sábado, abril 06, 2013

On/Off - SONIA RACY

O ESTADÃO - 06/04

Cresce o temor, entre integrantes da iniciativa privada, de apagão elétrico no País. A pior coisa que poderia acontecer para a candidata Dilma.

Indagado, o ONS informa que a situação mais crítica é a do reservatório de Sobradinho, que abastece 58% do Nordeste: está com 38,76% de sua capacidade – ultrapassando o limite de segurança.

No Sudeste, o cenário mais delicado é o do reservatório de Nova Ponte (de onde sai mais de 11% da energia da região).

On/Off 2
No Planalto, a informação é de que o empresariado não está levando em conta a entrada de Jirau e Santo Antonio no mercado – ainda este ano.

Dois lados
Tem brasileiro apavorado com o vazamento de contas no exterior, em paraísos fiscais. Os documentos, batizados de “Offshore Leaks”, expõem a identidade de milhares de pessoas de mais de 170 países.

Quem mandou dinheiro para fora legalmente teme ser confundido com os ilegais. Já os ilegais... bem, é melhor contratarem advogado.

Pente fino
Ricardo Teixeira, secretário do Verde, decidiu: vai reavaliar os processos de fiscalização do departamento onde Renato José Paes – preso por pedir propina - – trabalhava. Designou seis técnicos para tanto.

Terão dois meses para concluir o trabalho. “Estou com um gosto amargo na boca”, desabafou Teixeira.

À procura
Juca Ferreira busca terrenos nas periferias das zonas sul e leste da cidade. Para construir dois centros culturais.
E mais. O secretário de Haddad conversou com Marta Suplicy sobre erguer os CEUs das Artes e dos Esportes.

Special for you
Jorge Mautnerfoi o primeiro a ganhar autógrafo de Gilberto Gil no lançamento de Culturapela Palavra, anteontem, na Livraria Cultura. “Jorge, para você que é fã desse período do ministério, alguma lembrança. Até”, escreveu o cantor.
A obra reúne textos e discursos de Gil e Juca Ferreira quando ministros da Cultura.

Arco-íris
E o que Gil achou de Daniela Mercury assumir relacionamento com Malu Verçosa? “Podia ter feito de outra forma, mas decidiu levantar abandeira do arco-íris e sair do armário.”

Mais um
O cantor Naldo é o mais novo contratado da 9ine. O carioca esteve no escritório de Ronaldo, na quarta-feira, para acertar os últimos detalhes da negociação.

Para cinéfilos
David Lynch ganha mostra para chamar de sua. A partir do dia 16, na Caixa Cultural, serão exibidos os principais filmes do cineasta e vídeos raros com suas entrevistas.

Mão na massa
Dois projetos que envolvem a cidade fazem uso do financiamento coletivo para saírem do papel.

O Coruja busca R$ 25 mil para a construção de decks, mesas, manutenção das flores e canteiros paraárvores do Parque das Corujas, na Vila Madalena.

Mão na massa 2
Já o A Pompeia Que Se Quer foi bem sucedido na arrecadação de R$ 30 mil para uma mobilização em prol do bairro.
A intenção é reunir ideias dos moradores para impedir a verticalização do lugar e o desaparecimento de áreas verdes.

Mercado modelo
Roberto Abdenur, presidente do Etco (Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial) – que completa 10 anos –, avisa estar preparado para um desafio do tamanho da Copa do Mundo de 2014: combater a pirataria de produtos associados ao tatu-bola Fuleco e cia.

A entidade, que ele dirige há cerca de um ano, luta por um ambiente de negócios mais saudável no País e ajudou a criar, entre outros, o Programa Cidade Livre de Pirataria e a Nota Fiscal eletrônica – “mas os desafios à frente ainda são muitos”, avisa.

Ex-embaixador em Pequim e Washington, Abdenur conversou com a coluna na sede do instituto, em SP, e fez questão de ressaltar: “Não existe bala de prata que resolva todos os problemas do País”.

 O Etco luta por uma economia e um mercado mais justos. Como se faz isso? 
Principalmente, combatendo a sonegação fiscal, porque ela priva os governos de recursos para políticas públicas essenciais e distorce as condições de funcionamento da economia. Quem sonega impostos obtém vantagens indevidas, ilegítimas, em relação a quem cumpre suas obrigações.

 Mas a carga tributária não é excessiva? 
Ela não atrapalha a vida de quem quer ser ético? Sem dúvida nenhuma. É injustamente alta. A carga média de tributos sobre medicamentos, por exemplo, é de quase 34%. Isso leva à ideia de que temos um estado vampiro – que suga o sangue das pessoas das quais deveria tratar.

A mais recente ação do Etco é o código bidimensional de rastreabilidade para remédios. Como está isso?
A Anvisa acaba de abrir consulta pública. Esses são problemas muito sérios – a falsificação de medicamentos, a sonegação e o roubo de cargas de remédios. Com esse código, que será impresso em todas as embalagens, será mais fácil rastrear os lotes. Evitando esses problemas, a indústria vai gastar menos com seguro, por exemplo.

 O Etco é a favor da política de queda de IPI para alguns setores da economia? 
Desonerações setoriais são importantes, e o governo já percebeu a necessidade disso. Mas ainda vivemos dos chamados voos de galinha, temos de recuperar o tempo perdido.

 Na opinião de um ex-embaixador em Pequim, como o empresariado brasileiro faz para concorrer com a China?
A China é inevitável. Está em todas as partes. Nosso problema não é erigir barreiras contra produtos chineses. Precisamos é tratar da nossa capacidade produtiva.

 Qual a palavra-chave para o Brasil mudar?
Transparência. Temos de ampliar a consciência de maior ética, de compliance, de responsabilidade social e administrativa. Criar um ambiente de negócios em que a virtude compense mais do que o pecado. Pecadores sempre haverá, mas tendo a crer que os virtuosos estão prevalecendo.

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