segunda-feira, novembro 26, 2012

Pressão da gasolina - GEORGE VIDOR

O GLOBO - 26/11


Fretes para distribuição subiram porque caminhões percorrem mais distâncias para transportar combustíveis

Por conta da queda de preços no hemisfério norte (com a redução de consumo que geralmente ocorre lá nessa época do ano), diminuiu para a faixa de 10% a diferença entre os valores cobrados pela gasolina aqui no Brasil e os do mercado internacional. Isso aliviou a pressão sobre o fluxo de caixa da Petrobras e pode influenciar a decisão do governo de retardar o reajuste reivindicado pela empresa. Mas a importação de gasolina e diesel permanece em volumes elevados, a ponto de ter causado déficit recentemente na balança comercial brasileira. O custo da distribuição desses derivados vem aumentando porque para atender ao crescimento do consumo em certas regiões do país os caminhões estão percorrendo distâncias cada vez maiores. São necessários mais caminhões-tanque para executar essa tarefa, e como não estão disponíveis no mercado, os fretes encareceram. Tal problema não estaria ocorrendo se Brasil estivesse produzindo mais etanol, que substitui a gasolina.

Paris continua uma festa

Paris é sempre uma festa, continuaria a dizer o célebre escritor americano Ernest Hemingway, e mesmo com a economia europeia envolvida em uma crise séria que atinge várias economias da região. A França não chega a estar em recessão, em seu conjunto, mas no Sul o desemprego bate na casa dos 15%. A crise é mais mediterrânea, pois também no Sul da Espanha é que a situação econômica está mais difícil. Paris se mantém como uma exceção por ser um dos principais centros internacionais de negócios, serviços e turismo. A previsão para o mês de dezembro é que os hotéis fiquem lotados pelos turistas que vão a capital francesa fazer compras de Natal (os preços lá estão mais convidativos, por incrível que pareça) , especialmente asiáticos e...brasileiros. Na região parisiense vivem cerca de 12 milhões de pessoas, o maior aglomerado urbano da Europa. Aproximadamente quatro milhões de pessoas se deslocam diariamente dos subúrbios elegantes ou das cidades periféricas mais pobres para trabalhar dentro da capital, onde vivem pouco mais de 2,5 milhões. O desemprego na região parisiense é estimado em 6%, índice que para os europeus é considerado tolerável. A marca mais visível da crise na capital francesa é a multiplicação de oferta de escritórios para alugar. Nunca foram tão numerosos e tão chamativos.

O BRT está chegando

O BRT, sistema de ônibus articulado circulando em via expressa que promete mudar o transporte de alta capacidade no Rio, já transporta 80 mil passageiros por dia no trecho entre Santa Cruz e Barra da Tijuca. Quando for inaugurado, em breve, o trecho para Campo Grande, esse número subirá a 120 mil, e a partir daí começará a ser lucrativo para as empresas que fazem parte do primeiro consórcio. O segundo BRT será inaugurado por etapas: em abril, da Barra até Jacarepaguá (Taquara) e meses depois o trecho até Madureira, que é fundamental para a integração com os trens da Supervia. A partir dessa inauguração, moradores da Baixada Fluminenses, usuários do trem, e que trabalham na Barra, em Jacarepaguá ou no Recreio dos Bandeirantes, deverão fazer esse trajeto, porque será mais rápido e mais barato. A previsão é que em dezembro de 2013 o segundo BRT estará todo completo, da Barra ao aeroporto internacional Antonio Carlos Jobim/Galeão.

Os BRTs, a expansão do metrô, a melhora dos serviços dos trens suburbanos e o veículo leve sobre trilhos (VLT) no centro são os meios que as autoridades e os empresários apostam para que o transporte de alta capacidade passe a responder até 2016 por 60% dos passageiros que circulam no município do Rio. As vans, que hoje transportam 1,8 milhão de passageiros, serão o meio mais afetado.

Capixaba enfrenta chineses

Em janeiro, a Wilsons, Sons corta a fita do dique seco que está em fase final de construção e que ampliará significativamente a capacidade do seu estaleiro de Guarujá, na Baixada Santista. Com isso, o estaleiro passará a atender também a encomendas de terceiros, como é o caso de navio de apoio a plataformas de petróleo contratado por para uma companhia holandesa. A novidade do dique seco é que o fornecedor do pórtico, um guindaste que pode levantar e movimentar peças com peso de mais de 20 toneladas, foi fornecido por uma indústria do Sul do Espírito Santo, que conseguiu concorrer com os chineses. Tal indústria fornecia pórticos menores para empresas capixabas que extraem granito e se adaptou facilmente às necessidades da construção naval.

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