quinta-feira, março 12, 2009

PAINEL

Braços cruzados


Folha de S. Paulo - 12/03/2009
 

Na esteira das demissões já feitas, dos números da indústria que apontam para novos cortes e de uma redução nos juros mais tímida do que reivindicavam os sindicalistas, as centrais programaram para o próximo dia 30 "a maior mobilização de trabalhadores do ano". Batizado informalmente de "minigreve", o protesto concentrará esforços em duas praças onde os sindicatos têm estrutura mais robusta: ABC paulista e Bahia, que abrigam, respectivamente, os setores automotivo e petroquímico. O formato da manifestação será definido na semana que vem. As centrais têm o apoio de federações sindicais sul-americanas, que pretendem repetir a dose em países vizinhos.

IPI do Pibinho
Se ainda existia um fiapo de dúvida dentro do governo, o cavalo-de-pau do PIB no último trimestre de 2008 selou a decisão de prorrogar por pelo menos mais três meses a redução de IPI para os carros. 

Must go on
Durante reunião com o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, Lula procurou afastar a nuvem negra do anúncio do PIB. Disse aos presentes que o governo manterá todos os programas da área. Em tempo: à luz da brutal revisão na expectativa de crescimento, está em curso uma lipoaspiração no Orçamento de 2009. 

Fale com ele
Além de fazer coro pela redução dos juros, Dilma Rousseff aproveitou sua participação num seminário sobre desenvolvimento em São Bernardo do Campo para dividir a conta da superação da crise com seu provável adversário na eleição de 2010: "Os Estados têm enorme capacidade de endividamento e investimento, não é, Serra?". O governador não chegou a sorrir nessa hora. 

Terceirização
Perdidos entre 11 volumes de processo e cinco CDs com arquivos de áudio e vídeo sobre a investigação paralela conduzida por Protógenes Queiroz na Operação Satiagraha, deputados da CPI dos Grampos passaram a defender o vazamento total à imprensa. "Assim os jornalistas nos ajudam a ver o que tem lá", escancarou o tucano Vanderlei Macris (SP). 

Sujou
Antes de bater boca com Geddel Vieira Lima (Integração), Eduardo Cunha (PMDB-RJ) já havia trombado com outro ministro de seu partido: Edison Lobão (Minas e Energia) prefere ver derrubada a MP do setor elétrico a ter de negociar com o correligionário, relator da medida.

Nua e crua 1
A opinião pública passou longe dos cálculos dos deputados quando decidiram, em reunião ontem, enterrar a proposta de incorporar a verba indenizatória aos salários. Na ponta do lápis, eles perderiam de R$ 7 mil a R$ 9 mil mensais, e ainda teriam de pagar mais IR. 

Nua e crua 2
Do desalentado Marcelo Ortiz (PV-SP), sobre a situação da "categoria": "Como advogado, eu ganhava R$ 40 mil. Agora, recebo R$ 12,5 mil líquidos e ainda levo a pecha de ladrão". 

Nua e crua 3
 Do primeiro-secretário Rafael Guerra (PSDB-MG), tentando justificar um tipo recorrente de uso da verba indenizatória: "Mas, também, se o deputado for dono de posto e não abastecer lá, o que vão dizer na cidade? Que a gasolina é batizada!". 

What?
Abordado por equipe do humorístico "CQC" que tentou lhe "vender" o castelo do deputado Edmar Moreira, o príncipe Charles saiu de fininho, acompanhado de Camilla, sem ter a menor ideia do que lhe perguntavam. 

Escolinha
Enquanto o Senado discute se 3.883 funcionários terão ou não de devolver R$ 6,2 milhões pagos em horas extras em pleno recesso, o Instituto Legislativo abriu inscrições para curso no qual se destaca o seguinte painel: "O Dilema da Ética - A Ética e o Jeitinho Brasileiro". 

Tiroteio

"Não vejo como mobilizar um milhão de filiados, nem como fiscalizar o processo. E, se o comparecimento for baixo, a candidatura pode não expressar a vontade das bases."

De JOSÉ HENRIQUE REIS LOBO , presidente do PSDB paulistano e secretário do governo Serra, contra as prévias defendidas por Aécio Neves.

Contraponto

Discurso único

Palestrante do seminário sobre desenvolvimento realizado ontem em São Bernardo do Campo, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, encerrou sua exposição com um prognóstico:
-Ainda neste semestre teremos juros de um dígito!
Ciente da popularidade desse bordão numa plateia repleta de sindicalistas, o apresentador repetiu:
-Vamos frisar: um dígito ainda neste semestre!
O auditório veio abaixo. A palavra foi então passada a Dilma Rousseff. Depois de recitar a lista de cumprimentos às autoridades presentes, a ministra da Casa Civil deu um puxão de orelhas bem-humorado em Barbosa:
-Ele praticamente esgotou o que eu ia falar...

ELIANE CANTANHÊDE

"Não se esqueçam de mim!"


Folha de S. Paulo - 12/03/2009
 

As atenções latino-americanas estão voltadas para os interesses de Cuba, Bolívia, Equador e, sobretudo, Venezuela no encontro Lula-Obama, no sábado, mas Lula vai levar um apelo inesperado de um outro país: a Colômbia.
Numa conversa com Lula, o presidente Álvaro Uribe disse que estava preocupado com a guinada de Bush para Obama (e dos republicanos para os democratas), avaliando que os "esquerdistas" Raúl Castro, Evo Morales, Rafael Correa e até Hugo Chávez, tido como o inimigo número 1 de Washington no continente, podem até levar vantagem.
Mas e a Colômbia? E ele, Uribe? Na contramão do movimento político da região, Uribe é o "direitista", o contraponto a Chávez, o maior aliado norte-americano e o que embolsou um caminhão de dinheiro de Bush, dando de ombros para os vizinhos para fazer um TLC (Tratado de Livre Comércio) em separado com os EUA -que o Congresso ianque não aprovou.
Os "esquerdistas" anti-Bush e antirrepublicanos continuam devolvendo diplomatas norte-americanos e fazendo biquinho, mas todos sabem que Obama, até pela biografia, tem muito mais capacidade para compreender os problemas dos países pobres e negociar com eles.
Mas Uribe teme uma inversão da balança: que Obama se aproxime dos outros e corte o "Plan Colômbia" e a suculenta verba que despeja no país sob a rubrica "combate ao narcotráfico". Foi à custa dele, plano, e dela, verba, que Uribe enfraqueceu as Farc, acabou com os sequestros e reuniu condições de ser um dos mais populares presidentes da América do Sul, com índices que rivalizaram com os de Lula quando da libertação espetacular de Ingrid Betancourt.
Ele, é claro, não quer perder essa bocona, até porque sonha em conquistar o direito de re-reeleição. E pediu explicitamente a Lula para fazer um "lobby" a favor dele e da Colômbia com Obama. "Não se esqueçam de mim!"

MIGUEZIM DA PRINCESA

A MANSÃO DO ECONÔMICO AGACIEL

I
Por mais que a gente procure,
Seja no ar ou no chão,
Ninguém encontra a receita
De tostão virar milhão.
Abençoado do Céu,
O famoso Agaciel
Adquiriu uma mansão.
II
Ganhando R$ 18 mil
Na Direção do Senado,
Ele fez economia,
Veja só o resultado:
Nunca gastou o salário
E tornou-se milionário
Por viver sacrificado.
III
Coitado do Agaciel:
Nunca foi a restaurante,
Seus ternos são da Colombo,
Seu carro é uma Variant
E,no dia que quer gastar,
Come é carne de jabá
Na feira do Bandeirante.

IV
Usa perfume da Avon,
Roupa da Riachuelo,
Sapato da Polyelle,
Descansa o pé no chinelo,
Assiste filme pirata,
Toma caldo de batata
No Boteco de Tranguelo.

V
Possui ponte fixa-móvel
E meia chapa completa,
Compra shampoo de babosa,
Passeia de bicicleta
Comprada em segunda mão
Lá na feira do Varjão
Da prima de Dona Neta.
VI
Quando a esposa reclama
Que está passando mal,
Nunca mais comeram fora
Etc e coisa e tal,
Ele se irrita com a dona
E bota logo uma mesona
Bem no centro do quintal.
VII
Trinta anos trabalhando,
Juntando níquel pra feira,
Comendo calango assado,
Balaiada de fateira,
O homem virou barão
E comprou uma mansão
Pra aliviar a canseira.
VIII
Crucificam Agaciel,
Eu não sei por que razão!
Foi numa máquina Olivetti,
Amolegando o dedão,
Ajeitando senador,
Que Agaciel juntou
Dinheiro com as duas mãos.
IX
Quando comprou a mansão
No Lago Paranoá,
Parecia até um sonho
(Não quis nem acreditar).
Com  receio do povão,
Botou no nome do irmão
Pra ninguém desconfiar.

X
Por ordem de Zé Sarney,
Pediu exoneração.
Deixa o povo esculhambar,
Não lembram do Mensalão?
Cabra fica esculhambado,
Cingido e descachimbado,
Mas não perde o patacão.
Miguezim de Princesa


Colaboração enviada por Josué Teixeira 

ILIMAR FRANCO

A crise na crise

Panorama Político
O Globo - 12/03/2009
 

O ministro José Múcio está se preparando para administrar uma rebelião na base do governo no Congresso. Ela tem data marcada para ocorrer, 20 de março, quando o governo Lula anuncia um megacontingenciamento que vai atingir a totalidade dos R$19 bilhões de emendas parlamentares. Desta vez, a área econômica advertiu os articuladores políticos de que não se trata de um congelamento, mas de um corte para valer nos gastos públicos. 

"Marolinha": Lula chama governadores 

A cada dia o presidente Lula está mais apreensivo com a crise econômica. Por isso, ele chamou para uma conversa, na noite de ontem, no Palácio da Alvorada, os governadores Jaques Wagner (BA), Marcelo Déda (SE), Wellington Fagundes (PI) e Ana Julia Carepa (PA). Lula está inquieto com a incerteza, provocada pela ausência de um horizonte no tempo e no tamanho do buraco da crise. Para mitigar o desemprego, quer o setor público alavancando a economia. "Não podemos deixar a peteca cair", disse aos petistas, pedindo a eles que não parem de trabalhar e de empurrar a iniciativa privada. Outros governadores serão chamados. 

Dos nomes que estão aí, ele é o único que não tem rabo de palha" - Paulo Maluf, deputado federal (PP-SP), em apoio ao nome do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, para o governo de São Paulo 

VERDES. Na visita do príncipe Charles ao Congresso, o líder do PV na Câmara, Sarney Filho (MA), defendeu que os serviços ambientais prestados pela Amazônia sejam remunerados e sugeriu ao príncipe de Gales que lidere esse movimento. Já o líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), aproveitou para defender seu projeto que cria um Fundo Mundial Ambiental, com a cobrança de taxa de até 1% sobre as importações. 

O caminho 

A comissão de sindicância da Câmara vai pedir a punição de Edmar Moreira (MG). A base será o artigo do Código de Ética que define como quebra de decoro usar a verba de gabinete em desacordo com o princípio da impessoalidade.

Está dominado 

Os ruralistas tomaram conta das comissões de Meio Ambiente da Câmara e do Senado. Na Câmara, são 16 dos 35 integrantes. No Senado, são 17 dos 34 membros, entre eles a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu (DEM-TO). 

Acelerar os acordos eleitorais 

O governador José Roberto Arruda (DF) foi anfitrião de almoço ontem que reuniu os presidentes do DEM, Rodrigo Maia (SC), e do PSDB, Sérgio Guerra (PE). A oposição quer acelerar a definição de chapas conjuntas nos estados. Os dirigentes nacionais temem que, se deixarem por conta dos líderes regionais, as rejeições locais se consolidem. Os maiores problemas, entre PSDB e DEM, estão na Bahia, no Rio Grande do Sul e em Goiás. 

Tarso e os pugilistas cubanos 

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) vai exibir reportagem do "Fantástico" hoje, na Comissão de Relações Exteriores do Senado. O ministro Tarso Genro (Justiça) foi convidado para explicar o envio, para Cuba, de dois pugilistas cubanos. Na reportagem, um deles, que vive nos Estados Unidos, declarou que eles rejeitaram oferta do governo brasileiro para permanecerem no Brasil depois do Pan. O ministro acredita que com isso o episódio terá um ponto final. 

EM DEFESA do governador Aécio Neves (MG), fala o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE): "Em Minas há uma excitação grande pela candidatura a presidente; a situação dele é difícil". 

O PRESIDENTEda Câmara, Michel Temer (SP), sai em defesa do governador Luiz Henrique (SC): "Estou estarrecido com seu processo de cassação. Ele foi o único que deixou o cargo para concorrer à reeleição". 

CÓDIGO CIVIL. José Genoino (PT-SP) está coletando assinaturas para apresentar projeto que reconhece a união estável de pessoas do mesmo sexo.

CLÓVIS ROSSI

Recompensar o fracasso

Folha de São Paulo - 12/03/09

LONDRES - Duas iniciativas que deveriam merecer a atenção do serviço público brasileiro: 1 - O Reino Unido está lançando um endereço na internet para que os usuários de alguns serviços públicos se manifestem sobre a atenção recebida (ou a falta dela).
A ideia é um pouco imitar resenhas de livro que aparecem, por exemplo, na Amazon.com. Quem quer comprar um livro pode, antes, ler o que dizem dele. Por que não ler o que dizem usuários de clínicos gerais e serviços policiais, dois dos setores que estarão na linha de frente da experiência?
Explica o primeiro-ministro Gordon Brown: "Alguma coisa está errada quando negócios on-line têm padrões de transparência mais elevados do que serviços públicos pelos quais pagamos e apoiamos".
As escolas também entrarão no esquema, de tal forma que a satisfação dos pais de alunos passará a ser parte importante da avaliação delas -e dos professores.
É bom explicar que, no Reino Unido, ninguém vai diretamente a um médico especialista. Tem que passar, antes, por um clínico geral, claro que do NHS (a sigla em inglês para Serviço Nacional de Saúde, público). Daí a importância da opinião dos pacientes sobre quem os atende em primeiro lugar.
2 - O programa de aperfeiçoamento da educação dos Estados Unidos, lançado anteontem pelo presidente Barack Obama, apoia-se em uma frase que me parece irretocável: "Se a um professor é dada uma oportunidade, ou duas, ou três, e ele continua sem melhorar, não há desculpa para que essa pessoa siga educando. Rechaço um sistema que recompense o fracasso".
Se você pensou na penca de professores nota zero que continuam "educando" em São Paulo, saiba que eu pensei a mesmíssima coisa ao ler a frase de Obama.
Já não passou da hora de o serviço público brasileiro buscar -e recompensar- o sucesso?

DORA KRAMER

O eleitor no nevoeiro


O Estado de São Paulo - 12/03/09

Quando se especula sobre o efeito político da crise econômica que se materializa por aqui na queda de 3,6% no PIB do último trimestre de 2008, o que se pretende é saber se a popularidade do presidente Luiz Inácio da Silva sobrevive em ambiente adverso.

Em tese, o grau de resistência tenderia a cair na proporção direta do aumento das dificuldades decorrentes da crise, numa palavra, o desemprego. Na prática, Lula já enfrentou ao longo desses quase sete anos de governo momentos muito ruins e conseguiu superar todos eles. Nenhum deles, porém, guardou relação com o bolso das pessoas.

Houve crises políticas, há uma crise moral endêmica, mas nunca nada que afetasse a sensação de bem-estar geral traduzida na garantia dos lucros dos mais ricos, no crescimento do poder de compra dos remediados e na sobrevivência assegurada aos mais pobres.

Essa maioria foi indiferente enquanto o jogo disse respeito a valores abstratos. Como se comportará diante do risco de prejuízos objetivos é a questão em torno da qual não há, por ora, nada além de apostas, intenções e adivinhações.

Não por carência de massa crítica com capacidade de análise nem por falta de experiência na área.

Na visão de um ex-presidente da República com larga vivência no assunto, os dados disponíveis ainda são insuficientes. Tanto a crise é inédita, quanto a condição de Lula é específica.

Fernando Henrique Cardoso governou o Brasil por oito anos e enfrentou sete crises econômicas: em 1996, a do México; em 1997, da Ásia; em 1998, da Rússia; em 1999, a do câmbio; em 2001, a do apagão elétrico e a retração pós-11 de setembro nos Estados Unidos; em 2002, a turbulência resultante dos receios a respeito do que faria o PT no poder.

No período, lembra, o PIB oscilou negativamente junto com as crises, apresentando resultados positivos duas vezes, exatamente nos anos de calmaria: 1996 e 2000. Mas, se os números reagem automaticamente, a reação das pessoas depende de outros fatores. Na opinião de Fernando Henrique, basicamente de dois: a durabilidade da crise e a politização do assunto.

“Se a oposição não falar nada, fica mais fácil o governo administrar o mau humor geral. No meu caso, o PT gritou muito, transformou a adversidade num cenário mais grave do que a realidade.” Atributo, analisa, em boa medida ausente no modo de operação dos atuais oposicionistas.

Politicamente, este seria um ponto favorável ao governo. Não o único, na percepção de FH. “Lula tem uma capacidade enorme de se adaptar às situações. Além disso, não tem compromisso com a coerência. Diz uma coisa hoje, o contrário amanhã e fica tudo por isso mesmo.”

Em outubro, o presidente Lula previa nada mais que uma “marolinha”, depois decretou o fim da crise e, com a divulgação dos novos números, já comemora por antecipação o fato de que no Brasil, “ao contrário de outros países”, não haverá recessão.

“Para mudar o discurso de novo, não custa.” Aliás, Fernando Henrique aposta que, se o quadro se agravar, Lula mudará de estilo. Abandonará o tom ufanista para assumir uma atitude mais sóbria. “Fará o estilo sério.” Quando instado a examinar o cenário do ponto de vista estritamente eleitoral, Fernando Henrique lembra que aí não se fala mais da figura de Lula, mas da candidatura de Dilma Rousseff.

“Como escreveu o Marcos Lisboa (diretor do Unibanco, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda), biografia não se transfere. Na eleição, será Dilma em julgamento. Se o eleitor transferir seu mal-estar para o governo, haverá prejuízo porque ela é o governo.”

Então, nessa hipótese, bastaria a oposição aguardar a transferência das expectativas positivas do eleitorado para contar com a vitória em 2010? Nem por um só instante, Fernando Henrique acha que o PSDB pode esperar ganhar a eleição por gravidade. “Se o partido não for capaz de se apresentar com projeto confiável e consistente não será, necessariamente, visto como a solução.”

Essa necessidade de se mostrar como um contraponto, um porto mais seguro, em função do agravamento da situação econômica é um dos motivos pelos quais FH passou a defender a entrada do PSDB no debate eleitoral propriamente dito.”O outro é que Lula tomou a iniciativa de abrir o jogo.”

Até então, o ex-presidente achava que o governador de São Paulo, José Serra, estava certo em adiar a entrada em cena para 2010 e via na proposta do governador Aécio Neves de antecipação do processo de escolha do candidato do PSDB à Presidência uma precipitação indevida.

Sobre as prévias tucanas, FH acha mais prudente se pronunciar só depois da manifestação da Justiça Eleitoral sobre prazos, prevista para hoje. Mas agora considera que o partido, por meio dos dois pré-candidatos, deve começar a falar. De forma “dura” na responsabilização do governo e de maneira consistente ao apresentar suas credenciais como alternativa de poder. “Se não fizermos grandes besteiras, ganhamos a eleição.”

QUINTA NOS JORNAIS

Globo: Depois do tombo do PIB... Juros têm queda recorde

 

Folha: Crise faz BC acelerar corte nos juros

 

Estadão: Tombo da economia faz BC reduzir juro em 1,5 ponto

 

JB: Uma reação tímida

 

Correio: O menor juro da história

 

Valor: Marubeni banca refinaria de US$ 20 bi da Petrobrás

 

Gazeta Mercantil: BC reduz Selic para 11,25%, no maior corte dos juros desde 2003

 

Jornal do Commercio: Regras para camelôs só no próximo verão