sábado, maio 09, 2015

COLUNA DE CLAUDIO HUMBERTO

“Quem vota com o governo terá preferência”

Aloizio Mercadante (Casa Civil) preconizando, sem acanhamento, o “toma lá, dá cá”



PROGRAMA NA TV AZEDA RELAÇÃO ENTRE LULA E DILMA

O programa do PT, veiculado semana passada na televisão, azedou outra vez a relação de Dilma com Lula. Ela descobriu só na última hora que o PT, com aval de Lula, decidira barrá-la no programa para evitar “panelaço”. Ela explodiu em palavrões, até porque havia se preparado para gravar sua participação, mas após o panelaço (o maior até agora) que se seguiu ao programa, Dilma substituiu a irritação por sorrisos.

ABRAÇO DE AFOGADOS

Dilma nunca acreditou que o desgaste é só dela, como Lula e o PT acreditavam, mas de todos os petistas. O último panelaço provou isso.

REJEIÇÃO É COLETIVA

O PT barrou Dilma no programa da TV certo de que sua reprovação de 87% garantia o panelaço, como se o partido nada tivesse com isso.

CORPO MOLE

A difícil aprovação da MP do ajuste piorou relação de Dilma com Lula. Ela o acusa de não ajudar em nada, e até de dificultar a aprovação.

BOMBEIROS

O desastre não foi maior, na votação da MP do ajuste, porque Michel Temer apagou o fogo e Eduardo Cunha ajudou, até para se credenciar.

CALOTE NA FRANÇA, PODE. NA ODEBRECHT, JAMAIS

Enquanto o governo Dilma aplicava na França um calote de R$ 435 milhões em 2014, deixando de pagar os helicópteros adquiridos em 2008, a empreiteira Odebrecht recebe seus pagamentos rigorosamente em dia. A empresa levou R$ 1,13 bilhão no ano passado pelas obras do estaleiro destinado a construir o primeiro submarino nuclear, decorrente de outro curioso acordo fechado com a França.

2015 VEM COM TUDO

Apesar de todos os escândalos, a Odebrecht segue feliz: nos primeiros três meses deste ano já levou mais R$ 39,5 milhões do governo Dilma.

SEIS OU MEIA DÚZIA?

O governo admite que não cumpriu obrigações com a França em 2014, mas nega o calote. “São restos a pagar de 2015”. Simples assim!

ELEIÇÕES 2016

Um ministro próximo a Dilma diz que Lula quer aproximar o PT de movimentos sociais já “prevendo a tragédia nas municipais de 2016”.

DIZER O QUÊ?

Questionado sobre a revelação do ex-presidente uruguaio José Mujica da confissão de Lula sobre o Mensalão, como “única forma de governar o Brasil”, o Instituto Lula se finge de morto: “Não cabe falar nada”.

‘CONTRA A FAMÍLIA’?

O indicado à vaga para o Supremo Tribunal Federal, Luiz Fachin, brincou com a crítica de que é contra a família. Casado há 37 anos, ele diz: “Não deixem minha mulher ler as críticas. Vai que ela desiste”.

SEM PRESSA

A Receita liberou consulta a um lote de restituições que caíram na malha fina desde 2008. Curiosamente, com taxa Selic alta, deixar a grana com o leão foi o melhor investimento do período.

DOR DE CABEÇA

Diante da crise energética, a Câmara criou a Frente Parlamentar Pela Valorização do Setor Sucroenergético, presidida por Sérgio Souza (PMDB-PR). O governo ficou incomodado. Sinal de que nasceu forte.

RINDO DE QUÊ?

Investigado na Lava Jato, o ex-deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) perambulava pelo Congresso esta semana quando foi recebido às gargalhadas pelo amigão José Mentor (PT-SP), ex-réu do mensalão.

HSBC LATINO

Paulo Maia foi nomeado para comandar o banco HSBC na América Latina, e não no Brasil. O atual CEO do banco inglês no Brasil, André Brandão, ganha novo chefe, mas permanecerá no cargo.

QUE PAÍS É ESTE?

Assustaram autoridades da Aviação Civil as condições de trabalho de controladores no aeroporto de Vitória, sem local de descanso, além de gambiarras para solucionar problemas nas instalações elétricas.

BRUTALIDADE TUCANA

Tucanos no Congresso fingem que nem tomaram conhecimento da brutalidade da polícia do governo de Beto Richa (PSDB), no Paraná, contra sindicalistas e professores.

PENSANDO BEM...

... com José Mujica admitindo conversas com Lula sobre o Mensalão, logo petistas acusarão o ex-presidente uruguaio de ser “coxinha”.


PODER SEM PUDOR

UM JOGO QUE SE DISPUTA

Uma partida de futebol no Maracanã, entre as seleções do Rio e de São Paulo, homenageou a visita da rainha Elisabeth II ao Brasil, em 1968. Os paulistas venceram por 2x1 o "jogo da rainha", mas nem o gol de honra do craque Gerson fez a torcida carioca perdoar a atuação do juiz Amando Marques, francamente favorável aos visitantes. E o Maracanã lotado passou a gritar a plenos pulmões, sem parar, o palavrão representado pela sigla "f.d.p.". Gritaram tanto o xingamento que, na tribuna de honra, sem entender nada, a rainha da Inglaterra perguntou ao governador Negrão de Lima, a seu lado, o que afinal a torcida exclamava. O elegante governador achou melhor mentir:

- A torcida grita "feliz disputa", majestade, para desejar um bom jogo.

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