Gastança sem fim
EDITORIAL
O Globo
À medida que o tempo passa e o segundo mandato do presidente Lula se aproxima da fase final, ganha contornos mais nítidos a herança que deixará para quem o substituirá a partir de 1º de janeiro de 2011 no terceiro andar do Palácio do Planalto.
Entre as contribuições positivas se destaca o respeito à autonomia operacional do Banco Central, uma espécie de âncora de credibilidade e segurança que se consolida no país. O fato de Lula ter resistido às propostas salvacionistas e heterodoxas em matéria de política monetária, cambial e inflação, feitas dentro do seu próprio partido, colocou o Brasil mais próximo do bloco de países do Primeiro Mundo, em que forças políticas diversas se alternam no poder sem que haja mudanças radicais na forma de o governo administrar a nação. Isso dá segurança a todos - pessoas e empresas, aqui e no exterior. Entre as heranças negativas - ou malditas, no jargão petista - está a enorme e persistente gastança com o custeio da máquina, em especial na contratação de pessoal e em aumentos salariais, um tipo de despesa que se perpetuará, por causa da estabilidade do funcionalismo.
Reportagem do GLOBO de domingo dá uma idéia precisa do tamanho do problema que o próximo governo enfrentará. De 2002 a 2009, os gastos com pessoal de Executivo, Legislativo e Judiciário mais que dobrarão, de R$75 bilhões para R$169 bilhões. Apenas no Executivo o salto será de R$56,7 bilhões para R$128,5, ou 126%, bem acima da inflação no período, mais que a expansão do PIB e o próprio crescimento da arrecadação. De 2003, primeiro ano do governo, a agosto último, Lula patrocinou 91.413 contratações, elevando o contingente do funcionalismo para além de um milhão de pessoas.
O governo tem sabido retribuir, à custa do contribuinte, o apoio político e eleitoral do funcionalismo ao PT. Além de inchar em quantidade de servidores, a folha tem sido inflada no seu peso para o Tesouro devido a generosos aumentos salariais, com impacto até o segundo ano do próximo governo. As cifras são todas na casa dos bilhões de reais.
É por isso que os gastos com o funcionalismo deverão chegar no ano que vem aos píncaros: cerca de 5% do PIB, enquanto em investimentos o governo patina na faixa de 1% do PIB, insuficiente para bancar as inversões que o Estado precisa fazer na infra-estrutura, um estreito gargalo que ameaça barrar a expansão da economia.
E toda essa gastança não se traduz em qualquer melhoria nos serviços públicos. Que o digam, por exemplo, os contribuintes que têm tentado, em vão, eliminar pendências com a Receita Federal.
terça-feira, setembro 09, 2008
GERALDO NETO
FICHA SUJA - LADRÃO
FICHA SUJA - LADRÃO
VOCE PODE MUDAR:
NÃO VOTE NESSE CANALHA
PARA VOCE NÃO ESQUECER
Operação Impacto
O prédio da Câmara Municipal de Natal foi fechado na manhã desta quarta-feira (11/07) em uma ação conjunta do Ministério Público, Polícia Federal, Polícia Civil e Polícia Militar intitulada operação Impacto. Promotores de justiça e delegados estavam com mandatos de busca e apreensão que permitiam diligências realizadas não só nos gabinetes dos vereadores como também em suas residências. O objetivo era investigar supostas irregularidades na conduta de parlamentares no processo de votação das emendas do Plano Diretor de Natal. Pelo menos R$ 94,4 mil foram apreendidos. Os vereadores são acusados de corrupção passiva e ativa, e formação de quadrilha.
(....)As maiores apreensões foram feitas com o vereador Geraldo Neto, do PMDB, que teria recebido a quantia de R$ 77 mil, seguido de Emílson Medeiros, relator do projeto do Plano Diretor, com R$ 12,4 mil. Durante as buscas no local, ninguém quis falar com a imprensa.
(....)As maiores apreensões foram feitas com o vereador Geraldo Neto, do PMDB, que teria recebido a quantia de R$ 77 mil, seguido de Emílson Medeiros, relator do projeto do Plano Diretor, com R$ 12,4 mil. Durante as buscas no local, ninguém quis falar com a imprensa.
Alto lá, Lulalá!
Artigo - Melchiades Filho
Folha de S. Paulo
É precipitado dizer que as campanhas municipais têm se curvado à influência de Lula.Muitos se impressionam porque candidatos da base do presidente lideram as pesquisas em 20 das 26 capitais. Esquecem, porém, que ela já administra 21. Do ponto de vista estritamente numérico, o Planalto ainda não tem muito a celebrar.Pouco se falou, também, que os partidos pró-Lula lançaram 94 nomes para prefeito nas capitais. 94! (Apenas em Teresina a coalizão se uniu em torno de um postulante.) Não há, e dada a quantidade, nem poderia haver homogeneidade na relação de Lula com todos os candidatos de PT, PMDB, PSB, PDT, PC do B, PTB, PR, PP, PRB, PV, PSC, PMN, PHS, PT do B, PTC e PRTB.Micarla de Souza, que desponta em Natal, por exemplo, é ligada a José Agripino Maia (DEM), um dos mais ferrenhos críticos do governo federal. Contudo, por ser filiada ao PV, ela foi parar na lista das "barbadas" lulistas nas capitais.Do mesmo modo, como atribuir ao presidente a ascensão de Eduardo Paes? Só porque o ex-pefelista e ex-tucano (além de verdugo na CPI dos Correios) aderiu ao PMDB? No Rio, Lula fechou desde o início com Marcelo Crivella (PRB) -e é este quem tem caído nas pesquisas.Ou tome-se Belo Horizonte. O presidente só desceu do muro depois que Márcio Lacerda (PSB), cria do tucano Aécio Neves, decolou.Era Jô Moraes (PC do B) quem distribuía santinhos do petista.Lula esbanja popularidade, mas o diferencial do voto nos municípios por enquanto é local: bem avaliado, o prefeito garante a dianteira (sua ou de seu representante); mal avaliado, cede terreno à oposição.O único "efeito Lula" palpável até aqui precedeu a campanha e dela independe: a articulação que pôs 16 partidos no colo do presidente.O "efeito Lula" eleitoral só será comprovado no segundo turno, se aplicadas surras no carlismo em Salvador e no nome de Serra (Gilberto ou Geraldo) em São Paulo.
Artigo - Melchiades Filho
Folha de S. Paulo
É precipitado dizer que as campanhas municipais têm se curvado à influência de Lula.Muitos se impressionam porque candidatos da base do presidente lideram as pesquisas em 20 das 26 capitais. Esquecem, porém, que ela já administra 21. Do ponto de vista estritamente numérico, o Planalto ainda não tem muito a celebrar.Pouco se falou, também, que os partidos pró-Lula lançaram 94 nomes para prefeito nas capitais. 94! (Apenas em Teresina a coalizão se uniu em torno de um postulante.) Não há, e dada a quantidade, nem poderia haver homogeneidade na relação de Lula com todos os candidatos de PT, PMDB, PSB, PDT, PC do B, PTB, PR, PP, PRB, PV, PSC, PMN, PHS, PT do B, PTC e PRTB.Micarla de Souza, que desponta em Natal, por exemplo, é ligada a José Agripino Maia (DEM), um dos mais ferrenhos críticos do governo federal. Contudo, por ser filiada ao PV, ela foi parar na lista das "barbadas" lulistas nas capitais.Do mesmo modo, como atribuir ao presidente a ascensão de Eduardo Paes? Só porque o ex-pefelista e ex-tucano (além de verdugo na CPI dos Correios) aderiu ao PMDB? No Rio, Lula fechou desde o início com Marcelo Crivella (PRB) -e é este quem tem caído nas pesquisas.Ou tome-se Belo Horizonte. O presidente só desceu do muro depois que Márcio Lacerda (PSB), cria do tucano Aécio Neves, decolou.Era Jô Moraes (PC do B) quem distribuía santinhos do petista.Lula esbanja popularidade, mas o diferencial do voto nos municípios por enquanto é local: bem avaliado, o prefeito garante a dianteira (sua ou de seu representante); mal avaliado, cede terreno à oposição.O único "efeito Lula" palpável até aqui precedeu a campanha e dela independe: a articulação que pôs 16 partidos no colo do presidente.O "efeito Lula" eleitoral só será comprovado no segundo turno, se aplicadas surras no carlismo em Salvador e no nome de Serra (Gilberto ou Geraldo) em São Paulo.
O Google É FODA
Google quer oferecer web via satélite a 3 bilhões de pessoas
Folha de S.Paulo
O Google vai fazer parte de um consórcio que pretende oferecer internet via satélite a 3 bilhões de pessoas em países da África e de outros mercados emergentes, como a América Latina, segundo o "Financial Times", que não diz se o projeto inclui o Brasil.
O público-alvo do projeto, chamado de O3B Networks (os outros 3 bilhões), são pessoas para quem a internet de banda larga é muita cara. A idéia é diminuir o preço do acesso à rede em até 95%. "Isso realmente se encaixa na missão do Google no mundo em desenvolvimento", afirmou Larry Alder, gerente de produtos no grupo de acesso alternativo da empresa de tecnologia. "Em alguns lugares da África, o custo da internet rápida é 20 vezes maior do que nos Estados Unidos."
De acordo com o "Financial Times", o consórcio, formado, entre outros, pelo HSBC e pelo bilionário americano John Malone, do grupo Liberty Media (que tem participação na operadora de TV via satélite Sky), vai anunciar hoje a aquisição de 16 satélites de baixa órbita --com um sinal mais forte que o dos similares comerciais-- da empresa francesa Thales Alenia Space.
O negócio é considerado o pontapé inicial no projeto de US$ 750 milhões que pretende ligar antenas de telefonia celular a redes de internet de alta velocidade em uma série de países próximos da linha do Equador.
A intenção é que o projeto já esteja em funcionamento no fim de 2010. Ainda segundo o jornal, o HSBC, o Google e o bilionário americano já investiram, cada um, US$ 20 milhões e devem injetar mais de US$ 150 milhões a US$ 180 milhões.
Nos próximos meses, o consórcio, que terá sede na ilha de Jersey (no canal da Mancha), vai negociar acordos com companhias de internet e de telefonia de países emergentes da África, da América Latina, da Ásia e do Oriente Médio
Google quer oferecer web via satélite a 3 bilhões de pessoas
Folha de S.Paulo
O Google vai fazer parte de um consórcio que pretende oferecer internet via satélite a 3 bilhões de pessoas em países da África e de outros mercados emergentes, como a América Latina, segundo o "Financial Times", que não diz se o projeto inclui o Brasil.
O público-alvo do projeto, chamado de O3B Networks (os outros 3 bilhões), são pessoas para quem a internet de banda larga é muita cara. A idéia é diminuir o preço do acesso à rede em até 95%. "Isso realmente se encaixa na missão do Google no mundo em desenvolvimento", afirmou Larry Alder, gerente de produtos no grupo de acesso alternativo da empresa de tecnologia. "Em alguns lugares da África, o custo da internet rápida é 20 vezes maior do que nos Estados Unidos."
De acordo com o "Financial Times", o consórcio, formado, entre outros, pelo HSBC e pelo bilionário americano John Malone, do grupo Liberty Media (que tem participação na operadora de TV via satélite Sky), vai anunciar hoje a aquisição de 16 satélites de baixa órbita --com um sinal mais forte que o dos similares comerciais-- da empresa francesa Thales Alenia Space.
O negócio é considerado o pontapé inicial no projeto de US$ 750 milhões que pretende ligar antenas de telefonia celular a redes de internet de alta velocidade em uma série de países próximos da linha do Equador.
A intenção é que o projeto já esteja em funcionamento no fim de 2010. Ainda segundo o jornal, o HSBC, o Google e o bilionário americano já investiram, cada um, US$ 20 milhões e devem injetar mais de US$ 150 milhões a US$ 180 milhões.
Nos próximos meses, o consórcio, que terá sede na ilha de Jersey (no canal da Mancha), vai negociar acordos com companhias de internet e de telefonia de países emergentes da África, da América Latina, da Ásia e do Oriente Médio
MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS - CONT.
CAPÍTULO 2
O emplasto
Com efeito, um dia de manhã, estando a passear na chácara, pendurou-se-me uma idéia no trapézio que eu tinha no cérebro. Uma vez pendurada, entrou a bracejar, a pernear, a fazer as mais arrojadas cabriolas de volatim, que é possível crer. Eu deixei-me estar a contemplá-la. Súbito, deu um grande salto, estendeu os braços e as pernas, até tomar a forma de um X: decifra-me ou devoro-te.
Essa idéia era nada menos que a invenção de um medicamento sublime, um emplasto anti-hipocondríaco, destinado a aliviar a nossa melancólica humanidade. Na petição de privilégio que então redigi, chamei a atenção do governo para esse resultado, verdadeiramente cristão. Todavia, não neguei aos amigos as vantagens pecuniárias que deviam resultar da distribuição de um produto de tamanhos e tão profundos efeitos. Agora, porém, que estou cá do outro lado da vida, posso confessar tudo: o que me influiu principalmente foi o gosto de ver impressas nos jornais, mostradores, folhetos, esquinas, e enfim nas caixinhas do remédio, estas três palavras: Emplasto Brás Cubas. Para que negá-lo? Eu tinha a paixão do arruído, do cartaz, do foguete de lágrimas. Talvez os modestos me arguam esse defeito; fio, porém, que esse talento me hão de reconhecer os hábeis.
Assim, a minha idéia trazia duas faces, como as medalhas, uma virada para o público, outra para mim. De um lado, filantropia e lucro; de outro lado, sede de nomeada. Digamos: — amor da glória.
Um tio meu, cônego de prebenda inteira, costumava dizer que o amor da glória temporal era a perdição das almas, que só devem cobiçar a glória eterna. Ao que retorquia outro tio, oficial de um dos antigos terços de infantaria, que o amor da glória era a coisa mais verdadeiramente humana que há no homem, e, conseguintemente, a sua mais genuína feição.
Decida o leitor entre o militar e o cônego; eu volto ao emplasto.
CAPÍTULO 3
Genealogia
Mas, já que falei nos meus dois tios, deixa-me fazer aqui um curto esboço genealógico.
O fundador de minha família foi um certo Damião Cubas, que floresceu na primeira metade do século XVIII. Era tanoeiro de ofício, natural do Rio de Janeiro, onde teria morrido na penúria e na obscuridade, se somente exercesse a tanoaria. Mas não; fez-se lavrador, plantou, colheu, permutou o seu produto por boas e honradas patacas, até que morreu, deixando grosso cabedal a um filho, o licenciado Luís Cubas. Neste rapaz é que verdadeiramente começa a série de meus avós — dos avós que a minha família sempre confessou —, porque o Damião Cubas era afinal de contas um tanoeiro, e talvez mau tanoeiro, ao passo que o Luís Cubas estudou em Coimbra, primou no Estado, e foi um dos amigos particulares do vice-rei conde da Cunha.
Como este apelido de Cubas lhe cheirasse excessivamente a tanoaria, alegava meu pai, bisneto do Damião, que o dito apelido fora dado a um cavaleiro, herói nas jornadas da Africa, em prêmio da façanha que praticou arrebatando trezentas cubas aos mouros. Meu pai era homem de imaginação; escapou à tanoaria nas asas de um calembour. Era um bom caráter, meu pai, varão digno e leal como poucos. Tinha, é verdade, uns fumos de pacholice; mas quem não é um pouco pachola nesse mundo? Releva notar que ele não recorreu à inventiva senão depois de experimentar a falsificação; primeiramente, entroncou-se na família daquele meu famoso homônimo, o capitão-mor Brás Cubas, que fundou a vila de São Vicente, onde morreu em 1592, e por esse motivo é que me deu o nome de Brás. Opôs-se-lhe, porém, a família do capitão-mor, e foi então que ele imaginou as trezentas cubas mouriscas.
Vivem ainda alguns membros da minha família, minha sobrinha Venância, por exemplo, o lírio-do-vale, que é a flor das damas do seu tempo; vive o pai, o Cotrim, um sujeito que...Mas não antecipemos os sucessos; acabemos de uma vez como nosso emplasto.
CAPÍTULO 2
O emplasto
Com efeito, um dia de manhã, estando a passear na chácara, pendurou-se-me uma idéia no trapézio que eu tinha no cérebro. Uma vez pendurada, entrou a bracejar, a pernear, a fazer as mais arrojadas cabriolas de volatim, que é possível crer. Eu deixei-me estar a contemplá-la. Súbito, deu um grande salto, estendeu os braços e as pernas, até tomar a forma de um X: decifra-me ou devoro-te.
Essa idéia era nada menos que a invenção de um medicamento sublime, um emplasto anti-hipocondríaco, destinado a aliviar a nossa melancólica humanidade. Na petição de privilégio que então redigi, chamei a atenção do governo para esse resultado, verdadeiramente cristão. Todavia, não neguei aos amigos as vantagens pecuniárias que deviam resultar da distribuição de um produto de tamanhos e tão profundos efeitos. Agora, porém, que estou cá do outro lado da vida, posso confessar tudo: o que me influiu principalmente foi o gosto de ver impressas nos jornais, mostradores, folhetos, esquinas, e enfim nas caixinhas do remédio, estas três palavras: Emplasto Brás Cubas. Para que negá-lo? Eu tinha a paixão do arruído, do cartaz, do foguete de lágrimas. Talvez os modestos me arguam esse defeito; fio, porém, que esse talento me hão de reconhecer os hábeis.
Assim, a minha idéia trazia duas faces, como as medalhas, uma virada para o público, outra para mim. De um lado, filantropia e lucro; de outro lado, sede de nomeada. Digamos: — amor da glória.
Um tio meu, cônego de prebenda inteira, costumava dizer que o amor da glória temporal era a perdição das almas, que só devem cobiçar a glória eterna. Ao que retorquia outro tio, oficial de um dos antigos terços de infantaria, que o amor da glória era a coisa mais verdadeiramente humana que há no homem, e, conseguintemente, a sua mais genuína feição.
Decida o leitor entre o militar e o cônego; eu volto ao emplasto.
CAPÍTULO 3
Genealogia
Mas, já que falei nos meus dois tios, deixa-me fazer aqui um curto esboço genealógico.
O fundador de minha família foi um certo Damião Cubas, que floresceu na primeira metade do século XVIII. Era tanoeiro de ofício, natural do Rio de Janeiro, onde teria morrido na penúria e na obscuridade, se somente exercesse a tanoaria. Mas não; fez-se lavrador, plantou, colheu, permutou o seu produto por boas e honradas patacas, até que morreu, deixando grosso cabedal a um filho, o licenciado Luís Cubas. Neste rapaz é que verdadeiramente começa a série de meus avós — dos avós que a minha família sempre confessou —, porque o Damião Cubas era afinal de contas um tanoeiro, e talvez mau tanoeiro, ao passo que o Luís Cubas estudou em Coimbra, primou no Estado, e foi um dos amigos particulares do vice-rei conde da Cunha.
Como este apelido de Cubas lhe cheirasse excessivamente a tanoaria, alegava meu pai, bisneto do Damião, que o dito apelido fora dado a um cavaleiro, herói nas jornadas da Africa, em prêmio da façanha que praticou arrebatando trezentas cubas aos mouros. Meu pai era homem de imaginação; escapou à tanoaria nas asas de um calembour. Era um bom caráter, meu pai, varão digno e leal como poucos. Tinha, é verdade, uns fumos de pacholice; mas quem não é um pouco pachola nesse mundo? Releva notar que ele não recorreu à inventiva senão depois de experimentar a falsificação; primeiramente, entroncou-se na família daquele meu famoso homônimo, o capitão-mor Brás Cubas, que fundou a vila de São Vicente, onde morreu em 1592, e por esse motivo é que me deu o nome de Brás. Opôs-se-lhe, porém, a família do capitão-mor, e foi então que ele imaginou as trezentas cubas mouriscas.
Vivem ainda alguns membros da minha família, minha sobrinha Venância, por exemplo, o lírio-do-vale, que é a flor das damas do seu tempo; vive o pai, o Cotrim, um sujeito que...Mas não antecipemos os sucessos; acabemos de uma vez como nosso emplasto.
Informe JB
Galeão: concessão só daqui a um ano
Leandro Mazzini
A concessão do Aeroporto Internacional do Rio, o Galeão, pode demorar mais de um ano para sair. Quem acompanha o assunto diz que a euforia decolou tão rápido que esqueceram de fazer o plano de vôo. Aos fatos: o BNDES só teve o aval para esses estudos técnicos junto à Anac há duas semanas. É um processo que pode durar seis meses. Mesmo com a Lei de Concessões em vigor, é certo que apontarão para mudanças normativas, principalmente no marco regulatório, conjunto de leis que só o Congresso pode mexer, a fim de fixar regras claras para os investidores. Depois, o edital de licitação abre prazo de três meses para interessados. E, se não houver entrave jurídico para o vencedor, acredita-se que em pouco mais de um ano o Galeão saia das mãos da Infraero.
Lulatur
O presidente Lula sanciona dia 17 a Lei Geral do Turismo. Quer fazer um barulho que pode ajudar a ex-ministra Marta Suplicy na campanha em São Paulo.
Nas alturas
O setor de entretenimento cresce muito, mostram dados que Lula tem às mãos. Por exemplo, 92 empresas geraram 90 mil postos de trabalho em 2007. A lei também vai abrir caminho para financiamento para o setor, via o Fungetur.
Pausa
Marta Suplicy, que teve a Lei do Turismo como principal bandeira de sua gestão, deve dar uma pausa na campanha paulistana e desembarcar no Planalto para o evento.
Pausa 2
Ex-ministro que deu pontapé no programa, Walfrido dos Mares Guia, que cuida de suas empresas, também deve aparecer. Será citado na apresentação.
Menino do Rio
Nunca na História desse país, desde a fundação de Brasília, um presidente passou tanto tempo no Rio. Lula pernoita no Palácio Rio Negro, em Petrópolis, de sábado para domingo.
Vida de pelego
É pouco? Domingo ele curte a cidade imperial. E na segunda pega um helicóptero para Resende, onde inaugura o centro de logística da Volkswagen Caminhões e Ônibus, ao lado do presidente mundial da montadora.
Problema em casa
O PFL – ala veterana do DEM – não anda satisfeito com o namoro do prefeito do Rio, Cesar Maia, com Marcelo Crivella na disputa municipal. O partido teme desgaste para explicar uma eventual chapa PRB-DEM num segundo turno.
Militares & civis
De um membro do Planalto, no 7 de Setembro, brincando com a confusão de Mangabeira Unger para colocar a faixa da Ordem do Mérito da Defesa: "O presidente quer todo mundo com faixas e medalhas ano que vem".
Velho amigo...
Lula foi apresentar a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, ao ministro das Cidades, Márcio Fortes, e ela logo o interrompeu: "O Fortes? Já conheço muito".
...de batalha
Fortes comandou comissão que acompanhou negócios bilaterais do país quando Cristina ainda era a primeira-dama.
Eu, não!
Justiça seja feita, Marcelo Crivella nunca chamou Lula de diabo barbudo, conforme nota aqui deu a entender. Mas pastores da Universal, igreja da qual ele é licenciado, já chamaram anos atrás.
Coleguinha
O senador Marco Maciel, presidente da CCJ, assinou documento que a Fenaj levará ao Supremo na luta pela exigência do diploma para jornalistas.
Galeão: concessão só daqui a um ano
Leandro Mazzini
A concessão do Aeroporto Internacional do Rio, o Galeão, pode demorar mais de um ano para sair. Quem acompanha o assunto diz que a euforia decolou tão rápido que esqueceram de fazer o plano de vôo. Aos fatos: o BNDES só teve o aval para esses estudos técnicos junto à Anac há duas semanas. É um processo que pode durar seis meses. Mesmo com a Lei de Concessões em vigor, é certo que apontarão para mudanças normativas, principalmente no marco regulatório, conjunto de leis que só o Congresso pode mexer, a fim de fixar regras claras para os investidores. Depois, o edital de licitação abre prazo de três meses para interessados. E, se não houver entrave jurídico para o vencedor, acredita-se que em pouco mais de um ano o Galeão saia das mãos da Infraero.
Lulatur
O presidente Lula sanciona dia 17 a Lei Geral do Turismo. Quer fazer um barulho que pode ajudar a ex-ministra Marta Suplicy na campanha em São Paulo.
Nas alturas
O setor de entretenimento cresce muito, mostram dados que Lula tem às mãos. Por exemplo, 92 empresas geraram 90 mil postos de trabalho em 2007. A lei também vai abrir caminho para financiamento para o setor, via o Fungetur.
Pausa
Marta Suplicy, que teve a Lei do Turismo como principal bandeira de sua gestão, deve dar uma pausa na campanha paulistana e desembarcar no Planalto para o evento.
Pausa 2
Ex-ministro que deu pontapé no programa, Walfrido dos Mares Guia, que cuida de suas empresas, também deve aparecer. Será citado na apresentação.
Menino do Rio
Nunca na História desse país, desde a fundação de Brasília, um presidente passou tanto tempo no Rio. Lula pernoita no Palácio Rio Negro, em Petrópolis, de sábado para domingo.
Vida de pelego
É pouco? Domingo ele curte a cidade imperial. E na segunda pega um helicóptero para Resende, onde inaugura o centro de logística da Volkswagen Caminhões e Ônibus, ao lado do presidente mundial da montadora.
Problema em casa
O PFL – ala veterana do DEM – não anda satisfeito com o namoro do prefeito do Rio, Cesar Maia, com Marcelo Crivella na disputa municipal. O partido teme desgaste para explicar uma eventual chapa PRB-DEM num segundo turno.
Militares & civis
De um membro do Planalto, no 7 de Setembro, brincando com a confusão de Mangabeira Unger para colocar a faixa da Ordem do Mérito da Defesa: "O presidente quer todo mundo com faixas e medalhas ano que vem".
Velho amigo...
Lula foi apresentar a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, ao ministro das Cidades, Márcio Fortes, e ela logo o interrompeu: "O Fortes? Já conheço muito".
...de batalha
Fortes comandou comissão que acompanhou negócios bilaterais do país quando Cristina ainda era a primeira-dama.
Eu, não!
Justiça seja feita, Marcelo Crivella nunca chamou Lula de diabo barbudo, conforme nota aqui deu a entender. Mas pastores da Universal, igreja da qual ele é licenciado, já chamaram anos atrás.
Coleguinha
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TERÇA NOS JORNAIS
- Globo: Cesar tenta desqualificar xerife das vans do estado
- Folha: Socorro dos EUA anima Bolsas, mas Bovespa cai
- Estadão: Nepotismo resiste nos Estados
- JB: Tribunal pune Cesar com dívida para o sucessor
- Correio: Detran cancela multa em 21% dos recursos no DF
- Valor: "Salvamento" nos EUA ganha apoio e alivia mercado
- Gazeta Mercantil: Mineradoras terão prazo para explorar
- Estado de Minas: Minas tem 4 das 10 universidades de ponta do país
- Jornal do Commercio: Governo recorre a hospitais conveniados
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