quarta-feira, fevereiro 06, 2013

Salvadores da pátria - TOSTÃO

FOLHA DE SP - 06/02

Espanha, Alemanha, Brasil e Argentina são as quatro seleções com mais chances de ganhar a Copa-14


Hoje, seleções candidatas ao título mundial em 2014 entram em campo para jogos amistosos. Apesar de não ter um único excelente atacante, seja um típico centroavante ou não, a Espanha, pelos últimos títulos conquistados, pelo futebol coletivo, pelo ótimo sistema defensivo e por ter vários craques no meio-campo, é a seleção com mais chances de ganhar a Copa do Mundo.

Embora a seleção da Alemanha seja melhor que as de Brasil e Argentina, vejo as três com a mesma possibilidade de vencer o Mundial. A Alemanha tem um ótimo conjunto, mas não possui os craques que tem a Espanha.

O Brasil, pela tradição, por jogar em casa, por ter chances de melhorar até a Copa e por ter Neymar, tem boas chances de ser campeão, com Felipão, Mano Menezes, Tite ou qualquer outro bom treinador. Além disso, o resultado nem sempre se associa à qualidade.

Craques, como Neymar, costumam salvar a pátria e os dirigentes obsoletos, como Marín.

A Argentina, por estar perto de casa, ter Messi e mais três excelentes jogadores do meio para a frente (Higuaín, Agüero e Di Maria), além de ter melhorado muito a defesa após a chegada do técnico Sabella, é também candidata ao título.

A Inglaterra, rival hoje do Brasil, tem um bom time, mas é muito melhor nos comentários e na marca de prestígio do que pelo que joga.

A dúvida na seleção brasileira é se Oscar vai jogar mais como um atacante pela direita ou se vai atuar mais recuado, participando mais da marcação no meio-campo. Analisar a maneira de jogar pelo sistema tático não faz mais nenhum sentido. Os jogadores se movimentam tanto que formam vários esquemas em um mesmo jogo, independentemente da conduta do treinador.

Muito mais importante que o sistema tático são as características dos jogadores, suas movimentações, o tipo de marcação, as distâncias entre os setores, se a equipe privilegia a posse de bola, a troca de passes ou os lançamentos longos, as jogadas aéreas e as bolas paradas, além de outros detalhes.

Há uma grande expectativa sobre alguns jogadores, especialmente Ronaldinho. Contra o Cruzeiro, ele se limitou a jogar a bola na área e a fazer lançamentos longos, além de centralizar as jogadas. Isso funcionou muito bem no ano passado. Seleção não é clube. Receio que sua volta seja mais uma repetição fracassada de seu retorno com Mano.

Diferentemente do que pensa a maioria, prefiro mais ver um clássico entre seleções, ainda mais se tiver o time brasileiro, a ver um clássico entre clubes, do Brasil ou de fora. Isso deve ter a ver com minhas lembranças afetivas, quando ficava arrepiado ao escutar o hino nacional, antes das partidas. Isso é uma coisa. Outra é distorcer os fatos, ser conivente com as falcatruas, ser um ufanista, um Policarpo Quaresma.

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