quinta-feira, abril 30, 2009

PARA...HIHIHI

VIAGEM

Um cara fez uma viagem de cruzeiro num transatlântico de luxo.

Foram 26 dias de viagem pelo Mediterrâneo, pelo mar Adriático, pelas ilhas gregas. Na volta, um amigo quis saber como foi a viagem.

- Nem te conto, disse ele.

No primeiro dia eu estava me sentindo sozinho, mas de repente eu vi a Cidinha, mulher do meu melhor amigo. Ela estava na viagem e sozinha também. Fiquei feliz por não estar só, e logo começamos a conversar, fomos juntos ao restaurante do navio, fomos dançar, e terminamos dormindo juntos.

- Foi mesmo?

- Foi, sim. E no final da noite, quase de madrugada, eu transei com a mulher do meu melhor amigo. Mas depois disso eu chorei muito, chorei arrependido, quase morro de chorar.

- E o resto da viagem, como foi?

- Foi duro… Fui transando e chorando… Transando e chorando… Foi muito duro…

DIOGO MAINARDI

PODCAST
Diogo Mainardi

30 de abril de 2009
  

Texto integral
Tic, Tac, Tic, Tac

A imprensa está acabando. E eu tenho de correr para acabar antes dela. Quanto tempo ainda me resta? Segundo Sumner Redstone, dono da CBS, menos de dez anos. Tic, tac, tic, tac.

A tiragem do New York Times, nos últimos seis meses, caiu 3,55%. A do Los Angeles Times, 6,55%. A do USA Today, 7,46%. Dos maiores jornais dos Estados Unidos, o único que conseguiu se manter no mesmo lugar foi o Wall Street Journal, de Rupert Murdoch.

Na TV a cabo americana ocorreu algo semelhante. A CNN, no horário nobre, desabou para o quarto lugar entre os canais de notícias. A MSNBC, que no ano passado ganhou um monte de espectadores fazendo campanha para Barack Obama, despencou depois que ele foi eleito. Quem cresceu nesse período, distanciando os concorrentes, foi a FOX News, com seus palpiteiros de direita. A FOX News, como o Wall Street Journal, pertence a Rupert Murdoch.

Sim, Rupert Murdoch. Em 2006, o Financial Times (menos 2,62%) perguntou-lhe se a FOX News perderia seus espectadores caso o Partido Democrata conquistasse o poder. Ele respondeu: "Isso é uma idiotice. Se o governo passar para os democratas, todos aqueles que não gostarem deles – 48% do país – vão assistir a FOX News".

Foi o que aconteceu. A imprensa pode estar acabando. Mas ela está acabando - ainda mais rapidamente e ainda mais vergonhosamente – para quem aceitou se transformar em porta-voz do governo. Ninguém quer ler matéria paga. Ninguém quer receber notícia estatal. Ninguém quer acompanhar uma cobertura domesticada e adesista.

Os telejornais das maiores redes dos Estados Unidos deram um total de dezesseis horas de notícias positivas sobre Barack Obama, em seus primeiros 50 dias de governo. George W. Bush, em seus primeiros 50 dias, ganhou apenas duas horas e meia de notícias positivas, nos mesmos telejornais.

Nesse cálculo, não entram as declarações diárias de Barack Obama e as três entrevistas coletivas transmitidas ao vivo por todas as redes de TV americanas. Corrigindo: todas as redes uma ova. Na quarta-feira, o canal FOX – é isso aí: mais uma empresa de Rupert Murdoch – esnobou a Casa Branca e transmitiu um seriado em vez da entrevista auto-promocional em que Barack Obama celebrou seus 100 dias de governo. Resultado: no horário, a FOX obteve a maior audiência da TV aberta americana. Barack Obama retaliou durante a própria entrevista coletiva, ignorando o repórter da FOX e respondendo às perguntas dos repórteres de todas as outras redes.

Quanto mais fragilizada se torna a imprensa, mais dependente ela é do governo; quanto mais dependente ela é do governo, mais fragilizada ela se torna. É o Catch-22 gutemberguiano. Só ganha uma sobrevida quem consegue romper esse mecanismo de abastardamento. E isso vale tanto para os Estados Unidos quanto para o Brasil, onde há uma compulsão doentia para o jornalismo chapa-branca.

A imprensa está acabando. Se o futuro é a internet, quero estar longe daqui quando ele chegar. Falta pouco. Tic, tac, tic, tac.

CARLOS ALBERTO SARDENBERG

Desastre político


O Globo - 30/04/2009
 

Há muitas razões técnicas que justificam a mudança nas regras de remuneração da caderneta de poupança.

 

Há também muitas opções para mudar.

 

Em qualquer caso, é falsa a propaganda do PPS. Não é verdade que o governo Lula vai mexer na poupança “como fez o governo Collor”.

 

Collor confiscou o dinheiro que estava depositado. O que se cogita agora é mudar o sistema de remuneração daqui em diante, deixando-se aos depositantes a liberdade de ficar lá ou buscar alternativa mais rentável.

 

É muito diferente. Assim, a propaganda do PPS, que está na tevê, desinforma e cria um medo desnecessário nos milhões de depositantes. Como não é razoável imaginar que as lideranças do PPS desconheçam isso, só se pode concluir que agiram com base no argumento de que a oposição pode espalhar mentiras e falsidades para desgastar o governo, pois sua função é essa mesma, atacar. É como se a oposição tivesse uma “licença política”.

 

O argumento é falso. Em termos simples, esse tipo de oposição é simplesmente irresponsável. Não apresenta alternativa de governo, apenas espalha denúncias falsas.

 

O problema é que a tese da licença foi exposta e defendida pelo presidente Lula quando lhe perguntaram por que, no governo, mantinha políticas e programas que condenara na oposição.

 

Para ficar só no essencial, Lula esculhambou o Real (seria um pesadelo), o superávit primário, o Banco Central independente, o exagero dos juros no combate à inflação e a prática de se nomear gente do mercado financeiro para a diretoria do BC (as raposas tomando conta do galinheiro).

 

Depois, presidente, ampliou o superávit primário e nomeou para o seu BC Henrique Meirelles, que havia sido presidente mundial do Bank of Boston, com gabinete em Wall Street, no coração da ciranda financeira.

 

Era, por assim dizer, não uma raposa, mas o chefe das raposas.

 

Além disso, no governo, Lula continuou no palanque, preparando sua reeleição e, agora, permanece lá para eleger Dilma Roussef. Nessa campanha permanente, o presidente usou a licença política. Foi o caso, por exemplo, da pesada propaganda alardeando a autosuficiência do país em petróleo e derivados. Falso. O Brasil continuou importando óleo e combustíveis refinados, teve déficits externos elevados nessa conta.

 

O presidente e, mais recentemente, a ministra Dilma também não perdem a oportunidade de dizer que seu governo mandou o FMI embora. Como mandou? O governo pagou a dívida direitinho, e adiantado. E pratica a política recomendada pelo FMI, de metas de inflação, com BC independente, superávit primário e câmbio flutuante (outra política que atacava na oposição).

 

Finalmente, depois de esculhambar a “privataria” dos tucanos, licitou e privatizou estradas, usinas hidrelétricas e portos.

 

De seu lado, os tucanos e os democratas que, no governo, criaram o BC independente e sua política, deram de atacar com violência petista os juros altos e pedir a intervenção no BC.

 

E aprovaram medidas que, se aplicadas, simplesmente estourariam as contas da Previdência e o orçamento federal. Tudo por licença política.

 

Eis o ponto: a falência da política brasileira não está apenas nos escândalos do Congresso. Está no fracasso dos partidos, todos, incapazes de apresentar um programa nacional consistente. É por isso que o Congresso não vota — os parlamentares e seus partidos não têm a menor noção do país.

 

Por que não se vota a reforma tributária, embora todo mundo saiba que a carga é elevada e o sistema de arrecadação, perverso? Porque ela precisa se acomodar numa política econômica de longo prazo. E nenhum partido sabe o que é isso.

 

Falando francamente, o governo FHC foi um milagre. Introduziu uma sequência impressionante de reformas, mudanças e programas que não eram nem compreendidas pelos partidos.

 

Os do governo apoiaram por fisiologia.

 

Os da oposição atacaram por atacar. Trocaram de papel e continuam na mesma ignorância.

 

O problema é que o país precisa de mudanças macro e micro que dê em seqüência ao projeto do Real. Mas Lula e a oposição só pensam em um meio de garantir o governo e suas vantagens.

FIM DE SEMANA EM NATAL

Roteiro

Hoje


SPVA
A Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do RN empossa a nova diretoria nesta quinta-feira às 18h, na Fundação Capitania das Artes (Ribeira).

SARAU
O Sarau da Aliança Francesa de Natal abrirá a edição 2009, às 19h, na seda da instituição (na Rua Potengi, Petrópolis) com homenagem ao escritor Nei Leandro de Castro e ao escritor francês Paul Marie Verlaine. A edição seguirá os mesmos moldes da primeira edição, em 2007 e também lançará o Cd Cineclube, do poeta Lívio Oliveira e do cantor e compositor Babal.

FORRÓ
Dominguinhos será atração do Rastapé (Ponta Negra) nesta quinta-feira. Ingresso a R$ 10. Universitários até 0h não paga.

TAVERNA
A banda Salada Sonora anima a noite do Taverna Pub (Ponta Negra) com o pop nacional dos anos 80, seguida pela discoteca de músicas brasileiras, com funk, pop, axé, forró, samba e rock com Dj Rigon. Tudo a partir das 22h30. Contato: 3236-3696

REGGAE
Edson Gomes, Fruto da Paz e Rastafeeling serão as atrações da noite de reggae na Rua Chile nesta quinta-feira.

Amanhã

SOM LATINO
A banda Camba lança o DVD com seus ritmos latinos nesta sexta-feira no Bar das Bandeiras, no largo da Rua Chile, a partir das 22h. Ingressos a R$ 8, com direito ao drink cubano Murrito.

PETRÓPOLIS
Toda sexta-feira o Mercado de Petrópolis oferece o melhor do forró-pé-serra, com Raimundo Flor e Forró Legal. A partir das 18h e até 22h.

Amanhã E Sábado

BUDDA
As bandas Mobydick e VNV apresentam hoje o show Décadas do Rock. Amanhã é a vez do Kentucky e seu country rock band. O Budda Pub está situado na Avenida Engenheiro Roberto Freire, por trás do Tibério Ristorante. Senhas a R$ 10. Contato: 3219-2328. 

MÚSICA 
Tânia Soares apresenta o show Tulipa Negra, no Praia Shopping. No sábado, a voz, o violão e o samba de Alexandre Siqueira. Ambos os shows começam às 21h.

SÁBADO

SAMBA
O grupo Arquivo Vivo e o Samba Erudito se apresenta este sábado no Espaço Cultural do Samba (antigo Malagueta), localizado na subida da Avenida Rio Branco, a partir das 18h, sempre com um convidado apto a tocar o samba de raíz, genuíno. A senha custa R$ 5. Domingo é a vez do grupo ouvir os clássicos do samba no Sancho Pub, em Ponta Negra (rua do cemitério), a partir das 20h. Senhas no local.

DOMINGO

FUTEBOL
O Futebol dos Artistas chega a Natal com a proposta de gerar ação entre a classe artística, empresarial e os artistas convidados a pisarem no gramado do Ginásio da UFRN, as 16h de domingo. As doações - 1kg de alimento não perecível, roupas, brinquedos e fraldas geriátricas, mais R$ 5 - serão entregues a instituições de Natal como abrigos e hospitais. Atores nacionais participarão do evento, como Mateus Rocha, Luka Ribeiro, Márcio Kieling, Klebber Toledo e Sérgio Hondjakoff. Contato: 9101-4604 ou 9947-8233.

MARLON
O intérprete Marlon canta os clássicos da música brasileira a partir das 20h no Praia Shopping.

PARA MAIO

POESIA
Segue até 17 de maio as inscrições para o Projeto-Caderno de Poesia Sarau. Sarau é o nome dado uma sessão do Trabuco, jornal literário publicado periodicamente pelos alunos do curso de Letras da Faculdade de Letras e Artes (Fala), da UERN.

PANORAMA POLÍTICO

Fala Dilma

Ilimar Franco
O Globo - 30/04/2009
 

Emocionada, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) conta como foi tomada a decisão de divulgar sua doença.

 

Ela diz: “As coisas têm que ser construídas. Eu precisava, em primeiro lugar, informar a minha família e depois o presidente da República. Não queria que a minha mãe e a minha filha soubessem pelo jornal. Não resisti coisíssima nenhuma. A especulação é desrespeitosa. Há um fato: fizemos o reconhecimento público. Eu o fiz”.

 

Dilma não quer mais falar da doença

 

A ministra não está disposta a falar do tratamento que fará nos próximos meses. Ela explica: “Não pretendo transformar minha doença em um espetáculo de mídia. Fiz o que tinha de fazer. Informei a minha família, o presidente e depois a população. Após o tratamento, se houver algo relevante, que possa ajudar outras pessoas, tornarei isso público”.

 

E desabafa, dizendo que dar a notícia para os seus foi muito difícil: “Não foi nada agradável. Você tem filha? Algumas pessoas são mais frágeis, outras mais fortes. O presidente Lula me protege, me ajuda. A minha mãe e a minha filha, eu é que tenho que proteger. Você sabe o que é falar isso para um filho e ainda ter que consolá-lo?”.

 

"O efeito é que o Serra vai achar que também está doente” — Sérgio Guerra, presidente do PSDB, brincando com a fama de hipocondríaco do governador, ao ser questionado sobre os efeitos políticos do tratamento de saúde por que passa a ministra Dilma Rousseff

 

MENOS ESTADO. Os estados sofrem com a crise econômica. O governador de Sergipe, Marcelo Déda, começou o ano determinando que a média dos gastos seguiria os patamares do ano passado. Nesta semana, anunciou uma nova redução de gastos de 10%. Nos próximos dias, ele vai reduzir o tamanho do governo. Déda vai anunciar a extinção e fusão de três ou quatro secretarias estaduais. No primeiro trimestre, a arrecadação foi R$ 12 milhões menor em relação ao mesmo período de 2008.

 

Cabo de guerra

 

O senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) e o líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves (RN), não têm a mesma visão sobre 2010. Garibaldi quer uma aliança regional com o DEM e o PSDB. Henrique quer um acordo com o PSB e o PT.

 

Faca no pescoço

 

O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), comanda uma rebelião contra o governo.

 

No seu caso, a insatisfação é com a paralisia da obra de duplicação da BR-101 em Alagoas. O PMDB do Senado ameaça assinar a CPI do Dnit.

 

Comparando o incomparável

 

Meses atrás, o líder do DEM, José Agripino (RN), insinuou que a ministra Dilma Rousseff poderia estar mentindo ao Senado, como mentira sob tortura na ditadura. Nesta semana, Agripino voltou à carga perguntando se existia um estado policial no país. O ministro Tarso Genro (Justiça) respondeu dizendo que tal afirmação era descabida, pois, se fosse fato, nem o ministro da Justiça nem a Polícia Federal iriam ao Congresso dar explicações sobre seus atos.

 

Calcanhar de Aquiles

 

O PSDB vai fazer um grande evento na Paraíba, dia 11, com o título: “O PSDB e os programas sociais: passado, presente e futuro”. Querem mostrar que o DNA dos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, seria tucano, e afirmar que eles terão continuidade em um eventual governo do PSDB. O local foi escolhido a dedo, já que o Nordeste é a região em que o PSDB tem maior dificuldade eleitoral.

 

Ninguém verá mais tucanos falando em “Bolsa Esmola”.

 

PARA ESQUIVAR-SE de perguntas sobre sua candidatura ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin saiu-se com essa: “Há dois tipos de ansiosos: os jornalistas e os políticos”.

 

O INSTITUTO Tancredo Neves, do DEM, trará ao país, em junho, para debater a crise, o economista Kenneth Rogoff, consultor do FMI e professor de Harvard.

 

UM JORNALISTA pergunta para o presidente do STF, ministro Gilmar Mendes: “O senhor falou com o ministro Joaquim (Barbosa)?” A resposta de Gilmar: “Não. Aliás, eu não falo com ele há anos”.

GOSTOSA


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PAINEL

Água no pré-sal

Renata Lo Prete
Folha de S. Paulo - 30/04/2009
 

Entrou areia no plano hollywoodiano da Presidência para transmitir amanhã, ao vivo em alto-mar, com a presença de Lula e Dilma Rousseff, a primeira extração de petróleo do pré-sal no campo de Tupi. A segurança vetou a ida do presidente tanto de navio da Marinha como de helicóptero. As duas missões precursoras que foram testar as condições para a operação fracassaram. O helicóptero Esquilo, de menor porte, que levaria as autoridades do navio à plataforma, não conseguiu pousar. A meteorologia prevê ondas de até quatro metros. Sem o mesmo apelo midiático, a extração será comandada pelo ministro Edison Lobão e pelo presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. Lula e Dilma participarão da solenidade em terra.

Sem foto
O encolhimento da festa do pré-sal jogou um balde de água fria na comunicação do governo. Pesquisas indicam recall da imagem de Lula sujando o macacão de Dilma no campo de Jubarte. 

Dramin
Alheias ao rigoroso protocolo de segurança presidencial, as equipes da EBC e do canal corporativo da Petrobras viajam hoje até a plataforma. Vão transmitir a extração, mesmo na ausência dos personagens principais. 

Tenho dito
Dilma Rousseff não confirma nem desmente a informação de que já teria se submetido à primeira sessão de quimioterapia: "Comuniquei ao público tudo o que era necessário, e não deixarei de transmitir informações que possam ajudar outras pessoas. Mas não vou transformar meu tratamento em espetáculo". 

Veja bem
Dias depois de dizer a Erenice Guerra que seria ela a indicada do Planalto para vaga no TCU, Lula conversou com Dilma, a quem deu prognóstico diferente: não seria fácil bater o martelo em favor da número dois da Casa Civil, pois muitos aliados preferem o ministro José Múcio (Relações Institucionais). 

Força maior
Uma vez revelada a doença da ministra, defensores da ida de Múcio para o TCU lançaram na praça um novo argumento: na ausência dela, seja para se tratar, seja para fazer campanha eleitoral, Erenice teria se tornado imprescindível na Casa Civil. 

Conta outra
Mas quem conhece o Planalto aposta que não será esse o fator decisivo na escolha entre Erenice e Múcio. Dado o peso de Dilma no governo, é improvável que Erenice venha a responder por mais do que uma parcela das atribuições da ministra.

Homenagem
Os dois anos da morte de Octavio Frias de Oliveira, publisher da Folha, foram lembrados ontem no Senado. José Sarney (PMDB-AP) se referiu ao empresário como "um velho e grande amigo da vida inteira". "Ele será sempre maior do que todas as homenagens que façamos à sua pessoa." 

Check-in
Além de ficar com as milhagens das passagens pagas com dinheiro público, deputados também repassam à Casa valores pagos pela taxa de embarque. Uma das formas de pagamento é a própria verba indenizatória. 

Balançou
Na conversa reservada que teve com o ministro Celso Amorim (Relações Exteriores), o presidente venezuelano, Hugo Chávez, confessou que, embora vá manter internamente o discurso anti-EUA, está "encantado" com Barack Obama. 

Anos 70
O governador José Serra (PSDB-SP) concede neste domingo a Ordem do Ipiranga ao ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, pelas posições de defesa dos direitos humanos durante a ditadura brasileira. 

Perspectiva
Ex-ministro do Supremo, Sepúlveda Pertence tem ouvido de amigos que seus embates com Moreira Alves, na época vistos como muito acalorados, "parecem um minueto" à luz das refregas de hoje no STF.

Tiroteio

"O tal do Zoghbi não me procurou, e se procurasse eu não ajudaria. Ele merece um processo administrativo, e não uma simples sindicância."

 

 

De ROMEU TUMA (PTB-SP), sobre as movimentações do ex-diretor de RH do Senado João Carlos Zoghbi para evitar sua demissão sumária.

Contraponto

Critério técnico

 

Na véspera de atingir a marca de mil discursos no Senado, Mão Santa (PMDB-PI) fez um longo pronunciamento no qual homenageava o empresário pernambucano João Santos e pedia um voto de pesar por sua morte. Foi interrompido por Antonio Carlos Valadares (PSB-SE):
-Quero aproveitar e enaltecer o senador Mão Santa, que completa hoje mil discursos!
-Não, é amanhã!-reagiu prontamente o peemedebista.
-Ué, o discurso de hoje não será computado?
Mão Santa hesitou um pouco e então explicou:
-Não! Só valem os que eu faço na tribuna!

CELSO MING

Serra ataca os juros


O Estado de S. Paulo - 30/04/2009
 
O governador José Serra não gosta da atual política econômica. Desde os tempos de ministro do Planejamento do governo Fernando Henrique, Serra não para de atacar quase tudo o que está aí, quase como os antigos dirigentes do PT.

Esse quase é importante porque Serra se diferencia da chamada ala desenvolvimentista dos economistas brasileiros na medida em que defende rigoroso equilíbrio fiscal na administração pública. Mas, em relação aos demais pilares da atual política econômica, diverge frontalmente. Para ele, estão erradas as políticas monetária e cambial.

Serra nunca deixou claro o que gostaria de ver na política de metas de inflação, pela qual o Banco Central deve usar os juros (volume e preço do dinheiro na economia) unicamente para empurrar a inflação para dentro da meta. No mínimo, a considera mal executada. Ou, como avisou segunda-feira, entende que a atual política monetária (política de juros) não trabalha para dar cumprimento à meta de inflação, mas para valorizar o real (derrubar as cotações do dólar) e, dessa forma, tirar competitividade do sistema produtivo ante a concorrência externa.

Seria precipitado afirmar que o governador defende uma estratégia intervencionista no câmbio e a derrubada implacável dos juros a canetadas. Mas muitas vezes é o que sugerem suas declarações.

A única maneira de obter a derrubada de juros sem artificialismos seria abrir espaço para uma rígida política fiscal (austeridade nas despesas). Assim, os juros cairiam quase naturalmente, pela simples redução da dívida pública.

Essa também parece ser a proposta do ex-ministro Delfim Netto quando prega a definição de um déficit nominal zero das contas públicas, ou seja, o equilíbrio entre receitas e despesas do governo, incluída nestas também a conta dos juros da dívida pública. Num quadro desses, a política de juros não seria excessivamente pressionada porque não teria de fazer o serviço que a política fiscal hoje deixa de fazer.

Até agora, os ataques à política econômica feitos pelo ministro, depois prefeito de São Paulo e depois governador, José Serra, não foram fortemente questionados porque a probabilidade de ele vir a segurar as rédeas do governo foi relativamente pequena. Mas, conforme aumenta o apoio popular à sua candidatura e se aproximam as eleições de 2010, a opinião de Serra vai ser crescentemente levada em conta.

Até 2002, o então presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, manifestava-se drasticamente contra a política econômica do seu antecessor, Fernando Henrique. Mas, em junho daquele ano, assinou a Carta ao Povo Brasileiro em que se comprometeu a manter as vigas mestras dessa estrutura. Com isso, Lula afastou o voto de desconfiança que começava a ser armado contra sua candidatura e seu futuro governo.

Muita gente argumenta que o atual discurso de Serra não passa de dialética eleitoral e que, uma vez no governo, beijará a cruz, como Fernando Henrique e Lula beijaram.

Mas não dá para esquecer de que estas posições do governador Serra são rigorosamente as mesmas que sustentava quando não só era governo, como, também, quando era ministro da área econômica de Fernando Henrique.

A hora dos bancos - Confirmado o corte da Selic em 1 ponto, as atenções se voltam para os bancos: a ver se continuam baixando juros só burocraticamente nas operações de crédito.

BRASÍLIA - DF

Serra em bytes


Correio Braziliense - 30/04/2009
 

O governador de São Paulo, José Serra, tem dedicado algumas horas a estudar como foi a campanha do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Dia desses, conversou com integrantes da equipe do presidente americano para obter detalhes de como se deu a mobilização de eleitores pela internet. A ideia do tucano é usar toda a parafernália disponível, Twitter, Facebook, blogs, como Obama fez. Os especialistas em campanha nacionais e estrangeiros foram unânimes em afirmar à época da campanha que um dos segredos dos democratas foi a internet, inclusive no que se refere à arrecadação de recursos. E, como no PSDB, a imagem da modernidade hoje está mais para o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, Serra pensa superar o colega nesse quesito mirando-se em Obama. Ninguém duvida que Aécio e Serra estarão juntos em 2010. Mas, até que a prévia diga quem será o candidato, é cada um por si com todo o cuidado para não deixar desandar o caldo da unidade.


 Ele aprendeu comigo. Eu já defendia a queda dos juros quanto ele era ministro do Planejamento 

Do deputado Ciro Gomes (PSB-CE), quando perguntado se ele e José Serra têm o mesmo discurso em relação à necessidade de reduzir ainda mais os juros


Polêmica

Já está sobre a mesa do primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), um estudo da consultoria legislativa que diz ser possível cortar 40% dos 3 mil funcionários terceirizados da Casa sem prejuízo dos serviços prestados. 

Começou

O boletim administrativo da Câmara começou a publicar as exonerações de servidores suspeitos de vender passagens de deputados. Foram exonerados funcionários dos deputados Vieira da Cunha (PDT-RS), Nazareno Fontelles (PT-PI), Paulo Henrique Lustosa (PMDB-CE), Fernando de Fabinho (DEM-BA) e José Aníbal (PSDB-SP). 

Garotinho no PR

Está adiantadíssima a conversa do ex-governador Anthony Garotinho com o PR para concorrer ao governo do Rio de Janeiro. Semana que vem, ele estará em Brasília para conversar com o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. Não é à toa que o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, candidato à reeleição, entrou em contato com a cúpula do PR para pedir que coloquem essa filiação em banho-maria. 

É bom, só que...

Convocado para explicar detalhes sobre o preço do diesel ontem na Câmara, o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima, afirmou que atualmente já é possível ampliar de 3% para 5% o total de biodiesel nesse combustível. A notícia é boa para quem produz o biodiesel, mas não ajuda a baixar um centavo no preço. 

No cafezinho

 
 

Trauma/ As excelências não aguentam mais ouvir a palavra “passagem”. O ex-deputado Benito Gama (foto) entrou no plenário e logo alguém lhe abordou: “Deputado, quanto tempo! Está de passagem?”. A reação foi imediata: “Eu hein?! Vim de ônibus mesmo!” 

Velhos hábitos.../... são difíceis de abandonar. Ao deixar o Senado ontem, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) foi caminhando em direção ao carro oficial da Presidência da Casa, que lhe serviu durante os quase quatro anos em que esteve à frente da Casa. Avisado do ato falho, o peemedebista desviou o caminho até o seu próprio carro. Os senadores Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Marcelo Crivella (PRB-RJ) e Flávio Arns (PT-PR), que testemunharam a cena, não esconderam o riso. 

Animadíssimo/ Não tem quem não saia de bem com a vida ao conversar com o vice-presidente José Alencar. Ontem, homenageado durante almoço na casa do deputado Fábio Ramalho 
(PV-MG), Alencar trocou impressões sobre a sucessão em Minas e ao falar da crise no Senado não descartou uma nova candidatura: “Concorro a umas três eleições ainda”, afirmou, com a disposição que é a sua marca registrada. 

Esperança/ O presidente da Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, reuniu a cúpula do Congresso ontem num jantar-palestra na Confederação Nacional da Indústria (CNI). Na saída, ouviu do senador Cristovam Buarque (PDT-DF): “Ah, quero ver o dia em que eu vou poder falar com tanto orgulho da minha instituição, o Senado, como o senhor fala da sua!”

DORA KRAMER

Sangria mal atada


O Estado de S. Paulo - 30/04/2009
 
O Congresso é um colegiado e, como tal, guiado e julgado pelas atitudes da maioria. Nesse sentido, não se pode saudar a decisão de restringir o uso de passagens aéreas como um sinal de que o Parlamento está realmente disposto a se enquadrar aos princípios da moralidade, impessoalidade, publicidade, probidade e eficiência, como convém à administração pública.

Ao contrário. O fato de a decisão ter sido assumida pelas Mesas Diretoras da Câmara e do Senado sem passar pelo crivo dos plenários, indica que a maioria ainda não entendeu da missa a metade e continua resistente ao fim dos anacrônicos privilégios. 

E que joga a culpa no "baixo clero" porque esse pessoal, sozinho, jamais ganhou uma. Nem a eleição de Severino Cavalcanti.

Não por outro motivo, a não ser a certeza da derrota, os presidentes José Sarney e Michel Temer entenderam por bem tentar estancar a sangria dos escândalos em série por meio de um acordo de líderes.

Foi um gesto de habilidade política, tirada a fórceps e pautada na necessidade do momento. Isso nada tem que ver com autocrítica, recuo, percepção ou convicção de que o orçamento de qualquer entidade oficial deve ser administrado com parcimônia, transparência e, sobretudo, nítida separação entre o público e o privado.

Na semana passada mesmo, quando decidira levar a questão ao plenário, o presidente da Câmara, Michel Temer, dissera que só assim as novas regras teriam "legitimidade". 

Pois bem, com 48 horas de consultas, Temer e os líderes das bancadas perceberam que era melhor abrir mão da autenticação coletiva do que serem desautorizados coletivamente e solapados na legitimidade de suas funções.

Não se trata de uma imprecisão, mas de um equívoco crasso considerar que o Congresso tenha passado por algum teste de moralização. Primeiro porque, como já exposto, não se submeteu a prova alguma. Na realidade, desviou-se dela.

Em segundo lugar, porque seria uma incongruência da crítica aceitar como moral o simples corte parcial em uma, e apenas uma, das inúmeras exorbitâncias cometidas em nome do patrimonialismo, sob a proteção do corporativismo.

Note-se que o Senado, discreto e no momento mais distante do foco, manteve o uso de passagens para terceiros: parentes, amigos, afilhados, apaniguados. 

Nas duas Casas o passivo de infrações foi anistiado e, sobre o crime de vendas de passagens (obtenção de vantagem econômica na comercialização de um bem público), fala-se apenas levemente em "necessidade de investigação". 

Na Câmara, o pacote "moralizador" passa ao largo do corte de passagens para custear viagens dos deputados do Distrito Federal aos Estados de origem. A menos que se considere como origem o registro nas certidões de nascimento de suas excelências, são R$ 3.764, 58 para ir a lugar nenhum. Ou, pior, para ir a qualquer lugar.

Isso para não falar no valor das cotas. Já reduzidas em 20%, garantem, por exemplo, ao deputado de São Paulo, R$ 8.501,07 para ir e voltar todo mês. Quatro semanas, R$ 2.125,25 cada uma, pagaria cada ida e volta. Mais de R$ 1.000 por bilhete que pode ser encontrado por cerca de R$ 200 em promoção e custa em média entre R$ 400 e R$ 800, as mais caras. 

A isso não se pode dar o nome de gestão de recursos, convenhamos. Levantamento publicado ontem no Estado mostra que nos Estados Unidos o congressista é obrigado a pagar, e comprovar, a passagem pelo menor valor possível, bem como são proibidas viagens de natureza pessoal ou para fins políticos.

Aqui a cabeça é outra. O parlamentar acha que deve ser pessoalmente sustentado pelo contribuinte e considera ainda uma obrigação o eleitor financiar suas visitas "às bases". Ou seja, alimentar durante quatro anos a campanha da eleição seguinte.

Esse tipo de raciocínio é que produz essa e outras "farras" na administração pública. Como é a Câmara que se propõe a fazer uma reestruturação geral nos gastos em 30 dias, é ali que as cabeças deverão exibir sinais consistentes de mudança de mentalidade.

A composição do grupo não anima. Nele está Inocêncio Oliveira, o pai da tese da "sagrada família" usada para defender o direito de levar mulher e filhos ao exterior à custa do alheio. Tem assento também Nelson Marquezelli, patrocinador de excursões internacionais, segundo ele, com os "créditos acumulados no exercício do mandato".

Integram ainda a comissão Rafael Guerra, que em fevereiro se opôs à divulgação das notas fiscais dos gastos da verba indenizatória por "envolver terceiros", e Odair Cunha, encarregado de informar, dias atrás, que o caso do ex-namorado de Adriane Galisteu nem sequer seria "examinado pela Mesa" dando, portanto, o assunto das passagens por "encerrado". 

Junte-se o pensamento da comissão renovadora à resistência da maioria assumidamente conservadora e não se vê a luz no fim do túnel nem o fim do fundo do poço.

ANCELMO GOIS

"Brazilian National Congress"


O Globo - 30/04/2009
 

DEPOIS DE LULA, no desenho americano “South Park”, há duas semanas, lembra?, o Brasil volta a ser alvo de uma série de animação para adultos nos EUA. Dessa vez, sobrou para o nosso... Congresso Nacional. No episódio dos “Simpsons” exibido domingo na terra de Obama, houve na escola da cidade um concurso de maquetes de monumentos mundiais. Pois um aluno da classe, o cê-dê-efe bobalhão Martin Prince, fez (veja na reprodução) uma escultura do “Brazilian National Congress”. Na avaliação do juiz do concurso, a escultura do Congresso brasileiro ficou “irrepreensível”. É. Pode ser. Já na vida real... você sabe

 

Alívio no pregão

 

A Previ, fundo de pensão do BB, já recuperou uns R$ 4 bi dos R$ 20 bi que tinha perdido depois que as bolsas derreteram.

 

Clima quente I

 

Paulo Skaf, presidente da Fiesp, que é de origem árabe, autorizou ontem a entidade, conforme proposta de alguns diretores, a não receber Mahmoud Ahmadinejad, o presidente do Irã que virá visitar Lula dia 6.

 

Haveria uma pressão do Itamaraty por uma recepção para o iraniano na Fiesp.

 

Dilma x Serra.com

 

Ainda nem começou 2010, mas Dilma e Serra já duelam no Twitter, o site de relacionamentos, nova mania das celebridades, em que, em vez de amigos, a pessoa tem seguidores.

 

Entraram no ar o Dilma Rousseff (http://twitter.com/dilmarousseff) e o Serra 2010 (http://twitter.com/Serra_2010).

 

Velha guarda

 

Nelson Sargento, o grande compositor, fez um périplo por Brasília, terça, em defesa de uma causa nobre: a aposentadoria de sambistas da velha guarda sem vínculo formal de trabalho — caso dele.

 

O mestre conversou no Congresso com os senadores Flávio Arns, Ideli Salvatti e Demóstenes Torres, e com o ministro Fernando Haddad.

 

Samba que segue...

 

Ficou combinado que será realizada uma audiência pública no Senado com bambas como Nelson, Monarco e Ney Lopes para discutir uma saída.

 

Sarah, número um

 

Sob o comando de Aloysio Campos da Paz e Lúcia Braga, o Centro Internacional Sarah de Neurorreabilitação e Neurociências, que Lula inaugura amanhã no Rio, é a mais avançada das dez unidades da Rede Sarah.