segunda-feira, dezembro 30, 2013

Cabeça de Ruy Barbosa - RUBEM AZEVEDO LIMA

CORREIO BRAZILIENSE - 30/12
Bom Senso FC, movimento que acredita representar os jogadores de futebol no país, lamentou o fim do Campeonato Brasileiro "de forma melancólica", que, como disse o presidente da CBF, José Maria Marin, acabou "dentro do Tribunal". Este é aquele que guardou a medalha de ouro de um atleta. O repórter, tanto quanto Maria Marin, cumpre seu dever, mas acha que os atletas do Bom Senso nem conhecem os departamentos de seus clubes para saberem se eles estão quites com seus compromissos disciplinares. Tais diretorias costumam atender, em geral, mais os chamados craques, do que os indisciplinados.
Quem acompanhou a defesa dos advogados do Flamengo e da Portuguesa estranhou, pois eles pareciam estar mais preparados para atacar o clube adversário, valendo-se dos apupos do público flamenguista e lusitano ao advogado e ao clube adversário, interessados os dois. Mas a galhofa contra o Fluminense foi um trabalho malfeito e a maldade dos que prepararam os que tinham esse objetivo perdeu seu tempo.

Aliás, o Ministro Marco Aurélio, do STF, observou que "a celeuma no futebol que salvou o Fluminense tem um simbolismo: provou-se que as regras são para serem cumpridas e quem não cumpri-las será punido".

A psiquiatria de Freud diz que a inveja é um erro terrível à verdade sobre os erros morais. Camões diz, com Marco Aurélio: "A inverdade é o que nunca salvará a inveja. O bem de outrem merece o que o céu deseja".

No futebol, a bola com que se joga não chega ao céu. As jogadas tão altas normalmente não são dignas de craques. Pelo contrário; estes, em perigo, não hesitam em chutar.

O que periga é o Brasil. Mas não na política, face às eleições o Congresso está separado. Quanto à economia, idem, como a política, o governo mostra agir sem orientação.

O que pode nos salvar é a Justiça. Mas estamos às voltas com a corrupção. Vista nossa posição inferior na América do Sul, teremos de trabalhar muito para igualá-la e passá-la.

A descoberta do ministro do Supremo Marco Aurélio na IstoÉ é a celeuma do futebol brasileiro, no qual cada jogador joga para si mesmo. Basta educá-los para que os craques joguem unidos, não como se não jogassem todos por uns, na tragédia do Maracanã, de 70 mil brasileiros nas arquibancadas.

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