domingo, julho 13, 2014

O pós-Copa - ELIANE CANTANHÊDE

FOLHA DE SP -13/07


BRASÍLIA - A Copa acaba, as seleções se dispersam e os turistas voltam para casa, mas Dilma continua no gramado, com a bola rolando e sob todos os holofotes e atenções.

Nas últimas partidas, tome de entrevistas para estrangeiros. No final de semana, manchetes na internet até falando de corrupção. E chegou o dia de enfrentar o Maracanã, cercada por 12 chefes de Estado.

Entregue a taça, para o bem ou para o mal, Dilma continuará em campo para minimizar as perdas abstratas com os 7 a 1 contra a Alemanha e potencializar os ganhos concretos com o sucesso da Copa.

Hoje, domingo (13), as fotos com a taça no Maracanã e do almoço com presidentes no Palácio Guanabara. Amanhã, o início de infindáveis entrevistas, balanços e badalações com os resultados objetivos da Copa: tantos turistas, tantos dólares, estádios assim, aeroportos assado.

Os 7 a 1 entram para a história, o sucesso da Copa entra para a campanha. A Copa deu certo, isso é inegável. Agora, é refletir nas pesquisas.

Depois vêm infindáveis entrevistas, balanços e badalações da reunião de cúpula dos Brics, com os chefões de Rússia, Índia, China e África do Sul. Parte na aprazível Fortaleza, parte na simbólica Brasília.

A agenda é extensa e não há como os oposicionistas competirem em exposição, em manchetes, em temas. Enquanto isso, por onde andarão e o que estarão fazendo e falando Aécio Neves, do PSDB, e Eduardo Campos, do PSB?

Apesar de tudo, ambos têm trunfos e discurso político, dados de graça pela ganância do PT e pela arrogância de Dilma: Aécio rachou os palanques estaduais da reeleição, Campos tem Marina Silva e ambos podem desfiar um novelo de erros destes quatro anos na economia e na gestão.

Aécio terá menos de cinco minutos e Campos, menos de dois na TV, suficientes para provocar: e aí, classe média, excluída do paraíso, dos estádios e dos supermercados?

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