT e presidente da Frente Parlamentar das Mídias Regionais no Congresso. Vargas está engajadíssimo na campanha da candidata Dilma Rousseff.
No início do mês, se reuniu com os secretários estaduais de comunicação do PT para definir a estratégia de campanha na Internet.
Na opinião do cientista político David Fleischer, da UNB, não há dúvida de que num ano eleitoral a publicidade oficial acaba beneficiando o candidato do governo. Ele lembra que a Constituinte de 88 criou restrições à publicidade, e a lei eleitoral também limita algumas ações, mas não considera essas barreiras suficientes.
— Na minha opinião, tinha que zerar a publicidade oficial em ano eleitoral, só abrindo exceções para calamidades.
Só assim seria possível equilibrar o jogo entre governo e oposição — afirma.
Embargo
O temor entre os iranianos de que as sanções defendidas pelos EUA, em represália ao programa nuclear, realmente se concretizem ficou evidente na recente missão do ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, a Teerã, que teve a participação de 86 empresários brasileiros.
Do outro lado da mesa, estiveram nada menos do que 400 homens e mulheres de negócios iranianos.
Todos preocupados com um possível desabastecimento, não apenas de produtos industrializados, mas, principalmente, de alimentos.
Na verdade, já existe um embargo informal. Sob pressão, empresas brasileiras com negócios nos EUA deixaram de vender ao país persa, seguindo orientação de Obama de isolar o Irã.
Aquecimento
O consumo de serviços relacionados à infraestrutura mostra como 2010 está sendo um ano diferente do que passou. Em fevereiro, houve crescimento da demanda em todas as áreas analisadas pela Abdib, em relação ao mesmo mês de 2009: passageiros em aeroportos (33,9%); despacho de cargas nos portos (28,6%); consumo de gás natural (24,2%); consumo de eletricidade (10,7%); movimentação nas estradas (4,3%). A Abdib acredita que a demanda continuará forte, o que reforça a necessidade de investimentos para ampliar a oferta acima de 10% ao ano.
Auxílio
O Ministério das Cidades publica nesta segunda-feira edital para convocar os prefeitos de municípios declarados em calamidade, devido às chuvas, interessados em receber recursos públicos.
Serão destinados R$ 150 milhões à construção de moradias, reforma ou restauração de infraestrutura.
Os candidatos precisam informar detalhes como número de famílias a serem beneficiadas e tipo de intervenção necessária.
Nos últimos dois anos, o governo investiu fortemente nas chamadas novas mídias, com destaque para a Internet; e em mídias alternativas. Números fornecidos pela Secom mostram que a publicidade oficial já alcançava, em 2009, 1.791 veículos de outras mídias, sem contar as tradicionais: rádios, jornais, tevês e revistas. A justificativa do governo para a ampliação do leque de beneficiados com a publicidade oficial é o maior acesso da população às informações sobre políticas públicas.
Bastante consistente, se fosse só isso mesmo.
Acontece que as verbas da publicidade oficial servem também como instrumento de barganha política, num processo muito parecido com o que acontece com as emendas parlamentares. É notório que muitos políticos têm ligações com veículos de comunicação nos estados.
Neste caso, vale aquela crença de que coincidências não existem. Um dos principais defensores da regionalização
das verbas publicitárias do governo federal é o deputado André Vargas (PR), secretário de Comunicação do PT e presidente da Frente Parlamentar das Mídias Regionais no Congresso. Vargas está engajadíssimo na campanha da candidata Dilma Rousseff.
No início do mês, se reuniu com os secretários estaduais de comunicação do PT para definir a estratégia de campanha na Internet.
Na opinião do cientista político David Fleischer, da UNB, não há dúvida de que num ano eleitoral a publicidade oficial acaba beneficiando o candidato do governo. Ele lembra que a Constituinte de 88 criou restrições à publicidade, e a lei eleitoral também limita algumas ações, mas não considera essas barreiras suficientes.
— Na minha opinião, tinha que zerar a publicidade oficial em ano eleitoral, só abrindo exceções para calamidades.
Só assim seria possível equilibrar o jogo entre governo e oposição — afirma.
Embargo
O temor entre os iranianos de que as sanções defendidas pelos EUA, em represália ao programa nuclear, realmente se concretizem ficou evidente na recente missão do ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, a Teerã, que teve a participação de 86 empresários brasileiros.
Do outro lado da mesa, estiveram nada menos do que 400 homens e mulheres de negócios iranianos.
Todos preocupados com um possível desabastecimento, não apenas de produtos industrializados, mas, principalmente, de alimentos.
Na verdade, já existe um embargo informal. Sob pressão, empresas brasileiras com negócios nos EUA deixaram de vender ao país persa, seguindo orientação de Obama de isolar o Irã.
Aquecimento
O consumo de serviços relacionados à infraestrutura mostra como 2010 está sendo um ano diferente do que passou. Em fevereiro, houve crescimento da demanda em todas as áreas analisadas pela Abdib, em relação ao mesmo mês de 2009: passageiros em aeroportos (33,9%); despacho de cargas nos portos (28,6%); consumo de gás natural (24,2%); consumo de eletricidade (10,7%); movimentação nas estradas (4,3%). A Abdib acredita que a demanda continuará forte, o que reforça a necessidade de investimentos para ampliar a oferta acima de 10% ao ano.
Auxílio
O Ministério das Cidades publica nesta segunda-feira edital para convocar os prefeitos de municípios declarados em calamidade, devido às chuvas, interessados em receber recursos públicos.
Serão destinados R$ 150 milhões à construção de moradias, reforma ou restauração de infraestrutura.
Os candidatos precisam informar detalhes como número de famílias a serem beneficiadas e tipo de intervenção necessária.
ANCELMO GÓIS
Ilustre desconhecida
ANCELMO GÓIS
O GLOBO - 25/04/10
O historiador Marco Antonio Villa lembrou estes dias em seu blog que nas duas edições do “Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro”, da FGV, “fonte indispensável para o pesquisador de política brasileira pós-1930”, não consta Dilma Rousseff.
Villa usa este dado para concluir que Dilma era “absolutamente inexpressiva” no panorama nacional antes de ser escolhida por Lula como candidata à sua sucessão pelo PT.
Na verdade...
Dilma ganhou mês passado um verbete escrito pelo cientista político Darlan Montenegro na edição eletrônica do dicionário do CPDOC, que reúne 7.553 personalidades biografadas.
Só que...
A demora para Dilma ganhar um verbete próprio se deveu, segundo a cientista política Christiane Jalles de Paula, coordenadora do dicionário, ao critério adotado para inclusão de novas personalidades: — Ela se enquadrou neste critério em 2003, quando assumiu a pasta das Minas e Energia.
Economia bombando Pelo menos um dirigente de uma grande rede de varejo aposta num crescimento de uns 20% nas vendas para o Dia das Mães em relação ao ano passado.
Tropa de elite A partir de amanhã, em Taubaté, SP, cerca de 200 auditores fiscais da Receita Federal mergulharão num curso intensivo.
Esta tropa de elite vai focar em 10 mil empresas que concentram 75% da arrecadação de tributos e contribuições federais.
Dezoito anos depois Veja como a Justiça é lenta por estas bandas. Semana que vem, o Tribunal Regional Federal da 1aRegião julga ação popular que se arrasta desde 1992 contra a privatização da Acesita.
Na época, a usina mineira, que pertencia ao Banco do Brasil, dava um prejuízo de uns US$ 100 milhões.
Segue...
São réus Collor, que era presidente da República, Lafaiete Coutinho Torres, então presidente do BB, e Eduardo Modiano, que presidia o BNDES.
Idade da pedra Quem reparou foi um coleguinha aqui do jornal que viajou semana passada à Colômbia. Trocar dólares por pesos nas casas de câmbio do aeroporto de Bogotá obriga a sujar o polegar.
Além de assinar um papel, o viajante, meu Deus, tem de pôr a impressão digital na folha para confirmar a operação.
Bye, bye, Rio Causou certo mal estar em gente empenhada na preservação do patrimônio cultural carioca a ida para Brasília de móveis antigos que estavam no Centro Cultural da Justiça Federal e pertenciam à antiga sede do STF, na época em que o Rio era capital da República.
São cadeiras, mesas, estátuas e espelhos dos séculos XVIII e XIX.
Segue...
Em Brasília, este mobiliário vai compor alguns espaços nobres do Supremo.
Mas o ministro Cezar Peluso, que tomou posse sexta na presidência do STF, diz que estes móveis estavam guardados, e não em exposição, no Rio.
Cupim estudioso A Escola Municipal Senador Corrêa, que ocupa um imponente casarão de 1883 na Praça São Salvador, em Laranjeiras, no Rio, está tomada por cupins.
Boa parte do prédio histórico já está até interditada. O telhado de cômodos da frente ameaça cair. Alô, Eduardo Paes!
Choque de ordem Ao estacionar, quinta à noite, perto do restaurante Siri, na Av. Professor Manuel de Abreu, em Vila Isabel, um leitor foi abordado por um flanelinha de colete e crachá da prefeitura do Rio que lhe cobrou R$ 2.
Ao exigir o talão, ouviu: — Não tenho talão.
Segue...
Questionado, o malandro respondeu: — Eu não trabalho para a prefeitura. Eu trabalho para o miliciano, dono desta rua.