sexta-feira, outubro 04, 2013

Analfabetismo, desigualdade e a falácia da propaganda - ROBERTO FREIRE

BRASIL ECONÔMICO - 04/10


Os dados colhidos pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgados na última semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam o abismo existente entre a propaganda enganosa exibida pelo governo petista e a dura realidade de milhões de brasileiros. Pela primeira vez em 15 anos, o país viu crescer a taxa de analfabetismo, que se mantinha em declínio desde 1997. Entre 2011 e 2012, o índice de pessoas de 15 anos de idade ou mais que não sabem ler nem escrever subiu de 8,6% para 8,7%.

Esse aumento representa acréscimo de 300 mil analfabetos, totalizando um contingente de 13,2 milhões de cidadãos incapazes de ler ou escrever um simples bilhete.

Os números estarrecedores mostram ainda que o Nordeste, incensado pela propaganda petista como símbolo dos supostos avanços nos dez anos de governos de Lula e Dilma, é a região que concentra o maior percentual de analfabetos do país: 53,8%, o equivalente a 7,1 milhões de pessoas (a taxa local passou de 16,97o para 17,4% no período de um ano). É lá também que se registra o índice mais expressivo de analfabetismo funcional, com 28,4% de pessoas que conseguem ler e escrever minimamente, mas têm dificuldade na interpretação de texto. O Norte aparece logo em seguida nesse quesito, com um percentual de 21,9%, acima da média nacional de 18,3 %.

Outra falácia anunciada pelo PT e que cai como um castelo de cartas a partir da pesquisa do IBGE é a suposta diminuição da desigualdade social no país. Segundo a Pnad, o rendimento das camadas mais abastadas da sociedade cresceu em um ritmo mais acelerado do que as de menor renda entre 2011 e 2012. No topo da pirâmide social brasileira, onde se encontra o extrato do 1% mais rico da população, a aceleração foi de 10,8% no período, enquanto a renda dos 10% mais pobres aumentou 6,6%. Desta forma, o índice de Gini, coeficiente universal utilizado para medir a desigualdade social, reduziu sua velocidade de queda neste último ano, ficando em 0,498 em 2012, ante 0,501 em 2011 (quanto mais perto do zero, menor é a desigualdade). Não por acaso, o Nordeste, que registrou piora na distribuição de renda no período, é a única região do país em que houve aumento desse índice.

O pífio desempenho da economia brasileira, combinado à expansão menor da renda dos mais pobres e ao aumento da inflação, que corrói o poder de compra do cidadão e impulsiona a busca por empréstimos, fez o endividamento das famílias brasileiras aumentar exponencialmente. De acordo com o Banco Central, o índice avançou pelo sétimo mês consecutivo em julho deste ano, alcançando o recorde de 45,1% (era de 44,89% no mês anterior) . Desde o início da série histórica calculada pelo BC, em janeiro de 2005, quando estava em 18,39%, o endividamento familiar no Brasil vem registrando alta. Em fevereiro de 2007, chegou a 25 %, superando a marca dos 30 % no início de 2008 e a dos 40% em 2011.

Já são 33 meses de governo Dilma, além dos oito anos de Lula, e o país continua sofrendo com o descalabro educacional e o abismo social entre suas regiões. O governo do PT é uma fraude absoluta, um engodo que leva o Brasil do nada a lugar algum, uma peça de propaganda desconectada do mundo real. É preciso interromper logo esse círculo vicioso de incompetência, antes que o futuro das próximas gerações esteja irremediavelmente comprometido.

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