A agonia e morte do prisioneiro, que estava em greve de fome desde o início de dezembro e vinha sendo torturado por sonhar com um regime de liberdade, é a prova cabal de que a barbárie impera em Cuba. Ali, passa de 200 o número de presos por supostos crimes de “consciência", segundo estimativa da anistia internacional.
O presidente Lula da Silva, que sempre disse defender a democracia e o Estado de Direito, devia refletir sobre suas responsabilidades perante a história do Brasil, a história do seu partido e até sua própria história antes de apoiar ditaturas como as que vigoram no Irã e em Cuba. O presidente da República também não devia carrear vultosos financiamentos públicos brasileiros, à revelia do Poder Legislativo, para a ditadura dos irmãos Castro.
Cuba é um país que se tornou pária por não cumprir as cláusulas democráticas exigidas nas relações diplomáticas dos povos civilizados. Também não cumpre contratos. Isto quer dizer que o dinheiro levado por Lula da Silva não será devolvido. O Brasil jamais recebeu de volta os empréstimos que fez a Cuba.
O presidente Lula da Silva não é dono da poupança dos brasileiros. Ele deve gerir os recursos mediante critérios legais, em vez de usá-los para doação a seus ditadores de estimação. Para se ter idéia do absurdo desta ação presidencial cabe lembrar que o montante que Lula garantiu a Cuba é mais de dez vezes superior à soma das doações feitas pelo Brasil ao Haiti, país devastado pelo terremoto de 12 de janeiro.
O Democratas pretende convocar o presidente do BNDES, Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social, para explicar no Congresso os critérios que foram usados pela instituição para definir os empréstimos a Cuba. Emprestar dinheiro a uma ditadura é financiar a tortura, é homenagear um regime opressivo que leva os dissidentes à morte.
O povo brasileiro apóia a liberdade de pensar, participar e discordar. O povo brasileiro não aceita o equívoco deste governo que vai a Cuba tentar mostrar ditadores, que perderam todas as batalhas da História, como heróis. Heróis são os que morrem pela liberdade.
Brasília, 25 de fevereiro de 2010
Rodrigo Maia- Presidente
NOTA
Em nota, o líder do Democratas na Câmara, Paulo Bornhausen também se manifestou sobre Lula em Cuba e a morte do cidadão cubano Zapata.
Veja a íntegra:
"Lula envergonha o Brasil"
Mais uma vez Lula demonstra que é um governate só de discurso, e de dois discursos.
No Brasil, posa de defensor da democracia e dos direitos humanos.
Em Cuba, se curva diante para um dos mais facínoras ditadores do planeta ainda vivo.
Não há o que se relevar desta vez.; e não se trata de apenas mais uma gafe.
O presidente Lula deu uma demonstração inequívoca de desrespeito aos direitos humanos e aos mais básicos fundamentos da Democracia. Desdenhou de uma tragédia ocorrida sob o patrocínio da ditadura cubana, que ele e seus assessores tanto celebram e defendem.
Enquanto o cidadão cubano Orlando Zapata Tamayo morria dentro de um hospital do governo cubano, Lula e seu assessor de imprensa se fotografavam com o ditador Fidel Castro.
Personificando uma indignação burocrática, Lula ainda criticou os dissidentes de seu ídolo por não terem protocolado um pedido de audiência, como se numa ditadura o poder permitiria tal gesto.
Indignada está a nação brasileira. Indignados estamos nós do Democratas, que não aceitamos essa agressão gratuita à democracia e exigimos uma retração do presidente Lula ao povo cubano e ao povo brasileiro.
Temos orgulho de nossos valores democráticos e humanistas, de nossa índole solidária e de nossa fé e convicção nas liberdades individuais e dos direitos básicos do ser humano.
Lula não representa o povo brasileiro. Só o envergonha.
Deputado Paulo Bornhausen (SC), Líder do Democratas