terça-feira, janeiro 21, 2014

Fechando o pacote - BERNARDO MELLO FRANCO - PAINEL

FOLHA DE SP - 21/01

Dilma decidiu encurtar a visita a Cuba para fechar a reforma ministerial até o fim do mês. Ela decolará de Havana no dia 28 para concluir as mudanças na equipe. Os pedidos do PMDB, que quer o sexto ministério, foram o principal tema da reunião de ontem com Lula. Segundo relatos, o ex-presidente defendeu que a sucessora atenda à sigla do vice Michel Temer. Dilma teria se mostrado mais disposta a acomodar PSD, PTB e Pros, que ampliarão seu tempo de TV na campanha.

Deputado, não Dilma já indicou ao PMDB que não quer nomear nenhum deputado do partido para o ministério. Assim, evita o compromisso de manter o novo auxiliar em 2015, caso se reeleja.

Os cordeiros A presidente só quer garantir a permanência de dois ministros que farão o "sacrifício" de não disputar eleições em outubro: Aloizio Mercadante (PT) e Aldo Rebelo (PC do B).

Minha vez Depois de anos como o número dois de Fernando Haddad e Mercadante, José Henrique Paim será ministro da Educação.

Contrapé O PT se surpreendeu com a decisão do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), de antecipar sua renúncia. O partido está irritado porque o vice Luiz Fernando Pezão ganhará mais 30 dias como titular.

Contra Pezão Os petistas se enervaram ainda mais porque Pezão, pré-candidato do PMDB, não descartou apoiar o tucano Aécio Neves. "Seria uma prova da ingratidão de Cabral com Dilma e Lula, depois de tudo o que fizeram pelo Rio", diz o deputado Alessandro Molon (PT-RJ).

Dupla dinâmica O presidenciável Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) encontrou um mote geográfico para a chapa com a ex-deputada Luciana Genro (PSOL-RS), que ele convidou ontem para sua vice: "Do Oiapoque ao Chuí".

Figuração O PSB de Eduardo Campos não fará muito esforço para encontrar candidatos competitivos aos governos de São Paulo e do Rio. A prioridade é reforçar o número do partido na TV.

Ex-verde No Rio, isso fortaleceria a ideia de lançar o deputado Alfredo Sirkis (PSB), que não quer se reeleger.

Voo solo A disputa por cargos no Ministério da Justiça tem novo alvo: a diretora-geral da Polícia Rodoviária Federal, Maria Alice Nascimento Souza. Dirigentes da Polícia Federal estão irritados com iniciativas de Maria Alice que estariam "atropelando" a corporação.

Papo-cabeça A UGT (União Geral dos Trabalhadores) não vai participar da festa do 1º de Maio com as outras centrais sindicais. Em vez de sortear prêmios e organizar shows, a entidade promete fazer seminários com palestrantes como o sociólogo espanhol Manuel Castells.

Lista VIP O deputado Paulinho da Força (SDD-SP) convidou a oposição em peso para seu aniversário, no dia 25, em São Paulo. Dirigentes do PSDB e do PSB serão maioria entre os políticos. No governo, uma das poucas exceções na lista é o ministro Aldo Rebelo (Esportes).

Na tela da TV O governador Geraldo Alckmin (PSDB) incluiu no programa de bônus a policiais, lançado ontem, um fator para incentivar a redução dos latrocínios. Para o tucano, os roubos seguidos de morte têm mais visibilidade na imprensa e turbinam a "sensação de insegurança" na população.

Deixa rolar A Secretaria de Segurança paulista diz que não vai tratar os "rolezinhos" como prioridade. No fim de semana, a polícia foi orientada novamente a não reprimir os movimentos.

TIROTEIO
"Os tucanos têm toda razão em reclamar. Realmente, é muito estranho uma mineira ir tanto a Minas. O Aécio que o diga!"

DO ATOR JOSÉ DE ABREU, filiado ao PT, sobre as queixas do PSDB contra a viagem de Dilma Rousseff a Minas Gerais, reduto do tucano Aécio Neves.

CONTRAPONTO


Ao vivo é diferente
Em 1998, o governador paulista Mario Covas (PSDB) se afastou do cargo para concorrer à reeleição. O vice Geraldo Alckmin (PSDB), até então desconhecido, assumiu o comando do Estado e passou a cumprir a agenda de compromissos oficiais do governo.

Em uma visita ao hospital Pérola Byington, na região central de São Paulo, Alckmin foi ciceroneado por funcionários que se referiam a ele como "governador". Sem reconhecê-lo, uma paciente comentou com uma amiga:

--Engraçado... Pessoalmente, o Mario Covas parece mais magro do que na TV!

Um comentário:

Anônimo disse...

O bom é que eu tenho certeza que o Pezão vai dar sucessão ao governo Cabral!