sábado, dezembro 29, 2012

FLÁVIA OLIVEIRA - NEGÓCIOS & CIA

O GLOBO - 29/12


"Pibinho"
O ano de 2012 chega ao fim como o de menor crescimento econômico desde 2009.O PIB, estimado em 3,3% pelo mercado um ano atrás, não vai crescer mais de 1%. A indústria e o investimento não reagiram às ações de estímulo do governo. Até outubro, a produção industrial caía 2,7%, segundo o IBGE. A formação bruta de capital despencou 3,9% em três trimestres. O `Pibão' ficou para 2013.

Royalties
Terminou sem acordo a batalha dos estados pelos royalties do petróleo. Câmara e Senado aprovaram texto que repartia entre produtores e não produtores a renda de campos licitados. Dilma Rousseff vetou o artigo, para evitar ação no STF. Parlamentares articularam, sem sucesso, a derrubada do veto. O desfecho ficou para 2013, quando o governo sonha fazer dois leilões, um no pré-sal. O último foi em 2008.

Nova direção
Por quase R$ 10 bilhões, a UnitedHealth levou a Amil, de planos de saúde. Edson Bueno, fundador da brasileira, ficou CEO e presidente do conselho. No varejo, Abílio Diniz deixou o comando do Pão de Açúcar. O grupo francês Casino ficou com a empresa, dona também das redes Extra, Ponto Frio e Casas Bahia. Diniz terminou o ano brigando com o sócio na Câmara de Comércio Internacional.

Turbulência
Pouco mais de um ano após comprar a Webjet por R$ 310,7 milhões, a Gol decidiu fechar a empresa e demitir seus 850 funcionários. A Azul incorporou a Trip. A concentração aumentou na aviação brasileira. No fim do ano, o preço das passagens dispararam. Guarulhos, Campinas e Brasília terminam 2012 sob gestão privada. Em 2013, o governo vai licitar Galeão e Confins. Estima investimentos de R$ 11,4 bi.

Em queda
Nas contas da Economatica, até anteontem, a Eletrobras valia quase um terço de um ano atrás. Os investidores não perdoaram a adesão da estatal ao corte tarifário do governo. A Petrobras revisou o plano de investimentos e ficou sem reajuste na gasolina. Perdeu 10% do valor. Foi ultrapassada pela Ambev. A OGX, braço de óleo e gás do grupo de Eike Batista, despencou 68%. Seis empresas da EBX na bolsa caíram à metade.

Regulação
Anatel e ANS agiram contra abusos e ineficiências de operadoras de telefonia e saúde. TIM, Oi e Claro chegaram a ter venda de linhas suspensa, até a apresentação de programas de investimento. A ANS proibiu a venda de 268 planos de 37 empresas e mantém 141 sob intervenção. Já Aneel e Anac ficaram devendo atuações semelhantes em energia elétrica e aviação.

Ladeira abaixo
Por pressão da presidente Dilma, Banco do Brasil e Caixa lideraram os cortes nos juros dos empréstimos, das taxas de administração dos fundos e das tarifas bancárias. Sob o risco de perderem mercado, bancos privados seguiram a receita. Em novembro, o juro médio para pessoa física estava em 35,4% ao ano, o menor nível desde 1994, diz o BC. A Selic, taxa básica, também é a mais baixa da história: 7,25%.
Em alta
O dólar alcançou o nível de R$ 2. E nele ficou. Subiu 9,4% no ano, mas ajudou pouco as exportações, abatidas pela desaceleração mundial. A cotação estabilizada da moeda manteve o apetite por viagens ao exterior. Até novembro, os brasileiros gastaram US$ 20,2 bilhões lá fora. A alta no preço de alimentos e serviços manteve a inflação acima do teto da meta. O IPCA fechará 2012 em 5,7%. É muito.

Calote
A inadimplência disparou na 19 metade de 2012. Quase metade (47%) da classe C ficou sem condições de pagar dívidas nascidas do crédito farto, dado da CNDL. Igual proporção usou o 139 para saldá-las, diz a Fecomércio-RJ. Emprego e renda ajudaram.

Gigantes
A Apple vendeu, em três dias, cinco milhões de unidades do Iphone 5. Fez boa estreia, mas a liderança mundial em smartphones é da Samsung. O Facebook pagou US$1 bilhão pelo Instagram. Mas patinou na chegada à bolsa de valores.

Perdeu
A Delta sucumbiu ao caso Carlinhos Cachoeira. A CGU a considerou inidônea. Número um do PAC, perdeu obras do Maracanã e da Transcarioca. Está em recuperação judicial.

Saudade
De Aloisio Teixeira, Chico Anysio, Eric Hobsbawm, Gilberto Velho, Hebe, Ivone Kassu, J. Paulo, Joelmir Beting, Luiz Gazzaneo, Millôr, Oscar Niemeyer...

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