sábado, março 01, 2014

Munição para a guerra fiscal - DENISE ROTHENBURG


CORREIO BRAZILIENSE - 01/03

Duas propostas legislativas — uma já aprovada pelo Senado e que precisa ser apreciada pela Câmara, e outra em estudo pelos deputados — poderão gerar uma nova guerra federativa. A primeira é a definição de que o ICMS arrecadado pelo comércio eletrônico será cobrado no estado onde a compra foi efetuada e não naquele em que fica a sede da fabricante do produto. Segundo o senador Eduardo Lopes (PRB-RJ), que acompanha o debate, somente com essa mudança, o Rio perde cerca de R$ 400 milhões de receitas.

A outra proposta, ainda em análise, sugere que o ISS derivado das operações de cartões de crédito também entre na contabilidade do município em que a compra foi realizada, não naquele onde estão sediadas as respectivas bandeiras das operadoras de cartão. Como elas normalmente têm filiais no Rio e em São Paulo, seria mais uma derrota para os grandes centros econômicos.

O governo não quer nem ouvir falar de bolas divididas como essa. Não deseja aumentar o desequilíbrio federativo nem tampouco promover mudanças que passem a imagem de afrouxamento na questão fiscal. Com as agências de rating acompanhando o Brasil com lupa, a equipe econômica tenta fugir de qualquer marola.

Ele disse não
O técnico da seleção masculina de vôlei, Bernardinho, avisou ontem ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) que não vai concorrer ao governo do Rio, como os tucanos queriam. Ele topa subir em palanques e até gravar propagandas eleitorais. Mas, no momento, só pretende disputar as Olimpíadas de 2016 no Rio.

Ele quer dizer sim

Já o presidente do PMDB fluminense, Jorge Picciani, falou, em entrevista que vai ao ar amanhã, na CNT, que o partido defenderá o apoio a Aécio nas eleições de outubro e o rompimento com a aliança nacional entre petistas e peemedebistas. Tudo por conta da insistência do PT em lançar candidato próprio ao governo estadual: o senador Lindbergh Farias.

Cabeça a cabeça

Um cacique do PMDB aposta que Luiz Fernando Pezão, atual vice-governador do Rio, disputará o segundo turno nas eleições de outubro. Pelos cálculos dessa liderança, Anthony Garotinho (PR) chegaria em primeiro, e Pezão superaria, “no olho mecânico”, o petista Lindbergh Farias.

E eu como fico?
Já o presidente do PRB do Rio, senador Eduardo Lopes, jura que é Marcelo Crivella — aliás, o atual líder nas pesquisas de intenção de voto — quem disputará o segundo turno. E afirma que, independentemente dos adversários, Crivella é o que tem mais chances de agregar apoio caso a eleição não se resolva em primeiro turno.

Falso testemunho
Lopes também garante que Dilma prometeu a ele e a Crivella que subirá no palanque do pastor durante a disputa eleitoral. “Ela reconheceu que somos aliados de primeira hora”, disse o senador.

CURTIDAS 
Cuidando… / A presidente Dilma Rousseff resolveu dar um toque dourado nos cabelos para enfrentar a maratona eleitoral deste ano. Aos 66 anos, ela quer parecer mais jovem para enfrentar Aécio Neves (54 anos) e Eduardo Campos (49 anos).

…do visual/ Já o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, divulgou no YouTube um vídeo (foto) no qual aparece correndo em torno da Casa Branca acompanhado do vice Joe Biden. É uma divulgação da programa Let’s move, patrocinado pela primeira-dama, Michelle Obama.

É mentira/ Um dia após o anúncio do PIB de 2,3% em 2013, os petistas continuam enaltecendo a gestão Dilma. “A presidente entregou as usinas de Jirau e Santo Antônio. Belo Monte está quase na metade, e os tucanos insistem em dizer que ela é má gestora”, reclamou o deputado Carlos Zarattini (PT-SP).

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