sábado, novembro 07, 2015

Queima filme - NATUZA NERY - COLUNA PAINEL

FOLHA DE SP - 07/11

Não é só a ambição de herdar o poder federal que anima o PMDB a romper com Dilma Rousseff. As eleições do ano que vem também empurram o partido para o desembarque do governo. Apesar de ocupar a Vice-Presidência e de ter ampliado seu espaço na Esplanada, a legenda avalia que as disputas municipais serão marcadas por ataques ao PT e não vê como seus candidatos possam fugir dessa tendência. Todos os sinais apontam para o fim do casamento entre as duas siglas em breve.

Questão nacional 
No encontro de Eduardo Cunha com Michel Temer, Moreira Franco e Eliseu Padilha, esta semana, ficou decidido que o grupo terá um candidato único para a liderança do PMDB na Câmara. Ainda não há nome certo para suceder o deputado Leonardo Picciani na chefia da bancada.

Até aqui de mágoa 
Cunha manda recados. Alguns de seus aliados têm dito que a nova conversa de Picciani com a presidente Dilma durante a semana tem potencial para recriar um mal-estar de proporções consideráveis com o Planalto.

Ideia fixa 
“Enquanto ele continuar se sentindo traído, as coisas na Câmara podem andar devagar”, diz um cacique peemedebista. “Ele foi alvejado, mas ainda tem a caneta na mão. A comissão especial da DRU, por exemplo, é ele quem cria”, completa.

Encruzilhada 
Para o PT, o presidente do TSE, Dias Toffoli, se viu obrigado a escolher entre seu pedido e o do PSDB ao definir quem iria relatar uma das ações que pedem a cassação do mandato de Dilma –ele devolveu a relatoria à ministra Maria Thereza, como pediam os petistas.

Muita calma 
Se tivesse optado pela “terceira via”, e escolhido Luiz Fux como relator, ele seria obrigado a opinar também sobre a unificação das quatro ações que tramitam na corte, o que decidiu não fazer neste momento.

Zero a zero 
Por isso, petistas dizem que ainda não consideram a decisão de Toffoli como uma vitória da sigla.

Quarto turno 
A batalha jurídica entre PT e PSDB terá novo capítulo. A equipe de Dilma vai pedir para examinar a auditoria feita pelos tucanos nas urnas eletrônicas. Quer ver se todos os custos foram de fato pagos pela sigla e se houve alguma ação irregular durante o processo.

Em cima do muro 
Para agradar a todos, João Doria Jr., pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, defende que só uma das faixas da avenida Paulista seja fechada –e a outra fique aberta aos carros. “Como acontece com a orla no Rio”, diz.

Conde 
O PRB lançará Chiquinho Scarpa candidato a vereador em São Paulo em 2016. A sigla, que tem só 1 vereador, aposta nos famosos para quadruplicar a bancada.

Triplo carpado 
A meta da legenda é eleger, em todo o país, 3.500 vereadores, três vezes mais do que tem hoje.

Mira 
Além de São Paulo, o PRB terá candidato próprio em pelo menos cinco capitais. As principais apostas são no Rio de Janeiro, com Marcelo Crivella, e em Cuiabá, onde lançará a ex-senadora petista Serys Slhessarenko.

Na parede 
A direção do PP de São Paulo terá uma “conversa definitiva” com o apresentador José Luiz Datena para saber se ele está ou não disposto a ser candidato à prefeitura em 2016.

Noiva 
Com o 4º maior tempo de TV em São Paulo, o partido já começou a ser sondado pelas outras siglas que têm candidatura definida.

Caroneiro 
Para aliviar o clima de uma reunião com sindicalistas na quinta, o secretário especial da Previdência, Carlos Gabas, contou que não foi só Dilma quem já pegou carona em sua moto. Ele já levou na garupa o novo chefe, Miguel Rossetto (Trabalho e Previdência), a reuniões com a presidente.


TIROTEIO

A mesma onda que derrubou a economia e a Petrobras agora derruba até audiência de TV. O povo não tem mais paciência para Lula.

DO DEPUTADO MENDONÇA FILHO (DEM-PE), líder na Câmara, sobre entrevista de Lula ao SBT, que teve audiência menor que a de outros dias do telejornal.


CONTRAPONTO

Voto secreto

Em 1996, o então presidente Fernando Henrique Cardoso ouviu um pedido inusitado de José Dirceu, à época presidente do PT. Na ocasião, Celso Pitta e Luiza Erundina disputavam a prefeitura de São Paulo.
Dirceu, segundo relata FHC em seu livro “Diários da Presidência”, queria apoio do tucano para não deixar o afilhado de Paulo Maluf crescer. A “mãozinha” veio na urna:
–Votei na Erundina. Não queria dizer, porque eles são muito agressivos comigo –escreveu Fernando Henrique.
À noite, porém, a candidata petista culpou o governo federal por suas agruras.
–O PT é um partido irascível, não tem solução.

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