domingo, outubro 27, 2013

Plano de safra - VERA MAGALHÃES - PAINEL

FOLHA DE SP - 27/10

Depois do curto-circuito com o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), Eduardo Campos (PSB) se dedicou nas últimas semanas a reconstruir as pontes com representantes do agronegócio nacional. O governador de Pernambuco conta, para isso, com os ex-ministros da Agricultura Roberto Rodrigues (de Lula) e Pratini de Moraes (gestão FHC). Campos avisou antes a Marina Silva que faria o aceno aos ruralistas, com os quais perdeu pontos por não rebater o veto da nova aliada a Caiado.

Lua de mel 
Aliados do pernambucano que procuraram a bancada ruralista justificaram suas declarações sobre Caiado pelo timing, logo após a aliança com Marina. "Não dava para desautorizar a noiva no dia do casamento", diz um cacique do PSB.

Adubo 
Um cenário em estudo para acalmar Caiado prevê que o presidente do PSB goiano, Vanderlan Cardoso, concorra ao Senado ou a deputado federal e apoie o líder do DEM para o governo.

10 + 10 + 10 
Depois da comemoração pelos dez anos de governo do PT e a efeméride de uma década do Bolsa Família, Dilma Rousseff vai bater bumbo pelo "aniversário" de outro programa federal: o Luz Para Todos, que faz dez anos em novembro.

Camisa 10 
No entanto, a grande aposta do Planalto para o aquecimento eleitoral serão as inaugurações de seis estádios da Copa na primeira quinzena de dezembro. Auxiliares envolvidos na organização afirmam que o Itaquerão, em São Paulo, será o "grande último ato'' do ano, com a presença de Lula.

Campainha 
O PSDB, que apostava na exaustão do Bolsa Família como bandeira eleitoral em 2014, viu com cautela a ênfase que o PT deu ao Pronatec, programa de ensino profissionalizante, na propaganda de TV. Para os tucanos, o projeto pode ser vendido como a porta de saída que a oposição cobra.

A conferir 
Peemedebistas acham que o presidente do PT, Rui Falcão, "joga para a plateia" quando diz que a candidatura de Lindbergh Farias no Rio será prioridade em 2014, apenas para agradar petistas antes da eleição que definirá o novo comando da sigla, em novembro.

Positivo 
Geraldo Alckmin (PSDB) vai turbinar a agenda de eventos do metrô, que está sob fogo desde as denúncias de formação de cartel no setor. O tucano prepara a entrega do primeiro trem e o início da operação do tatuzão nas obras da linha 5, um dos trechos sob suspeita.

Negócios à parte 
O Palácio dos Bandeirantes ficou irritado com as críticas que Dilma fez a governos do PSDB no anúncio de investimentos de R$ 5,4 bilhões para o Estado, na sexta-feira. Alckmin pretende manter um discurso de parceria com o governo federal mesmo durante a campanha de 2014.

Calma lá 
Dirigentes do PR paulista ficaram desconfortáveis com a presença de petistas no evento de filiação do empresário Maurílio Biagi ao partido, na quinta-feira. Biagi é cotado para ser vice do petista Alexandre Padilha na disputa pelo governo, mas o PR quer deixar claro que a aliança não está garantida.

Bolso vazio 1 
A Frente Nacional de Prefeitos ficou preocupada com a possível exigência do pagamento dos precatórios dos municípios até 2018, que foi questionada no STF. Para a entidade, a cobrança "vai levar o caos a vários municípios".

Bolso vazio 2 
Os prefeitos destacam que o abatimento de suas dívidas com a União, em tramitação no Senado, não abrirá espaço suficiente em seus cofres para permitir o pagamento.

Tiroteio
Sabe qual é a diferença entre o tubarão e o cação? Você come o cação, e o tubarão come você. É a lógica do PT sobre as privatizações.

DE LUIZ PAULO VELLOSO LUCAS (PSDB), ex-prefeito de Vitória, sobre governo e PT fazerem distinção entre privatizações e o programa de concessões de Dilma.

Contraponto

Ideia fixa
Em evento do Ministério da Pesca, na última terça-feira, para a assinatura de um acordo para ampliar a presença do peixe nas merendas escolares, o ministro Marcelo Crivella lia o nome das autoridades quando citou a coordenadora de Alimentação Escolar do FNDE, Albaneide Peixinho. Em seguida, parou a leitura e emendou:

-Mas você deveria trabalhar aqui. Deus já lhe deu até o nome! -brincou Crivella.

Logo depois, o ministro voltou a citar religião: disse que Jesus "não multiplicou vaca, nem galinha, mas peixe", um argumento para provar a importância da pesca.

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