quinta-feira, maio 16, 2013

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

FOLHA DE SP - 16/05

Aprovação de Dilma é menor entre microindustrial
Enquanto 65% da população brasileira em geral considerava, em março, o governo Dilma ótimo ou bom, nem 40% dos micro e pequenos industriais do Estado de São Paulo avaliavam a administração federal do mesmo modo.

Em abril, a aprovação caiu ainda mais entre esses empresários e chegou a 27%, de acordo com levantamento do Simpi-SP (sindicato do setor) feito em parceria com Datafolha, KPMG e Universidade Mackenzie.

"A análise do estudo mostra que um dos motivos para essa redução foi o fato de a presidente ter desonerado apenas as empresas de médio e grande porte. A inflação também pesou", afirma o presidente do Simpi, Joseph Couri.

Uma medida do governo permitiu que companhias deixassem de recolher 20% de contribuição previdenciária sobre a folha de salários para, no lugar, pagar 1% sobre seu faturamento bruto.

Para as micro e pequenas, no entanto, não houve modificações e a contribuição continua entre 2,75% e 4,6%.

"Parece até que há uma punição para as pequenas", diz o presidente da entidade.

Em relação ao governo estadual, a avaliação melhorou. Em março, 39% dos micro e pequenos industriais disseram que a administração era boa ou ótima. No mês passado, foram 46%.

"Não vejo nada específico que justifique esse aumento."

A última pesquisa estadual, de 2011, mostrava que 48% da população em geral aprovava o governo.

Construção de hidrelétrica está atrasada, aponta Aneel
A maioria das hidrelétricas projetadas pelo governo federal está com o calendário atrasado, segundo um relatório concluído ontem pela Aneel (agência de energia elétrica).

Das 27 usinas programadas para gerar energia nos próximos anos, 20 têm cronograma em ritmo mais lento do que o previsto na concessão.

Entre elas, estão algumas das obras mais importantes do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que já tinham problemas nos últimos relatórios mensais.

A usina de Belo Monte, que está sendo construída desde 2011 no rio Xingu (PA), teve de interromper os trabalhos por causa de decisões da Justiça e invasões de índios.

A hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira (RO), parou quando operários incendiaram alojamentos e fizeram greves. As obras começaram em 2009, e a geração de energia deve iniciar neste ano.

EM MÃOS ITALIANAS
A italiana Salvatore Ferragamo, uma das grandes grifes globais de moda de alto padrão, assumiu o controle de suas lojas no Brasil.

A empresa negociava desde o ano passado com a Brasil Fashion, que operava as lojas da marca nos shoppings Iguatemi e Cidade Jardim, em São Paulo, e Leblon, no Rio, desde 2005.

A transação faz parte da estratégia da Ferragamo de retomar o controle das operações em mercados estratégicos para o grupo, segundo o CEO Michele Norsa.

"O Brasil tornou-se importante como mercado em si e, principalmente, como imagem, porque os brasileiros viajam o mundo."

Entre os planos está renovar as lojas paulistas em 12 meses, investir em comunicação e vender todas as categorias de produtos.

"Remodelaremos no Brasil como fizemos em Londres, Nova York e, agora, em Chicago e São Francisco, com mais espaço para expor produtos com tecnologia em iluminação e materiais", afirma.

Norsa diz que, após aprimorar as lojas já existentes, a marca avaliará a abertura de outras unidades.

Os calçados da grife são os itens preferidos dos brasileiros. "É uma característica da América Latina, essa identidade com sapatos, mais do que na Ásia e na Europa", diz.

282 milhões euros

foi a receita total do grupo no primeiro trimestre de 2013, o equivalente a R$ 735,50 milhões

9%

foi a alta no faturamento ante o mesmo período de 2012

13%

foi a expansão do faturamento na América Latina

48 milhões euros

foi o Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização)

600

são as lojas em todo o mundo

3. 000

é o número de funcionários

LUZ TECNOLÓGICA
O sistema elétrico brasileiro segue uma tendência global: a troca das medições eletromecânicas por redes inteligentes, conhecidas como "smart grid".

A Itron, empresa voltada a soluções na gestão de energia e água em 130 países, diz que o sistema melhora a eficiência no monitoramento do consumo e na correção de falhas, o que é bom para concessionárias e consumidores.

O presidente e CEO da empresa, Philip Mezey, afirma que uma iniciativa criada pelo governo federal facilitará a mudança.

A Finep, agência vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, vai financiar e apoiar estudos na área.

Das três linhas de pesquisa, a que envolve "smart grid" atraiu o interesse de 60 instituições e 211 empresas. A seleção será divulgada na próxima semana.

"É muito animador ver o Brasil destinando recursos para inovação em energia, com projetos para smart grid' e também em outras formas de geração", diz Mezey.

Ele está no Brasil para uma conferência da Itron que começa hoje com entidades e estudiosos do setor. A empresa atua há 50 anos no país.

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