quarta-feira, maio 22, 2013

As mil flores eleitorais - FERNANDO RODRIGUES

FOLHA DE SP - 22/05

BRASÍLIA - Com a pré-candidatura a presidente do tucano Aécio Neves, a corrida pelo Planalto se estabiliza entre quatro postulantes principais no ano que vem. Além do nome do PSDB, estarão no páreo Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (Rede) e Eduardo Campos (PSB).

Mas 2014 pode ter um número bem maior de postulantes. Mesmo com chances reduzidas de vitória, vários partidos podem preferir lançar nomes próprios.

Há três razões para esse cenário vir a se formar. Uma delas é que a verticalização estará totalmente derrubada. Essa regra vigorou por um tempo até o Congresso alterar a Constituição. Enquanto existiu, obrigava os partidos a terem coerência nas alianças eleitorais --não era possível apoiar um candidato a presidente pelo PT e um nome do PSDB para governador. Agora, valerá tudo.

A segunda razão é que os partidos pequenos sabem que um candidato a presidente ajuda na eleição de deputados. A agremiação concorrendo ao Planalto fica com o tempo de TV para massificar seu número de legenda. No Brasil, isso vale ouro. A votação é por meio de um teclado numérico.

A terceira razão é o limite da fisiologia. O "espetáculo do crescimento" dos ministérios não dá conta de abrigar a todos os aliados. Tome-se o caso do PSC (Partido Social Cristão), que anunciou o desejo de ter candidato próprio a presidente no ano que vem. Em 2010, deu seu tempo de TV para Dilma Rousseff. Não ganhou um ministério até hoje --apesar de siglas menores como o PRB e o PC do B já estarem na Esplanada dilmista.

O PSC elegeu 17 deputados em 2010. Apoia o Palácio do Planalto no Congresso. Mas é conservador, defende os valores cristãos e se diz pró-família. Não combina com o viés liberal da administração dilmista.

Tudo considerado, a formação da mega-aliança partidária para reeleger Dilma Rousseff no primeiro turno em 2014 é ainda uma tarefa difícil e complexa.

COLUNA DE CLAUDIO HUMBERTO

“A população não aguenta mais os abusos”
Deputado Edinho Bez (PMDB-SC) sobre o aumento abusivo das passagens aéreas


LÍDER DO PMDB DESAFIA IDELI PARA QUEDA DE BRAÇO

Após confronto com o governo na votação da MP dos Portos, o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), avisou à ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) que a sigla não vai mais “abaixar a cabeça” ao Planalto. Na segunda (20), Cunha se recusou a encontrar a ministra, alegando que ela o tinha feito de “palhaço”, e mandou recado: “Se a Ideli quer falar comigo, que venha à liderança, onde vai se comportar direito”.

MÉTODOS

Ideli Salvatti ainda está estarrecida com os relatos do deputado Garotinho (PR-RJ) sobre os métodos do ex-amigo Eduardo Cunha.

TUDO DE NOVO

Após a aprovação da MP dos Portos, Dilma teme a votação do marco da mineração, igualmente vulnerável a jogadas nada republicanas.

VAI DAR ROLO

Ministros do PMDB andam preocupados com a agressividade do partido na Câmara. Acham que isso não vai acabar bem.

NOVO INTERLOCUTOR

O PMDB de Michel Temer recuou quinze casas, na corrida para ganhar a confiança de Dilma. O PMDB de Renan Calheiros avançou quinze.

JOAQUIM CONTINUARÁ OS ATAQUES À CLASSE POLÍTICA

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, avisou a auxiliares próximos que está decidido a seguir com suas declarações alfinetando a classe política e as relações do Congresso com o Palácio do Planalto. Ele está encantado com a

repercussão de suas críticas, lendo cada um das mensagens de elogio que recebe de todo o país, mas nega a intenção de disputar a Presidência da República, em 2014.

ESTRATÉGIA

Enquanto ataca os políticos, bem ao gosto do povão, Joaquim Barbosa deixa de responder às críticas ao Poder Judiciário, que ele chefia.

JÁ CHEGA

O deputado Sérgio Guerra (PE) se diz aliviado por ter, finalmente, entregado a presidência do PSDB ao senador Aécio Neves (MG).

ÀS MOSCAS

Ainda na ressaca da MP dos Portos, os parlamentares chegaram a Brasília ontem apenas no fim do dia. O Congresso permaneceu vazio.

JEITINHO BRASILEIRO

Assim como o Maracanã e o Castelão, de Fortaleza, o Estádio Nacional Mané Garrincha, inaugurado sábado em Brasília, só tem “licença especial” para funcionar. É o jeitinho para a falta de habite-se e alvará.

CLIMA TENSO

Informe da Inteligência da Polícia Civil liga um luxuoso apartamento na zona sul do Rio de Janeiro à libertação de traficantes de drogas que em 2010 invadiram o hotel Intercontinental em São Conrado. Vai dar rolo.

CADÊ A EMENDA?

Joaquim Barbosa sentirá as costas doer hoje: o presidente do Senado, Renan Calheiros, receberá uma frente parlamentar que o pressionará a promulgar a emenda que criou novos Tribunais Regionais Federais.

LUTA INTENSA

Delegados da Polícia Federal travam batalha com procuradores nos corredores do Congresso para convencer maior número de deputados a aprovar a PEC 37, que deixa claro que investigar é papel da polícia.

MESMA CAUSA

O ex-deputado Fernando Gabeira (RJ) recuou da possibilidade de disputar a Presidência pelo PV em 2014. Ele defende que o partido apoie a candidatura da ex-senadora ambientalista Marina Silva.

CASOS DE FAMÍLIA

Garibaldi Alves (Previdência) tenta convencer o primo Henrique Alves (PMDB), presidente da Câmara, a disputar governo potiguar em 2014, abrindo espaço para eleger seu filho Walter Alves a deputado federal.

AMIGOS PARA SEMPRE

Apesar de considerar Eduardo Campos (PSB) um político promissor, o DEM caminha para apoiar Aécio Neves (PSDB-MG) em 2014, amigo do prefeito ACM Neto (BA) e do presidente da sigla, José Agripino (RN)

GOELA ABAIXO

Em briga com PT para disputar o governo do Rio, o senador Lindbergh Farias está preocupado com relatório do deputado Cândido Vaccarezza (SP), que obriga os diretórios a obedecer a executiva nacional.

PERGUNTA NA BOCA DA URNA

Se for candidato à sucessão de Dilma, como parece pretender, Joaquim Barbosa vai se filiar a um “partido de mentirinha”?


PODER SEM PUDOR

ERA UM ABACAXI

Monoglota irrecuperável, o general Artur da Costa e Silva sempre tentava "traduzir" por conta própria. Certa vez, presidente da República, ele fez uma escala na Tailândia, durante viagem internacional. Na recepção oferecida pelo governo local, aproximou-se de um grupo de diplomatas, que conversava em inglês sobre os problemas comuns aos dois países. Ele ouviu "problems", mas entendeu "products", e meteu o bedelho:

- Yes, yes, abacaxi, manga, mamão...

QUARTA NOS JORNAIS


Globo: Novos direitos – Dilma sugere flexibilizar jornada de domésticas
Folha: Policial que reduzir crime terá bônus de até R$ 10 mil
Estadão: Morre Ruy Mesquita
Correio: Governo propõe três tipos de jornada para doméstica
Valor: União bloqueia gastos de R$ 27 bi
Estado de Minas: Mais rigor para o lazer
Jornal do Commercio: Jornada doméstica flexível
Zero Hora: Assembleia e MP vão abrir salários e nomes