quinta-feira, maio 08, 2014

Ninguém vota em vice? - ILIMAR FRANCO


O GLOBO - 08/05

A eleição presidencial sinaliza que, mais uma vez, um vice deixará de ser figura decorativa. O PSB dá pulos com pesquisas nas quais Eduardo Campos dá um salto quando associado ao nome da vice, Marina Silva. Ele ultrapassa Aécio Neves em territórios do PSDB. Em 2002, José Alencar espantou o risco Lula entre empresários. Agora, Marina gera para Campos simpatia e credibilidade em amplos setores sociais.

O ativismo dos sem-voto
O STF está prestes a fazer uma releitura da Constituição para colocar na ilegalidade o financiamento eleitoral pelas empresas. Ela interessa ao partido do governo, o PT, que advoga o financiamento exclusivamente público. Em 2002, o mesmo STF decidiu pela verticalização das coligações, pela qual elas só poderiam ser feitas entre partidos que se uniram na disputa presidencial. Aquela releitura interessava ao então partido do governo, o PSDB, que queria reduzir os apoios à candidatura do ex-presidente Lula. A verticalização, imposta pelo Supremo, foi derrubada pelo Congresso em 2006. A questão do financiamento deve ter o mesmo destino.



“Eu me sentiria fraudado; eu sentiria que esta Corte foi manipulada, foi utilizada para fins escusos. Isso é inaceitável” 
Gilmar Mendes
Ministro do STF, sobre a constitucionalidade de projeto de lei que impedia que novos partidos (Rede e Solidariedade) tivessem direito ao tempo de TV e ao Fundo Partidário dos recém-filiados

Há males que vêm para o bem?
Em 2007, o STF decretou a perda do mandato dos parlamentares que trocarem de partido. Mas a vida real sempre encontra um jeito, e, para driblar a regra, vieram os partidos novos. O primeiro foi o PSD (2011), e depois Rede, Solidariedade e PROS.

A escolha é dela
Presidente da Câmara de 2011 a 2013, o deputado Marco Maia (RS) é um nome forte no PT para a liderança do governo na Câmara. Ele integra o grupo do novo vice da Casa, Arlindo Chinaglia (SP), e do ministro Ricardo Berzoini (Relações Institucionais). Enquanto a presidente não indicar, fica o vice-líder Henrique Fontana (RS).

Empurrando com a barriga
Desde a primeira denúncia sobre a refinaria de Pasadena, em 17 de março, não se trata de outro tema no Congresso. O governo diz que não teme investigar a Petrobras, mas, na próxima semana, se completam dois meses sem CPI.

A guerra pelas beiradas
Candidato do PSB ao Planalto, Eduardo Campos conquistou dois palanques esta semana. A ampla base aliada ao governo Dilma rachou no Mato Grosso do Sul e em Alagoas. Os candidatos a governador Nelson Trad Filho (PMDB-MS) e Benedito de Lira (PP-AL) fecharam com Campos.

O caminho das pedras
Os estrategistas eleitorais avaliam que candidatos à Presidência e a governador que tiverem boas propostas, ou um acervo de realizações, na Saúde e na Segurança largam com vantagem. Os dois temas superam em muito o da corrupção.

No clima eleitoral
O presidente da CNI, Robson Andrade, esteve com o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil). Reivindicou que a presidente Dilma sancione a MP 627 com o artigo que trata do Refis para as empresas. Consta que a Receita defende o veto.

EXCLUÍDO DA CHAPA pelo governador Cid Gomes (PROS-CE) e pelo PT, o senador Inácio Arruda (PCdoB) não deve disputar as próximas eleições.

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