terça-feira, setembro 23, 2008

ORGULHO DE SER  PT
ORGULHO DE SER LULISTA

 BRASIL TEM NOTA 3,5 NO RANKING DA CORRUPÇÃO DA TRANSPARÊNCIA INTERNACIONAL.

PAÍS APARECE EM 8O LUGAR ENTRE 180 PAÍSES, SEGUNDO A ONG.

O Brasil aparece em 80º lugar no ranking de 180 países divulgado nesta terça-feira (23), em Berlim, no relatório anual da ONG Transparency International (TI, Transparência Internacional).

 

O país aparece com nota 3,5 em uma escala de 0 a 10, empatado com Burkina Faso, Marrocos, Arábia Saudita e Tailândia. No ano passado, o país havia ficado em 72º lugar, com a mesma nota 3,5, empatado com China, Índia, México, Marrocos, Peru e Suriname.

LEIA UM LIVRO

MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS-CONT.

MACHADO DE ASSIS

CAPÍTULO 14

Primeiro beijo

Tinha dezessete anos; pungia-me um buçozinho que eu forcejava por trazer a bigode. Os olhos, vivos e resolutos, eram a minha feição verdadeiramente máscula. Como ostentasse certa arrogância, não se distinguia bem se era uma criança com fumos de homem, se um homem com ares de menino. Ao cabo, era um lindo garção, lindo e audaz, que entrava na vida de botas e esporas, chicote na mão e sangue nas veias, cavalgando um corcel nervoso, rijo, veloz, como o corcel das antigas baladas, que o romantismo foi buscar ao castelo medieval, para dar com eles nas ruas do nosso século. O pior é que o estafaram a tal ponto, que foi preciso deitá-lo à margem, onde o realismo o veio achar, comido de lazeira e vermes, e, por compaixão, o transportou para os seus livros.

Sim, eu era esse garção bonito, airoso, abastado; e facilmente se imagina que mais de uma dama inclinou diante de mim a fronte pensativa, ou levantou para mim os olhos cobiçosos. De todas porém a que me cativou logo foi uma... uma... não sei se diga; este livro é casto, ao menos na intenção; na intenção é castíssimo. Mas vá lá; ou se há de dizer tudo ou nada. A que me cativou foi uma dama espanhola. Marcela, a "linda Marcela", como lhe chamavam os rapazes do tempo. E tinham razão os rapazes. Era filha de um hortelão das Astúrias; disse-mo ela mesma, num dia de sinceridade, porque a opinião aceita é que nascera de um letrado de Madri, vítima da invasão francesa, ferido, encarcerado, espingardeado, quando ela tinha apenas doze anos. Cosas de España. Quem quer que fosse, porém, o pai, letrado ou hortelão, a verdade é que Marcela não possuía a inocência rústica, e mal chegava a entender a moral do código. Era boa moça, lépida, sem escrúpulos, um pouco tolhida pela austeridade do tempo, que lhe não permitia arrastar pelas ruas os seus estouvamentos e berlindas; luxuosa, impaciente, amiga de dinheiro e de rapazes. Naquele ano, ela morria de amores por um certo Xavier, sujeito abastado e tísico, — uma pérola.

Via-a, pela primeira vez, no Rossio Grande, na noite das luminárias, logo que constou a declaração da independência, uma festa de primavera, um amanhecer da alma pública. Éramos dois rapazes, o povo e eu; vínhamos da infância, com todos os arrebatamentos da juventude. Via-a sair de uma cadeirinha, airosa e vistosa, um corpo esbelto, ondulante, um desgarre, alguma coisa que nunca achara nas mulheres puras. —Segue-me, disse ela ao pajem. E eu seguia-a, tão pajem como o outro, como se a ordem me fosse dada, deixei-me ir namorado, vibrante, cheio das primeiras auroras. A meio caminho, chamaram-lhe "linda Marcela", lembrou-me que ouvira tal nome a meu tio João, e fiquei, confesso que fiquei tonto.

Três dias depois perguntou-me meu tio, em segredo, se queria ir a uma ceia de moças, nos Cajueiros. Fomos; era em casa de Marcela. O Xavier, com todos os seus tubérculos, presidia ao banquete noturno, em que eu pouco ou nada comi, porque só tinha olhos para a dona da casa. Que gentil que estava a espanhola! Havia mais uma meia dúzia de mulheres, — todas de partido —, e bonitas, cheias de graça, mas a espanhola... O entusiasmo, alguns goles de vinho, o gênio imperioso, estouvado, tudo isso me levou a fazer uma coisa única; à saída, à porta da rua, disse a meu tio que esperasse um instante, e tornei a subir as escadas.

— Esqueceu alguma coisa? perguntou Marcela de pé no patamar.

— O lenço.

Ela ia abrir-me caminho para tornar à sala; eu segurei-lhe nas mãos, puxei-a para mim, e dei-lhe um beijo. Não sei se ela disse alguma coisa, se gritou, se chamou alguém; não sei nada; sei que desci outra vez as escadas, veloz como um tufão, e incerto como um ébrio.

CONT.AMANHÃ

TERÇA NOS JORNAIS


Globo: Incerteza sobre pacote gera instabilidade nos mercados

 

Folha: Indefinição sobre pacote esfria mercado

 

Estadão: Países ricos rejeitam ajuda global a bancos

 

JB: Governo vai aumentar multa por embriaguez

 

Correio: Petróleo em disparada

 

Valor: Tesouro aceita supervisão e "resgate" avança nos EUA

 

Gazeta Mercantil: Petróleo tem alta histórica de US$ 16,37

 

Estado de Minas: Crise já ameaça até bolso do Papai Noel

 

Jornal do Commercio: Greve de servidores fecha ambulatórios