segunda-feira, novembro 18, 2013

Não acabou tudo em pizza - OCTÁVIO COSTA

BRASIL ECONÔMICO - 18/11

É compreensível a reação dos 12 condenados pelo Supremo Tribunal Federal, que tiveram o mandado de prisão expedido no feriado de 15 de novembro pelo ministro Joaquim Barbosa. Um deles, o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, surpreendeu o próprio advogado e está foragido. Com dupla nacionalidade, deixou o país pela fronteira com o Paraguai há 45 dias e acredita que terá novo julgamento, com melhor sorte, na Itália.

Os demais se entregaram sem o por resistência, mas todos se dizendo injustiçados. O patético Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, afirmou que é vítima de um "julgamento de exceção", mas, ao chegar à PF, escondeu o rosto no banco de trás como fazem os marginais. Ao contrário da previsão debochada de Delúbio no início do processo, não acabou tudo em pizza.

O publicitário Marcos Valério e a ex-presidente do Banco Rural Kátia Rabello reclamaram do tratamento e das condições do primeiro dia de cárcere. Valério, diante da TV, chamou os policiais da escolta de incompetente. Mas, até mais do que a fuga de Pizzolato, o que chamou a atenção foi a tentativa do ex-ministro José Dirceu e do ex-presidente do PT José Genoino de se igualarem a presos políticos de regimes autoritários.

O primeiro a fazê-lo foi Genoino que, envolvido numa manta com versos de Quintana ("Eles passarão, eu passarinho"), foi saudado por militantes do PT com cartazes em sua defesa. Em resposta, o ex-deputado deu vivas ao partido e cerrou o punho esquerdo. O ex-ministro Dirceu, também alvo de solidariedade dos correligionários, repetiu o gesto de luta. Antes, em entrevista ao telefone, cometeu claro exagero ao dizer que está sendo fuzilado.

Antecipou que vai recorrer a cortes internacionais porque se considera inocente e injustiçado. "Serei preso político de uma democracia sob pressão das elites", acusou. Numa semana em que a presidente Dilma Rousseff, ex-presa política, fez questão de receber com honras militares os restos mortais do ex-presidente João Goulart,como desagravo aos tempos da ditadura militar,não faz qualquer sentido a comparação feita por Dirceu e Genoino.

O Brasil não só vive dias de plenitude democrática como tem há quase 11 anos o PT no comando do Executivo (com grande chance de prolongar essa hegemonia até 2018). A ampla maioria dos ministros do Supremo, por sinal, foi nomeada nos governos de Lula e Dilma.Os dois novatos, Teori Zavaski e Luiz Roberto Barroso, vão votar o mérito dos embargos infringentes que podem livrar Dirceu e Genoino da condenação por formação de quadrilha.

Houve diferença de um voto, que agora pode mudar de lado. Se isso acontecer, a penado ex-ministro da Casa Civil cairá para sete anos e 11 meses e ele terá direito a regime aberto de prisão depois de um ano, três meses e 25 dias. Genoino receberá o mesmo benefício em nove meses e dez dias. Os condenados pelo mensalão não são presos políticos.

Estão presos, por ordem da mais alta Corte de Justiçado país, porque cometeram crimes no exercício do poder, seja no Executivo, seja no Legislativo. Dizem alguns dirigentes petistas que as penas do STF são exageradas, pois foi apenas mais um caso de Caixa 2. Fica, porém,a advertência da ministra Cármen Lúcia: "Caixa 2 é crime, é agressão contra a sociedade brasileira". Um crime punido com prisão.

SOBE E DESCE

sobe

O lucro líquido do BNDES totalizou R$4,88 bilhões entre janeiro e setembro, superando em 3,5% o resultado apurado no mesmo período de 2012, quando atingiu R$ 4,72 bilhões. Luciano Coutinho é presidente do BNDES.

desce

Vereadores de Salvador pediram à controladoria-geral de SP mais informações sobre a participação do atual secretário da Fazenda do município, Mauro Ricardo Costa, na máfia dos fiscais. Ele foi chefe da Secretaria da Fazenda de Kassab.


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