segunda-feira, março 30, 2009
JESSIER QUIRINO
BOI DE FOGO NO VELÓRIO DO CANEIRO
Andava calmo o velório, do cumpade Caboré, uns rezavam outros choravam, outros tomavam café, outros se riam baixinho, sem muito qüé-ré-qüé-qüé, e num caixão enfeitado, o Caboré espichado olhando o dedão do pé.
A única coisa que perturbava, era um casal de mosca amorudo, que teimava em sentar praça no buraco da venta do falecido, numa fodança esvoejante, como se ali fosse um motel de zero estrela.
A viúva Michela de Zé Tambor – uma gordalhuda bonitota – soprava e abanava com um lenço, e as moscas nem… Voavam uma coisinha e voltavam a chamegar. As beatas rezadeiras, rezavam e abanavam com as mãos, e o casal de mosca ali na maior priapada de gozo, voando, pousando e chamegando.
Os veloristas ficaram meio constrangidos, assistindo aos voejos circulares, e a sodomia moscal, na venta defuntica do cumpade Caboré, que apesar de morto não era lá essas coisas todas: Em vida, nunca deu um prego numa barra de sabão, e era o maior conhecedor das bundas vadias da região. Brincalhista de plantão e cachacista, só tomava dois tipos de bebida: nacional e importada, se esta última passasse engarrafada em sua frente.
Como se não bastasse, vivia metido em fodistério ilegal, com tamanqueiras de baixa cotação, e também nunca enjeitou um brecha nos peitos de mulher mamalhuda, mesmo que fosse em velório lamentoso e bem chorado. Por isso, aquela se-mostrança do casal de mosca não era motivo pra tanta melindrez por parte dos veloristas.
Num dado momento, a viúva disse: “– Basta!” Foi lá dentro, armou-se de uma bomba de Detefon, e bradou um grito de guerra:
– Garanto que vai ser hoje
Que o defunto se sacode
Mas este casá de mosca
Na venta dele não fode!!!!
E tome fu… fu… fu… de arma química. Detefonou a cara do falecido que ameaçou espirrar, mas foi impedido pelo lenço vermelho do Bispo Dom Ricardo, que temia mais uma invencionice de beata com esses casos de milagre bem milagrado. O bispo já não agüentava os santos de carne que elas inventavam, quanto mais um possível São Detefon ou Santa Michela de Zé Tambor que fez o defunto espirrar.
Diante da arma química, o casal de mosca pensou que a terceira guerra havia começado e caiu num óbito de torar.
Uma velorista rezadeira e choradeira, que estava num ora-pro-nobis concentrado da gota-serena, achou a reza desimportante diante de tamanha heresia, chamou a viúva na grande, e disse-lhe:
– Quem sois tu mezenga? Quem sois tu pra detefonar a cara do falecido só mode o sassarimbar dum casá de mosca? Eu sei que sois viúva, que tais anecessitada de sentimento, que tais a beira de um esgoto-nervoso e destress, de tanto sofrer nas mão desse femeeiro e cachaceiro defuntento duma figa, que Deus o tenha! Mas arrepara que tu também não sois melhor do ele não! Tu sois é mulher fregona, freguesada pra macharia, e não tens nem um pinguim de moral pra essas moscas chameguentas, muito menos pro falecido Caboré!
A viúva, ferida na viuvez e na moral, partiu pra cima da velha que nem um leiloeiro raivoso pra cima da banqueta, e disse com voz metralhosa, com dentes trincados, com meia boca e entronchando os beiços:
– Dou-lhe uma! Dou-lhe duas! E dou-lhe três!
Fez da bomba de detefon um martelo, e acunhou por três vezes o tambor de lata na cara da rezadeira, que ficou com a marca de óleo salada do flandre estampada na fuça. A bomba se abriu, e a velha levou uma dedetizada tão da gota, que passou uns vinte anos sem piolho do tanto de veneno que se banhou. Foram três chapoletadas tão seguras, que a pedra dum anel da viúva zuniu e foi se enfiar num geremum caboclo que tinha em cima do petisqueiro.
Os veloristas tomaram partido, e a trincheira, era o caixão de defunto, com o falecido de mãos postas e um riso nos dentes. Do lado do contra, estava uma bruaca noitista, também viúva-rameira de Caboré. A bicha tirou o véu preto que disfarçava a cara, jogou pra trás do vestido também preto, atracou-se com uma vela do castiçal feito uma espada, e que nem um Zorro de cera ferido na viuvez de quenga, deu vaza a toda valentia, e gritou:
– Assassina de defunto!!! Viúva envenenista! Rapariga de soldado! Serás da SUCAN por acaso? Sua hipopota bixiguenta do istopor! Passe pro lado de cá e venha me detefonar que eu tou aqui vê-i-vi vê-a-vá e lhe cor-tê-o-tó de gilé-te-é-té!!!
Como capoeirista de bordel, e cheia de cachaça, a bruaca tentou desaplicar um rabo de arraia mal aplicado e findou acertando uma rasteira no tamborete de baixo do caixão, e o defunto, POFE!… danou-se no chão, com caixão, tamborete e tudo. Com o território sem trincheira, uma saraivada de bufete se seguiu, que se enrolou feito ninho de cancão. O boi de fogo era tão grande que tinha gente procurando por si mesmo. Michela de Zé Tambor que sempre foi dessas bichona nadeguda, deu uma sobrada de bufete, caiu sentada e afundou o mapa-munde da bunda na cara dum rezador de setenta anos, que por pouco não virou minuto de silêncio.
No meio dessa alegria de doido, Dom Ricardo, cheio de Ricardia, tentava sem êxito acalmar os ânimos, e jangadeava pra lá e pra cá no mar de tapa-olho, puxavante, bufete, rasteira e abusamento. Gritou uma hora de camaíííí!!! até a briga acabar.
O catacumbista chegou, fechou o caixão de segunda com tampa desadornada, escurecendo por dentro, a morada do cachacista Caboré. Enquanto isto, a viúva toda sentida e arranhada, atarraxava a rosca das trancas. De repente, ouviu-se de dentro do caixão, aquela fala abafosa e desamplificada:
– Michela meu bolofote
Teu veneno me amarga
Nem que tu feche esta rosca
Esse casá de mosca
De tua saia não larga!!!!
As moscas saíram de dentro do caixão, voando atrás da viúva que endoidou com medo até de mosquito. Caboré ficou ali verdadeiramente entregue às moscas, sem viúva e sem parente. Teve tudo que sonhou pra depois de morto: duas latas de sardinha que serviam de castiçal pra duas velas sisudas que insistiam em não chorar, e um lote de cachaceiro que veloriava uma garrafa de cana na tampa do caixão que virou mesa. Na hora do enterro o cortejo de terceira parou em cinco vendas, para reabastecimento, e nos dois quilômetros descampados da Reta do Valentão no prumo do cemitério, foram socorridos pelo último pedido de Caboré: duas garrafas de cana estrategicamente colocadas dentro do caixão para uma bicada no céu. Na hora de baixar sepultura, o cachacista orador pediu a palavra. Com pernas de compasso de um lado a outro nos dois beiços da cova, devidamente espinafrado, discursou:
– Caboré, cumpade véio de guerra!… Caboré, cumpade véio de guerra!…Caboré, cumpade véio de guerra!… tomaste nu cu, cumpade véi!
PARA...HIHIHI
Trepadeira
Um homem chega desesperado ao terapeuta:
- Doutor, ja não sei mais o que faço. Não agüento mais. Minha mulher está acabando comigo. Ela quer transar toda hora, todo minuto, e na cama, e na sala, na cozinha, no banho… Ela só pensa em sexo… o que posso fazer?
- Bem, meu senhor. A única solução é o senhor estipular um preço. Depois de algumas vezes, o dinheiro dela acaba e ela vai ter que se conformar.
Chegando em casa, a esposa já o esperava só de baby doll. Ele mais que depressa foi falando:
- Mulher, de hoje em diante, só pagando. Na cama são R$1.000,00; no sofá sao R$500,00 e no tapete R$100,00.
A esposa vai até sua bolsa e retira R$1.000,00 da carteira. O marido respira fundo e diz:
- Muito bem meu amor, vamos para a cama!
Ela responde:
- Não, não. Eu quero 10 aqui no tapete!!
INFORME JB
Tentaram levar o doutor brasileiro
Jornal do Brasil - 30/03/2009 |
Um ministro próximo do presidente Lula revelou à coluna um caso preocupante, levando-se em conta a interferência internacional no assunto. Um pesquisador do Instituto Militar do Exército, físico nuclear, escreveu há poucos meses uma boa tese de doutorado e chamou a atenção de órgãos internacionais. A Agência Internacional de Energia Nuclear de Viena meteu o nariz no trabalho. Solicitou há poucos meses que o doutor brasileiro seja ouvido pelos especialistas de lá, como que num teste. E ainda tiveram a ousadia de pedir o recolhimento das cópias da tese. Não deu outra. Numa questão de soberania nacional, o Ministério das Relações Exteriores entrou em campo e contornou o assunto. Ponto para o país. Gente que entende do assunto, diz que a tese é revolucionária. Três em umO secretário de Educação de Americana (SP) é Milton Elias Ortolan, que deixou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) há pouco. Até aí, tudo bem. Mas testemunhas dizem que o nobre bate ponto a cada 15 dias como conselheiro da Casemg e Ceasa. Com gorda remuneração. Meu ganha-pãoO programa habitacional que Lula apresentou tem o nome de Minha Casa, Minha Vida. Mas, segundo o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) (foto), na Câmara, os parlamentares têm dito "Minha casa, minha reeleição". Operários O deputado federal Luiz Sérgio (PT-RJ) e um diretor de Angra 3 posaram para um jornal da cidade simulando o início das obras da nova usina. No que o prefeito Tuca Jordão (PMDB), que negocia contrapartidas para o início das obras, enquadrou a Eletronuclear. Devagar com o andor A Eletronuclear divulgou que o começo das obras será só daqui a um mês. Ah, Funasa A Funasa fez evento no fim do ano para mostrar que extirpou do órgão a corrupção. Durou pouco. O TCU condenou semana passada membros da comissão de licitação da estatal no Pará a devolverem, "solidariamente", R$ 92.742,48. Até muro A comissão de licitação da Funasa fraudou processo na assinatura da construção de um muro. Que já estava em construção. Na rua A UNE e a Ubes preparam grandes marchas nas capitais na sexta-feira, em prol de melhoria na educação. Olha eu aí Ex-prefeito de Barra Mansa (RJ), Roosevelt Brasil comemora a liberação de R$ 16 milhões para o PAC do saneamento da cidade. É que ele continua no governo do aliado Zé Renato. PAC-man Quem tem acompanhado o ministro das Cidades, Marcio Fortes, nas inaugurações, não nega: o homem está cada vez menos técnico e com viés mais político nos discursos. Além de animar o povo lá de cima. E tem gente no Planalto que está gostando. Sem crise A Brasil Brokers, do ramo imobiliário, está otimista. Após janeiro e fevereiro fracos, março apresentou uma reação. A empresa registrou venda acelerada em empreendimentos. Sem crise 2 Em recente lançamento em São Paulo, 50% dos imóveis residenciais de um empreendimento da Brokers foram vendidos em 10 dias. Mostra O escritor e ilustrador Marcelo Xavier promove até 15 de abril, em Belo Horizonte, no Museu de Artes e Ofícios, a exposição Cadernos de desenhos, que reúne 58 desenhos produzidos de 1970 ao ano 2000. |
NAS ENTRELINHAS
Não façam o que eu faço
Correio Braziliense - 30/03/2009 |
Uma das coisas mais curiosas dos últimos dias foi o presidente da República dizer que não estabeleceu prazo para a construção do um milhão de habitações do novo, e elogiável, programa federal. Daí que, segundo Luiz Inácio Lula da Silva, o governo não deva ser questionado no futuro sobre o ritmo da execução do programa. Lula parece que descobriu a fórmula para manter o monarca sempre feliz, a salvo da cobrança dos súditos. O governo vai erradicar a tuberculose. Quando? Sei lá. O governo vai acabar com o analfabetismo. Quando? Não enche. O governo vai duplicar a rodovia do litoral. Para quando vai ser? Vê se não amola. |
RICARDO NOBLAT
O preço de um senador
O Globo - 30/03/2009 |
Cadê os quase R$ 7 milhões pagos de horas extras a 3.800 funcionários que não trabalharam em janeiro durante o recesso do Senado? O gato comeu. Dos 81 senadores, dez mandaram que seus funcionários reembolsassem o Senado. E nem todos o fizeram. É sempre assim: o escândalo mais recente desidrata o anterior, que desidrata o anterior, que... Difícil é mudar a cabeça das pessoas para sair de uma cultura de ilegalidade” – José Roberto Arruda, governador do Distrito Federal Por mais constrangedor que seja, ponha-se no lugar do presidente do Senado. O que seria pior? Se todos os funcionários devolvessem o que receberam, estaria confirmada a denúncia original de que o Senado pagou por algo que não foi feito. Desperdiçou dinheiro público. Se a maioria não devolve, como provar que recebeu sem trabalhar — embora tenha sido isso o que aconteceu? Heráclito Fortes (DEM-PI), 1º secretário do Senado, observou outro dia que o mais certo a fazer quando o mundo desmorona é proteger a cabeça e pedir a Deus para que tudo passe logo. Cauteloso, ele aconselhou a colega Roseana Sarney (PMDB-MA), líder do governo do Congresso, a ter cuidado com os jornalistas que possam ter aprendido a decifrar linguagem labial. Luciana Cardoso, filha do ex-presidente Fernando Henrique, é funcionária do gabinete de Heráclito. Mal põe os pés por lá. Trabalha em casa “porque o Senado é uma bagunça”. Heráclito negou-se a comentar o que ela disse. Uma funcionária do gabinete de José Sarney (PMDB-AP) admitiu que trabalhou na última campanha dele sem se licenciar do Senado. O que comentou Sarney? “Perguntem a ela”. Ora, já perguntaram. O gato também comeu as 181 diretorias que existiam no Senado. Sarney prometera reduzi-las à metade. Extinguiu 50. Na véspera de extinguir mais 50, concluiu que as 181 não passavam de 38. As outras 143 eram diretorias fantasmas. Diretorias de um homem só beneficiado com salário e vantagens reservados a quem dirige. Gato gordo e esperto, esse que corre solto no Senado. Quase tudo ali é legal porque se ampara em leis e decretos aprovados pelos próprios senadores. Mas grande parte do quase tudo é moralmente indefensável. Há 10 mil funcionários para servir a 81 senhores. Dos 10 mil, 3.500 foram aprovados em concursos. Há 3 mil terceirizados por meio de 29 empresas e 3.500 nomeados para cargos em comissão. Um senador pode dispor de até 53 funcionários. Por lei, o maior salário da República é o de ministro do Supremo Tribunal Federal: R$ 24.500. Cerca de 700 funcionários do Senado ganham mais que isso. Entre 1995 e o ano passado, os gastos com pessoal cresceram 378%, contra uma inflação de 186% no período. A folha de pessoal da Câmara foi de R$ 2,6 bilhões em 2008. São 15 mil funcionários para 513 deputados. A folha do Senado foi de R$ 2,3 bilhões. Senador tem direito a 15 salários por ano — os dois últimos a pretexto de financiar o retorno ao seu Estado para as férias de janeiro e o retorno a Brasília em fevereiro. Os funcionários recebem uma “ajuda de custo” paga em dezembro e em fevereiro, mas que não aparece no contracheque. Desta vez foram R$ 83,4 milhões. Acrescente os R$ 7 milhões pelas horas extras de janeiro... É uma festa! Em 2007, o Senado pagou R$ 481 mil em diárias a senadores e funcionários que viajaram ao exterior. No ano passado foram R$ 700 mil — 45% a mais. Senador tem direito a passagens aéreas para seus Estados. Se quiser — e muitos querem —, pode até doar as passagens a amigos e parentes. Só com passagens, foram gastos R$ 40 milhões nos últimos dois anos. Tem senador que recebe ajuda de moradia, embora tenha casa em Brasília. E tem senador que mora de aluguel pago pelo Senado porque cedeu o apartamento funcional a familiares. Tem funcionário que mora em apartamento de senador. Mas isso não é nada se comparado ao número de funcionários que moram em Brasília, mas não trabalham. Ou que moram nos Estados e também não trabalham. Um senador custa por ano o que custam cinco deputados — R$ 33,8 milhões. Vale? |
PAINEL
Por dentro
Folha de S. Paulo - 30/03/2009 |
Com o noticiário sobre as doações de campanha da Camargo Corrêa a sete partidos de peso prestes a completar uma semana, até agora ninguém, no governo ou na oposição, pronunciou a palavra CPI. As sessões do Congresso têm sido dedicadas a reações indignadas de políticos de todas as siglas, em defesa de quem teve o nome citado na Operação Castelo de Areia da Polícia Federal por suspeita de caixa dois.
Do deputado estadual petista ADRIANO DIOGO, sobre o projeto antifumo do governo paulista, que prevê multas pesadas e cassações de alvarás para quem permitir o cigarro em lugares públicos. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara discutia na semana passada a chamada PEC dos Vereadores, que aumenta o número de vagas nos Legislativos municipais. José Carlos Aleluia (DEM-BA) defendia que ela só poderia ser aprovada junto com medida que barrasse a criação de despesas adicionais. Flávio Dino (PC do B-MA) sustentava que não havia relação entre as duas coisas. -Não há conexão real, só espiritual- argumentou Dino. -Não posso debater conexão espiritual, porque disso eu não entendo- respondeu Aleluia. |
ANCELMO GOIS
Turma de Chávez
O Globo - 30/03/2009 |
Evo Morales proibiu o pagamento das contribuições à Ordem dos Advogados da Bolívia. Líderes da classe na América do Sul (da nossa OAB, inclusive) decidiram realizar em La Paz, nos próximos dias, um “repúdio contra o ato de força para calar a advocacia”. No mais A Camargo Corrêa tem advogados (como o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos) para provar que seis não é meia dúzia. Mas até um idiota sabe do que se trata a conversa gravada de diretores da empreiteira, sobre doações a políticos “por dentro” (legais) e “por fora” (caixa 2). Cine Coutinho Em que pese a crise, Luciano Coutinho, presidente do BNDES, resolveu aumentar a verba destinada a apoiar o cinema brasileiro, inclusive documentários. Vai pular de R$ 12 milhões (montante de 2008) para R$ 14 milhões. As superpoderosas A conclusão está no relatório bianual da Unifem, o órgão da ONU para as mulheres, que será lançado hoje. Protógenes 2010 Protógenes Queiroz, que prendeu Daniel Dantas, é policial político ou político policial? De novo, será estrela, ao lado de Heloísa Helena, de um ato do PSOL. Dia 2, vai a um protesto “contra o desemprego e a corrupção”, na Cinelândia, no Rio. |
MARCO ANTONIO ROCHA
Uma interpretação racista da crise
O Estado de S. Paulo - 30/03/2009 |
De modo que, agora, já se sabe. Essa crise que prejudica tanta gente no mundo inteiro foi provocada por banqueiros brancos de olhos azuis. Então, a solução parece simples: basta prendê-los todos e a crise estará debelada.
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FERNANDO RODRIGUES
BRASÍLIA - Sai nos próximos dias o valor torrado pelo governo Lula em publicidade em 2008. A cifra ficará perto de R$ 1 bilhão. Os gastos em patrocínio federal no ano passado já foram divulgados: bateram em R$ 918 milhões.
Dois buracos negros ainda persistem nessa área. Não se sabe o volume aplicado em publicidade legal (publicação de balanços) nem o custo de produção das peças publicitárias. Esse último é um segredo nunca revelado pelo governo nem pelas agências acostumadas a mamar nas tetas generosas de Brasília.
A estimativa para as despesas com publicidade não conhecidas gira em torno de R$ 250 milhões a R$ 350 milhões por ano.
Tudo considerado, a administração federal consome anualmente, por baixo, R$ 2,2 bilhões com ações de propaganda e marketing. É dinheiro em qualquer lugar do mundo. A Unilever (dona de marcas como Kibon, Omo e Dove) gastou R$ 1,75 bilhão com propaganda no ano passado no Brasil.
É positivo o governo Lula divulgar, mesmo parcialmente, seus gastos publicitários. Permite aos brasileiros se indagarem se o país melhora, torna-se mais desenvolvido, quando a Petrobras patrocina as camisas de futebol do Flamengo ou bancos estatais financiam corridas de rua. Ou se há ganho social quando o Planalto faz campanha na TV para estimular o consumo durante a atual crise econômica.
Lula esteve no Chile no fim de semana. Defendeu, mais uma vez, "um Estado forte". O cerca de R$ 1 bilhão de patrocínio estatal para cultura, esportes e outras áreas se insere nessa ideologia lulista.
Pode-se argumentar que, em muitos países industrializados, sobretudo europeus, o Estado financia a cultura. É verdade, mas em geral é dinheiro direto. Aqui, há a intermediação das estatais. Uma caixa preta da qual só conhecemos os valores totais, nunca os detalhes.
SEGUNDA NOS JORNAIS
- Globo: Renda no Brasil tem o menor crescimento
- Folha: Congressista tem direito a até um bilhete aéreo por dia
- Estadão: Pressão derruba presidente da GM
- Correio: Estudo desmente inchaço na máquina pública
- Valor: Investimento externo busca o consumo doméstico
- Gazeta Mercantil: Empresas reforçam o caixa retendo lucros
- Jornal do Commercio: Agredida por ladrões, grávida perde o bebê