domingo, abril 28, 2019

Interferência inadmissível - GENERAL FELÍCIO

O TEMPO - MG - 28/04

Olavo de Carvalho, ex-comunista, ataca militares no governo


Os interesses da nação estão muito acima dos interesses de um indivíduo ou de qualquer grupo, independentemente de laços de sangue ou de qualquer outra natureza. Há que se enfatizar que a moral (comportamentos e valores) do Estado é diferente da moral do indivíduo. A começar que, entre Estados, não existe amizade, apenas interesses.

Os antagonismos e obstáculos internos, que ameaçam tais interesses, não podem ser tolerados. Há que se cortar na própria carne se assim se fizer necessário. Principalmente se ocorrem sob grave crise sociopolítica e econômica, ética, moral e cívica, como a que cobre o Brasil. E, ao se cortar, não se pode deixar dúvidas a serem exploradas pela negativa oposição.

A reação de parcela da população brasileira para confrontar tal crise desesperadora foi eleger um candidato que, patriota e defendendo valores conservadores, se apresentou como capaz de resgatar o governo e recolocar o país nos trilhos: Jair Bolsonaro.

Eleito, iniciou a reação esperada, montando ministério capaz, apoiado em militares e civis, patriotas e competentes. O sr. Paulo Guedes é exemplo notável de competência e amor ao Brasil. Tem um vice-presidente experiente, inteligente, preparado, com grande liderança nas Forças Armadas, que complementa a força da popularidade do presidente. O vice é barreira que o presidente deve ter para que não se exponha a qualquer hora, a cada esquina, como, por vezes, tem ocorrido, a perguntas e críticas extemporâneas, queimando sua imagem, o “mito”, construída a duras penas. É o vice o filtro e termômetro de situações que surgem a cada momento, próprias de um governo com acirrada oposição, e que devem ser neutralizadas na origem, sem atingir a figura do presidente.

Entretanto, esse tem permitido o protagonismo de seus filhos, fontes de crises, pois não agregadores, e de alguém que tem sido apresentado como o verdadeiro orientador político dos Bolsonaros, Olavo de Carvalho. Estes, segundo a imprensa, têm influído na tumultuada dança de cadeiras ministeriais. Agora, voltam-se para comprometer, auxiliando a esquerda nefasta, um dos pilares do governo que mal começou: a união entre presidente e vice-presidente. O que querem esses irresponsáveis? A derrocada do governo Bolsonaro?

O sr. Olavo, ex-comunista, arrogante e autoritário, “dono da verdade”, com discurso desabrido e, por vezes, chulo, ataca os militares no governo e, principalmente, o vice-presidente. Em seu último vídeo, apela para a desqualificação intelectual e moral dos militares ministros, e dos militares em geral, prática marxista-leninista. Ministros militares reconhecidos pelo desempenho, com total sucesso, em difíceis e duras missões internacionais.

À afirmação do sr. Olavo de que a Academia Militar nada produz, respondo que as Forças Armadas sempre estiveram presentes nos momentos de grandes inflexões históricas da nação. Os produtos da Academia são muitos, entre eles homens íntegros e preparados, patriotas, cujo partido é o Brasil. São forjados, prioritariamente, como administradores do caos, isto é, do combate. Porém, têm os conhecimentos essenciais que lhes permitem atuar politicamente quando necessário. Não se fazem de pseudointelectuais, difundindo ideias estapafúrdias que iludem os incautos, buscando interesses rasteiros.

Como exemplos de produtos da Academia, cito os atuais ministros general Santos Cruz, comandante das tropas da ONU no Haiti e comandante da primeira tropa de combate da ONU no Congo, reconhecido pela ONU e por oficiais estrangeiros como líder e possuidor de grande visão política e estratégica; e general Augusto Heleno Pereira, comandante das Forças da ONU no Haiti, sendo reconhecido, também, pela liderança e inteligência, e escolhido pelo grupo O Globo, em 2005, como expoente militar do ano.

Não se pode aceitar, com o país ainda em grave crise, com dificuldades em realizar as profundas e variadas reformas de que o Estado necessita, que atitudes irresponsáveis, de pessoas chegadas ao governo e ao presidente, criem crises continuadas a partir de animosidades aparentes ou de atritos menores, fazendo com que o presidente perca apoio popular, seu grande cacife, e, assim, facilite o trabalho da oposição esquerdista, ferrenha, infiltrada e encastelada nos Poderes do Estado.

Para tal oposição, sem pensar no Brasil e na nação, quanto pior, melhor!

Brasil acima de tudo! Deus acima de todos!

Marco Antônio Felício é General do Exército e ex-candidato a deputado estadual pelo PSL

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